sábado, 31 de dezembro de 2022

ONU reconhece Marabá pela excelência no acolhimento aos migrantes

 A Secretaria de Assistência Social e Assuntos Comunitários (Seaspac) realizou, na manhã desta quarta-feira (28), a entrega de cestas básicas de alimentos a famílias de imigrantes em Marabá. Esta é uma das etapas de atendimento, garantindo ao município o certificado da Plataforma MigraCidades 2022, um reconhecimento da OIM (Organização Internacional das Migrações) no Brasil, agência da ONU para as migrações, em parceria com UFGRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por desenvolver práticas inovadoras de atendimento ao migrante.

“Das cidades que estiveram integradas para receber o certificado, elas tinham que cumprir dez etapas de atendimento ao migrante nas diversas políticas públicas e nós cumprimos todas as etapas com a assistência social, cultura, educação e saúde em todas as dimensões. Fizemos o que foi solicitado e, no final, recebemos a certificação e é um desafio trabalhar com os migrantes. Além dos Warao também já atendemos os haitianos e outras populações”, informou Najdalucia Oliveira, Titular da Seaspac.

A certificação, entregue neste mês de dezembro, é o reconhecimento de que o município de Marabá atendeu todas as etapas do processo no atendimento ao migrante, como, por exemplo, o atendimento em assistência social, educação, saúde, entre outros. Para isso, todas as secretarias municipais foram envolvidas no trabalho de acolhimento das famílias migrantes. Atualmente, 13 famílias, totalizando 63 pessoas, do povo indígena Warao, do interior da Venezuela, estão sendo atendidas pelo município com serviços de saúde, educação, entrega de cestas básicas de alimentos, material de higiene e moradia. Uma casa foi alugada na Marabá Pioneira para atender os migrantes.

Adriano Ocepere Warao, pai de 10 filhos, diz que sem a ajuda do governo municipal seria muito difícil a sobrevivência em outro país. “No momento esta ajuda para nós é muito boa e só temos que agradecer a ajuda, pois nosso povo estava sem ajuda e estamos sem trabalho e temos que agradecer os brasileiros que nos ajudam”, disse.

As cestas de alimentos, contendo, inclusive ovos e frango, são entregues semanalmente aos migrantes, bem como material de higiene. Um dos objetivos é também tirar o povo Warao das ruas e da situação de mendicância.

Daniel Warao também agradeceu pela ajuda que recebe da prefeitura de Marabá. “Nosso povo vem procurar ajuda e ficamos apenas em poucas famílias, muitas já foram para outras cidades”, disse.

Na terceira edição, o processo de certificação MigraCidades de 2022 contou com a participação de 67 prefeituras das 5 regiões do país. As etapas incluem diagnóstico das políticas locais, definição e monitoramento de áreas consideradas prioritárias pelo governo para o desenvolvimento de ações. O objetivo é apoiar os governos locais a aprimorar o acolhimento e integração das pessoas migrantes.

“A porta de entrada é pela abordagem social e o Creas. No âmbito da Seaspac, temos o Departamento de Proteção Social a Pessoa em Situação de Imigração ao qual nós fazemos o acolhimento, a triagem e a condição da família que está em situação de refúgio. Eles têm direito ao acolhimento e também a emissão de documentos de protocolo, emitidos pela Polícia Federal, e também CPF, Carteira de Trabalho e cartão SUS”, informou Adriana Silva, Coordenadora de Proteção Social ao Imigrante da Seaspac.

Texto: Victor Haôr

Fotos: Paulo Sérgio

maraba.pa.gov.br

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

EUA instalam tenda para migrantes na fronteira com México

 EUA instalam tenda para migrantes na fronteira com México

Em El Paso, uma cidade fronteiriça dos Estados Unidos da América (EUA), no estado do Texas, começou a ser montada uma tenda para 1000 pessoas, para acolher migrantes ilegais, cujo fluxo se espera que venha a aumentar.

O porta-voz da Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA (CBP), Landon Hutchens, disse à CNN que as as instalações serão utilizadas pelas patrulhas de fronteira dos EUA.

"Nas instalações, que têm capacidade para acolher aproximadamente 1000 migrantes ilegais, os migrantes serão processados de acordo com a lei americana".

Hutchens relatou que a colocação da tenda ainda está em curso e será posta em funcionamento em janeiro.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou que planeia instalar cerca de 10 tendas, tendo em conta a expetativa de um aumento do fluxo de migrantes na fronteira, na sequência de discussões sobre a abolição da Lei 42ª, que acelerou a deportação de migrantes ilegais, também conhecida como "Title 42", que foi implementada durante o tempo do antigo Presidente dos EUA, Donald Trump.


trt.net.tr

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Saiba de onde vem a maior parte da população estrangeira que vive no Rio Grande do Sul

 


Uruguai, Haiti e Venezuela são os três países com maior número de migrantes na população do Estado. As informações estão registradas no estudo “O perfil dos migrantes no Rio Grande do Sul”, produzido pelo Departamento de Economia e Estatística, do mês de dezembro.

Concentrados em sua maior parte na região de Fronteira, os uruguaios estão, em sua maioria, nos municípios de Chuí e Santana do Livramento. Os haitianos e venezuelanos possuem presença mais espalhada pelo território gaúcho. Em números totais, o estudo indica que em fevereiro de 2022 o RS contava com 93 mil registros de migrantes.

– As características observadas nos migrantes que vivem no Rio Grande do Sul permitem inferir que parte importante dessas pessoas se encontra em situação de vulnerabilidade social, em especial aqueles que ingressaram em alguma modalidade associada à condição de refugiados, como é o caso dos venezuelanos e dos haitianos nos últimos anos – analisa o autor do estudo Tomás Pinheiro Fiori.

Características

De acordo com o estudo, considerando todas as nacionalidades de migrantes vivendo no Estado, 59% do total de pessoas são do sexo masculino.

Na questão da faixa etária, entre os uruguaios mais de 50% dos moradores estão acima dos 40 anos. Entre os migrantes venezuelanos, há uma diversidade de faixas etárias, sendo 28% dos registros de pessoas entre 0 e 15 anos, e 79,6% abaixo dos 40 anos de idade.

Dos migrantes com empregos formais, que tinham até o Ensino Médio incompleto representavam 43,4% do total. Com Ensino Superior completo, é de 10,6% dos migrantes.

A menor presença de migrantes empregados com nível superior completo no Estado se reflete também nas médias salariais. Os migrantes recebem, em média, 2,27 salários mínimos, enquanto a população geral, 2,88 salários mínimos.

O Estado está em 4ª na média de rendimentos de migrantes do país. (Informações Departamento de Economia e Estatística do Estado)

diariosm.com.br

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

100 milhões de deslocados, “um recorde que nunca deveria ter sido alcançado”

 Em 2022, 100 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas. A ONU continuou a ajudar os necessitados de várias maneiras e a pressionar por maneiras mais legais e seguras para as pessoas migrarem. 

O número inclui aqueles que fogem de conflitos, violência, violações de direitos humanos e perseguição e foi anunciado pela Agência de Refugiados da ONU, Acnur, em maio.  

O chefe da agência, Filippo Grandi, disse que esse era “um recorde que nunca deveria ter sido alcançado”.
ONU/Eskinder Debebe
 
O chefe da agência, Filippo Grandi, disse que esse era “um recorde que nunca deveria ter sido alcançado”.

Fugindo da violência  

O chefe da agência, Filippo Grandi, disse que esse era “um recorde que nunca deveria ter sido alcançado”. 

Em 2021, eram cerca de 90 milhões. Surtos de violência ou conflitos prolongados, foram os principais fatores de migração em muitas partes do mundo, incluindo Ucrânia, Etiópia, Burkina Faso, Síria e Mianmar. 

Milhares de migrantes desesperados viam a Europa como um destino preferencial, colocando suas vidas nas mãos de traficantes de seres humanos e partindo em jornadas perigosas pelo Mediterrâneo. Muitas vezes, essas viagens terminavam em tragédia. 

Piora das condições dos migrantes no Iêmen 

Já se passaram mais de sete anos desde o início do prolongado conflito no Iêmen, entre uma coalizão pró-governo liderada pela Arábia Saudita e os rebeldes Houthi, juntamente com seus aliados. A disputa causou uma catástrofe humanitária e forçou mais de 4,3 milhões de pessoas a deixar suas casas. 

Em maio, a Organização Internacional para Migrações, OIM, e a ala de Ajuda Humanitária da União Europeia, anunciaram que estavam intensificando os esforços para atender às necessidades de mais de 325 mil deslocados pelo conflito, incluindo migrantes e as comunidades que os acolhem. 

A chefe da missão da OIM no país, Christa Rottensteiner, alerta que a situação também está piorando para os migrantes no Iêmen, especialmente as mulheres, que vivem em condições terríveis no país, com pouco controle sobre suas vidas. 

Apesar da terrível situação, o Iêmen continua sendo um ponto de destino e trânsito para os migrantes que saem dos países do Chifre da África.  Os viajantes enfrentam jornadas perigosas, muitos vão para o norte, a caminho de países do Golfo em busca de trabalho. 

Muitas vezes, eles são forçados a cruzar as linhas de frente locais, correndo o risco de sofrer graves violações dos direitos humanos, como detenção, condições desumanas, exploração e transferências forçadas. 

Na Síria, a guerra vem destruindo vidas há 11 anos: quase cinco milhões de crianças nascidas na Síria nunca conheceram a paz. 
© OCHA/Sevim Turkmani
 
Na Síria, a guerra vem destruindo vidas há 11 anos: quase cinco milhões de crianças nascidas na Síria nunca conheceram a paz. 

Pouca perspectiva de retorno seguro à Síria 

Na Síria, a guerra vem destruindo vidas há 11 anos: quase cinco milhões de crianças nascidas na Síria nunca conheceram a paz. 

Mais de 80 mil sírios chamam o enorme acampamento Zaatari, na Jordânia, de lar: muitos deles podem ter que permanecer fora de seu país num futuro próximo. 

Em julho, o representante do Acnur em Amã, disse que as perspectivas de retorno por enquanto não parecem promissoras. Para Dominik Bartsch, não há um ambiente propício a retornos.  

No geral, a Jordânia abriga cerca de 675 mil refugiados registrados da Síria, e a maioria deles vive em suas cidades e aldeias entre as comunidades locais. Apenas 17% vivem nos dois principais campos de refugiados, Za'atari e Azraq. 

Há mais de cinco anos, centenas de milhares de rohingya fugiram de suas casas em Mianmar, após uma campanha militar de perseguição. Quase um milhão vive no campo de Cox's Bazar, do outro lado da fronteira, no vizinho Bangladesh. 
Unsplash/Ajay Karpur
 
Há mais de cinco anos, centenas de milhares de rohingya fugiram de suas casas em Mianmar, após uma campanha militar de perseguição. Quase um milhão vive no campo de Cox's Bazar, do outro lado da fronteira, no vizinho Bangladesh. 

Rohingya continuam fugindo de Mianmar 

Há mais de cinco anos, centenas de milhares de rohingya fugiram de suas casas em Mianmar, após uma campanha militar de perseguição. Quase um milhão vive no campo de Cox's Bazar, do outro lado da fronteira, no vizinho Bangladesh. 

Em março, a ONU lançou seu mais recente plano de resposta, pedindo mais de US$ 881 milhões para os refugiados e comunidades vizinhas, que também dependem muito de ajuda. 

Este ano, os rohingya continuaram a deixar Mianmar, muitos tentando cruzar o mar de Andaman, uma das travessias marítimas mais mortais do mundo. 

Quando mais de dez migrantes, incluindo crianças, morreram no mar na costa de Mianmar em maio, Indrika Ratwatte, diretora da agência de refugiados da ONU para a Ásia e o Pacífico, disse que a tragédia demonstrava o sentimento de desespero dos rohingyas ainda no país. 

Dez meses depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro e parece provável que continue até 2023, mais de 7,8 milhões de refugiados ucranianos foram registrados em toda a Europa. 
© UNOCHA/Oleksandr Ratushniak
 
Dez meses depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro e parece provável que continue até 2023, mais de 7,8 milhões de refugiados ucranianos foram registrados em toda a Europa. 

Refugiados ucranianos 

Dez meses depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro e parece provável que continue até 2023, mais de 7,8 milhões de refugiados ucranianos foram registrados em toda a Europa. 

Logo após o início do conflito, as agências da ONU se mobilizaram para fornecer apoio. O Acnur coordenou a resposta aos refugiados junto com outras agências e parceiros da ONU, em apoio às autoridades nacionais. 

Na vizinha Polônia, por exemplo, a equipe apoiou as autoridades no registro de refugiados e no fornecimento de acomodação e assistência. 

Filippo Grandi elogiou os países europeus por sua disposição de receber ucranianos, a maioria dos quais buscou abrigo em países vizinhos, mas expressou sua tristeza pelo país e seus cidadãos. 

Destruição 

Ele disse que “famílias foram desmembradas sem sentido”. E que, “tragicamente, a menos que a guerra seja interrompida”, o mesmo acontecerá com muitos mais. 

Em março, Grandi falou sobre a discriminação, racismo e violência que membros de comunidades minoritárias enfrentaram. 

Falando no Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o chefe do Acnur disse que a agência deu testemunho “da terrível realidade, que algumas pessoas negras e pardas que fogem da Ucrânia, e outras guerras e conflitos ao redor do mundo, de não receberam o mesmo tratamento que os refugiados ucranianos”. 

As preocupações de Grandi foram repetidas, em julho, por González Morales, relator especial da ONU sobre os direitos humanos dos migrantes. Ele alegou que havia um padrão duplo na forma como os refugiados são tratados na Polônia e na Bielorrússia, especialmente quando se trata de pessoas de ascendência africana e outras minorias raciais e étnicas. 

Na Etiópia, milhões permanecem deslocados devido ao conflito armado na região de Tigray, que começou em 3 de novembro de 2020 entre forças nacionais etíopes, tropas da Eritreia, forças de Amhara e outras milícias de um lado e forças leais à frente de lib…
Unicef/Victor Wahome
 
Na Etiópia, milhões permanecem deslocados devido ao conflito armado na região de Tigray, que começou em 3 de novembro de 2020 entre forças nacionais etíopes, tropas da Eritreia, forças de Amhara e outras milícias de um lado e forças leais à frente de libertação do povo de Tigray no outro. 

Situação desesperadora nos campos etíopes 

Na Etiópia, milhões permanecem deslocados devido ao conflito armado na região de Tigray, que começou em 3 de novembro de 2020 entre forças nacionais etíopes, tropas da Eritreia, forças de Amhara e outras milícias de um lado e forças leais à frente de libertação do povo de Tigray no outro. 

No final deste ano, uma frágil trégua negociada internacionalmente parecia estar valendo com o retorno da ajuda às regiões do norte inacessíveis por meses, junto com muitos voltando para casa para reconstruir suas vidas destruídas. 

Em janeiro, a agência de refugiados da ONU emitiu um alerta severo de que, devido à deterioração das condições, os refugiados na região estavam lutando para conseguir comida, remédios e água potável suficientes e corriam o risco de morrer, a menos que a situação melhorasse. 

O porta-voz do Acnur, Boris Cheshirkov, disse que a situação desesperadora nesses campos é um exemplo claro do impacto da falta de acesso e suprimentos que afeta milhões de deslocados e outros civis em toda a região. 

Os refugiados também se viram sob ataque direto: em fevereiro, por exemplo, milhares de eritreus foram forçados a fugir de um acampamento na região de Afar, depois que homens armados invadiram, roubaram pertences e mataram moradores. 

Em agosto, as agências da ONU lançaram um apelo urgente por financiamento para ajudar mais de 750 mil pessoas que buscam refúgio na Etiópia. O Programa Mundial de Alimentos alertou que, a menos que recebesse o financiamento, muitos refugiados não teriam nada para comer. 

O número de pessoas que morreram ou desapareceram tentando chegar à Europa de barco dobrou entre 2022 e 2021, para mais de 3 mil. Esta estatística sombria foi divulgada pelo Acnur em abril.
© SOS Méditerranée/Fabian Mondl
 
O número de pessoas que morreram ou desapareceram tentando chegar à Europa de barco dobrou entre 2022 e 2021, para mais de 3 mil. Esta estatística sombria foi divulgada pelo Acnur em abril.

Milhares morrem tentando chegar à Europa de barco 

O número de pessoas que morreram ou desapareceram tentando chegar à Europa de barco dobrou entre 2022 e 2021, para mais de 3 mil. Esta estatística sombria foi divulgada pelo Acnur em abril. 

A porta-voz do Acnur, Shabia Mantoo, disse a jornalistas em uma coletiva de imprensa em Genebra que “a maioria das travessias marítimas ocorreu em barcos infláveis lotados, impróprios para navegar, muitos dos quais viraram ou esvaziaram, levando à perda de vidas”. 

Isso não impediu que muitos se arriscassem consideravelmente ao tentar uma travessia marítima. Em apenas uma tentativa, em março, pelo menos 70 migrantes foram mortos ou ficaram desaparecidos na costa da Líbia, ponto de partida para muitas travessias. 

Em agosto, quando um barco afundou na ilha grega de Karpathos, houve dezenas de mortes relatadas e, em setembro, mais de 70 corpos foram recuperados após um naufrágio na costa da Síria. 

Esperança de um futuro melhor? 

Em meio à tragédia e às dificuldades enfrentadas por tantos, houve pelo menos um raio de luz, noticiado em dezembro. 

O Acnur declarou que os governos de todo o mundo prometeram cerca de US$ 1,13 bilhão, uma quantia recorde, para fornecer uma tábua de salvação para as pessoas deslocadas pela guerra, violência e violações dos direitos humanos. 

Grandi disse que “como resultado do conflito, da emergência climática e de outras crises, as pessoas deslocadas em todo o mundo enfrentam necessidades sem precedentes”. E que “felizmente, os generosos doadores do Acnur continuam a apoiá-los durante esses dias difíceis, criando esperança para um futuro melhor.” 


news.un.org


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Rede Clamor avalia sua missão de ajuda aos refugiados em 2022

 


O ano de 2022 foi muito importante para a Rede Clamor, iniciativa eclesial latino-americana e caribenha de migração, deslocamento, refúgio e tráfico, vinculada ao Centro de Programas e Redes de Ação Pastoral do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam).

Esta rede foi selecionada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) como organizadora do Fórum Mundial da associação para 2023.

O processo de Quito junto com os representantes dos governos latino-americanos que atendem aos migrantes venezuelanos, como a publicação do Mapeamento de Serviços da Igreja Católica latino-americana e caribenha aos migrantes, refugiados e vítimas do tráfico”, listou Monsenhor Gustavo Rodríguez , Arcebispo de Yucatán (México) e presidente da Rede Clamor.

No levantamento citado pelo Monsenhor, foram identificadas 635 obras, cinco zonas de trânsito, 22 países e 345 cidades receptoras.

CELAM
CELAM


Trabalho com foco na sinodalidade

Elvy Monzant, secretária executiva da Clamor, destaca que neste ano os organizadores da rede viveram de forma intensa a oportunidade sinodal de realizar o trabalho em conjunto, assim crescendo o sentido de pertença como Rede no mundo.

“Trabalhamos em coordenação com a Seção de Migrantes e Refugiados do Dicastério a Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e em total comunhão com o Papa Francisco. Nosso norte são os quatro verbos que o Papa nos propôs: acolher, proteger, promover e integrar”, completou.

Como surgiu a rede?

A iniciativa foi formada em 2017 pelo Departamento de Justiça e Solidariedade do Celam, tendo o apoio e acompanhamento da Confederação dos Religiosos da América Latina e Caribe (CLAR) e da Cáritas América Latina.

Na Rede constam as seguintes congregações religiosas: Agostinianos, Irmãs Adoradoras, Irmãs do Bom Pastor, Juanistas, Ordem Mercedária Redentora, Rede Franciscana para Migrantes, Rede Jesuíta com Migrantes, Salesianos, Scalabrinianos e o Serviço Jesuíta para Refugiados, entre outras instituições.

Departamentos de Pastoral da Mobilidade Humana das Conferências Episcopais do continente fazem parte da rede, como as Caritas nacionais confiaram a coordenação do atendimento aos migrantes e refugiados estão: El Salvador, Nicarágua, Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Haiti, Uruguai, Brasil e Antilhas.

No Brasil, a Rede Clamor foi fundada em 2020 e realizou sua primeira assembleia , conforme o A12 noticiou em agosto de 2022.

“Não podemos mais ser uma Igreja de especialistas, que fazem muito bem o seu trabalho, mas a gente vai ter que, em algum momento, encontrar um jeito de mostrar a causa, mostrar o trabalho, apresentar isso para outras pessoas”, disse o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joel Portella Amado durante a assembleia nacional da rede.

a12.com

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