quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Estrangeiros abusam de condição de refugiados para continuar trabalhando no Japão

Estagiários e estudantes estrangeiros abusam de sistema para obtenção de status de refugiado para continuar trabalhando no Japão.
Como o andamento do processo pode levar anos, estagiários e estudantes estrangeiros estão informando dados falsos ao fazerem solicitações para obter o status de refugiado para poderem continuar trabalhando no Japão.
O Ministério da Justiça realizou mudanças no processo de solicitações de refúgio devido à críticas de que a proibição de trabalhar enquanto o processo está em andamento tenha prejudicado os solicitantes que não tinham recursos financeiros.
A mudança feita em 2010 permitiu que todos aqueles que possuíssem um visto válido no momento da solicitação trabalhassem seis meses após o pedido de refúgio.
Alguns que solicitaram a condição de refugiado nos últimos anos não estão sofrendo perseguição em seus países de origem, mas fizeram o pedido porque o longo processo significa que eles podem trabalhar no Japão durante o período de espera com salários maiores em relação a estagiários e estudantes.

Um nepalês de 20 anos de idade que trabalha em uma fábrica de plástico na região Kanto, solicitou o status de refugiado no ano passado. Ele admite ter dado informações falsas e que nunca foi perseguido em seu país.
Inicialmente, ele veio ao Japão para trabalhar como um estagiário na área de agricultura. “Eu queria continuar trabalhando no Japão após o meu período de estadia”, disse ele.
O nepalês começou a trabalhar em uma fábrica de plásticos na primavera de 2014 e ganha cerca de 200 mil ienes por mês, mais que o dobro de 70 mil ienes que ele receberia como estagiário.
Dados do Ministério da Justiça
De acordo com o Ministério da Justiça, em 2013, cerca de 544 nepaleses solicitaram refúgio no Japão, o maior número atrás apenas dos turcos, que totalizou 658.
Nas nações ocidentais, normalmente, o processo de solicitação leva 6 meses, ao contrário do Japão, onde é comum decisões levarem vários anos. Além disso, somente alguns solicitantes receberam o status de refugiados, 6 de um total de 3.260 foram reconhecidos no ano passado.
Fonte: Asahi Shimbun
Imagem: Bank Images



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