Representantes
de mais de 40 entidades que atuam com migrantes e refugiados em todo o Brasil
comprometeram-se a ampliar os esforços para a integração destas populações no
país. Durante o X Encontro Nacional das Redes de Proteção, ocorrido na semana passada,
em Brasília, as entidades se comprometeram a trabalhar pela aprovação de uma
nova legislação para estrangeiros no país e a fortalecer comitês estaduais e
municipais de apoio a migrantes e refugiados.
Reunidas
em torno da Rede Solidária para Migrantes e Refugiados (RedeMiR), as entidades
irão elaborar novos materiais informativos e ampliar a articulação nas regiões
onde operam, além de atuar com seus respectivos interlocutores no Poder Público
para aumentar as vagas em abrigos para sua população de interesse. Além disso,
irão estabelecer contatos com empregadores e entidades patronais para promover
a inserção laboral de migrantes e refugiados, ampliando a OFERTA de aulas de português e disseminando noções de direitos e
deveres dos estrangeiros que vivem no Brasil.
As
ideias acordadas durante o X Encontro Nacional das Redes de Proteção levaram em
consideração os eixos elencados durante a Conferência Nacional sobre Migrações
e Refúgio (COMIGRAR), promovida pelo Ministério da Justiça e realizada
recentemente no Brasil. Todas as sugestões serão consolidadas em um documento
que servirá de direcionamento para que os próprios participantes da RedeMir
atuem local e nacionalmente.
Pela
primeira vez, o encontro da RedeMiR contou com a participação de associações de
migrantes e refugiados do Senegal, Haiti, Colômbia, Bolívia, República
Democrática do Congo, Gana e Síria.
“Este
ano tem sido particularmente importante para o tema dos migrantes e dos
refugiados, pois a voz deles tem sido escutada pelos tomadores de decisões no
processo da COMIGRAR, e também ao longo das consultas regionais referentes às
celebrações dos 30 anos da Declaração de Cartagena”, disse o representante do
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Brasil, Andrés
Ramirez. “Este X Encontro das Redes está inserido nessa lógica de participação
das pessoas que mais precisam ser ouvidas para melhorar as políticas públicas
em favor destas mesmas populações”, completou Ramirez, ressaltando a importante
presença dos trabalhadores e representantes que vivenciam o cotidiano dos
migrantes e refugiados.
O
X Encontro Nacional das Redes de Proteção reuniu mais de 80 pessoas, entre
representantes de entidades, associações de refugiados e migrantes e indivíduos
interessados no tema que atuam em todas as regiões do país (veio gente de quase
todos os estados brasileiros). Também contou com a presença de autoridades dos
ministérios da Justiça, da Saúde e do Trabalho, além de funcionários do ACNUR e
da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
“Um
pensamento inspirador dos debates e compromissos do X Encontro foi que a
globalização das migrações requer dos agentes e das entidades sociais a
globalização da solidariedade, da acolhida, da caridade e da cooperação, a fim
de se humanizar as condições de vida dos refugiados e dos migrantes”, afirma a
diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e coordenadora da
RedeMiR, Rosita Milesi.
O
encontro da RedeMir foi realizado pelo IMDH e pelo ACNUR, em parceria com a OIM
e com o Setor Pastoral da Mobilidade Humana da CNBB, e com o apoio do CONARE.
Por Hilarian Silva e Lucas Ferreira, de Brasília.
Por:
ACNUR
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