segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

UFTM abre seleção para ingresso de refugiados e oferece 27 vagas

 A UFTM divulga o processo de seleção para preenchimento de vagas adicionais em cursos de graduação presenciais da Universidade, destinado a candidatos que comprovem a situação de Refugiado, por meio de atestado emitido pelo Conare - Comitê Nacional para os Refugiados e que já tenham concluído o Ensino Médio ou equivalente. A UFTM oferecerá 27 vagas adicionais para o primeiro semestre letivo de 2022.

A inscrição dos candidatos às vagas será efetuada exclusivamente pela internet, com base nos resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM em uma das edições: 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 ou 2021. Serão aproveitados os resultados do ENEM cujos registros constam na base de dados do MEC. No ato da inscrição, o candidato deverá utilizar a melhor pontuação obtida, devendo proceder à indicação do ano de realização do ENEM no campo próprio do Formulário de Inscrição.

As inscrições podem ser efetuadas por meio de acesso ao link disponível no endereço eletrônico http://www.uftm.edu.br/ingresso2, (Graduação Uberaba ou Graduação Iturama, Outros Ingressos, Processo em Andamento). O candidato deverá preencher o formulário de inscrição de 17 de fevereiro até as 17 horas do dia 14 de março de 2022, além de anexar, em campo próprio no sistema de inscrição, os seguintes documentos, em formato PDF, com boa resolução e sem cortes:

a) O Registro Nacional de Estrangeiros – RNE
b) Atestado de comprovação da situação de refugiado emitido pelo Conare – Comitê Nacional para os Refugiados
c) Documentação comprobatória de conclusão do Ensino Médio ou equivalente, acompanhada de Parecer de Equivalência emitido pela Secretaria de Estado de Educação, caso os estudos tenham sido realizados fora do Brasil.
Quando não for possível a apresentação de documentos comprobatórios de sua escolaridade, será permitida a comprovação por outros meios de prova em direito permitidos, inclusive mediante atestado fornecido pelo Conare, em conformidade com os artigos 43 e 44 da Lei 9.474/97.

A classificação dos candidatos dar-se-á pela ordem decrescente da média aritmética das notas obtidas nas áreas do conhecimento do ENEM. O resultado preliminar da seleção será divulgado no dia 22 de março e o resultado final no dia 25 de março, pelo número de inscrição, no sítio www.uftm.edu.br.

.uftm.edu.br

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Chilenos protestam contra migração ilegal e alta criminalidade: ‘Basta’

 


O domingo, 30, foi marcado por protestos contra a migração ilegal no norte do Chile. Com gritos de “basta” e bandeiras chilenas, manifestantes fizeram uma passeata pelo centro da cidade de Iquique, por onde chega a maioria dos imigrantes que atravessam diariamente a fronteira com a Bolívia. “Recentemente, vimos como a nossa cidade mudou. Sempre estivemos com estrangeiros, com peruanos e bolivianos, mas isto ultrapassou todos os limites e está havendo uma delinquência terrível”, disse a manifestante Patricia Pizarro. O protesto acontece após quatro venezuelanos terem atacado um policial no município. A expectativa é que aconteça uma paralisação das atividades nesta segunda-feira, 31, com participação de caminhoneiros e do setor portuário.

Segundo Raúl Arancibia, procurador de Tarapacá, região à qual Iquique pertence, os homicídios aumentaram 183% em um ano e surgiram grupos criminosos “extremamente violentos”. “As pessoas estão cansadas da criminalidade e da chegada excessiva e descontrolada de migrantes, há assaltos por todo lado, não se pode viver assim”, disse a manifestante Carolina Campos. A crise migratória se agravou em outubro do ano passado, com a chegada de centenas de estrangeiros, o que obrigou o governo a construir albergues para controlar a situação. Ao menos duas pessoas morreram ao tentarem atravessar a fronteira neste ano e ao menos 23 desde que o fluxo migratório começou, em fevereiro de 2021. Atualmente, há 1,4 milhão de migrantes no Chile, o que representa mais de 7% da população. Os venezuelanos são os mais numerosos, seguidos pelos peruanos, haitianos e colombianos.

Jovempam.br

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sábado, 29 de janeiro de 2022

Operação Acolhida encerra 2021 com 66.257 venezuelanos interiorizados

 

Fotos: OIM

Um dos eixos da Operação Acolhida, a estratégia de interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos encerrou o ano de 2021 com 66.257 pessoas beneficiadas. Ao todo, 788 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal já foram o destino de venezuelanos em busca de melhores condições sociais e econômicas.

Dos 66.257, mais de 61 mil (92%) foram interiorizados a partir de janeiro de 2019, na atual gestão do Governo Federal. A interiorização tem como objetivo oferecer maiores oportunidades de inserção social e econômica aos venezuelanos e reduzir a pressão sobre os serviços públicos do estado de Roraima.

Do total de interiorizados, 88% viajam em grupos familiares e 12%, sozinhos. O perfil inclui 63% de maiores de 18 anos e 37% de crianças e adolescentes, conforme informações do Subcomitê Federal para Acolhimento e Interiorização, coordenado pelo Ministério da Cidadania.

“A Operação Acolhida sintetiza de forma transparente a atenção e a solidariedade do Governo Federal com os povos sul-americanos e o nosso apreço à democracia e às liberdades individuais”, afirmou o ministro da Cidadania, João Roma.

A estratégia de interiorização teve início em abril de 2018 e apenas os refugiados e migrantes regularizados no país, imunizados, avaliados clinicamente e com termo de voluntariedade assinado participam das ações. Em função da pandemia de Covid-19, foram incluídas como critério também a testagem e vacinação contra o novo coronavírus.

Na contabilidade por estados, o Paraná lidera o ranking de acolhimento de venezuelanos, com 11.218 interiorizações, seguido por Santa Catarina (10.540), Rio Grande do Sul (9.506), São Paulo (9.370) e Amazonas (5.268). Na divisão por municípios, Manaus (AM) é o que mais recebeu venezuelanos. São 5.223 registros na capital amazonense. Na sequência aparecem Curitiba (4.437), São Paulo (3.774), Dourados (MS), com 2.993, e Porto Alegre (2.251).

A Operação Acolhida e a interiorização são coordenadas pelo Governo Federal brasileiro com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e outras 46 organizações da sociedade civil. O Ministério da Cidadania lidera o subcomitê Federal para Acolhimento e Interiorização e é responsável pela articulação com estados e municípios para garantir que os imigrantes e refugiados sejam inseridos nos serviços socioassistenciais nos municípios de destino.

Segundo estimativas da ONU, mais de cinco milhões de pessoas foram forçadas a sair da Venezuela para procurar melhores condições de vida nos últimos anos. O Brasil é o quinto destino mais procurado. Desde o início dos deslocamentos, estima-se que mais de 260 mil refugiados e migrantes venezuelanos entraram e ficaram no país.

Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania

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Argentina dispensa teste para brasileiros vacinados a partir deste sábado


REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

 A partir deste sábado (29), fica liberada a entrada de turistas brasileiros à Argentina sem necessidade de teste RT-PCR ou rápido de antígeno, desde que o viajante apresente comprovante de vacinação contra a Covid-19.

Além do Brasil, a nova medida vale para pessoas que venham de qualquer país vizinho, como Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai há no mínimo 14 dias.

O viajante deverá apresentar às autoridades argentinas um comprovante de vacinação comprovando o esquema vacinal completo (duas doses ou dose única) há ao menos duas semanas.

Apesar de não ser necessária a apresentação do teste negativo para o coronavírus ou o cumprimento de quarentena, o viajante que visita a Argentina deve ter seguro de saúde que cubra serviços de internação, isolamento e transporte médico em casos de Covid-19.

Menores de idade

Menores de idade que não tenham a vacinação completa não precisarão cumprir a quarentena, mas as autoridades locais recomendam que a pessoa evite atividades em grupos nos primeiros sete dias após a chegada ao país.

No entanto, as pessoas desta faixa etária devem realizar, até 72 horas antes da viagem, o teste para comprovar que não estão infectadas. Os custos para a realização do exame ficam por conta do viajante.

Os menores de seis anos estão isentos tanto de apresentar o teste negativo quanto de cumprir a quarentena.

Não vacinados

Os não vacinados contra a Covid-19 deverão cumprir todos os requisitos exigidos anteriormente, como o teste negativo, quarentena e seguro de saúde, além de apresentar um certificado médico que demonstre a isenção da necessidade de se vacinar contra a Covid-19.

O documento deve ter o aval da autoridade sanitária do país de origem do viajante, e certificação consular da Argentina pelo órgão competente.

Com informações de Leonardo Lopes, da CNN*

Anna Gabriela Costada CNN*

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Iniciativa vai promover capacitação técnica e empregabilidade para refugiados no Brasil

 

A International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, liderou uma iniciativa de capacitação técnica para ampliar oportunidades de emprego para pessoas refugiadas e migrantes localizadas em abrigos de Boa Vista (RR).

O "Fronteira Digital" contou com a parceria da Microsoft Brasil, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e da Associação Voluntários para o Serviço Internacional Brasil (AVSI Brasil). O projeto fez parte de uma iniciativa da IFC financiada pelo governo japonês para envolver empresas do setor privado no desenvolvimento de soluções para a população refugiada no Brasil, fortalecendo o papel das empresas na promoção de valores como diversidade, inclusão e igualdade de oportunidades.

O piloto teve duração de quatro meses e ofereceu uma formação customizada para 30 pessoas por meio de cursos de Microsoft 365 e Power Platform disponíveis na plataforma de e-learning da Microsoft e de sessões de mentoria e acompanhamento. Assim, promoveu a qualificação técnica para aumentar as oportunidades de trabalho das pessoas refugiadas.

O projeto também envolveu a montagem de laboratório de informática necessário para a realização dos cursos e a sensibilização de empresas participantes do Fórum Empresas com Refugiados para potencial contratação dos profissionais. A meta do projeto foi empregar ao menos 60% dos participantes. Empresas que ainda não participam do Fórum também podem se voluntariar ao programa.

"O incentivo à capacitação e empregabilidade de pessoas refugiadas e migrantes em situação de vulnerabilidade é um componente importante para estimular o crescimento econômico inclusivo no Brasil. O projeto também demonstra que a diversidade e inclusão são importantes impulsionadores de negócios sustentáveis," comenta Carlos Leiria Pinto, Gerente Geral da IFC no Brasil.

"A missão da Microsoft é empoderar cada pessoa e cada organização do planeta a conquistar mais e, por meio de projetos como o Fronteira Digital, conseguimos não apenas ajudar a ampliar a capacitação técnica de pessoas refugiadas e migrantes como também aumentar as suas chances de empregabilidade, oferecendo igualdade de oportunidades", destaca Franklin Luzes, vice-Presidente de Inovação, Transformação e Novos Negócios da Microsoft Brasil.

A primeira etapa da iniciativa consistiu na contratação de pessoal e na equipagem de um laboratório da AVSI localizado próximo aos abrigos gerenciados pela organização e pelo ACNUR na capital de Roraima, no marco da Operação Acolhida – resposta governamental ao fluxo de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela para o Brasil. Além da estruturação das salas com equipamentos e softwares atualizados, o projeto contou com um instrutor para tirar as dúvidas e dar suporte aos profissionais participantes.

A segunda etapa consistiu nos treinamentos e mentorias fornecidos pela equipe da Microsoft Brasil. Os participantes foram divididos em três turmas para melhor aproveitamento e cumprimento das recomendações sanitárias das autoridades de saúde do Brasil. Na primeira semana de curso, o processo de aprendizagem foi online e individual.

Na semana seguinte, os participantes interagiram com monitores para a discussão do conteúdo, esclarecimento de dúvidas e realização das provas de certificação. A primeira turma iniciou dos treinamentos em 28 de outubro de 2021.

A terceira e última etapa visou otimizar o processo de inserção dos participantes no mercado de trabalho. O projeto identificou as vagas disponíveis entre as empresas voluntárias e os candidatos foram deslocados para as cidades em que se encontram as oportunidades de trabalho. A intenção é direcionar os candidatos para vagas em empresas de tecnologia e/ou postos de trabalho que necessitem de mão de obra com conhecimento básico de softwares. As entrevistas e processos de contratação de cada turma ocorreram logo após as duas semanas de treinamento disponibilizadas pelo projeto.

"A inserção no mercado laboral e a inclusão digital de pessoas refugiadas são movimentos fundamentais para que, dentro da Agenda 2030 da ONU, ninguém seja deixado para trás. As pessoas refugiadas detêm muitos conhecimentos e oportunizar que elas possam se desenvolver com as ferramentas adequadas assegura a autossuficiência tão almejada desta população", afirma Jose Egas, Representante do ACNUR no Brasil.

tiinside.com.br

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MPT participa de operações conjuntas que resgataram 1.671 pessoas da escravidão em 2021

 

O Ministério Público do Trabalho esteve presente em operações que resultaram no resgate de 1.671 trabalhadoras e trabalhadores da escravidão contemporânea em 2021. Essas operações foram realizadas em conjunto com outros órgãos públicos, integrantes do grupo móvel nacional, como Auditoria Fiscal do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. O número de total de resgates em 2021 pode ser ainda maior, ao se considerar os dados estatísticos a serem divulgados pelos demais órgãos públicos.

Além disso, no ano passado, o MPT recebeu 1.415 denúncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores, número 70% maior que em 2020. Nos últimos cinco anos, a instituição recebeu 5.538 denúncias relacionadas a trabalho escravo e, nesse mesmo período, foram firmados 1.164 termos de ajuste de conduta (TACs), ajuizadas 459 ações civis públicas e instaurados 2.810 inquéritos civis sobre o tema.

Em apenas uma das operações, realizada em outubro de 2021, 116 pessoas foram resgatadas pelo grupo móvel nacional. Elas trabalhavam na colheita de palha para cigarros da empresa Souza Paiol. O resgate aconteceu em uma fazenda em Água Fria de Goiás (GO), a 140 quilômetros de Brasília. Houve fiscalizações em diferentes setores da economia, como a extração da carnaúba, plantações de café e cana de açúcar, garimpos, carvoarias e pedreiras, construção civil e oficinas de costura.

Trabalho escravo doméstico 

Uma das modalidades de trabalho escravo mais identificadas em áreas urbanas foi o trabalho escravo doméstico, que afeta principalmente mulheres negras. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2019, mais de 6 milhões de brasileiros e brasileiras dedicam-se a serviços domésticos. Desse total, 92% são mulheres – em sua maioria negras, de baixa escolaridade e oriundas de famílias de baixa renda.

O aumento de denúncias de trabalhadoras domésticas nos últimos anos e, consequentemente, de resgates, deve-se a um conjunto de fatores, dentre eles o empoderamento da categoria das empregadas domésticas ao longo da última década. A coordenadora nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete) do MPT, Lys Sobral Cardoso ressalta que um dos grandes desafios deste ano e dos próximos é enfrentar a escravidão de mulheres.

O vice-coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), Italvar Medina, acrescenta que outro fator que contribuiu para o aumento de denúncias de trabalho escravo doméstico foi a grande repercussão social de resgates ocorridos nos últimos dois anos, como o que ocorreu em um bairro nobre de São Paulo em junho de 2020 e o que resultou na libertação de Madalena Gordiano, em novembro de 2020, no município de Patos de Minas (MG). “Essas denúncias são essenciais para a fiscalização já que, como regra, é necessária uma autorização judicial para se fiscalizar os domicílios”, explicou o procurador.

Além disso, o vice-coordenador da Conaete aponta que, por conta da pandemia, houve um aumento de casos de violência doméstica, de situações de abuso nas relações de trabalho doméstico, inclusive de restrição de liberdade de empregadas, sob o pretexto de evitar que levassem vírus para a casa de seus patrões, e esses abusos também contribuíram para o aumento de denúncias.

Projetos de capacitação da rede de atendimento a vítimas

Como parte das ações previstas para o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o MPT firmou, nesta semana, protocolo de intenções com municípios para promover cursos para a rede de assistência às vítimas de trabalho escravo. A iniciativa faz parte do Projeto Estratégico Capacitação da Rede de Atendimento às Vítimas de Escravidão Contemporânea (PRECAV).

O projeto é voltado a profissionais da rede municipal de assistência social e também das demais políticas setoriais que atendem vítimas de trabalho escravo e de tráfico de pessoas, tais como técnicos e servidores da saúde, educação, direitos humanos e segurança pública.

O objetivo do projeto é conscientizar esses profissionais para promover o fortalecimento e maior integração da rede de atendimento às vítimas. Com carga-horária de 10 horas, as capacitações ocorrerão em março, na modalidade virtual.

Até o momento, aderiram ao projeto os municípios de: Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Vacaria, Venâncio Aires, localizados no Rio Grande do Sul, e de Niterói, no Rio de Janeiro. Além disso, o MPT está em vias de formalizar parceria com mais cinco municípios do Rio de Janeiro: Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Paracambi, Rio de Janeiro e São Francisco de Itabapoana.

Data – O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi criado em homenagem aos auditores-fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, além do motorista do Ministério do Trabalho Aílton Pereira de Oliveira, que foram assassinados em Unaí, no dia 28 de janeiro de 2004, quando investigavam denúncias de trabalho escravo em uma das fazendas de Norberto Mânica. O episódio ficou conhecido como a chacina de Unaí.

mpt.mp.br

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

VOO COM CERCA DE 200 BRASILEIROS DEPORTADOS DOS EUA CHEGA A MG

 

Só em 2022, cerca de 500 brasileiros foram deportados em voos para Belo Horizonte. Foto: ICE.

Um voo com cerca de 200 brasileiros deportados dos Estados Unidos, saiu do Arizona e chegou às 13h27 desta quarta-feira, 26, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana. As informações são da BH Airport, concessionária que administra o terminal apuradas pelo G1.

É o maior número de deportados em um único voo com destino a Confins desde 2019, quando os voos de deportação foram retomados pelo governo americano após autorização do governo brasileiro. Só em 2022, cerca de 500 brasileiros foram deportados em voos para Belo Horizonte.

De acordo com a coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), cerca de 100 deportados deste último voo são crianças e adolescentes.

Uma equipe da Polícia Federal, além de 6 comissários da unidade da Infância e Juventude de Pedro Leopoldo e 12 de Belo Horizonte, vão receber os passageiros para verificar se as crianças pertencem a falsas famílias. Todas vão passar por uma triagem para comprovar paternidade e maternidade.

Se as crianças e os adolescentes não pertenceram às famílias que chegarem, os comissários vão procurar as famílias de origem, já que o caso se tornaria tráfico de menores.

Este é o 51º voo com deportados que chega ao país. Ao todo, 3.831 brasileiros foram expulsos por tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos.

A chegada do primeiro voo, em 2019, marcou a retomada de uma medida que não era aceita pelo Brasil desde 2006, quando o Itamaraty alterou a política de trato de brasileiros no exterior.

Veja abaixo as datas e a quantidade de deportados nos voos que chegaram ao Aeroporto Internacional de belo Horizonte, em Confins, contabilizados pelo G1: 

26 de outubro de 2019 - voo com 50 pessoas
24 de janeiro de 2020 - voo com 60 pessoas
7 de fevereiro de 2020 - voo com 100 pessoas
14 de fevereiro de 2020 - voo com 86 pessoas
19 de fevereiro de 2020 - voo com 17 pessoas
02 de março de 2020 – voo com 113 pessoas
06 de março de 2020 – voo com 55 pessoas
09 de março de 2020 – voo com 42 pessoas
16 de março de 2020 – voo com 64 pessoas
20 de março de 2020 – voo com 47 pessoas
23 de março de 2020 – voo com 38 pessoas
27 de março de 2020 – voo com 43 pessoas
3 de abril de 2020 – voo com 37 pessoas
24 de abril de 2020 – voo com 85 pessoas
15 de maio de 2020 – voo com 80 pessoas
29 de maio de 2020 – voo com 22 pessoas
19 de junho de 2020 – voo com 39 pessoas
17 de julho de 2020 – voo com 33 pessoas
21 de agosto de 2020 – voo com 52 pessoas
25 de setembro de 2020 – voo com 52 pessoas
30 de outubro de 2020 – voo com 51 pessoas
04 de dezembro de 2020 – voo com 29 pessoas
21 de maio de 2021 – voo com 30 pessoas
4 de junho de 2021 – voo com 83 pessoas
18 de junho de 2021 – voo com 99 pessoas
2 de julho de 2021 – voo com 94 pessoas
9 de julho de 2021 – voo com 110 pessoas
23 de julho de 2021 – voo com 125 pessoas
30 de julho de 2021 – voo com 125 pessoas
6 de agosto de 2021 – voo com 73 pessoas
13 de agosto de 2021 - voo com 130 pessoas
20 de agosto de 2021 - voo com 127 pessoas
27 de agosto de 2021 - voo com 100 pessoas
3 de setembro de 2021 – voo com 97 pessoas
10 de setembro de 2021 – voo com 130 pessoas
17 de setembro de 2021 – voo com 91 pessoas
8 de outubro de 2021 – Primeiro voo com 103 pessoas.
8 de outubro de 2021 - Segundo voo com 86 pessoas.
15 de outubro de 2021 – voo com 98 pessoas.
22 de outubro de 2021 – voo com 45 pessoas.
5 de novembro de 2021 – voo com 67 pessoas.
12 de novembro de 2021 – voo com 37 pessoas.
19 de novembro de 2021 – voo com 32 pessoas.
3 de dezembro de 2021 – voo com 50 pessoas.
17 de dezembro de 2021 – voo com 99 pessoas.
31 de dezembro de 2021 – voo com 119 pessoas.
7 de janeiro de 2022 – voo com 94 pessoas.
14 de janeiro de 2022 – voo com 98 pessoas.
21 de janeiro de 2022 – 1º voo com 66 pessoas.
21 de janeiro de 2022 – 2º voo com 28 pessoas.
26 de janeiro de 2022 – previsão de voo com 200 pessoas.

gazetanews.com

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Fluxo de venezuelanos na fronteira dos EUA cresceu 2.170%

 

Venezuelanos comemoram o anúncio do Status de Proteção Temporária (TPS) pelo presidente Joe Biden em Miami, Flórida, 9 de março de 2021 (AFP/Eva Marie UZCATEGUI) (Eva Marie UZCATEGUI)

O fluxo de venezuelanos na fronteira entre México e Estados Unidos cresceu 2.170% em 2021, em consequência da crise humanitária na Venezuela, indicou nesta quarta-feira em Washington o delegado do líder opositor venezuelano Juan Guaidó.

Com base nas estatísticas do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS), Carlos Vecchio afirmou que, em 2021, o índice de refugiados venezuelanos que chegam aos Estados Unidos aumentou 2.170%, “um número alarmante e sem precedentes”.

Vecchio representa Guaidó junto ao governo dos Estados Unidos, que não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro em 2018, por considerá-la fraudulenta. “Em 2020, o fluxo de venezuelanos na fronteira México-EUA não ultrapassava 5.000 venezuelanos. Em 2021, ultrapassou 108.000. É um sinal da crise migratória profunda", disse o delegado, assinalando que "isso não irá parar se não resolvermos o problema subjacente: o fim da ditadura e o retorno da democracia à Venezuela".

A fronteira entre os Estados Unidos e o México ficou parcialmente fechada durante boa parte de 2020, devido à pandemia, o que fez o número de imigrantes de qualquer origem cair consideravelmente.

O governo mexicano impôs recentemente uma exigência de visto aos venezuelanos, com o objetivo de tentar conter a migração para os Estados Unidos. Para Vecchio, essa medida "não resolverá a crise, e sim irá aprofundá-la".

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Há cinco meses, haitiana vive sem energia elétrica em Manaus

 

Desde agosto de 2021, a Amazonas Energia S/A interrompeu o fornecimento de luz elétrica na casa da haitiana - Arquivo pessoal

“Eles não querem me deixar viver, estou sufocando aqui.” A recorrente fala de Gloriane Aimable Antoine, imigrante haitiana, parece não ter fim. Morando em Manaus, capital do Amazonas, no calor de 40 graus, segundo ano da pandemia da covid-19, a mãe de três filhos já soma cinco meses sem energia elétrica em sua casa. Com nome ‘sujo’ e sem fonte de renda, Gloriane tenta brigar, sem sucesso, contra a companhia fornecedora de luz. 

Desde agosto de 2021, a Amazonas Energia S/A interrompeu o fornecimento de luz elétrica na casa da haitiana. A empresa também bloqueou o CPF de Gloriane, tornando seu documento irregular para compras ou empréstimos. Ela recebeu boletos com cobranças de inadimplência, mas alega serem falsas, com valores entre 500 e 800 reais. 

A haitiana tentou meios públicos para reclamação, como o Procon-AM. O órgão retirou os pagamentos falsos, mas manteve bloqueado o seu CPF. Em seguida, Gloriane recebeu uma multa de 600 reais sob acusação de alterar a contagem do equipamento de eletricidade de sua casa. Além de ser acusada de furto, ela teve a energia elétrica do imóvel que aluga para usar como restaurante no Novo Aleixo – sua única fonte de renda até então – desligada. “(Estou) desesperada, sem oportunidade de emprestar (dinheiro), sem oportunidade de comprar, sem energia total na minha casa para meus filhos estudarem, dormindo no carapanã e no calor”, conta ela.


Lanchonete da Gloriane (Foto: arquivo pessoal)

O acesso à energia elétrica é um direito fundamental social no Brasil, tais como dignidade da pessoa humana, tipificado pela Constituição Federal de 1988. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou a Lei estadual 5.145/2020, do Amazonas, que proíbe o corte de energia elétrica durante a pandemia da covid-19.

Para o relator Marco Aurélio de Mello, então ministro da Corte, uma vez atendida a razoabilidade, e considerando-se a crise sanitária, é constitucional a legislação estadual que proíbe o corte do fornecimento residencial dos serviços de energia elétrica, no caso de inadimplência, e determina o parcelamento do débito.  

A Amazônia Real solicitou, por diversas vezes, uma explicação da empresa Amazonas Energia S/A sobre a situação de Gloriane, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.   

“Eu era estrangeira para eles”

Gloriane Antoine, de 38 anos, mudou-se para Manaus em janeiro de 2010, logo depois de seu país ser acometido por um terremoto. “Estava escolhendo um lugar para me esconder”, lembra. Foi até a embaixada do Brasil no Haiti, onde conseguiu visto permanente para a nova morada. Deixando a família para trás, ela trabalhou como doméstica, tendo experiências que classifica como ‘exploração’. “Não sabiam me tratar como semelhante porque eu sou negra”, desabafa. 

Havia cerca de 500 imigrantes haitianos morando na capital do Amazonas em abril de 2020, segundo a Pastoral dos Migrantes da Arquidiocese de Manaus. Foi na pastoral e também na Paróquia São Geraldo que Gloriane conseguiu auxílio para trazer a família para o Brasil. Segundo ela, mais um desafio se iniciou: a adaptação dos três filhos à casa nova. 

“Deixei eles um tempo, então vieram me encontrar numa terra estrangeira, e assim me tornei estrangeira também para eles, mesmo sabendo que eu era mãe. Não eram as crianças que eu deixei em casa. E assim tive que trabalhar o psicológico deles e o também o meu”, explica. Hoje, os três filhos de Gloriane, que prefere não revelar os nomes por conta da exposição, têm 12, 13 e 15 anos.

O racismo e a xenofobia não perderam tempo, e os filhos de Gloriane tiveram de enfrentar o preconceito. “Algumas situações deixavam eles irritados. Quando andávamos na rua, as pessoas pediam para tirar foto ou para tocar no cabelo deles”, conta. Para uma criança de 4 anos, avalia a mãe, era difícil entender. O ambiente escolar foi uma das salvações para a haitiana e seus filhos. 

Após deixar o trabalho como doméstica, vendeu biscoitos na rua, foi vendedora em supermercados e atuou no ramo da construção civil. Com dificuldades para cuidar dos filhos, já matriculados na rede pública, e se manter empregada, largou o trabalho para cuidar da casa. Entre o projeto de abrir um restaurante, cuidados do lar e a vida já complicada pela situação de imigração, a pandemia chegou na vida dos amazonenses – e na de Gloriane. 

Morando em Manaus há 8 anos, a haitiana se viu retornando ao antigo emprego de doméstica. Com as restrições da pandemia, ela não conseguiu alavancar seu projeto de restaurante, mesmo tendo iniciado o funcionamento do local na Zona Norte da cidade. No dia 16 de março de 2020, o ponto comercial Guloseimas da Gloriane teve de fechar as portas. 

Entre serviços de diarista e doações de cestas básicas, a haitiana já pouco dava conta de colocar comida na mesa. Não bastasse o desafio imposto pelo vírus, ela viu a vida piorar significativamente quando a empresa Amazonas Energia lhe enviou boletos com gastos que ela desconhecia. 

Além de corte na luz em sua casa, o fornecimento de energia elétrica em seu ponto comercial foi encerrado. Com ajuda de uma advogada, ela se dirigiu até a empresa em diversas ocasiões, tendo respostas negativas e frustrantes em todas elas. Sem a renda do Guloseimas, a bola de neve aumentou: a família já estava com as contas básicas de casa atrasadas. 

A associação de haitianos


Haitianos e haitianas são atendidos pela Associação (Foto: arquivo pessoal)

Ainda em 2020, enquanto trabalhava como doméstica, Gloriane criou a Associação FANM NWA – Mulheres Imigrantes e Refugiados Empoderados. Ela teve essa ideia ao observar que muitas famílias se viram sem saída diante do isolamento social: quem tinha condições, contratava professores particulares para auxiliar os filhos na modalidade de educação a distância. Não era o caso dos imigrantes. 

O objetivo da associação é o de atender a população migrante, principalmente mulheres e crianças. “Conversei com outras mães e o projeto tomou vida. Meus filhos estavam na mesma situação, com falta de internet ou sem saber falar português.” A casa de Gloriane, na época, também era a sede do projeto, que ficou prejudicado pela ausência de energia elétrica. 

A haitiana Jacqueline Marseille, que faz parte da associação, conta que ter local para seguir com o projeto se tornou um empecilho. Sem incentivo financeiro, as reuniões na casa de Gloriane foram encerradas. Uma das atividades, que é a produção de artesanatos, sofreu atrasos para produção e entrega, prejudicando o coletivo. 

Jacqueline também lamenta pela interrupção do curso de reforço. “Não conseguiu ir para frente e as crianças estão prejudicadas, é uma coisa muito lamentável. As crianças amavam a aula e as mulheres se juntaram para ajudar as crianças. Temos mais do que dois meses que as aulas estão paradas, sabemos que as coisas nunca eram fáceis e nunca vão ser”, diz.

A situação teve novo agravante em janeiro de 2022. A empreendedora Gloriane alega que teve cabos e energia elétrica e medidor roubados em seu ponto comercial. Com quase 200 dias de calor e hoje adoecida pela Influenza H3N2, a haitiana faz mais um apelo. “Quero suplicar, por favor, para me deixarem em paz. Ao fazerem isso, atrapalham pessoas que dependem de mim, minha família, minha mãe e meu pai. Enquanto falo com você, tenho que achar um local para carregar o celular. Sou uma imigrante”.

Brasil de Fato

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Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamenta concessão de visto temporário e autorização de residência a nômades digitais no Brasil

 Com o intuito de fomentar atividades dos chamados “nômades digitais” no Brasil, a resolução do Conselho Nacional de Imigração, presidido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), regulamenta a concessão de visto temporário e autorização de residência a imigrante que, sem vínculo empregatício no país e fazendo uso de tecnologias da informação, possa aqui executar suas atividades laborais a empregador estrangeiro.

A medida, publicada nesta segunda-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU), estabelece o prazo inicial de um ano de residência, que poderá ser renovado por igual período.

Para o secretário Nacional de Justiça e presidente do colegiado, José Vicente Santini, a regulamentação atende uma tendência mundial e contribui, inclusive, com o setor de turismo. “A remuneração dos nômades digitais é de origem externa e os recursos trazidos por esses imigrantes movimentam a economia nacional. Este é um passo importante para que o Brasil promova um dos modelos mais modernos de trabalho”, reforça.

Entenda

O visto temporário deverá ser requerido em qualquer repartição consular brasileira no exterior, com a apresentação dos documentos previstos na resolução, como seguro de saúde válido no território nacional e a comprovação de sua condição de nômade digital. Já o imigrante que se encontre em território nacional poderá apresentar seu pedido de autorização de residência ao MJSP pelo Sistema MigranteWeb.

Em ambos os casos, a comprovação da condição de nômade digital deverá ser efetuada com a apresentação de contrato de trabalho ou de prestação de serviços, dentre outros documentos que demonstrem vínculo com empregador estrangeiro. Além disso, é necessário comprovar meios de subsistência no Brasil.

Sobre o CNIg

O Conselho Nacional de Imigração (CNIg), conforme disposto no Decreto nº 9.873, de 27 de junho de 2019, é um órgão colegiado integrante da estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que o preside, composto por 14 órgãos e entidades. Congregando entes governamentais federais e entidades representantes das centrais sindicais, de empregadores e da comunidade científica e tecnológica, tem entre suas principais competências a coordenação e orientação das atividades de imigração laboral, bem como a promoção de ações visando à atração de mão de obra imigrante qualificada para o País.

gov.br/mj

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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Ouvir o irmão para ouvir a Deus: mensagem do Papa para o Dia das Comunicações

 

Dia das Comunicações Sociais será celebrado em 29 de maio  (Vatican Media)

“Escutar com o ouvido do coração” é o título da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais. No texto, o Pontífice analisa a dimensão na escuta em tempos de redes sociais e a sua importância no processo sinodal da Igreja.

Foi divulgada esta segunda-feira, festa de São Francisco de Sales (padroeiro dos comunicadores), a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano será celebrado em 29 de maio.

Depois de dedicar a mensagem precedente aos verbos “ir e ver”, o Papa escolheu outro verbo decisivo na gramática da comunicação: “escutar”. De que modo? Com o ouvido do coração.

A fé vem da escuta

O avanço da tecnologia comunicativa colocou à disposição podcasts e áudios em aplicativos, que demonstram que a escuta continua sendo essencial para a comunicação humana, condição para um autêntico diálogo. Entre os cinco sentidos, Deus parece privilegiar a audição. São Paulo dizia que “a fé vem da escuta”.

“A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”, escreve o Papa. É essa ação que permite que Deus se revele como Aquele que, ao falar, cria o homem à sua imagem, e ao ouvi-lo, o reconhece como seu interlocutor. “No fundo, ouvir é uma dimensão do amor”, mesmo se às vezes o homem tende a “tapar os ouvidos”.

“Existe de fato uma surdez interior, pior do que a física. Ouvir, com efeito, não diz respeito apenas ao sentido da audição, mas à pessoa toda.”

O verdadeiro órgão da audição, portanto, é o coração, ali sentimos o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. “Não somos feitos para viver como átomos, mas juntos.”

A escuta como condição da boa comunicação

Todavia, Francisco alerta para o oposto da ação de escutar, que é “espreitar”, “bisbilhotar”, sobretudo em tempos de redes sociais. Ao invés de nos escutarmos uns aos outros, “falamos uns sobre os outros”. Ao invés de procurarmos a verdade e o bem, procuramos o consenso, buscamos audiência. Estamos simplesmente à espera que a outra pessoa acabe de falar, a fim de impor o nosso ponto de vista.

“A boa comunicação, ao contrário, não procura impressionar o público com uma piada de impacto, com a finalidade de ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura compreender a complexidade da realidade. É triste quando, até na Igreja, se formam alinhamentos ideológicos, a escuta desaparece e dá lugar a uma oposição estéril.”

Na verdadeira comunicação, acrescenta o Papa, o “eu” e o “tu” estão ambos “em saída”, inclinados um para o outro. Portanto, a escuta é o primeiro ingrediente indispensável do diálogo e da boa comunicação. “Não há bom jornalismo sem a capacidade de ouvir.” Aliás, este é um dos aprendizados basilares do jornalista: ouvir várias fontes.

Os perigos da "infodemia"

Na Igreja, esse preceito se transforma em “ouvir várias vozes”, que permite exercer a arte do discernimento e se orientar numa sinfonia de vozes.

Francisco cita o cardeal Agostino Casaroli, que falava de “martírio da paciência” em seu trabalho como diplomata, necessário para ouvir e ser ouvido.

Para o Papa, a capacidade de ouvir é mais valiosa do que nunca. De fato, este tempo “ferido pela longa pandemia” levou à “infodemia”, isto é, ao grande fluxo de informações sobre um tema específico – neste caso sobre a Covid – nem sempre fundadas e críveis, gerando desconfiança na sociedade.

Outro exemplo citado pelo Pontífice sobre a “arte de ouvir” vem do desafio representado pela migração forçada. Ouvir as experiências dos migrantes significa dar um nome e uma história a cada um deles. “Ouçamos estas histórias!”, exclama Francisco, encorajando os jornalistas a contá-las.

O "apostolado do ouvido"

O Papa conclui a mensagem analisando a dimensão da escuta dentro da Igreja. “Quem não sabe escutar o irmão, em breve já não será capaz de ouvir nem sequer Deus.”

Na ação pastoral, a obra mais importante é o “apostolado do ouvido”, aponta Francisco. “Dar gratuitamente um pouco do seu tempo para ouvir as pessoas é o primeiro gesto de caridade.”

A dimensão da escuta é ainda mais essencial no processo sinodal há pouco iniciado. “Rezemos para que seja uma grande oportunidade de escuta recíproca.”

“Na consciência de que participamos numa comunhão que nos precede e nos inclui, possamos redescobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada pessoa é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como um dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.”

radio vaticano 

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Mais de 2 milhões de imigrantes foram presos na fronteira entre EUA e México em 2021

Migrantes de origem indiana são revistados pela polícia americana no Arizona, depois de terem cruzado a fronteira mexicana Foto: GO NAKAMURA / REUTERS/23-01-2022

Mais de 2 milhões de imigrantes que entraram ilegalmente nos EUA foram detidos na fronteira com o México em 2021. Somente em dezembro, foram 178.840 presos, de acordo com números divulgados nesta segunda-feira.

Ao todo, 2.033.863 estrangeiros foram identificados tentando atravessar para os EUA pela fronteira Sul. Desse total, 1,25 milhão eram adultos solteiros, mais de 600 mil chegaram com um parente e 170 mil eram menores sem a presença de um responsável. De acordo com o serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês), mais de 1,1 milhão dos imigrantes foram imediatamente expulsos de volta para o México ou levados de avião para outros países.

O Partido Republicano acusou imediatamente o presidente democrata, Joe Biden, e sua vice-presidente, Kamala Harris, de criar uma "crise humanitária histórica".

"Sob sua liderança, os cartéis e contrabandistas estão se proliferando, os guardas de fronteira estão sobrecarregados e nossas comunidades estão menos seguras", disse a líder do partido Ronna McDaniel, em comunicado.

Os fluxos migratórios, que caíram acentuadamente no início da pandemia, começaram a subir novamente antes de Joe Biden assumir o cargo há um ano, mas aumentaram de maneira crítica depois. O democrata inicialmente tentou minimizá-los, falando de um fenômeno sazonal.

O recorde de chegadas no verão do Hemisfério Norte, quando as travessias do deserto são mais perigosas, provou que o presidente estava errado: foram registradas cerca de 200 mil prisões em julho e agosto.

Essas chegadas representam um desafio humano, logístico e financeiro considerável para o governo democrata, principalmente porque este prometeu não expulsar menores desacompanhados. Seus esforços para reformar o sistema de imigração estão emperrados no Congresso e espera-se que o tema seja central nas eleições de novembro.

globo.com

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sábado, 22 de janeiro de 2022

UFMS convoca candidatos à transferência externa, refugiados e portador de diploma



Participantes do processo seletivo para ingresso na UFMS por transferência externa, refugiados e portadores de diploma já podem acessar no site ingresso.ufms.br o resultado final e a convocação para matrícula. Os selecionados terão de 26 a 28 de janeiro para se matricularem online no site prematricula.ufms.br.

Será preciso preencher o Cadastro do Acadêmico e anexar os documentos indicados no edital de convocação, conforme o tipo de ingresso. O candidato que não realizar a matrícula no prazo estabelecido perderá o direito à vaga e será substituído pelo candidato imediatamente subsequente da lista de classificação do curso, caso existam chamadas posteriores.

O início das aulas do primeiro semestre de 2022 está previsto para 7 de março. A publicação e a divulgação de todos os editais e demais atos referentes à seleção deverão ser acompanhadas pelos candidatos no portal de ingresso da UFMS.

midiamax.uol.com.br

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ACNUR e OIM apoiam operações de redução na espera de migrantes por documentos

 

Legenda: Antonio Bolboa verifica dados pessoais para protocolar documentação durante atendimento noturno
Foto: © Camila Ignacio Geraldo/ACNUR

As agências das Nações Unidas estão apoiando o governo brasileiro, por meio da Polícia Federal, na agilização dos processos de emissão de documentos para migrantes e refugiados venezuelanos que buscam proteção. 

Em Boa Vista, Roraima, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) cedeu dez trabalhadores humanitários que auxiliam a Polícia Federal nos registros de dados e processos necessários para a documentação, como fotografias das pessoas e identificação por meio de digitais. Em Pacaraima, os esforços para documentação noturna estão sendo realizados com o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A emissão dos documentos que antes levava meses, agora pode ser obtida no mesmo dia, possibilitando que migrantes possam buscar emprego formal, acessar plenamente serviços públicos e viajar a outros estados do Brasil.

Legenda: Antonio Bolboa verifica dados pessoais para protocolar documentação durante atendimento noturno
Foto: © Camila Ignacio Geraldo/ACNUR

São 20 horas em Boa Vista, no Posto de Orientação e Triagem (PI-TRIG) para refugiados e migrantes da Venezuela que chegam ao Brasil em busca de proteção. No atendimento, o venezuelano Antonio Bolboa aguarda ansioso o momento de obter documentos brasileiros e regularizar sua situação no país.

“Meu irmão, que está no Brasil há cerca de um ano, levou muito tempo para conseguir a documentação. Eu cheguei há pouco tempo e vindo ao PI-TRIG hoje consegui meu documento no mesmo dia”, conta Bolboa, de 37 anos, que está no Brasil há duas semanas.

Agora, com a regularização migratória em mãos, ele poderá ter um emprego formal, acessar plenamente serviços públicos e viajar a outros estados do Brasil, inclusive por meio da estratégia de interiorização do governo federal.

Ele é uma das centenas de pessoas venezuelanas que estão sendo atendidas pelo novo sistema noturno de atendimento para documentação em Boa Vista, realizado por meio de uma parceria entre a Polícia Federal, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Operação Acolhida e Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil).

Com apoio do irmão que mora no Brasil há quase um ano, Bolboa já conseguiu um emprego de garçom em um restaurante de Boa Vista. Para ele, assim como para as demais pessoas refugiadas e migrantes em Roraima, a documentação significa a possibilidade de acessar direitos e modalidades de interiorização para outros estados brasileiros.

Atendimento - O Posto de Boa Vista atende, em média, 500 pessoas por dia para a documentação. São cerca de 400 atendimentos no período diurno, que ocorre entre 8h e 18h, e outras 100 vagas na atenção noturna, que começa às 18h e se estende até às 23h.

A parceria entre ACNUR e Polícia Federal é inédita, e buscar diminuir o tempo de espera das pessoas refugiadas e migrantes para sua regularização migratória no país, executada exclusivamente pela PF em Roraima, no contexto da Operação Acolhida

 Por meio da parceria, o ACNUR viabiliza o aporte de dez trabalhadores humanitários que auxiliam a PF nos registros de dados e processos necessários para a documentação, como fotografias das pessoas refugiadas e migrantes e identificação por meio de digitais.

“Ficamos honrados em ver a confiança que a Polícia Federal deposita no ACNUR e em outras agências da ONU para apoiar com a documentação em Roraima. Quando documentadas, pessoas refugiadas podem mais facilmente ir à escola, receber cuidados de saúde, ganhar a vida, casar e fazer todas as outras coisas que consideramos importantes para uma vida plena”, diz o chefe de escritório do ACNUR em Roraima, Oscar Sanchez Piñero..

OIM - Em Pacaraima, cidade brasileira na fronteira com a Venezuela, os esforços para documentação noturna também estão sendo realizados pela Polícia Federal, com o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O casal Carmen Chapaco (55) e Rafael Celestino (59), abrigados na cidade fronteiriça, chegou no Brasil há quatro dias e em menos de 24 horas conseguiu a documentação de sua família. Pela falta de alimentos e insegurança enfrentadas no país de origem, eles irão buscar a reunificação familiar com o filho mais velho, que há quatro anos trabalha em uma empresa de construção civil no Mato Grosso do Sul. “Os documentos nos permitem chegar ao nosso destino final”, conta Celestino.

Por mais de um ano, entre março de 2020 e junho de 2021, a fronteira entre Brasil e Venezuela esteve fechada devido ao controle sanitário necessário para enfrentar a pandemia da COVID-19. Nesse período, milhares de pessoas ingressaram no Brasil por meio de rotas irregulares e acabaram sem a documentação necessária para regularizar sua situação no país.

Regularização - Em junho do ano passado, atento às necessidades humanitárias de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela, o governo federal passou a permitir o registro de solicitações do reconhecimento da condição de refugiado ou de residência temporária, inclusive por parte de quem havia ingressado de forma irregular no Brasil durante o fechamento da fronteira. Dessa forma, milhares de pessoas passaram a buscar os postos de atendimento para regularizar sua situação no país, gerando uma demanda que estava além da capacidade técnica das autoridades nacionais.

Mesmo assim, desde a flexibilização dos procedimentos de regularização migratória na fronteira entre Brasil e Venezuela, determinada em junho de 2021, a Polícia Federal, com o apoio das organizações que compõem a Operação Acolhida, documentou mais de 8,8 mil pessoas como solicitantes da condição de refugiado. Outras três mil destas solicitações foram renovadas neste período, durante o qual foram entregues mais de 21 mil protocolos de residência temporária.

Com a força-tarefa estabelecida desde janeiro, o número de documentação irá aumentar, dando mais segurança às pessoas refugiadas e migrantes e permitindo um melhor controle migratório por parte do governo federal.

O ACNUR apoia o governo brasileiro na implementação da Operação Acolhida e desde abril de 2018, quando teve início a Estratégia de Interiorização. A agência facilita a garantia de direitos, autonomia na tomada de decisões e integração local de pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas que estão no Brasil.

onunews 

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