sábado, 30 de junho de 2018

Papa e card. Krajewski no jantar com os pobres no Vaticano


UPapa no jantar com os pobres organizado pelo Card. Krajewski m dia após ser criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório Ordinário Público de 28 de junho, o Esmoleiro Pontifício organizou um jantar que reuniu mais de 200 pessoas pobres e sem moradia fixa no refeitório do Vaticano. A surpresa foi a chegada do Papa Francisco.
Sergio Centofanti - Cidade do Vaticano

Grande festa ontem no Vaticano, onde cerca de 280 pessoas pobres foram convidadas para jantar, pelo novo-cardeal Konrad Krajewski, capelão papal, que quis assim celebrar a púrpura recebida no Consistório de 28 de junho.

A chegada do Papa de surpresa

 

De supresa apareceu também o Papa Francisco que sentou-se em uma cadeira deixada livre na última mesa do refeitório, usado pelos funcionários do Vaticano. Nem mesmo o novo-cardeal sabia de sua chegada.
"Eu vim para os pobres, não para você", disse Francisco sorrindo a “Dom Corrado”, que pede para ser chamado ainda assim, não obstante tenha recebido o barrete.
Francisco partilhou o jantar e ficou cerca de duas horas conversando com os presentes de uma forma muito familiar e ouvindo as suas histórias, muitas vezes de sofrimento, mas também de esperança.

A história do voluntário de Santo Egidio

 

Cerca de sessenta voluntários presentes serviram o jantar para os pobres: entre estes estava Carlo Santoro, da Comunidade de Santo Egídio, que colabora com a Esmolaria Pontifícia na ajuda aos sem moradia fixa em Roma.
"Foi uma visita de um calor muito especial", disse Santoro, "porque foi uma refeição de um novo cardeal com os pobres. Para grande surpresa de todos, chegou o Santo Padre. Pensávamos que fosse uma simples saudação e que iria embora durante o jantar. Em vez disso, de repente, Dom Konrad me disse que abrisse espaço próximo a mim e ali sentou o Papa. O Papa cumprimentou a todos com muito carinho. À nossa mesa estavam sentados vários refugiados sírios que chegaram com nossos corredores humanitários; um deles tinha vindo de Lesbos no avião do Papa; portanto, mesmo de uma maneira bastante inesperada, ele se viu falando novamente com o Papa e deixou claro que agora ele tinha se integrado e trabalhava".

Diálogo com refugiados

 

"O Papa - conta o voluntário de S. Egidio - disse que nestes últimos meses várias vezes encontrou-se com refugiados que vinham de campos de refugiados do Líbano e estava impressionado que os primeiros a falarem o italiano eram crianças. Como ele frequentemente repete, disse que a integração é uma coisa fundamental, porque não basta receber: o problema é quando não há integração e falta trabalho, porque isso não dá perspectivas. Na nossa mesa havia também outro refugiado que lhe contou como chegou à Itália: uma jornada de onze meses, também através do deserto, uma viagem definitivamente cheia de perigos e armadilhas. Ele chegou aqui na Itália há alguns anos e também se integrou. Outro amigo do Senegal, um muçulmano, disse a ele que é a terceira vez que se encontra para almoçar com um Papa. Ele lhe disse que já tinha estado no almoço tanto com São João Paulo II como com Bento XVI, e esta era a terceira vez. Então o Papa Francisco lhe disse: tu fazes coleção de Papas!”

Vizinhos do Papa

 

"Então, o Papa falou com vários dos nossos amigos, o meu e Dom Konrad, com quem colaboramos todos os dias: são pessoas que dormem em São Pedro. Nós os apresentamos a ele porque eles são um pouco seus vizinhos e ele era muito afetuoso com eles. Dom Konrad explicou ao Papa que também colaboramos muito com ele para organizar o funeral de quem morre na rua. É uma maneira para dar dignidade àqueles que foram descartados e tiveram uma vida particularmente difícil. E sobre isso o Papa quis se informar".

Preocupado com crianças separadas dos pais no Texas

 

"A presença de crianças tocou muito o papa. Havia, em particular, uma criança refugiada síria nascida em Roma há alguns meses e que recebeu o batismo ontem: o Papa abençoou-a. A presença das crianças era muito visível e alegre em torno do Santo Padre. O Papa, entre outras coisas, nos disse que ficou muito impressionado com a questão das crianças tiradas das mães no Texas".

Europa à beira do suicídio

 

O voluntário de Santo Egídio explica que essas pessoas "sentem-se ajudadas, sentem-se compreendidas, numa situação que é objetivamente difícil na Europa". Eu penso sobretudo nos estrangeiros, nos refugiados. Eles sentem que muitas vezes a atmosfera não é favorável a eles. O Papa repetiu que a Europa está à beira do suicídio porque o fato de não aceitar os imigrantes e de não ter filhos não abre perspectivas para o futuro do continente. Isso é uma coisa muito preocupante e a mesma coisa também é registrada em outras partes do mundo e, em particular, dava o exemplo dos Estados Unidos ".

No jantar com ex-condenados

 

"O Papa - disse Santoro - também falou com alguns ex-prisioneiros, repetindo algo que costuma dizer: 'Mas por que não eu?' O Papa se identifica muito com os pobres e principalmente com os que estão na prisão. De fato, junto com o Papa, cada um de nós poderia dizer: 'Eu também poderia ser pobre'. Quando contamos a ele a história de um sem-teto, alcoólatra, ele disse: 'O álcool pode afetar qualquer um de nós, porque é um mal que te sequestra, um mal que não te deixa, é um mal do qual você pode sair somente junto com os outros. O problema nosso, também como Igreja, é ajudar as pessoas a sair de situações difíceis e fazer isso juntos ".

Pessoas pobres que ajudam os pobres

 

"O Santo Padre ficou muito impressionado com o fato de que dissemos a ele que muitos sem-teto nos ajudam a ajudar os outros. Por exemplo, quando houve uma emergência com o frio este ano, muitos deles nos ajudaram a trazer cobertores. Eu acho que o problema para os pobres é recuperar a dignidade que lhes foi negada. E é exatamente o mesmo para nós: ajudar os outros é ter dignidade ".

Um homem pobre com o barrete vermelho

 

"O jantar - conclui Santoro - teve lugar em um ambiente familiar de grande festa e de alegria. Ontem estava um amigo nosso, com uma longa barba, e que fez a foto com Don Konrad e o Papa e Don Konrad colocou o barrete vermelho em sua cabeça. Foi uma grande festa".

Radio Vaticano
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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Mais um dia de contratações na Missão Paz

A imagem pode conter: 9 pessoas, incluindo Claudia Netto e Ana Paula Caffeu, pessoas sorrindo, pessoas em pé
Mais um dia de contratações na Missão Paz. A empresa, uma fábrica no ramo de plástico injetado, já havia contratado 08 migrantes. Hoje vieram contratar mais 04. A empresa acredita na diversidade étnica e os benefícios que dela advém. Embora estivesse bastante motivada a contratar venezuelanos, pois já contam em seu quadro de funcionários angolanos, congolês e haitianos, tivemos somente um venezuelano que se candidatou à vaga e conseguiu a vaga!
Felizmente tivemos excelentes candidatos e no fim foram contratados dois angolanos, um haitiano e nosso amigo venezuelano. Interessante que o supervisor destes profissionais na empresa é espanhol e o haitiano viveu 10 anos na Venezuela e veio de lá para o Brasil.
Agradeço também a colaboração da parceira de mediação de hoje, a colombiana-mestranda-em-universidade-
francesa, Caro Moreno, que em breve estará finalizando seu intercâmbio na USP e voltará para Paris.
Atendimento aos empregadores que desejam contratar imigrantes e refugiados: TERÇAS e QUINTAS, das 10:00 ao meio dia. Rua do Glicério, 225 – Liberdade/SP
Informações: (11) 3340-6959 / (11) 3207-0888 | trabalho@missaonspaz.org

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PF não pode recusar regularização de migrantes que têm inquéritos policiais

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Em ação civil pública (ACP) ajuizada pela Defensoria Pública da União (DPU), o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) confirmou a decisão de primeira instância, estabelecendo que pedidos de regularização migratória formulados com base no Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do Mercosul, Bolívia e Chile sejam regularmente processados para migrantes que possuam contra si inquéritos policias ou ações penais em curso no Brasil.
A ACP foi motivada pelo do fato de que a Polícia Federal vinha recusando o recebimento e processamento dos pedidos de regularização migratória de pessoas vindas dos países signatários do acordo, requerendo a estas que apresentassem ausência de inquéritos policiais e antecedentes criminais tanto no país de origem quanto no Brasil. O Acordo, porém, afirma que é necessária apenas a negativa de antecedentes no país de origem para a apreciação do pedido. A PF, assim, não poderia se abster de receber o pedido caso o migrante tenha um processo ou inquérito policial em curso no Brasil, argumentou a DPU.

A Defensoria alegou ainda que um direito fundamental como a regularização migratória não poderia ser objeto de negativa enquanto houver dúvidas sobre a culpabilidade do indivíduo. O Estado, então, não poderia se abster de receber ou abrir o procedimento apenas pelo processo criminal em curso, tendo o migrante o direito a presunção de sua inocência.

Na decisão em primeiro grau, o juiz federal Tiago Bologna Dias, da 21ª Vara Cível Federal, afirmou que as certidões negativas são apenas expressas no Acordo em casos de antecedentes judiciais ou penais no país de origem. “Nesse contexto, é inviável a interpretação extensiva para se entender que o silêncio é não intencional e que a exigência de negativação esteja implícita, pois outras alíneas do mesmo artigo com requisitos semelhantes evidenciam que foi intencional”, afirmou ele em sua decisão, pautando ainda ser a distinção razoável e coerente com os fins do tratado.
DCC/KNM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União
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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Levantamento aponta que 10 das 15 cidades de Roraima têm venezuelanos em situação de rua

Venezuelanos se aglomeram na rua em barracas e lonas improvisadas próximo ao abrigo Jardim Floresta (Foto: Alan Chaves/G1 RR)
Venezuelanos se aglomeram na rua em barracas e lonas improvisadas próximo ao abrigo Jardim Floresta (Foto: Alan Chaves/G1 RR)

Um levantamento apontou que há venezuelanos vivendo em situação de rua em 10 das 15 cidades de Roraima. O mapeamento foi feito neste mês pela Força Tarefa Logística e Humanitária, criada em fevereiro pelo presidente Michel Temer (MDB) para lidar com o intenso fluxo migratório causado pela crise na Venezuela.

Segundo o levantamento, há mais de 1,5 mil imigrantes em situação de rua em todo o estado. A maior concentração é na capital Boa Vista, onde há 619 venezuelanos nas ruas, seguida por Pacaraima, município na fronteira, que tem cerca de 434 em igual situação

De acordo com o mapeamento, só não há venezuelanos vivendo nas ruas de São João da Baliza, Alto Alegre, Normandia, Uiramutã e Cantá.

                            
Venezuelanos em situação de rua em Roraima
MunicípioQuantidade
Boa Vista619
Pacaraima434
Amajari310
Mucajaí62
Caroebe36
Bonfim31
Rorainópolis29
Caracaraí17
Iracema15
São Luiz13
Total:1.566
A contagem dos imigrantes, segundo a Força Tarefa, foi feita por militares em horários noturnos e em locais onde havia concentração de pessoas. O levantamento, no entanto, não é considerado um censo. Ele foi finalizado no dia 16 de junho.

       Imigração venezuelana para Roraima


O estado recebe um crescente número de imigrantes desde 2015. Eles fogem, principalmente, da escassez de comida e de remédios na Venezuela e alguns percorrem até a pé os 215 quilômetros que separam Boa Vista da fronteira. No Brasil, pedem refúgio ou residência temporária à Polícia Federal.

Em 2017, o governo decretou situação de emergência por causa da imigração venezuelana, e no início deste ano o presidente Temer assinou um decreto reconhecendo a situação de vulnerabilidade do estado.
Venezuelanos em situação de rua em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela (Foto: Alan Chaves/G1 RR/Arquivo)
Venezuelanos em situação de rua em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela (Foto: Alan Chaves/G1 RR/Arquivo)
A1ª Brigada de Infantaria de Selva, que cuida da fronteira, calcula que a média de entrada de venezuelanos em Roraima nos últimos cinco meses foi de 416 pessoas por dia. A Organização das Nações Unidas (ONU), já afirmou que o índice chega a até 800 pessoas por dia.Um mapeamento da prefeitura de Boa Vista divulgado no último dia 18 contabilizou que 25 mil venezuelanos estão vivendo só na capital, o equivalente a 7,5% da população local, que é de 332 mil habitantes.

Antes desse estudo, a prefeitura estimava que 40 mil venezuelanosestavam na cidade. Nessa época, só a praça Simón Bolívar - que foi cercada com tapumes e desocupada em maio - tinha cerca de 1,2 mil venezuelanos em situação de rua.
Venezuelanos passam a noite debaixo das marquises no entorno da praça Simón Bolívar (Foto: Emily Costa/G1 RR/Arquivo)
Venezuelanos passam a noite debaixo das marquises no entorno da praça Simón Bolívar (Foto: Emily Costa/G1 RR/Arquivo)
Em razão da imigração, nove abrigos públicos foram abertos em Roraima - cinco só neste ano. Juntos, eles têm capacidade para 3,5 mil pessoas, mas já abrigam cerca de 4,2 mil. 
O maior deles, o abrigo Jardim Floresta,tem um acampamento de 200 pessoas logo em frente. Os imigrantes vivem lá de forma improvisada esperando vagas.
A expectativa, segundo a Força Tarefa, é que mais dois abrigos sejam abertos na capital até o fim deste mês. 
Eles terão mais de 1 mil vagas para receber os imigrantes que estão em situação de rua na cidade.Além disso, um outro abrigo deve ser aberto em Pacaraima até o final de julho. Ele terá mais de 400 vagas. 
Atualmente, o único abrigo na fronteira só recebe indígenas, na maioria da etnia Warao, que também deixaram a Venezuela em razão da crise.
G1 Roraima
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Argélia abandona mais de 13 mil imigrantes no Deserto do Saara

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A Argélia abandonou mais de 13 mil imigrantes no Deserto do Saara nos últimos 14 meses, incluindo mulheres grávidas e crianças, deixando-os sem alimentos ou água e forçando os grupos a andarem, sob um sol escaldante. Centenas de imigrantes expulsos podiam ser vistos no horizonte, caminhando sob temperaturas de 48ºC.

No Níger, os mais sortudos conseguem cruzar, vacilantes, um território de 15 km até o vilarejo de Assamaka, na fronteira do país. Outros vagam por dias até serem resgatados por equipes das Nações Unidas. Inúmeros morrem.

Quase todos os cerca de 30 sobreviventes entrevistados pela agência de notícias Associated Press mencionaram pessoas de seus grupos que simplesmente desapareceram no Saara. "Mulheres e homens caiam mortos. Outros desapareceram no deserto porque não sabiam o caminho", disse Janet Kamara, que estava grávida na época. "Todos estavam por conta própria", afirmou.

Em uma voz desprovida de sentimento, ela lembrou duas noites passadas a céu aberto antes de o grupo com o qual estava ser resgatado, e afirmou que perdeu a noção do tempo. "Perdi meu filho, minha criança", disse ela, que é da Libéria. Outra mulher com cerca de 20 anos entrou em trabalho de parto no meio da travessia e perdeu seu bebê, contou Janet.

As expulsões em massa de imigrantes têm aumentado na Argélia desde outubro de 2017, a medida que a União Europeia (UE) aumenta a pressão sobre os países da África do Norte para frearem a ida de pessoas para o norte da Europa por meio do Mar Mediterrâneo.

Um porta-voz da UE disse que o bloco estava ciente do que a Argélia vinha fazendo, mas que os "países soberanos" podem expulsar imigrantes desde que o ato esteja de acordo com a lei internacional.

Diferente do Níger, a Argélia não recorre ao dinheiro oferecido pela UE para ajudar com a crise migratória, mas recebeu US$ 111,3 milhões em recursos da Europa entre 2014 e 2017.

A Argélia não divulga números de suas expulsões, mas a quantidade de pessoas que cruzam a fronteira do Níger a pé tem crescido desde que a Organização Internacional de Migração (OIM) começou a registrar esses dados, em maio de 2014. Na época, 135 pessoas foram expulsas. Em abril de 2018, esse número saltou para 2.888. Segundo a OIM, 11.276 homens, mulheres e crianças sobreviveram à marcha.

Autoridades argelinas não quiseram comentar o assunto, mas o país já negou no passado as críticas de que comete abuso dos direitos humanos ao abandonar imigrantes no deserto. As autoridades qualificaram as alegações de "campanha maliciosa" com a intenção de inflamar países vizinhos.

Hojer em Dia

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terça-feira, 26 de junho de 2018

Cresce número de mortes de imigrantes na fronteira dos EUA, diz agência de segurança

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O número de imigrantes que morrem devido ao calor extremo na fronteira entre os Estados Unidos e o México subiu 55 por cento nos últimos nove meses, após um aumento na quantidade de famílias e crianças desacompanhadas tentando entrar ilegalmente nos EUA, disse o governo norte-americano na segunda-feira.
Mortes provocadas pelo calor, a principal causa de óbitos de imigrantes na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, chegaram a 48 neste ano, frente a 31 durante o mesmo período em 2017, informou o porta-voz da agência de segurança de fronteira dos EUA, Salvador Zamora.
O número de mortes deve aumentar com o calor dos meses do verão, à medida que imigrantes vulneráveis tentam cruzar ambientes áridos, abrindo caminho para um aumento em 2018 das fatalidades na fronteira.
A agência de fronteira registrou um aumento anual de 12 por cento nas prisões de imigrantes nos oito meses até o dia 31 de maio, disse Zamora.
“Nós estamos prestes a superar as mortes relacionadas com calor do ano passado e o verão está apenas começando”, disse em entrevista por telefone. “A demografia dos imigrantes ilegais que estamos apreendendo, as unidades familiares, as crianças desacompanhadas, eles são muito mais vulneráveis”.
Grupos humanitários, como o Border Angels, dizem que a principal causa do aumento de mortes é a segurança de fronteira mais rígida e medidas como a política de “tolerância zero”, que tem feito com que imigrantes escolham caminhos mais longos através de terrenos hostis e pontos de passagem remotos.
“Nós temos visto pessoas passando por áreas mais perigosas, então embora haja menos pessoas entrando, há mais pessoas morrendo”, disse Enrique Morones, fundador do grupo que distribui água para imigrantes.
 Reuters

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5 fatos sobre refugiados no Oriente Médio e no norte da África

No mês em que se comemora o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), das Nações Unidas, levantou cinco fatos sobre os refugiados que vivem no Oriente Médio e no Norte da África. Quer aprender sobre a realidade de quem tem de fugir da guerra e da violência para sobreviver? Confira abaixo:

1. A maioria dos refugiados depende de assistência humanitária

Refugiados sírios recebem assistência em dinheiro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: UNICEF/Stephen Gerard Kelly
Refugiados sírios recebem assistência em dinheiro do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foto: UNICEF/Stephen Gerard Kelly
Como assistência e seguridade social não podem ser transferidas de país para país, os refugiados costumam perder o acesso a esses benefícios quando precisam abandonar suas casas e suas pátrias. Refugiados sírios na Jordânia, por exemplo, não recebem qualquer tipo de ajuda governamental.
Refugiados, migrantes e pessoas deslocadas internamente — que são forçadas a abandonar suas comunidades, mas continuam dentro de seus países. Todos eles são tratados de forma diferente. Embora alguns se integrem rapidamente, muitos vivem em acampamentos informais, marginalizados e com acesso restrito à ajuda humanitária, serviços sociais e oportunidades de trabalho.

2. Região tem o mais alto desemprego do mundo

Ao centro, o pai de família Abu Mohanad, que trabalhava como caminhoneiro em seu país de origem, a Síria. Vivendo no Líbano para fugir da guerra, ele luta para sobreviver e sustentar os oito filhos. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Ao centro, o pai de família Abu Mohanad, que trabalhava como caminhoneiro em seu país de origem, a Síria. Vivendo no Líbano para fugir da guerra, ele luta para sobreviver e sustentar os oito filhos. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Atualmente, a maioria dos refugiados vive no Oriente Médio e no Norte da África, territórios conhecidos pela sigla MENA. Além dos conflitos civis, a região enfrenta uma crise econômica, com o crescimento médio estagnado em 2% ao ano, desde a década de 1990. É o menor índice de evolução da atividade econômica em todo o mundo. O desemprego chega a 15%, também o maior do planeta.
Desde 1990, para 20% da população da região, a renda média se mantém abaixo da linha da pobreza. A proporção é maior em países como Iêmen e Sudão. Muitas nações estão passando por transformações políticas ou confrontos armados internos — que cresceram exponencialmente desde a Primavera Árabe.

3. Apenas a Turquia abriu seu sistema de proteção social para refugiados

Sírios curdos fogem de conflitos em Kobani e chegam à Turquia, país que mais acolhe refugiados, segundo o ACNUR. Em junho de 2015, número de refugiados dentro da nação era de cerca de 1,84 milhão. Foto: ACNUR / I. Prickett
Sírios curdos fogem de conflitos em Kobani e chegam à Turquia, país que mais acolhe refugiados, segundo o ACNUR. Em junho de 2015, número de refugiados dentro da nação era de cerca de 1,84 milhão. Foto: ACNUR/I. Prickett
Entre os países que receberam um grande fluxo de refugiados na região, apenas a Turquia abriu seus programas nacionais de proteção social para refugiados. Outros países não puderam fazer isso por possuírem um sistema de proteção social frágil e rudimentar ou por não estarem dispostos a oferecer recursos estatais para pessoas que não são cidadãos nacionais.

4. Fome avança no Oriente Médio e Norte da África

Criança sofrendo de desnutrição aguda é atendida por médico em Bani Al-Harith, Sanaa, no Iêmen. Foto: UNICEF/Almang
Criança sofrendo de desnutrição aguda é atendida por médico em Bani Al-Harith, Sanaa, no Iêmen. Foto: UNICEF/Almang
Contrariando a tendência mundial de erradicar a desnutrição, o Oriente Médio e o Norte da África é a única na qual os indicadores da fome aumentam desde 2000. Refugiados e pessoas internamente deslocadas costumam perder o acesso físico ou econômico à alimentação de qualidade.
Em oito países da região, incluindo Egito, Iraque, Líbia e Sudão, mais de 20% dos lares não têm o suficiente para alimentar todos os seus moradores. No Iêmen, esse número chega a 65%.
Devido à limitação de recursos, escassez de água e terra fértil, a região se tornou a maior importadora de cereais do mundo. Mais da metade das calorias consumidas vêm de alimentos importados.

5. Situação força nova abordagem de agências humanitárias emergenciais

Refugiados sírios na província de Akkar, no Líbano, recebem tendas do ACNUR, vacinas e suprimentos do UNICEF e outras agências humanitárias, além de assistência em dinheiro para comprar roupas e itens de inverno. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Refugiados sírios na província de Akkar, no Líbano, recebem tendas do ACNUR, vacinas e suprimentos do UNICEF e outras agências humanitárias, além de assistência em dinheiro para comprar roupas e itens de inverno. Foto: UNICEF/Diego Ibarra Sánchez
Nos países da região que abrigam muitos refugiados, agências humanitárias estão fortalecendo suas plataformas de assistência para melhorar os sistemas nacionais de proteção social. Essa abordagem é incomum em operações de emergência tradicionais, que tendem a funcionar separadamente dos programas estatais de proteção social.
Onu
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