Estagiários e estudantes estrangeiros abusam de sistema para obtenção de
status de refugiado para continuar trabalhando no Japão.
Como o andamento do processo pode levar anos, estagiários e estudantes
estrangeiros estão informando dados falsos ao fazerem solicitações para
obter o status de refugiado para poderem continuar trabalhando no Japão.
O Ministério da Justiça realizou mudanças no processo de solicitações de
refúgio devido à críticas de que a proibição de trabalhar enquanto o processo
está em andamento tenha prejudicado os solicitantes que não tinham
recursos financeiros.
A mudança feita em 2010 permitiu que todos aqueles que possuíssem um
visto válido no momento da solicitação trabalhassem seis meses após o pedido de
refúgio.
Alguns que solicitaram a condição de refugiado nos últimos anos não
estão sofrendo perseguição em seus países de origem, mas fizeram o
pedido porque o longo processo significa que eles podem trabalhar no Japão
durante o período de espera com salários maiores em relação a estagiários e
estudantes.
Um nepalês de 20 anos de idade que trabalha em uma fábrica de plástico
na região Kanto, solicitou o status de refugiado no ano passado. Ele admite ter
dado informações falsas e que nunca foi perseguido em seu país.
Inicialmente, ele veio ao Japão para trabalhar como um estagiário na
área de agricultura. “Eu queria continuar trabalhando no Japão após o meu
período de estadia”, disse ele.
O nepalês começou a trabalhar em uma fábrica de plásticos na primavera
de 2014 e ganha cerca de 200 mil ienes por mês, mais que o dobro de 70 mil
ienes que ele receberia como estagiário.
Dados do Ministério
da Justiça
De acordo com o Ministério da Justiça, em 2013, cerca de 544 nepaleses
solicitaram refúgio no Japão, o maior número atrás apenas dos turcos, que
totalizou 658.
Nas nações ocidentais, normalmente, o processo de solicitação leva 6
meses, ao contrário do Japão, onde é comum decisões levarem vários anos. Além
disso, somente alguns solicitantes receberam o status de refugiados, 6 de um
total de 3.260 foram reconhecidos no ano passado.
Fonte: Asahi
Shimbun
Imagem: Bank Images
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