quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Haitianos são repatriados por voos que saíram do México

 

Haitianos são repatriados por voos que saíram do México

MEXICO'S NATIONAL MIGRATION INSTITUTE / AFP

Um grupo de 70 migrantes haitianos foi repatriado voluntariamente nesta quarta-feira (29) por autoridades mexicanas, como parte de um plano coordenado com o governo do Haiti, informou o Instituto Nacional de Migração do México (INM).

Os migrantes - 41 homens, 16 mulheres e 13 menores - partiram da cidade de Villahermosa (estado de Tabasco, sudeste) em direção a Porto Príncipe, capital do Haiti, detalhou o INM.

Ambos os governos concordaram em "iniciar o retorno voluntário assistido de migrantes estabelecidos no México para seu país de origem", acrescenta o texto.

Os estrangeiros permaneceram na Cidade do México, assim como nos estados de Hidalgo, México (centro) e Tabasco, indicou a instituição.

Essas ações fazem parte dos acordos alcançados em uma mesa de diálogo entre representantes do México e do Haiti, instalada em 21 de setembro, “para atender às necessidades das pessoas de origem haitiana localizadas em território nacional”, explicou o INM.

Dezenas de milhares de haitianos foram protagonistas, nos últimos três meses, de um êxodo que cruzou o continente de lugares distantes como Chile e Brasil para realizar o sonho de chegar aos Estados Unidos em busca de asilo.

Diante da recusa de Washington em recebê-los, muitos deles estão optando por refugiar-se no México e buscar oportunidades no país latino-americano, dado o caos que reina em seu país, um dos mais pobres e conflituosos do Hemisfério Ocidental.

noticias.r7

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Brasil em Números 2021 mostra retrato do país e os impactos da pandemia

 

O Brasil em Números 2021 está disponível no formato e-book. Arte: Helena Pontes sobre foto de Aline da Silva Schons e maquete Freepick

O IBGE lança hoje (30) a 29ª edição do Brasil em Números, publicação anual com informações e análises de múltiplos aspectos da realidade brasileira. Colaboram com a obra mais de 30 autores – entre historiadores, geógrafos, demógrafos, economistas e outros acadêmicos. Em quase 500 páginas, são tratados temas como mercado de trabalho, habitação, saúde, meio ambiente, finanças públicas e participação política, entre outros. O Brasil em Números 2021 está disponível em versão online, no formato e-book.

Este ano, o livro é ilustrado com obras do Museu Nacional da República (MuN), situado em Brasília. Projetado por Oscar Niemeyer, o MuN começou a ser construído em 1999, sendo inaugurado em 2006. Em formato de uma semiesfera, o icônico edifício representa uma síntese arquitetônica da alta modernidade que compõe os monumentos da Esplanada. Abriga um acervo de aproximadamente 1.400 obras de arte produzidas no Brasil desde meados do século 20 até os dias atuais. Cada capítulo se inicia com imagens das artes presentes no Museu.

“Esta é a publicação do IBGE com maior abertura para que outros agentes da sociedade possam analisar seus dados de forma qualitativa”, destaca Isabela Torres, coordenadora executiva do projeto, referindo-se aos especialistas convocados para redigir os textos analíticos. “Além disso, a arte ressaltada em cada capítulo é também uma forma de conhecermos o país”, acrescenta.

O impacto da pandemia de Covid-19 foi citado em 13 dos 23 textos, merecendo ênfase nas análises sobre população, saúde, preços e comércio. O capítulo assinado pela professora Ana Maria Nogales Vasconcelos, sobre a pandemia e a dinâmica demográfica, evidencia a importância de se ter dados populacionais fidedignos e detalhados por sexo, idade e local de residência, além de outras características sociais como etnia, raça, cor, renda e escolaridade, a fim de elaborar estimativas e projeções demográficas que nos ajudem a avaliar o impacto do coronavírus num país de dimensões continentais como o nosso.

O capítulo sobre agropecuária na pandemia também merece destaque, não só por abordar os protocolos adotados pelo setor para minimizar a crise, mas também pela assiduidade de seus autores. “É a terceira vez que os professores Elisio Contini e Gilmar Henz, ambos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), colaboram com o Brasil em Números”, explica a coordenadora.

Publicado continuamente desde 1992, o Brasil em Números está disponível em português e inglês, o que amplia ainda mais a abrangência do projeto. Além das informações fornecidas pelo IBGE, os autores também utilizam dados produzidos pelo Banco Central, agências reguladoras, Ministérios Federais e algumas de suas instituições vinculadas.

Agenciadenoticias.IBGE

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Feira Cultural de Refugiados na praça da Estação Santa Cruz


Foto divulgação/ViaMobilidade

O evento organizado pelo Instituto Adus, com apoio da Via Mobilidade, acontece de segunda a sexta-feira nas duas próximas semanas, de 27 de setembro a 8 de outubro

O trabalho com refugiados desenvolvido pelo Instituto Adus envolve diversos aspectos da inclusão de pessoas que precisaram sair de seus países e chegaram a São Paulo. Muitas delas, com diplomas de curso superior, não conseguem colocação no mercado de trabalho em suas áreas e precisam empreender. Os novos negócios, muitas vezes são ligados à cultura e às tradições de seus países, com o comércio de artesanato, roupas e comidas típicas. A Feira Cultural de Refugiados vai reunir pessoas vindas de cinco países que levarão seus produtos para vender.

Segundo o Instituto Adus, o Brasil acolhe hoje cerca de 53 mil refugiados, sendo uma boa parcela em São Paulo. Na chegada a nosso país, tudo é muito diferente de onde viviam e por isso o trabalho do Adus, como de outros serviços a refugiados, é tão importante. Ele começa  pelas aulas de português, passa por cursos de (re)qualificação profissional e chega a aspectos práticos do cotidiano. As famílias têm apoio e orientações para se instalarem na cidade e incluíram seus filhos na educação básica. As diferenças culturais muitas vezes são grandes e exigem um olhar atento.

Quem chega a um novo país em uma cidade como São Paulo, nem sempre consegue se recolocar na mesma profissão que desempenhavam em seus países de origem. A busca por oportunidades de trabalho pode levar a novas opções de carreira, como dar aulas de seu idioma materno, ou trabalhar com artesanato, confecção e gastronomia típica. O evento na praça da Estação Santa Cruz do metrô incentiva o empreendedorismo social. É uma das ações que visa oportunidade dos refugiados se estabeleçam no Brasil. Em médio prazo, a ideia é que eles consigam estruturar suas vidas e seus meios de subsistência de forma digna.

A Feira Cultural de Refugiados começou nesta segunda, dia 27. Ele estará montado na Praça da Estação Santa Cruz de metrô (Linha 5-Lilás), sempre de segunda a sexta, até dia 8 de outubro. A casa dia, quatro refugiados levarão produtos como artesanato e comidas típicas para a feira. Está prevista a participação pessoas vindas de Venezuela, Guiana Inglesa, Síria, Colômbia e Congo. Colaboradores da ViaMobilidade acompanharão o evento, a fim de evitar aglomerações e garantir que todas as medidas de saúde e segurança necessárias sejam respeitadas.

Feira Cultural de Refugiados

Praça da Estação Santa Cruz de metrô (Linha 5-Lilás)

De 27 de setembro a 08 de outubro

Segunda a sexta, das 10h às 16h

moemaeregiao.

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Bispos do Chile: a mentalidade xenófoba não pode prevalecer sobre as convicções da fé

 

Manifestantes fizeram uma fogueira com os poucos pertences dos migrantes venezuelanos em Iquique no Chile  (AFP 

Manifestantes fizeram uma fogueira com os poucos pertences dos migrantes venezuelanos em Iquique no Chile  (AFP 


Foto la Quarta 

Em 27 de setembro, o Comitê Permanente da Conferência Episcopal do Chile emitiu uma declaração expressando seu pesar e rejeição aos atos de violência cometidos contra imigrantes na cidade de Iquique nos últimos dias. "Ver a agressão contra pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças e adolescentes, juntamente com a destruição de seus poucos pertences, enquanto gritavam 'viva' ao Chile, nos enche de vergonha e nos deixa chocados", escrevem os prelados

"Não podemos esquecer que por trás da migração existem situações de pobreza, de violência e de crise das quais as pessoas fogem". Por esta razão, a migração, além de ser um fato doloroso, é também um direito humano, porque as pessoas têm o direito de buscar uma vida melhor e fugir do desespero": os bispos chilenos recordam isto em uma declaração emitida em 27 de setembro, em resposta aos atos de violência cometidos contra os imigrantes na cidade de Iquique no norte do país. "Ver a agressão contra pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças e adolescentes, juntamente com a destruição de seus poucos pertences, enquanto gritavam 'viva' ao Chile, nos enche de vergonha e nos deixa chocados", escrevem os prelados, acrescentando que "este não é o Chile ao qual todos nós aspiramos".

Necessidade de uma ação coordenada por parte das autoridades

Os bispos compreendem que a chegada de numerosos migrantes em certas localidades pode dificultar a convivência destes irmãos e irmãs com a comunidade local, e justamente por esta razão eles assinalam que "é necessária uma ação coordenada das autoridades locais e nacionais para lidar com uma situação que não pode ser deixada à deriva". “Não pode haver indolência ou negligência por parte do Estado", afirmam, "pois isso só agrava o problema", porque as atitudes "xenófobas e violentas" prejudicam a dignidade humana.

As pessoas têm o direito de buscar uma vida melhor

"Todo migrante - recordam, citando a Caritas in veritate de Bento XVI - é uma pessoa humana que, como tal, possui direitos fundamentais inalienáveis que devem ser respeitados por todos e em todas as situações". Assim, eles afirmam que não é possível esquecer as situações de pobreza, violência e crise das quais fogem os migrantes. A migração, escrevem os Bispos, "além de ser um fato doloroso, é também um direito humano, porque as pessoas têm o direito de buscar uma vida melhor e de fugir do desespero".

O Comitê Permanente da Conferência Episcopal do Chile também assinala que muitos chilenos viveram em outra época "quando foram acolhidos e encontraram um espaço para o desenvolvimento em outros países" do continente, e lembra que "se a dignidade da pessoa humana não é salvaguardada e, pelo contrário, consideramos alguns menos valiosos ou descartáveis, não há futuro nem para a fraternidade nem para a sobrevivência da humanidade":

Migração regulamentada não é o mesmo que proibir

Por todas estas razões, pedem às autoridades que "assumam o problema da migração, oferecendo espaços de acolhida em condições dignas, para não sobrecarregar as comunidades locais com situações urbanas indesejadas". Eles exigem a facilitação de processos de regularização de acordo com a lei e a coordenação de ações internacionais em nível regional para enfrentar o problema em conjunto. "Todos concordamos - dizem - que a migração deve ser regulamentada, mas regulamentá-la não é o mesmo que proibie ou torná-la inflexivelmente impossível. A migração não deve ser vista apenas como uma ameaça, mas como uma oportunidade para construir um futuro de paz", é o pedido dos representantes do episcopado chileno.

A mentalidade xenófoba não pode prevalecer sobre as convicções profundas da fé

Por fim, o Comitê Permanente convida os católicos a "não assumir ou promover atitudes hostis aos imigrantes". Uma mentalidade xenófoba e voltada para o interior, por qualquer razão, não pode prevalecer sobre as mais profundas convicções de fé, que nos fazem defender o valor de cada pessoa humana e a lei suprema do amor fraterno", recordando que no domingo (26), o Papa Francisco celebrou o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, chamando a não fechar a porta à esperança dos migrantes, convidando-nos a "caminhar juntos, sem preconceitos, sem medo, colocando-nos ao lado dos mais vulneráveis": migrantes, refugiados, vítimas de tráfico, descartados. ... somos chamados a construir um mundo cada vez mais inclusivo, que não exclua ninguém”.

Vatican News

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Hospedaria de Imigrantes tem 36 mil páginas de registros no site do Arquivo Público

 


Ao chegar em São Paulo, imigrantes de várias nacionalidades passavam pela Hospedaria, no bairro do Brás, onde hoje funciona o Museu da Imigração, antes de irem para as fazendas do interior. Nos livros da hospedaria deixavam registrados seus dados pessoais como nome, idade, profissão e de qual navio desembarcaram em Santos, entre outros.

As páginas desses livros agora podem ser consultadas em formato PDF e baixadas no site do Arquivo Público. São cerca de 36 mil delas, associadas aos mais de 1,5 milhão de registros de nomes.

As imagens estão disponíveis na página de “Solicitação de certidão de desembarque com base nos livros de matrícula da hospedaria de imigrantes, do período de 1882 a 1973” e podem ser baixadas mesmo que o consulente queira apenas fazer uma pesquisa genealógica e não precise de uma certidão para obter dupla cidadania. Acesse: www.arquivoestado.sp.gov.br/web/acervo/solicitacao_certidoes/hospedaria.

Estas imagens são disponibilizadas ao público cerca de dez anos depois da ficha de cada imigrante ser colocada no banco de dados do site do APESP, após esforço conjunto de digitalização, transcrição e indexação de dados com o Museu da Imigração. Esta inserção foi possível agora com a ampliação da capacidade de armazenamento no site por meio do Programa Arquivo Digital.SP que, entre outras ações, pretende aumentar o acervo digitalizado disponível ao público até o final de 2022.

Dessa forma, o consulente ganha algo ainda mais valioso que é o registro manuscrito do momento em que seus familiares foram registrados na hospedaria dos imigrantes. Vale lembrar que o serviço de emissão de certidões continua disponível pelo mesmo link do site.

Com esta ação, o APESP proporciona uma nova experiência ao pesquisador e garante a transparência no acesso às informações de cada imigrante. Além da pesquisa para a obtenção de certidão, o conteúdo das imagens permite também a pesquisa genealógica e facilitará, futuramente, o cruzamento de dados sobre o perfil dos imigrantes.

Conforme explica o diretor do Núcleo de Biblioteca e Hemeroteca, Carlos Menegozzo, que coordena o Grupo de Trabalho com os acervos digitais sob a guarda do APESP pelo programa Arquivo Digital.SP, encontra-se em estudo a inclusão dos dados da Hospedaria em um novo sistema, o que ampliaria as possibilidades de pesquisa. “Estamos estudando a viabilidade de normalizar os dados disponíveis, para

padronização de palavras-chave, e também a remodelagem de todo o banco de dados, o que possibilitaria pesquisas sobre imigração que vão além do objetivo da emissão de certidões”, explica Menegozzo.

O Arquivo Digital.SP é um programa que define parâmetros para a salvaguarda de documentos históricos para o futuro, além da digitalização de novos conjuntos documentais, garantindo a preservação digital dos documentos atuais e dos próximos que ainda serão criados pelo Estado de São Paulo. Diversas ações do programa estão previstas para acontecer até o final de 2022.

Evento na próxima quinta-feira

Ao público interessado em conhecer mais sobre os documentos e a pesquisa sobre imigração no acervo do APESP, convidamos para o bate-papo “Registros da Hospedaria de Imigrantes: genealogia, dupla cidadania e possibilidades de pesquisa”, que acontecerá no dia 30 de setembro, às 10 horas, com transmissão pelo canal: youtube.com/arquivopublicosp.

Veja a programação completa em: www.arquivoestado.sp.gov.br/web/eventos.

.saopaulo.sp.gov.br

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Exposição virtual traz fotografias de adolescentes migrantes

 

Fabiana A, Vieira VSIBRASIL

"Gosto muito das fotos que pude fazer, principalmente a que tirei do meu amigo Alejandro, quando ele pulou e estava no ar. A fotografia é uma coisa linda porque permite conhecer mais as pessoas". É assim que Lisandro Parabacuto, 12 anos, descreve a imagem que capturou do amigo, que brinca em uma escultura de iguana em um parque de Boa Vista (RR). 

A fotografia faz parte da exposição Explorando um novo lar, realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o Instituto Pirilampos. A mostra virtual foi lançada hoje (28) e pode ser acessada na internet.

As fotografias são fruto de oficina, realizada entre abril e julho deste ano, com 90 alunos venezuelanos e brasileiros de escolas públicas ou que vivem em abrigos para refugiados e migrantes em Roraima.

A intenção, segundo o consultor de Comunicação para o Desenvolvimento do Unicef, Marco Prates, é que os adolescentes, que muitas vezes se viram obrigados a deixar a própria casa e o próprio país, conheçam e se reconheçam no novo lar. "A fotografia leva a um reconhecimento do espaço", afirma. 

Prates diz ainda que o público alvo da oficina - os adolescentes - foi escolhido a dedo. Vivem hoje no Brasil mais de 260 mil refugiados e migrantes da Venezuela. Um em cada três é criança ou adolescente. "Às vezes, os adolescentes ficam no meio, como público. Não são nem crianças, nem adultos. O objetivo é então fortalecer o olhar para o que esses adolescentes são capazes, mostrando individualidade, mostrando seu mundo e sua integração", acrescenta. 

Na exposição, é possível conferir o olhar desses fotógrafos e acessar relatos de como foi o processo. Lisandro é um dos fotógrafos. Assim como ele fotografou o amigo, Alejandro também o fotografou na mesma escultura. "Eu não sabia nada de fotografia. Tem muitas coisas, mas você aprende aos poucos. Tirei uma foto do meu amigo Lisandro quando ele pulou da iguana. Ficou espetacular e emocionante", conta Alejandro Figueira, 14 anos. 

Exposição em Roraima

Antes do lançamento nacional, a exposição Explorando um novo lar foi exibida em sete abrigos da Operação Acolhida, que é a resposta humanitária do governo brasileiro e parceiros a refugiados e migrantes da Venezuela, onde vive boa parte dos adolescentes que participaram da oficina. Além disso, foi exposta no Roraima Garden Shopping, em Boa Vista, onde foi vista por cerca de 3 mil pessoas.

Os adolescentes que participaram da oficina fotográfica integram a Rede de Jovens Comunicadores, um grupo ativo de 168 adolescentes que debatem, produzem e disseminam conteúdo em suas comunidades sobre temas diversos como saúde mental, fake news, xenofobia e prevenção à covid-19. Esse trabalho tem o apoio financeiro da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (Asdi).

Agencia Brasil

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Seminário da Cátedra Sérgio Vieira de Mello discute a proteção de refugiados no contexto de pandemia no Brasil

 

Relatório de atividades da Cátedra Sérgio Vieira de Mello do ACNUR, trazendo dados do ingresso de refugiados nas universidades brasileiras, será lançado na mesa de abertura do Seminário. ©ACNUR/Fellipe Abreu

Evento acadêmico organizado pelas universidades UFES, UFSM, UFRGS e UFU será transmitido pelo Youtube do ACNUR, nos dias 28 e 29 de setembro, com a participação de pesquisadores e pessoas refugiadas.

Relatório de atividades da Cátedra Sérgio Vieira de Mello do ACNUR, trazendo dados do ingresso de refugiados nas universidades brasileiras, será lançado na mesa de abertura do Seminário. ©ACNUR/Fellipe Abreu

São Paulo, 23 de setembro de 2021 (ACNUR) – O XII Seminário Nacional da Cátedra Sérgio Vieira de Mello do ACNUR (CSVM) discute, na próxima semana, o tema “Proteção de Refugiados no Contexto da Pandemia”. Organizado pelas universidades UFES, UFSM, UFRGS e UFU, o seminário contará com pesquisadores brasileiros e refugiados nos dias 28 e 29 de setembro, contando com o apoio da Agência da ONU para Refugiados.

O seminário acadêmico será transmitido virtualmente pelo canal do Youtube do ACNUR Brasil e as inscrições para o fornecimento de certificados devem ser feitas via preenchimento de formulário online. A conferência de abertura acontecerá no dia 28, às 18h30, sendo composta pelo Representante do ACNUR no Brasil, José Egas, ao lado do Padre Paolo Parise, cuja atuação na proteção das pessoas refugiadas é reconhecida no Brasil e no exterior. Após a mesa de abertura serão apresentados os dados do Relatório Anual da CSVM, contemplando os avanços acadêmicos (nos campos do ensino e pesquisa) e dos serviços de extensão das 30 universidades membras da Cátedra.

Ainda primeiro dia (28, às 14h00), a Mesa 1 tratará do tema “Revalidação de Diplomas e Inserção nas Universidades”, contando com a organização e mediação da Profa. Dra. Giuliana Redin (UFSM) e participação da convidada Camila Suemi Tardin e dos acadêmicos Prof. Dr. José Blanes Sala (UFABC), Prof. Dr. João Henrique Ribeiro Roriz (UFG), Prof. Dr. Marcio de Oliveira (UFPR) e Profa. Me. Angela Magalhães Vasconcelos (UFF).

Já a Mesa 2 (dia 28, às 16h00) explorará o tema “Acolhimento Linguístico e Mediação Intercultural”. Organizada pelo Prof. Dr. Rodrigo Lages (UFRGS), conta com a participação da convidada Profa. Dra. Gabriela da Silva Bulla (UFRGS) e dos acadêmicos Profa. Dra. Rosane Silveira (UFSC), Profa. Dra. Bruna Pupatto Ruano (CSVM UFPR) e Profa. Dra. Maria Lúcia Assunção Barbosa (UnB).

Na manhã do dia seguinte (29, às 8h00), a Mesa 3 será sobre o tema “Acesso a Direitos”, com organização e mediação da Profa. Dra. Brunela Vincenzi (UFes). Contará com a participação do Dr. João Freitas de Castro Chaves (DPU) e dos acadêmicos Prof. Dr. João Carlos Jarochinski Silva (UFRR), Profa. Me. Angela Vasconcelos (UFF) e Profa. Me. Rafaela Ludolf (UNIFACS).

Às 10h00, a Mesa 4 tratará do tema “Políticas Públicas e Marcadores Sociais”, sob a organização da Profa. Dra. Marrielle Maia Alves Ferreira, com mediação da Profa. Dra. Vivianne Peixoto. Com participação da convidada refugiada advogada Hortense Mbuyi Mwanza, contará com a participação dos acadêmicos Profa. Dra. Maria da Consolação Gomes de Castro (PUC Minas), Prof. Dr. Hermes Moreira Júnior (UFGD) e da Profa. Dra. Brunela Vieira de Vincenzi (UFES).

“Em seu 12º ano, o Seminário Nacional da Cátedra Sérgio Vieira de Mello do ACNUR segue contribuindo para refletir e propor encaminhamentos sobre os temas vivenciados pelas pessoas refugiadas no Brasil, dialogando com as diferentes realidades locais e contemplando a perspectiva dos refugiados nas respostas às demandas existentes. O ACNUR parabeniza as universidades realizadoras e integrantes da CSVM, os pesquisadores e todas as pessoas participantes para ampliar os debates em torno da temática do deslocamento forçado”, afirma o Representante do ACNUR Brasil, Jose Egas.

Sobre a Cátedra Sérgio Vieira de Mello do ACNUR

A relação institucional entre o ACNUR com as Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil iniciou-se em 2003, por meio da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM). Trata-se de um acordo de cooperação em que o ACNUR estabelece um Termo de Referência com as universidades, estabelecendo responsabilidades e critérios para adesão à iniciativa dentro das três linhas de ação: ensino, pesquisa e extensão.

Atualmente, 30 universidades públicas e privadas localizadas em 13 Unidades da Federação integram a CSVM. Além de difundir o ensino universitário sobre temas relacionados ao Direito Internacional dos Refugiados, a Cátedra também visa promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes na temática. O trabalho direto com os refugiados em projetos de extensão também é definido como uma grande prioridade, assim como processo de ingresso e reingresso nas universidades por meio de editais específicos.

Mais informações estão detalhadas na página da CSMV do ACNUR: www.acnur.org.br/catedra-sergio-vieira-de-mello.

 Agenda:

XII Seminário Nacional da Cátedra Sérgio Vieira de Mello do ACNUR (CSVM)

Data e horário: Dias 28 (Mesas às 14h00 e às 16h00; Conferência de Abertura às 18h30) e 29 (Mesas às 8h00 e 10h00)

Link de inscrição (para certificação):  www.even3.com.br/xiiseminariodascsvm

Link de transmissão: https://bit.ly/seminarioCSVM

Contato para a imprensa: Miguel Pachioni l pachioni@unhcr.org l (11) 98875-3256

Mais informações sobre o seminário: csvmufu@gmail.com


Por Miguel Pachioni 

Acnur

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Celebração do 107 º Jornada Mundial do Migrante e Refugiado Igreja Nossa Senhora da Paz

 


Na sua fuga para o Egito o menino Jesus experimenta, juntamente com seus pais , a dramática condição de deslocado e refugiado marcado pela incerteza , com estas palavras   início a  celebração eucarística na Igreja Nossa Senhora em São Paulo .Neste 26 de setembro dia Mundial do Migrante e Refugiado 

A missa foi presidida por Dom Carlos Silva responsável social da Arquidiocese da Região Brasilândia. Infelizmente nos nossos dias, há milhões de famílias que se podem reconhecer nesta triste realidade, pensar nos povos de Haiti, Síria, Afeganistão  ,Venezuela , Centro américa . Diariamente as notícias chegam de todos os canto do mundo  dos refugiados e migrantes que fogem da guerra, perseguição politica , religiosa , de gênero e doutros perigos graves ,em busca de segurança e de uma vida digna para si e suas famílias .


Em cada um deles esta presente Jesus forçado  . A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e refugiado com o  tema << Rumo a um nòs cada vez maior>>, pretende assim indicar claramente um horizonte para o nosso caminho comum neste mundo .

Na realidade estamos todos no mesmo barco e somos chamado a empenhar –nos para que não existam mais muros que nos separam , nem existam mais os outros mas só um nos , do tamanho da humanidade .

Dom Carlos Silva agradece  e disse queremos acolher com alegria  a todas as instituições  presentes, aos migrantes e refugiados e todos os companheiros de caminhada . Hoje a igreja e chamada a sair pelas estradas das periferias existenciais para cuidar de quem esta ferido e procurar quem ainda está extraviado




Padre Marcelo da Caritas Arquidiocesana disse o compromissa é desafiador ,  Padre Lorenzo do Arsenal da Esperança a acolhida e muito importante nestes tempos de dificuldade, Padre Alfredo Gonçalves da Missão Paz quem migra se move e fronteiras são lugares de encontro.

Esta iniciativa foi de varias  instituições católicas que fazem parte do trabalho com migrantes e refugiados  

Após a missa houve confraternização  e uma linda tarde cultural com apresentações de meninas migrantes de Angola e Haiti e música paraguaia e dança  com Julio Cesar Villalta e Patrícia Rivarola





 Miguel Ahumada 

Rose Meire Casagrande

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sábado, 25 de setembro de 2021

Polícia faz desalojamento maciço de migrantes em praça do norte do Chile

 

Migrantes recolhem seus pertences ao serem retirados da praça Brasil, na cidade de Iquique, no Chile, em 24 de setembro de 2021 - AFP


A polícia chilena desalojou nesta sexta-feira (24) centenas de migrantes sem documentos que acampam há um ano em uma praça de Iquique, no norte do país, onde houve alguns confrontos, reflexo de uma crise visível nos espaços públicos da cidade.

A operação na praça Brasil, localizada a poucos quarteirões de balneários com vista para o Pacífico, deixou ao menos um ferido e cinco detidos.

Há um ano, milhares de migrantes sem documentos, a maioria famílias venezuelanas com crianças, vivem nas ruas fazendo pequenos trabalhos, pedindo ajuda, cozinhando com queimadores a gás ou comendo alimentos doados por várias organizações.

A tensão aumentou nesta sexta-feira, quando os carabineiros começaram a retirar as barracas e alguns migrantes reagiram com agressões e garrafadas, enquanto moradores chegaram ao local para apoiar e outros para criticar a ação policial.

"Não aguentamos mais isso. Eu tive que mudar de casa e é impossível alugá-la, nossa praça foi tomada e ali comem, vão ao banheiro, não se pode viver assim", dizia Mariela C, uma chilena moradora deste bairro histórico.

"As autoridades não dão nenhuma solução nem para eles, nem para nós", lamentou.

Esta área de Iquique foi transformada pela chegada dos migrantes que, desde meados de 2020, cruzam a pé por passagens clandestinas a fronteira com a Bolívia, no altiplano, a 300 km da cidade portuária chilena.

Quase uma centena de homens, forças especiais dos carabineiros e agentes da Polícia de Investigações (PDI) participaram da operação na praça.

Várias brigas e escaramuças foram registradas entre os agentes e os migrantes, que se negavam a sair do local.

Até o momento, nenhuma autoridade respondeu aos pedidos da AFP para conhecer o local aonde as pessoas desalojadas serão levadas.

"Se os carabineiros nos tirarem daqui, eu espero que nos digam para onde podemos ir", lamentava Joselyn, uma venezuelana de 30 anos.

"Esta praça não está bem porque é um espaço público, mas temos visto muitas pessoas procurando aluguel e os donos dos imóveis nos dizem não apenas por sermos migrantes", destacou.

Esta operação acontece na véspera de uma marcha convocada nesta cidade contra a imigração ilegal.

Estadão de Minas 

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Imigrantes deportados dos EUA: as cenas de caos e revolta na chegada de haitianos a aeroporto

O principal aeroporto do Haiti foi tomado por revolta e caos durante a chegada de migrantes deportados dos Estados Unidos para o país.

Diversas pessoas correram de volta para o avião em que haviam chegado à capital Porto Príncipe nesta semana, e outras jogaram sapatos na aeronave.

No fim de semana passado, os EUA começaram a deportar imigrantes de uma área de fronteira no Texas, que teve um grande fluxo migratório nas últimas semanas. Cerca de 13 mil pessoas se reuniram sob uma ponte que liga Del Rio, no Texas, a Ciudad Acuña, no México, para tentar a travessia.

Além disso, há milhares de relatos de pessoas presas, a maioria de haitianos, perto da fronteira entre a Colômbia e o Panamá. Parte delas seguiria em direção aos EUA.

Caos no aeroporto e luta com agentes

A confusão teve início no aeroporto Toussaint Louverture quando um homem tentou embarcar novamente na aeronave oriunda dos EUA. A tripulação do avião precisou correr para fechar as portas do jato antes que ele conseguisse entrar, relata a agência de notícias Reuters.

magens de vídeo registradas no aeroporto mostram pessoas lutando para pegar seus pertences pessoais depois que as bagagens foram jogadas de dentro do avião oriundo dos EUA. Há relatos de que alguns migrantes não foram informados de que seriam enviados de volta ao Haiti.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, houve dois incidentes relacionados aos voos que levaram os haitianos de volta.

A emissora de televisão NBC News apurou que os pilotos de um dos voos foram agredidos na chegada ao Haiti e que três oficiais da imigração dos EUA também ficaram feridos.

Pessoas buscam seus pertences em aeroporto haitiano

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Pertences dos deportados foram jogados da aeronave que os trouxe dos EUA

Em um incidente separado no estado americano do Texas, um grupo de haitianos teria lutado contra guardas de fronteira do governo dos EUA e tentado escapar após perceber que seriam deportados. Eles estavam sendo transportados em um ônibus da cidade de Brownsville para Del Rio.

"Quando os migrantes descobriram que seriam enviados de volta ao Haiti, tomaram o ônibus e fugiram", disse Brandon Judd, presidente do Conselho Nacional de Patrulha de Fronteira.

A deportação de migrantes foi criticada pela Partners In Health, ONG que atua no país.

"Durante um período desafiador e perigoso para o Haiti, é inconcebível e cruel mandar homens, mulheres e crianças de volta para o que muitos deles nem mesmo chamam mais de 'casa'."

Muitos haitianos deixaram o país após um terremoto devastador em 2010, e um grande número dos que estavam no campo vivia no Brasil ou em outros países da América do Sul e viajou para o norte depois de não conseguirem encontrar empregos ou situação legal.

Este ano trouxe mais dificuldades para o país empobrecido. O presidente do Haiti foi assassinado em julho, e no mês seguinte o território haitiano sofreu mais um terremoto devastador.

Deportações podem aumentar

Cerca de 4.000 pessoas foram deportadas ou transferidas para outros centros de detenção, de acordo com o governo dos EUA. E as deportações devem aumentar, com até sete voos diários, segundo o jornal Washington Post.

A agência de notícias Associated Press também informou que autoridades de outros países também estão liberando migrantes haitianos para seguirem para os EUA "em uma escala muito, muito grande".

Por outro lado, o governo colombiano disse que cerca de 19.000 migrantes, principalmente do Haiti, estão presos perto da fronteira com o Panamá. Eles costumam cruzar para o Panamá e prosseguir a pé como parte de uma longa viagem ao norte em direção aos EUA.

Segundo um alto funcionário colombiano, muitos migrantes agora estão presos perto da fronteira por causa de um acordo entre os dois países que restringe o número de migrantes que cruzam o Golfo de Urabá para o Panamá a apenas 250 pessoas por dia.

Ele acrescentou que muitos migrantes têm arriscado suas vidas ao tentar cruzar o golfo ilegalmente, à noite, em barcos sem segurança adequada.

Agente da fronteira a cavalo

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Maioria dos imigrantes detidos na fronteira americana nesta semana era haitiana

Aqueles que conseguiram chegar por fim aos EUA e acabaram detidos enquanto cruzavam a fronteira agora aguardam a decisão em um acampamento improvisado sob temperaturas de 37°C. Há muitas reclamações sobre alimentação e saneamento inadequados.

A maioria dos que estão no acampamento são haitianos, mas há também cubanos, peruanos, venezuelanos e nicaraguenses. Não há informações oficiais sobre a presença de brasileiros.

Dados do órgão de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA revelam que o número de brasileiros cruzando ilegalmente a fronteira sul dos EUA bateu recorde ao longo dos últimos dez meses. De outubro de 2020 a agosto deste ano, 46.410 brasileiros foram detidos — seis vezes mais do que um período semelhante anterior.

Só em agosto, 9.098 tentaram a travessia, a maior marca desde o início do ano fiscal de 2021 (que vai de 1º de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021).

A 'terrível' caçada a haitianos com cavalos

Os vídeos e imagens de vários agentes da fronteira dos EUA a cavalo perseguindo e atacando migrantes com um suposto chicote próximo ao Rio Grande, em área limítrofe ao pequeno município de Del Rio, no estado americano do Texas, geraram debate no país.

Agente de fronteira agarra camiseta imigrante no Texas

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Casa Branca chamou registros de "terríveis"; na imagem, agente de fronteira agarra roupa de imigrante no Texas

Nas imagens, os agentes são vistos segurando instrumentos que alguns descreveram como "chicotes", embora as autoridades garantam que são "rédeas" usadas para "garantir o controle do cavalo".

"Havia um fluxo contínuo e (os agentes) diziam: 'Não, você não pode entrar. Volte para o México'. Mas as pessoas diziam 'mas minha família está lá'", disse fotógrafo Paul Ratje, da agência de notícias AFP, ao jornal Washington Post.

Isso ocorreu porque alguns migrantes cruzaram para o México para comprar comida e água para eles e suas famílias, que eram escassos no lado americano, e voltaram para o acampamento improvisado sob uma ponte no município de Del Rio.

A congressista democrata Ilhan Omar descreveu as ações dos agentes de fronteira como "abusos aos direitos humanos" e como "cruéis, desumanos e uma violação das leis nacionais e internacionais".

O secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, garantiu que os fatos seriam investigados, descrevendo a situação dos migrantes como "desafiadora e dolorosa".

No entanto, ele emitiu um aviso: "Se você vier ilegalmente para os Estados Unidos, será devolvido. Sua viagem não será bem-sucedida e você estará colocando sua vida e a de sua família em perigo."

bbc.com

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Docentes da Unicamp entregam em Brasília petição por programa de Refúgio Acadêmico a professoras do Afeganistão

 

foto mostra grupo da unicamp em reunião no ministério da defesa
Encontro realizado com o ministro Walter Braga Netto. Grupo foi acompanhado pela ministra do STM, Maria Elizabeth Teixeira Rocha, e pela juíza Amini Haddad Campos

Representantes da Unicamp estiveram em Brasília nesta segunda-feira (20) para discutir a criação de um programa de refúgio acadêmico apto a receber no país professoras e pesquisadoras afegãs. Eles se reuniram com a presidente da Capes, Claudia Mansani de Toledo, com o ministro Walter Braga Netto (Defesa), a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e com o Chefe de Gabinete do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Achilles Emilio Zaluar Neto. Durante os encontros, foi entregue uma petição, com mais de 30 mil assinaturas, solicitando apoio ao programa de acolhimento. 

Representaram a Universidade o reitor, Antonio José de Almeida Meirelles, a presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (Unicamp/ACNUR), Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, e a chefe de gabinete adjunta, professora Adriana Nunes Ferreira. Eles foram acompanhados pela Ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Teixeira Rocha, e pela juíza Amini Haddad Campos. A parceria tem como proposta oferecer refúgio a mulheres afegãs ligadas aos meios jurídico e científico. 

"A Ministra Maria Elizabeth e a juíza Amini Haddad iniciaram um movimento para trazer ao Brasil juízas do Afeganistão. Juntamos a isso nossos esforços para, em uma ação conjunta, acolher também professoras da Universidade de Cabul, ou de qualquer outra universidade, que estejam fugindo do conflito no Afeganistão", explica Ana Carolina Maciel. 

foto mostra reunião no ministério da mulher, família e direitos humanos
Articulação entre ministérios é importante para formação dos corredores humanitários. Na foto, reunião com a ministra Damares Alves (foto: William Meira/MMFDH)

A proposta é oferecer bolsas de mestrado, doutorado, pós-doutoramento e para pesquisadores visitantes. O acordo de cooperação com a Capes é importante para garantir a implementação da iniciativa humanitária. O apoio dos demais ministérios é necessário para que sejam formados corredores humanitários internacionais. Por meio deles, as mulheres afegãs e suas famílias poderão ser resgatadas de países vizinhos e trazidas em segurança ao Brasil. 

"Foi uma conversa bastante proveitosa", analisou o reitor da Unicamp. "Vislumbramos a possibilidade de lançarmos um edital conjunto Capes-Unicamp para garantir recursos na forma de bolsas de pós-graduação, pós-doutoramento e para pesquisadores visitantes do mundo acadêmico afegão. Em particular, daremos importância às mulheres vinculadas às universidades daquele país". A quantidade de bolsas oferecidas ainda será definida. No entanto, de acordo com o reitor, a expectativa é contemplar cerca de 20 mulheres afegãs e suas famílias.

foto mostra embaixador brasileiro com as professoras ana carolina e adriana
Embaixador Achilles Zaluar Neto (Itamaraty) e profas. Adriana Nunes Ferreira e Ana Carolina Maciel (Unicamp)

Apoio no acolhimento e permanência de refugiados

A Cátedra Sérgio Vieira de Mello é fruto de um acordo entre a Unicamp e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Ela foi efetivada em março de 2019 e desenvolve projetos e ações que garantem o ensino, a pesquisa e a extensão universitária a pessoas em situação de refúgio. Entre as ações já realizadas estão a revalidação e o reconhecimento de diplomas, o ensino da Língua Portuguesa, o acompanhamento da vida acadêmica e o apoio jurídico aos alunos refugiados, além da capacitação de professores e coordenadores para o ensino de estudantes refugiados e a abordagem do tema em disciplinas e seminários. 

“É urgente a mobilização de instituições de ensino superior com o propósito de acolher membros da comunidade acadêmica afegã. Nossa mobilização, no âmbito da Unicamp, visa possibilitar que tais indivíduos escapem do caos que se instaurou em seu país de origem", pontua Ana Carolina. A petição em apoio ao programa de Refúgio Acadêmico está disponível no site change.org e pode ser conferida em https://change.org/CorredoresHumanitariosAfeganistao 


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