Wilson Hernandez se mudou para os Estados Unidos em busca do chamado “sonho americano”. Os amigos e parentes do professor de 27 anos também deixaram o seu país natal em busca de mudar a vida em outros países. “A ideia de imigrar para os Estados Unidos era contagiante”, disse ele. “Mesmo no ensino médio, você começa a aprender sobre os este país e aprende que é um país de oportunidades”, disse Hernandez, dono do restaurante La Mitad Del Mundo, em Danbury (Connecticut).

Ele obteve residência legal temporária em 1985, na época em que o ex-presidente Ronald Reagan aprovou um projeto de reforma da imigração que reprimiu a contratação de imigrantes indocumentados e concedeu anistia a 2,7 milhões de pessoas que estavam no país ilegalmente.

Mas ele não se tornou um cidadão até 2000 e sua esposa e filhos demoraram de 9 a 11 anos para imigrar legalmente. Hernandez diz que o país precisa de uma reforma abrangente da imigração. É por isso que ele e outros imigrantes de Danbury elogiam o projeto de lei apresentado pelo presidente Joe Biden e os democratas do Congresso. “Não é apenas uma questão de ter uma nova lei, mas uma questão de direitos humanos”, disse.

Ativistas do CT Students for a Dream - uma rede co-fundada por duas brasileiras irmãs gêmeas (Camila e Carolina Bortoletto) e que apóia jovens indocumentados e suas famílias - elogiaram o projeto porque ele não financia detenções, deportações ou construção do muro de fronteira.

“Este é o projeto de lei de imigração mais ousado até hoje chegou em um momento muito importante”, disse Angelica Idrovo, líder sênior do CT Students for a Dream. “Todos os dias vemos os efeitos das deportações em massa na vidade de imigrantes negros e pardos”.

De acordo com os apoiadores do projeto, permitir que imigrantes indocumentados se tornem cidadãos beneficiaria o país e a economia. “Não podemos mais manter essas pessoas nas sombras”, disse Hernandez. “Seria bom para a economia. Seria bom até por motivos de segurança. Agora sabemos quem está aqui, onde vivem, o que estão fazendo”, continuou.

Carolina Bortoletto, chamada de “Dreamer”, considerou o projeto uma das peças mais progressistas da legislação de imigração. “Ter esse projeto de lei apresentado é ótimo e é definitivamente uma vitória do movimento pelos direitos dos imigrantes”, disse ela, que mora em Brookfield e é cofundador do CT Students for a Dream.

Mas ela disse que os imigrantes indocumentados precisam de leis que promovam mudanças imediatas. “Já existem projetos de lei em tramitação no Congresso que poderiam ser aprovados para proteger os trabalhadores rurais, os imigrantes com status de proteção temporária e os ‘Dreamers’ que chegaram ilegalmente aos Estados Unidos quando eram crianças”, explicou. “Enquanto esse projeto de lei passa pelo Congresso, vai ser lento”, acrescentou. “Enquanto isso, há coisas que Biden, a Presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi e o Líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, podem trabalhar agora para dar alívio às pessoas”, finalizou.

O projeto forneceria imediatamente green cards aos grupos mencionados por Bortoletto. Para outras pessoas que já moram nos EUA amtes de 1º de janeiro de 2021, o plano estabelece um caminho de cinco anos para o status legal temporário. Se passarem por verificações de antecedentes, pagarem impostos e cumprirem outros requisitos básicos, então, depois de três anos, podem obter a cidadania.

Uma parte fundamental da reforma deve ser o apoio a países com problemas econômicos ou políticos que motivam seus cidadãos a buscar ajuda nos Estados Unidos.

braziliantimes.com

www.miguelimigrante.blogspot.com