terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Projeto da UFJF para integração de docentes refugiados é aprovado em primeiro lugar pela Capes

 O projeto “Acolhimento como soft power: o universo dos refugiados entre a educação, a linguagem e o patrimônio”, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi uma das 24 propostas contempladas no âmbito de edital do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) Emergencial de Solidariedade Acadêmica, lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes) em 2022. A proposta ficou no primeiro lugar geral da seleção, chegando à pontuação máxima de 100 pontos. 

O termo “soft power” é uma categoria de análise que visa compreender como o poder atua de forma a persuadir as pessoas por meio da cultura e de sua preservação. Com o resultado positivo, a iniciativa foi premiada com duas bolsas destinadas a professores refugiados. Outras duas bolsas serão concedidas a pesquisadores brasileiros que queiram fazer pós-doutorado na área correlata entre o patrimônio, a linguística e o universo dos refugiados. 

Para Rodrigo Christofoletti, as relações humanas se fortalecem com a admissão de professores refugiados na UFJF (Foto: Carolina de Paula)

De acordo com o edital, as bolsas de Professor Visitante no Brasil têm duração de 24 meses e valor mensal de R$ 14.000. Já as bolsas de Pós-Doutorado valem por 12 meses, com valor mensal de R$ 4.100. Os professores interessados precisam ser docentes ou pesquisadores estrangeiros refugiados no Brasil, vinculados a uma instituição de ensino ou pesquisa em seu país ou fora dele e ter comprovada produtividade acadêmico-científica.

Os docentes bolsistas poderão lecionar nos programas de pós-graduação de História, Linguística e Educação. Além disso, os docentes precisam ser especializados na área correlata ao projeto – Ciências Humanas, com ênfase em História, Sociologia, Educação ou Linguística. O edital será lançado ainda neste semestre. A expectativa é que as atividades do projeto se iniciem no segundo semestre de 2023. 

Até lá, os interessados podem acompanhar informações nos canais de informação da Universidade, incluindo o site da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) na UFJF. 

Diversidade e pluralidade

Coordenado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp), o projeto é liderado pelos professores Rodrigo Christofoletti, do Programa de Pós-Graduação em História, e Alexandre Cadilhe, dos programas de pós-graduação em Linguística e Educação. Os dois primeiros programas alcançaram a nota 6 na última avaliação quadrienal da pós-graduação realizada pela Capes (2017-2020), cuja classificação tem escala de 1 (nota mínima) a 7 (nota máxima). 

Citando a UFJF como caso de instituição que “prima pela diversidade e pela pluralidade”, Christofoletti avalia que no espaço da Universidade, em que convivem diferentes religiões, etnias, ideologias, nacionalidades e situações econômicas, a ampliação das relações humanas se fortalece com a admissão de professores que tenham a vivência do refúgio em sua bagagem. 

“A condição de refugiado, esse ‘diferencial compulsório’ imposto na vida dessas pessoas, certamente pode ajudar a comunidade acadêmica a compartilhar vivências que apenas as dificuldades da situação de refúgio ensinam. A chegada dos professores possibilitará o incentivo a novas formas de aprender com as dificuldades, buscando um modo de convivência pacífico e estimulante para os alunos, os professores e a gestão acadêmica”, afirma o pesquisador. 

Como aponta o professor Alexandre Cadilhe, esta é uma das primeiras ações desenvolvidas junto com Rodrigo Christofoletti quando ambos assumiram a coordenação da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) na UFJF. A Cátedra é um projeto do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em cooperação com instituições de ensino superior brasileiras. Na avaliação de Cadilhe, o ensino, a pesquisa e a extensão se fortalecem com a viabilização do projeto aprovado pela Capes.

“A iniciativa tem caráter inovador por colocar em foco a própria representação da população refugiada nas pesquisas, não somente como sujeitos de estudo ou como participantes, mas como agentes que desenvolvem a investigação. É muito interessante porque traz o pesquisador em situação de refúgio como agente produtor de conhecimento, de forma interdisciplinar, estabelecendo diálogo com toda a comunidade acadêmica”, destaca Cadilhe.

Engajamento dos refugiados na comunidade

Alexandre Cadilhe: “Projeto coloca refugiado não somente como sujeito de estudo, mas também como agente produtor de conhecimento” (Foto: Carolina de Paula)

As atividades do projeto “Acolhimento como soft power” se darão em três eixos. O primeiro deles é a Articulação, baseada na participação em projetos no campo do patrimônio cultural e da educação com processos de geração de dados simultâneos às ações extensionistas com a comunidade externa à Universidade. 

A segunda frente é a Indução, que prevê o engajamento dos pesquisadores refugiados em um processo de geração de dados comprometido com as demandas do entorno e com a justiça social. São meios para isso a atualização científica e a escuta atenta da comunidade, mobilizando recursos materiais e humanos da UFJF de forma ética e responsável. 

Por fim, o terceiro eixo é a Formação: a participação dos pesquisadores refugiados contribuirá tanto para sua autoformação, quanto para a formação do coletivo, levando em conta as dimensões científica, sociocultural e pedagógica.  

O aprimoramento profissional voltado à formação de novos pesquisadores focados na pluralidade dos olhares também é ressaltado. O objetivo é fomentar uma posição decolonial, ou seja, que observe a dominação dos colonizadores a partir de um ponto de vista periférico (América Latina, Ásia, África) e não mais com a noção europeia.

Também estão no horizonte da coordenação a consolidação de ações para docentes e pesquisadores refugiados no calendário acadêmico da instituição e a entrega de produtos acadêmicos que gerem inserção e ampliação da comunidade refugiada. 

Resultado fortalece internacionalização da UFJF

Na avaliação da pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Mônica Ribeiro de Oliveira, a aprovação do “Acolhimento como soft power” é importante não apenas para os três PPGs envolvidos na proposta, mas também para toda a Universidade, ao fortalecer todo o plano de internacionalização da UFJF. 

“Teremos uma experiência institucional bastante inovadora, uma grande oportunidade para a troca de conhecimentos, principalmente se entendermos a importância das produções acadêmicas mais transversais: história, patrimônio, arqueologia, memória, literatura, educação. São muitas e diversas as áreas beneficiadas”, justifica. 

A internacionalização dos programas de pós-graduação envolvidos no projeto é uma das metas dos coordenadores. O objetivo é promover a produção e disseminação de pesquisas de ponta na área das Ciências Humanas e ampliar as redes internacionais de pesquisa da UFJF. 

“Esses contatos também facilitarão a viabilidade de intercâmbio institucional, com saídas temporárias de docentes e discentes com pesquisas realizadas no exterior, bem como a recepção de outros pesquisadores e professores que possam ser incorporados nas diversas redes de pesquisa já constituídas”, afirma Rodrigo Christofoletti. 

Parceria no exterior

Participam também os demais professores dos programas de pós-graduação envolvidos, além de orientandos dos professores Christofoletti e Cadilhe vinculados ao Laboratório de Patrimônios Culturais (Lapa) e ao Grupo de Pesquisa Linguística Aplicada, Educação e Direitos Humanos (LAEDH). Há ainda o apoio da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) e da seção na UFJF da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM); bem como a parceria com o Centro Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (Citcem) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal (Flup). 

Projeto está alinhado aos ODS da ONU

O projeto, assim como demais ações de pesquisa da UFJF, está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa citada nesta matéria adere aos ODS 4 (Educação de qualidade), 8 (Trabalho decente e crescimento econômico), 10 (Redução das desigualdades), 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) e 17 (Parcerias e meio de implementação). 

Confira a lista completa no site da ONU

ufjf.br/noticias

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Guterres lamenta retrocessos nas conquistas de direitos humanos


Foto Wikipédia 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, lamentou os retrocessos, nos últimos anos, no que se refere ao respeito aos direitos humanos. Ele citou como exemplo o caso da Ucrânia, invadida pelas forças russas há um an

As declarações foram feitas na abertura do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

Guterres lamentou também mais um naufrágio de barco com migrantes no Mediterrâneo, ocorrido nesse domingo (26), no Sul da Itália, e que deixou pelo menos 60 mortos, e chamou a atenção para os direitos humanos dos refugiados.

Ele pediu que sejam criadas rotas legais e seguras para migrantes e refugiados. Afirmou que considera obrigação moral de todos salvaguardar os direitos humanos.

“A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou a violação mais massiva dos direitos humanos que conhecemos até hoje”, afirmou o secretário, acrescentando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem sido “atacada por todos os lados”.

A guerra na Ucrânia "desencadeou morte, destruição e deslocamento generalizados”, disse Guterres.

“Recuamos”, acrescentou, pedindo “nova vida” aos direitos humanos que são a solução para muitos problemas do mundo, como a emergência climática e o uso nocivo das novas tecnologias.

"Os direitos humanos não são um luxo que pode ser ignorado até que encontremos uma solução para os outros problemas do mundo", destacou.

*Com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal.

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Papa vai visitar a Hungria e encontrar-se com refugiados

 


No programa divulgado esta segunda-feira pelo Vaticano, além dos encontros oficiais com a Presidente, Katalin Novák, e o primeiro-ministro, Viktor Orbán, representantes da sociedade civil húngara, o Santo Padre vai encontrar-se também com pobres e refugiados.

A sua agenda prevê ainda encontros com responsáveis da Igreja e agentes de pastoral que, no último ano se têm desdobrado a apoiar os milhares de refugiados que entram na Hungria provenientes da Ucrânia. A título privado, o Papa desloca-se também a um instituto que acolhe crianças cegas.

A visita de Francisco concentra-se apenas em Budapeste. Além da missa que celebra no domingo, numa praça da capital, destaque para dois encontros significativos. O primeiro com jovens, num pavilhão desportivo, e o segundo com o mundo académico e cultural, numa faculdade da Universidade católica de Budapeste.

Numa nota divulgada logo após o anúncio desta viagem, o cardeal Peter Erdo, arcebispo-primaz da Hungria, manifestou a alegria pela visita e afirmou que se prevê a presença em Budapeste de milhares de fiéis, sacerdotes e peregrinos, não só de toda a Hungria, mas provenientes também de países vizinhos.

sapo.pt

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sábado, 25 de fevereiro de 2023

O DINHEIRO E O IMIGRANTE BRASILEIRO

 


Nos últimos anos, o número de imigrantes brasileiros nos Estados Unidos tem crescido rapidamente. O número de brasileiros residentes nos Estados Unidos quase triplicou entre 2000 e 2010, e nessa década a população brasileiro-americana aumentou quase 211%. E em 2018, o número estimado ( digo estimado pois não existe um número completamente correto)de brasileiros vivendo nos EUA aumentou para quase 1,3 milhão de pessoas. À medida que essa população cresce, o papel do dinheiro na vida do brasileiro-americano também ganha destaque.

A segurança financeira tem sido um importante motivador para os imigrantes brasileiros que vêm para os EUA, e também é um tema frequente de conversa entre a comunidade. Muitos imigrantes enfrentaram a pobreza ou a falta de oportunidades econômicas no Brasil e vieram para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Nos Estados Unidos, eles geralmente conseguem empregos com salários mais altos do que os disponíveis no Brasil, o que lhes permite construir riquezas e realizar seus desejos de independência e autossuficiência. Mesmo assim, muitas famílias e indivíduos brasileiros-americanos continuam lutando para sobreviver. E o motivo é bem simples; falta educação financeira nossa comunidade.

Para muitos imigrantes brasileiros, o dinheiro também é uma fonte de identidade cultural. Idéias sobre o papel e a importância do dinheiro geralmente acompanham os imigrantes do Brasil e estão profundamente enraizadas em suas crenças culturais. Isso pode levar a uma sensação de insegurança financeira ou a uma pressão para subir no mundo, mesmo que os imigrantes não tenham meios financeiros para isso. Essas crenças podem criar atritos na comunidade brasileira-americana, principalmente quando os membros da família chegam a conclusões diferentes sobre a melhor forma de usar seu dinheiro.

Além das implicações culturais, o dinheiro é uma parte crucial da vida do brasileiro-americano de outra forma: remessas. Remessas são contribuições financeiras enviadas por brasileiros residentes nos Estados Unidos para familiares e amigos em seu país de origem. O dinheiro é frequentemente usado para cobrir despesas essenciais, incluindo alimentação, abrigo, educação e saúde. As remessas também fornecem uma importante fonte de estabilidade financeira e segurança para as famílias no Brasil e são uma parte vital das conexões de muitos imigrantes com seus países de origem.

Para os imigrantes brasileiros, o dinheiro é tanto uma fonte de oportunidade quanto uma fonte de identidade cultural. É uma fonte de tensão e conexão na comunidade brasileira-americana. O papel do dinheiro em suas vidas é um lembrete sempre presente da importância da estabilidade financeira, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

Por isso se você está aqui nos EUA; aproveite as oportunidades que este país nos oferece, mas abra a sua mente para aprender cada vez mais, principalmente sobre o dinheiro e assim ter chances ainda maiores de prosperar neste país.

Existe muito conteúdo disponível em toda an internet. Existem cursos, existem palestras… mas o mais importante é existir a sua vontade de aprender mais.

gazetanews.com

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Imigrantes com deficiência são mercado de trabalho em RR

 

A ação foi realizada através de uma parceria entre a Fundação Pan-Americana para o Desenvolvimento por meio do Programa Integrando Horizontes (Foto: Divulgação)

Seis imigrantes com deficiência física foram inseridos no mercado de trabalho nesta sexta-feira, 24.

A ação foi realizada através de uma parceria entre a Fundação Pan-Americana para o Desenvolvimento por meio do Programa Integrando Horizontes com Força-Tarefa Logística Humanitária - Operação Acolhida, com o objetivo de ampliar a diversidade por meio da lei 8213/91 que exige que as empresas tenham um número mínimo de colaboradores com deficiência.

"Quando você encontra um lugar que te dá condições de ser útil, você entende que as oportunidades mudam vidas, e hoje vai mudar a minha vida, o sonho de carteira assinada ontem é realidade hoje”, comentou um dos empregados, Luis Alejandro.

folhabv.com.br

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Bolivianos são 43% dos estrangeiros resgatados do trabalho escravo no Brasil

 


 Crises humanitárias, como a que se seguiu ao terremoto de 2010 no Haiti, e econômicas, como as que atingem grande parte dos países sul-americanos de maneira cíclica, fizeram do Brasil o destino de várias ondas de imigração em anos recentes. Sem uma política consistente de acolhimento, porém, nosso país não consegue garantir uma vida digna a todos esses imigrantes e permite que um número considerável deles seja vítima da escravidão contemporânea.

Nos últimos 12 anos, 1.065 imigrantes foram resgatados de “empregos” em condições análogas à escravidão no Brasil, conforme mostra levantamento feito, a pedido do Metrópoles, pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, ligada ao Ministério do Trabalho.

A maioria dos resgatados (415 trabalhadores, ou 43,5% do total) são bolivianos, quase todos vítimas do tráfico de pessoas para fornecer mão de obra barata a confecções de roupas em São Paulo e região.

A situação degradante imposta aos imigrantes bolivianos se tornou conhecida da sociedade brasileira por meio das constantes notícias de batidas de autoridades para resgatá-los nessas confecções. As vítimas costumam ser submetidas a jornadas de trabalho que chegam a 14 ou 16 horas por dia e, no “tempo livre”, são impedidas de deixar o local, pois seus exploradores temem que peçam socorro.

As jornadas exaustivas são um dos critérios usados para caracterizar, segundo a legislação brasileira, o trabalho análogo à escravidão. Os outros são condições degradantes (como falta de água potável, alimentação ou equipamentos de proteção); trabalhos forçados (quando há, por exemplo, a retenção de documentos pessoais) e servidão por dívida (com descontos ilegais no pagamento, em troca de alimentação ou alojamento fornecidos pelo explorador).

Da "Acolhida " a escravidão 

O levantamento sobre os estrangeiros resgatados nos últimos 12 anos revela que, depois dos bolivianos, os imigrantes mais afetados são paraguaios (219, ou 22,98%); haitianos (141, ou 14,8%); peruanos (66, ou 6,9%) e venezuelanos (58, ou 6%).

As vítimas venezuelanas começaram a ser computadas entre 2017 e 2018, quando o governo brasileiro (sob a gestão do emedebista Michel Temer) lançou a Operação Acolhida, para organizar o atendimento humanitário a pessoas que fugiam das dificuldades impostas pela ditadura de Nicolás Maduro.

Além de dar alojamento e auxílio financeiro aos imigrantes, o programa os ajuda a conseguir empregos no Brasil. Mas isso nem sempre ocorre em condições dignas e seguindo as leis brasileiras.

Em junho de 2022, por exemplo, 12 trabalhadores venezuelanos foram resgatados de uma fazenda em Cafelândia (SP). Eles estavam alojados em condições degradantes – não havia sequer cadeiras no refeitório improvisado – e trabalhavam sem pagamento e sem equipamentos de proteção individual.

As vítimas haviam sido encaminhadas ao explorador pelo governo brasileiro, via Operação Acolhida.

Após o resgate, eles puderam ser contemplados pelos benefícios previstos pela legislação para quem é vítima do trabalho análogo à escravidão e puderam receber as indenizações trabalhistas previstas e as parcelas do auxílio-desemprego.

Como denunciar o trabalho escravo 

Para denunciar a situação, vítimas de trabalho análogo à escravidão ou cidadãos que identificarem indícios de que há pessoas sendo exploradas podem procurar a Polícia Civil, a Polícia Militar ou outros órgãos públicos de suas respectivas cidades.

Atuam no combate a essa exploração as Superintendências Regionais do Trabalho, ligadas ao Ministério do Trabalho e presentes em todos os estados, o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Polícia Federal (PF).

Denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, do Ministério do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Raphael Veleda

metropoles.com

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Justiça cria grupo para elaborar política nacional para migrantes

 


O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) criou um grupo de trabalho para elaborar uma política nacional de migrações, refúgio e apatridia, quando as pessoas não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A portaria criando o grupo, que será coordenado pela diretora do Departamento de Migrações, da Secretaria Nacional de Justiça, Tatyana Friedrich, foi publicada hoje (23) no Diário Oficial da União (DOU).

O grupo terá 60 dias para concluir os trabalhos, que será conduzido no debate da regularização migratória, integração local, promoção e proteção de direitos, combate à xenofobia e ao racismo, participação social e relações internacionais e interculturalidade. O diagnóstico final será entregue ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e deverá ser submetido à consulta pública.

Serão realizadas, pelo menos, cinco reuniões públicas, uma em cada região do Brasil, com a participação da comunidade migrante, refugiada e apátrida, com o objetivo de coletar subsídios para a formulação da política nacional na área.

Também serão ouvidos representantes de estados e municípios acolhedores de migrantes e refugiados, preferencialmente por meio de seus comitês ou conselhos de Migração, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o Conselho Nacional de Imigração (CNIG) e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

A participação no grupo de trabalho será considerada prestação de serviço público relevante e não remunerada.

Participarão do grupo de trabalho representantes de diversos ministérios, do Ministério Público Estadual e Federal, da Defensoria Pública Estadual e da União, do Ministério Público do Trabalho, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da Ordem dos Advogados do Brasil, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), da Organização Internacional para Migrações (OIM), do Fórum Nacional de Conselhos e Comitês Estaduais para Refugiados e Migrantes e de organizações da sociedade civil com atuação na temática.

Edição: Fernando Fraga

agenciabrasil.ebc

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Mais de 12 mil migrantes desembarcaram na Itália em 50 dias

 


Um relatório do Ministério do Interior italiano indica que, só na última semana, chegaram às costas desta nação 5.636 migrantes irregulares, 46,5 por cento do total, o que evidencia um agravamento da crise.

A análise especifica que 1.043 pessoas, 8,6 por cento, dos que desembarcaram este ano, vêm da Costa do Marfim, enquanto 967 vêm do Paquistão, 925 da Guiné, 549 da Tunísia, 430 do Egito, 338 da Síria, 336 do Afeganistão, 253 de Bangladesh, 236 da Eritreia e 225 de Camarões, entre outras nações.

Os menores desacompanhados que chegaram até agora a este país europeu totalizam 861 nestes primeiros dois meses do ano, enquanto em todo o ano de 2022 o número atingiu 13.386 e em 2021 foi de 10.053, especifica o relatório.

O chefe do Departamento de Liberdades Cívicas e Imigração do Ministério do Interior, Valerio Valenti, referiu-se à situação crítica que vive atualmente a ilha de Lampedusa, o ponto mais meridional de Itália, que concentra cerca de três mil migrantes.

Durante uma visita àquela localidade, há algumas horas, Valenti anunciou após um encontro com o prefeito daquela ilha, Filippo Mannino, que para tentar aliviar o congestionamento, 1.200 pessoas se mudarão imediatamente para outras partes do país.

Perante a situação de emergência, que se agravou após as recentes mortes de migrantes na ilha, Mannino solicitou ainda um reforço das unidades sanitárias e, em particular, a ativação de um serviço de urgência pediátrica.

As autoridades de migração informaram na passada segunda-feira que, durante a madrugada desse dia, um barco com 46 pessoas a bordo, uma delas morta, foi resgatado nas proximidades de Lampedusa.

A esta morte somou-se a de uma jovem da Costa do Marfim, de 30 anos, que perdeu a vida no passado domingo no centro de acolhimento da Imbriacola, com capacidade para cerca de 300 pessoas, e que veio albergar desde este fim de semana para mais mais de três mil.

Flavio Di Giacomo, porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM), lamentou a morte da mulher marfinense, a “terceira tragédia deste tipo em poucos meses dentro do centro”, onde também morreram duas crianças nas últimas semanas.

lam/ort/hb

Prensa Latina

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O mundo necessita de uma dose forte de justiça social


O impacto da COVID-19, combinado com a turbulência geopolítica, uma crise econômica e desastres naturais, fez o progresso social retroceder.


Quando olhamos para as tendências atuais do mercado de trabalho, a imagem é sombria.

O crescimento global do emprego será de apenas 1,0% em 2023, menos da metade do nível de 2022.

Mais de 200 milhões de trabalhadores e trabalhadoras vivem na pobreza absoluta.

As empresas, especialmente as pequenas e microempresas, foram duramente atingidas.

Então, o que o mundo precisa agora é de uma dose forte e sustentada de justiça social, que é a chave para sociedades justas e pacíficas.

Para tanto, e para promover o trabalho decente, como o acesso a empregos, os direitos no trabalho, a proteção social e o diálogo social, a Organização Internacional do Trabalho pretende lançar em 2023, com seus parceiros, uma Coalizão Global pela Justiça Social.

Queremos criar um impulso global para contribuir para a redução e prevenção das desigualdades e para garantir que a justiça social seja priorizada na elaboração de políticas e atividades nacionais e mundiais, na cooperação para o desenvolvimento e nos acordos financeiros, comerciais e de investimento.

Em resumo, queremos assegurar que ninguém seja deixado para trás.

Portanto, em meio à crise, eu acho que há motivos para ter esperança – se nos unirmos em prol a justiça social.

ilo.org

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

ONU Mulheres e Fenatrad discutem prioridades e parcerias para 2023

 Durante a reunião, a gravidade de relatos de trabalho análogo à escravidão e a importância do fortalecimento do apoio a refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil foram destaques

ONU Mulheres e Fenatrad discutem prioridades e parcerias para 2023/trabalhadoras domesticas noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes moverse empoderamento economico direitos humanos direitosdasmulheres

Com base nos resultados alcançados por parceria em diferentes frentes, Fenatrad e ONU Mulheres pretendem ampliar atuação conjunta em 2023 (Foto: ONU Mulheres Brasil / Talita de Carvalho)

Representantes da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) visitaram o escritório da ONU Mulheres em Brasília (DF), na tarde da última quarta-feira (8). A reunião teve como objetivo discutir as prioridades para a colaboração entre as organizações em 2023.

Há anos, a Fenatrad compartilha com ONU Mulheres informações e dados sobre as múltiplas formas de discriminação e desigualdades interseccionais enfrentadas pelas trabalhadoras domésticas. Os dados são utilizados para advocacy conjunto voltado para proteção dos direitos humanos, empoderamento econômico e reconhecimento do trabalho de cuidado nas políticas e legislação do Brasil.

Luiza Batista, coordenadora geral da Fenatrad, enfatizou que, apesar dos direitos trabalhistas das domésticas terem avançado nos últimos anos, ainda estão muito longe do ideal. “Recebemos inúmeros relatos de trabalho análogo à escravidão, onde são tirados dessas mulheres todos os direitos trabalhistas e, muitas vezes, os direitos humanos.”

Essa temática foi tema da campanha #TrabalhoEscravoDomesticoNuncaMais, implementada em 2021 e 2022, e é exemplo da cooperação entre a Fenatrad e a ONU Mulheres. Também em 2022, a Fenatrad fez parte da delegação da ONU Mulheres Brasil para a XV Conferência Regional da Mulher, em Buenos Aires. A conferência, que teve como tema “A sociedade do cuidado: horizonte para uma recuperação sustentável com igualdade de gênero”, intensificou os diálogos na região acerca do trabalho de cuidado na América Latina, onde o trabalho doméstico possui um papel central.

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya, ressaltou que muitas mulheres refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil estão atuando como trabalhadoras domésticas e estão em situação de vulnerabilidade. “É preciso fortalecer o apoio a essas mulheres, principalmente em Roraima, estado onde muitas se encontram hoje. Muitas delas não sabem dos direitos que têm no país e ficam ainda mais vulneráveis”.

O empoderamento e a capacitação das mulheres refugiadas e migrantes venezuelanas, apoiando-as na organização em torno do trabalho doméstico no Brasil, é outra área da colaboração entre as instituições.

Luiza também enfatizou que, para a Fenatrad, é de extrema importância o apoio da ONU Mulheres. “Para nós, trabalhadoras domésticas, essa parceria em vários projetos anteriores e nos que estão por vir impulsionam a nossa luta, principalmente nesse momento do país.”

ONU Mulheres e Fenatrad discutem prioridades e parcerias para 2023/trabalhadoras domesticas noticias mulheres refugiadas mulheres migrantes moverse empoderamento economico direitos humanos direitosdasmulheres

Comitiva da Fenatrad em visita ao escritório da ONU Mulheres em Brasília (Foto: ONU Mulheres Brasil / Talita de Carvalho)

Na ocasião, a comissão da Fenatrad entregou a pauta, construída no grupo de transição de Desigualdade, Gênero e Mulheres, do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de Luiza Batista, fizeram parte da comissão Creuza Oliveira, presidente de honra da Fenatrad; Chirlene Brito, secretária de Formação Sindical; Cleide Pinto, coordenadora de Atas; Francisco Xavier, coordenador de Finanças; e as diretoras Ana Maria Correia e Milca Martins.

Onunew

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Muro para barrar imigrantes vira discussão acalorada na União Europeia

 Construir um muro para barrar imigrantes não é algo inédito no mundo, vide o exemplo do Estado Unidos , país que luta contra a imigração ilegal vinda do México . Embora tenha se mostrado ineficiente, a mesma medida passou a ser discutida por políticos europeus de extrema direita.

Em meio ao colapso social e econômico de nações fronteiriças e outras origens, políticos como o chanceler da Áustria, Karl Nehammer , e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni , fortalecem o discurso. Não por acaso, ambos são dois dos maiores representantes da extrema-direita na União Europeia.

Engrossando o coro, há ainda o expoente máximo da extrema direita: Viktor Orbán, ditador que controla a Hungria desde 2010 . O próprio já fez uma barreira no seu país e, segundo ele, o único problema do muro húngaro é que "ele não é alto demais".

Karl Nehammer, chanceler austríaco, é um dos maiores defensores do muro
Reprodução
Karl Nehammer, chanceler austríaco, é um dos maiores defensores do muro

Construir um muro para barrar imigrantes não é algo inédito no mundo, vide o exemplo do Estado Unidos , país que luta contra a imigração ilegal vinda do México . Embora tenha se mostrado ineficiente, a mesma medida passou a ser discutida por políticos europeus de extrema direita.

Em meio ao colapso social e econômico de nações fronteiriças e outras origens, políticos como o chanceler da Áustria, Karl Nehammer , e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni , fortalecem o discurso. Não por acaso, ambos são dois dos maiores representantes da extrema-direita na União Europeia.

Engrossando o coro, há ainda o expoente máximo da extrema direita: Viktor Orbán, ditador que controla a Hungria desde 2010 . O próprio já fez uma barreira no seu país e, segundo ele, o único problema do muro húngaro é que "ele não é alto demais".

Por outro lado, políticos moderados pensam em encarar a crise humanitária e a imigração em massa de outras maneiras, todas menos drásticas do que a construção de barreiras físicas.

Isso não impediu que a União Europeia impedisse a alocação de recursos em obras do tipo, afirmou a organização na reunião geral de 11 de fevereiro passado. Nehammer defende que o muro não é um capricho, trata-se de uma necessidade. 

Na outra ponta, Xavier Bettel, primeiro-ministro de Luxemburgo , questionou a medida, segundo a agência Reuters, e indagou: "queremos transformar a Europa em uma fortaleza?".

O jornal alemão Deutsche Welle afirma que os números de pedidos de asilo na Europa passaram de 630 mil para 924 mil, levando-se em consideração os anos de 2021 e 2022.

Mesmo a receptiva Alemanha quer impor maior controle às ondas migratórias, embora não concorde explicitamente com a medida de murar a Europa ocidental. Olaf Scholz , chanceler do país, defende um controle maior. O governo facilitou as regras de deportação de criminosos como uma maneira de evitar o ingresso de imigrantes indesejados. E também analisa outras propostas de contenção.

Por mais que a proposta do financiamento do muro tenha entrado em pauta, o consenso aponta para uma direção menos drástica. Boa parte dos governos do bloco europeu concorda apenas com o aumento de guardas de fronteira e a instalação de sistemas eletrônicos de monitoramento, algo que inclui mais câmeras de vigilância.

De qualquer forma, o recrudescimento da ideia sinaliza uma aproximação dos ideais defendidos por Donald Trump , político antes ridicularizado pelo bloco. Mais parece que a ideia do ex-presidente republicano repercutiu mais do que seria esperado, afinal, a posição mais liberal da União Europeia sempre foi um grande contraste em relação ao agressivo posicionamento dos Estados Unidos trumpista.

O mais irônico é que a última reunião do Conselho da União Europeia foi marcada pela presença do líder ucraniano Volodymyr Zelenskyy . Bastou ele sair para a questão do muro voltar a ser discutida intensamente.

ultimosegundo.ig.com.br

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