quinta-feira, 31 de julho de 2014

Brasil concede de uma só vez refúgio a 532 sírios

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) decidiu em reunião nesta quarta-feira (30) conceder refúgio no Brasil a 532 sírios. O número de sírios refugiados no Brasil já vinha crescendo em virtude da guerra civil que assola o país do Oriente Médio desde 2011, que já matou mais de 130 mil pessoas. Estima-se que mais de 2 milhões já deixaram o país.
Com as novas autorizações, eles passam a compor a maior população estrangeira nesta condição no Brasil, com 1.245 pessoas. Depois deles, estão colombianos (1.169), angolanos (1.066), congoleses (681) e libaneses (391), segundo dados do Ministério da Justiça.
Somente na reunião desta quarta, além dos 532 sírios, o Conare dederiu pedidos de refúgio para outros 148 estrangeiros, totalizando 680. O número é maior do que todas as autorizações de permanência concedidas no ano passado, quando 664 obtiveram o direito de viver no país por conta de perseguições em seus países de origem.
O aumento se deve a novos procedimentos implementados pelo órgão para agilizar as entrevistas com cada um dos solicitantes e analisar os questionários, que também foram unificados.
Em 2013, o Brasil já havia acolhido 284 refugiados da Síria. Para o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que coordena o Conare, esse número quase dobrou neste ano em decorrência de dois fatores.
"Primeiro, pela ampliação do conflito, que gera um movimento de externalidade para todos os países da região de fronteira, e para os países que possuem algum tipo de aproximação cultural, como o Brasil", explicou Abrão ao G1.
Outro fator, segundo ele, foi o esforço do país em atender um apelo da Organização das Nações Unidas para receber essa população. "Desde o ano passado, o Brasil adotou posição de solidariedade, até mesmo com medidas da rede consular para desburocratização de requisitos formais, concedendo visto de turismo para que a pessoa possa aqui dentro formalizar o pedido de refúgio", completou.
O refúgio pode ser pedido por "qualquer estrangeiro que possua fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, opinião pública, nacionalidade ou por pertencer a grupo social específico e também por aqueles que tenham sido obrigados a deixar seu país de origem devido a uma grave e generalizada violação de direitos humanos".
Com esse status, as pessoas passam a ter direito de trabalhar e acessar os serviços públicos de saúde e educação.
Outras nacionalidades
Na reunião desta quarta, o Conare deferiu um total de 680 pedidos de refúgio. Além dos 532 sírios, obtiveram o benefício 57 pessoas do Mali, 22 da República Democrática do Congo, 19 da Nigéria, 15 de Guiné-Conacri, 5 de Camarões, 4 de Angola, 3 de Togo, 3 do Paquistão, 2 da Colômbia, 2 da Costa do Marfim, 1 do Líbano, 1 da Palestina, 1 da Sérvia e 1 do Sudão. Outros 14 pedidos foram negados.
Com as novas concessões, O Brasil passa a contar 6.588 estrangeiros refugiados no total.
O incremento se deve a um aumento gradativo no número de pedidos de refúgio no Brasil. Passaram de 566 em 2010 para 1.138 em 2011, 2.008 em 2012 e 5.256 em 2013.
Além do agravamento dos conflitos internacionais e da abertura do Brasil para crises humanitárias, a maior procura pelo país também pode ser explicada por uma alteração no perfil dos fluxos migratórios nos últimos anos, segundo Paulo Abrão.
Ele cita relatório da Organização Mundial de Migrações do ano passado que aponta maior movimentos em direção a países do hemisfério Sul e especialmente para países em desenvolvimento, novamente o caso do Brasil.
A concessão de refúgio depende do Conare, órgão ligado ao Ministério da Justiça e composto por representantes das pastas de Relações Exteriores, Trabalho, Emprego, Saúde e Educação, além da Polícia Federal, da ONG Cáritas Arquidiocesana e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Recentemente o órgão simplificou os procedimentos para solicitar e obter o refúgio no país, com a redução de questionários e unificação de entrevistas com diferentes autoridades antes da análise do pedido.



Governo australiano tentou ocultar relatório sobre situação de imigrantes

A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas para centros de detenção, incluindo dois na ilha papuana de Manus, e outro em Nauru, no Pacífico Sul, durante a tramitação dos seus pedidos de asilo

O Governo da Austrália tentou encobrir um relatório que revela os problemas psíquicos enfrentados pelos menores em centros de detenção para imigrantes indocumentados, denunciou hoje uma comissão de investigação.
O diretor do serviço de saúde mental destes centros, Peter Young, explicou à comissão que a sua equipa apresentou um relatório sobre a situação de menores detidos na ilha de Christmas e em Nauru que mostrava “um grande número de crianças com distúrbios mentais significativos”.
Segundo Young, a apresentação do relatório provocou uma resposta "negativa" por parte do departamento de Imigração.
A Imigração “reagiu de forma alarmada e pediu-nos que retirássemos estes dados do nosso relatório", disse Young numa declaração perante a Comissão Australiana para os Direitos Humanos, segundo a estação ABC.
Young disse que o relatório incluía os casos de 128 menores que tentaram autoinfligir-se nos últimos 15 meses, 23 dos quais em mais de duas ocasiões, ingerindo substâncias tóxicas ou batendo com a cabeça contra as paredes.
A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas para centros de detenção, incluindo dois na ilha papuana de Manus, e outro em Nauru, no Pacífico Sul, durante a tramitação dos seus pedidos de asilo.
O Governo mantém um forte secretismo sobre a situação destas pessoas e as operações da marinha para bloquear a passagem de barcos que tentam chegar ao território australiano, apesar das críticas do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados e Amnistia Internacional.
Muitos destes imigrantes fugiram de conflitos no Afeganistão, Darfur, Paquistão, Somália e Síria, e outros escaparam à discriminação ou condição de apátridas como as minorias rohingya, da Birmânia, ou Bidun, da região do Golfo.


Jornal I

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Relatório mostra avanços na luta contra o tráfico de pessoas

 O Ministério da Justiça divulgou, nesta segunda-feira (28), o 2º Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas no Brasil, com informações consolidadas do ano de 2012 de diversos órgãos de atenção, segurança pública e justiça criminal. Coordenado pela Secretaria Nacional de Justiça (SNJ/J), em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o documento tem dados de quatro instituições a mais que o anterior, que compilou informações de 2005 a 2011. Os números de quase todos os órgãos revelam maior notificação do crime em 2012.

“A cada passo vamos reduzindo a invisibilidade das vítimas e a subnotificação do crime. A sociedade está cada vez mais consciente. Esse é o papel pedagógico da permanente campanha do Coração Azul”, analisou Paulo Abrão, secretário Nacional de Justiça do MJ.

O Ministério do Trabalho apurou 46 estrangeiros – 41 deles de origem boliviana e 5 de origem paraguaia, entre as 2.771 vítimas de crime de trabalho análogo à escravidão, considerado tráfico de pessoas pela Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e pelo Protocolo de Palermo.

O número de casos de tráfico de pessoas notificados pelo Departamento de Polícia Federal em 2012 é seis vezes a média dos 7 anos anteriores. A Polícia Rodoviária Federal detectou em suas operações 547 vítimas de tráfico de pessoas para exploração sexual e trabalho escravo.

Embora não possam ser somados, os números revelam aumento de registros individuais nos anos anteriores. O Ministério da Saúde (MS) contabilizou o atendimento de 130 vítimas, um número 2,5 vezes superior ao notificado por seu sistema de coleta de dados desde que iniciada a contagem, em 2010. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) registrou 292 vítimas de tráfico de pessoas e crimes correlatos em todo território nacional (quase duas vezes e meia a mais em comparação com 2010).

Forneceram dados para 2º Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas no Brasil o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Departamento de Políticas Penitenciárias (Depen), do Departamento de Polícia Federal (DPF), do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI); Ministério das Relações Exteriores (MRE); Ministério do Trabalho e Emprego por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho (MTE/SIT) e do Conselho Nacional de Imigração (CNIg); Ministério da Saúde (MS); Ministério do Desenvolvimento Social (MDS); Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República; Conselho Nacional de Justiça (CNJ); Ministério Público Federal (MPF) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

ACNUR promueve la responsabilidad social empresarial en Argentina

Se llevó a cabo en Buenos Aires, Argentina, un desayuno de trabajo, organizado por el ACNUR y la Comisión Nacional para los Refugiados (CONARE) para presentar el programa“Trabajar para Integrar”, promovido por ambas organizaciones para apoyar la inserción laboral de refugiados y solicitantes de la condición de refugiado en Argentina. El evento contó con la colaboración de Randstad Argentina (empresa de recursos humanos) y con la participación del Embajador de Buena Voluntad del ACNUR Osvaldo Laport.
La actividad, que se realizó en el Centro de Información de Naciones Unidas para Argentina y Uruguay (CINU), estuvo dirigida a participantes de distintas empresas y entidades públicas y privadas comprometidas con la Responsabilidad Social Empresarial (RSE). La apertura del encuentro estuvo a cargo de la Representante Regional del ACNUR para el Sur de América Latina, Eva Demant, y del Presidente de la CONARE, Federico Agusti. Ambos oradores resaltaron la importancia de trabajar en articulación con la sociedad civil y el sector privado para promover la integración local de las personas refugiadas y el acceso a una vida digna, sin violencia ni discriminación.
El Presidente de la CONARE dio a conocer que el 65% de los refugiados y solicitantes de la condición de refugiado que viven en Argentina son población económicamente activa, es decir, personas en edad productiva (de 18 a 60 años). Una población de gran riqueza y diversidad cultural, que habla una multiplicidad de idiomas y con variedad de oficios y habilidades.   
La presentación del programa “Trabajar para Integrar” fue realizada por el Oficial Asociado de Integración Local del ACNUR, Albert Vañó Sanchis, quien habló de los objetivos de la iniciativa a saber: que las personas refugiadas y solicitantes de la condición de refugiado puedan desarrollar sus capacidades, conocimientos y experiencias laborales previas en el mercado laboral argentino, en igualdad de condiciones que los nacionales; que puedan acceder a puestos de trabajo en el mercado laboral formal; que puedan iniciar procesos de inserción social con participación activa en el sistema económico, productivo y sociocultural argentino. También, destacó los beneficios para las empresas con compromiso social que adhieran a este programa, como son: capacitación en materia de asilo, difusión y reconocimiento de sus buenas prácticas a favor de la inclusión de refugiados en puestos de trabajo o en espacios de formación.    
Por su parte, Elsa Zorrilla, Gerente de Desarrollo Sostenible de Randstad, mencionó casos de éxito de inserción laboral de refugiados en el país, tras superar algunos obstáculos como es la validación de títulos profesionales. De ahí, la importancia de trabajar en red para sortear los desafíos.
Tras las palabras de los oradores, hubo un espacio de preguntas e intercambio de ideas entre todos los participantes. Algunos de ellos expresaron su interés en apoyar el programa a favor de la inserción laboral de refugiados.
Por último, el Embajador de Buena Voluntad del ACNUR, Osvaldo Laport, habló de la importancia del trabajo como medio de vida y de socialización, con consecuencias positivas para la generación de nuevas capacidades y la disminución del aislamiento social. Asimismo, invitó a los presentes a ser “Embajadores de Buena Voluntad al interior de las instituciones para mejorar la calidad de vida de los refugiados”.    
Cabe destacar que el programa “Trabajar para Integrar” en Argentina se inspira en una iniciativa promovida por la Oficina del ACNUR en Costa Rica, “Vivir la Integración”.
En Argentina viven cerca de 5.000 refugiados y solicitantes de asilo que provienen de más de 60 países. La Oficina Regional del ACNUR para el Sur de América Latina con sede en Buenos Aires, cubre además de Argentina, los países de Bolivia, Chile, Paraguay, Perú y Uruguay. 
ACNUR


terça-feira, 29 de julho de 2014

Reino Unido reduz benefícios a imigrantes

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou novas regras que preveem uma redução no acesso dos migrantes aos benefícios do governo.
Em artigo assinado por Cameron e publicado no The Telegraph, o premiê escreveu que os imigrantes que se mudarem da União Europeia para o Reino Unido poderão aplicar para os pedidos de benefícios a crianças e de auxílio ao desemprego por apenas três meses, em vez de seis meses. "Eu posso dizer aos leitores do Telegraph hoje que nós iremos reduzir esse ponto de corte para três meses, dizendo muito claramente: você não pode esperar vir ao Reino Unido e receber alguma coisa por nada", afirmou. Os imigrantes também não poderão pedir os benefícios do governo britânico imediatamente. Sob essa nova orientação, eles terão que esperar ao menos três meses.
Cameron também criticou o fato de imigrantes ilegais conseguirem licenças para dirigir carros ou alugar imóveis e ter uma conta bancária. O premiê esclareceu que desde o início deste mês já revogou 3.150 licenças de motoristas e que a partir de novembro os donos dos imóveis terão a obrigação legal de checar o status de imigração dos inquilinos. A partir de dezembro serão introduzidas regras para evitar que imigrantes ilegais abram contas bancárias.
O Reino Unido também terá uma política de deportar criminosos e permitir o recurso do julgamento quando eles estiverem em seu país natal.


Estadão 

Reunião em Criciúma debate situação de imigrantes haitianos e africanos

Segundo dados da Cáritas, região Sul tem cerca de 1,4 mil imigrantes.
A preocupação é a demora da conclusão do pedido de refúgio deles.

Um encontro entre diversas entidades debateu a situação dos imigrantes que chegaram ao Sul catarinense nos últimos meses. Nesta segunda-feira (28), o 1º Fórum das Imigrações discutiu alternativas referentes à imigração, em Criciúma. Segundo dados da Cáritas Diocesana, a região tem cerca de 1,4 mil estrangeiros, entre haitianos, ganeses e senegaleses. Muitos sobrevivem de auxílio da comunidade e das secretarias municipais de Assistência Social dos municípios.
Várias entidades participaram do encontro. A maior preocupação é a demora na conclusão do pedido de refúgio, em Criciúma. A solicitação demora cerca de três meses para ser concluída. Outro problema é a situação que o município passa com a chegada de muitos imigrantes africanos à região nos últimos meses.
Sem a garantias, os imigrantes não têm como trabalhar e eles também enfrentam dificuldades no atendimento. “Caímos em situações que os imigrantes não têm acesso ao direito, passando até por questões de descriminação ou até mesmo, infelizmente, questões de xenofobia”, declara coordenadora do Centro de Atendimento ao Imigrante, Maria do Carmo.

O MPSC quer que Governo Federal também assuma a responsabilidade em atender esses estrangeiros, garantindo direitos básicos e trabalho ao grupo.  Para a advogada e representante da ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Lia de Queiroz Carminatti, a falta de políticas públicas no acolhimento dos refugiados faz com que uma análise seja realizada na lei de imigração.
“O aspecto social deve ser revisto, que vai incluir inclusive, esses aspectos humanitários. Nos últimos meses, Santa Catarina tem sido alvo direto deste tipo de imigração, o que é reflexo da condição social e econômica. A busca maior é pela integração desse imigrante nos aspectos humanitários”, conclui.

Do G1 SC

segunda-feira, 28 de julho de 2014

EQUATORIANOS JÁ TÊM DIREITO AO VISTO MERCOSUL NO BRASIL

O visto de residência para cidadãos do Mercosul, começou a ser implementado no Brasil pelo Ministério da Justiça, desta vez também para os equatorianos, aos quais a Polícia Federal como a de São Paulo, já lhes está recebendo seus documentos para a concessão da residência temporária no Brasil por dois (02) anos que será transformada em permanente depois desse período.
Assim o informou. Grover Calderón, presidente da Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil (ANEIB), o qual parabenizou em nome dos estrangeiros beneficiados ao Governo Brasileiro pela concretização do Acordo de Residência do MERCOSUL, também para esse país.
Segundo, para “esses equatorianos começou a se aplicar o ACORDO SOBRE RESIDÊNCIA PARA NACIONAIS DOS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL; sendo que os equatorianos também gozarão dos mesmos direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicas em condição similar aos brasileiros, em particular o direito a trabalhar e exercer toda atividade lícita, nas condições que dispõem as leis; peticionar às autoridades; entrar, permanecer, transitar e sair do território brasileiro; associar-se para fins lícitos, professar livremente seu culto, etc.”.
A implementação deste acordo se dá coincidentemente com a vinda do Presidente do Equador Rafael Correa, para o Brasil, o qual, além de reunir-se com lideranças do Governo Federal e com o ex-Presidente Lula da Silva, palestrou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP),.
Na plateia estavam estudantes, professores, autoridades, corpo consular, bem como, muitos estrangeiros de origens diversas, além da imprensa equatoriana e brasileira. Correa manifestou que a questão do desenvolvimento de um país é um problema político e não técnico e enfatizou a importância de os países latino-americanos se articularem para a ajuda mútua e para resolver seus problemas em comum. “Integração é um sonho de nossos libertadores; integração não é um sonho, mas uma necessidade de sobrevivência”, disse o presidente equatoriano.



Quase mil estrangeiros expulsos de Angola


O Serviço de Migração e Estrangeiros de Angola expulsou do país, quase mil cidadãos estrangeiros e mais de 500 aguardam a formalização de processos semelhantes.
Segundo informação enviada à Lusa pelo Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), os estrangeiros, em situação irregular no país, foram expulsos no período entre 17 e 23 de julho, 980 dos quais por via administrativa e nove por via judicial.
Além disso, esclarece o SME na mais recente informação sobre o movimento migratório, aquela entidade "controla", através do Centro de Detenção de Estrangeiros Ilegais, 556 cidadãos estrangeiros "ilegais" e "que aguardam a formalização das respetivas expulsões".  
"Na população estrangeira detida nos Centros de Detenção dos Estrangeiros Ilegais, a nacionalidade congolesa lidera a lista de detidos com a maior percentagem", escreve o SME.  
Ainda na área das infrações migratórias, por violação do regime jurídico dos estrangeiros vigente em Angola, foram sancionados com multas 90 cidadãos e 36 empresas.  
Também durante a última semana, o SME contabilizou a entrada em Angola, através dos postos de fronteira terrestres, fluviais, aéreos e marítimas, de 15472 pessoas e a saída de 14838, números que se traduzem num aumento no movimento em relação ao período anterior.  
Ainda entre 17 e 23 de julho, deram entrada naqueles serviços 4444 pedidos para obtenção de diferentes tipos de visto, tendo sido emitidos 758, no mesmo período. 


Jornal de Noticias 

domingo, 27 de julho de 2014

Como convencer um guatemalteco de 15 anos que o sonho americano não é para ele

Fuga à pobreza e à violência alimentam vaga de emigração de menores para os Estados Unidos. Obama reuniu-se esta quinta-feira com presidentes centro-americanos.
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Com algumas economias ganhas a cortar relva e contactos feitos pelo Facebook, Marco pôs-se a caminho. Deixou para trás a sua terra, Sahila, na Guatemala, com uma ideia firme: chegar aos Estados Unidos. Espera agora que a justiça norte-americana se pronuncie sobre o seu caso. Corre o risco de ter de voltar ao ponto de partida.
Marco, 15 anos, que contou a sua história à AFP, afirma que a mãe, que vive nos Estados Unidos, o aconselhou a ter calma. Mas que não lhe deu ouvidos. É uma das mais de 57 mil crianças e adolescentes não acompanhados por adultos, sem documentos migratórios, interceptados desde Outubro de 2013 pelas forças de segurança norte-americanas, principalmente ao longo dos cerca de 2000 quilómetros da fronteira do estado do Texas com o México.
A crise migratória tornou-se um problema para o Presidente Barack Obama, que esta sexta-feira tinha encontro marcado na Casa Branca com os chefes de Estado dos três países – Honduras, El Salvador e Guatemala – de onde são oriundos três quartos dos menores que chegam ao país, fugindo à miséria e à violência, enfrentando perigos vários. Como Marco, nome fictício, que depois de ter ido num navio até ao vizinho México, recorreu a contrabandistas, passou por caminhos com serpentes, passou fome e dormiu em armazéns.
O diálogo com os homólogos centro-americanos, após uma conversa telefónica, na véspera, com o Presidente do México, Enrique Peña Nieto, é apenas uma das frentes em que Obama está empenhado na resposta à que é também uma crise humanitária. Republicanos e democratas não se entendem nem sobre os montantes de um financiamento de urgência para responder aos problemas criados pelo afluxo de menores nem sobre a vertente dos direitos de que eles devem beneficiar. Os primeiros querem alterar a lei para acelerar as deportações, os segundos alertam para as situações que vão encontrar no regresso.
Do encontro de chefes de Estado não se esperavam soluções mágicas. Tão pouco avanços significativos. No imediato, o que Obama procura – do hondurenho Juan Orlando Hernandéz, do guatemalteco Otto Pérez Molina e do salvadorenho Sánchez Cerén – é colaboração para tentar conter a vaga migratória.
Citando responsáveis da administração norte-americana, o New York Times, noticiou que o Presidente ia apelar aos seus interlocutores para “amplificarem a mensagem de que a maior parte dos que tentam entrar nos Estados Unidos não poderá ficar”. E pedir o seu empenhamento no combate às redes de “passadores” de menores. Os homólgos tencionavam lembrar-lhe que Washington deve cumprir as promessas de apoio à luta contra o crime transnacional e o desenvolvimento socioeconómico feitas em 2008 e que estão por concretizar.
Não será fácil a Obama fazer chegar às famílias a mensagem de que nos Estados Unidos os pequenos imigrantes vão encontrar situações difíceis. Desde logo por contraste com o quotidiano que conhecem. Se em muitos casos a imigração é impulsionada pelo reagrupamento familiar, ela resulta também da conjugação da persistente pobreza com os efeitos da actuação das organizações criminosas nos países em que nasceram, como se pode ver pelos casos dos países cujos presidentes convidados para a Casa Branca.
“Tentam salvar os filhos”
 El Salvador, assolado por guerras de gangues, é considerado o quarto país mais perigoso e violento do mundo, com uma média de 12 homicídios por dia, com tendência a aumentar. Muitas famílias enviam os filhos para o estrangeiro, procurando pô-los a salvo da violência e do assédio para que se incorporem nos grupos violentos.
“Os pais tentam salvar os filhos e apesar de conhecerem os perigos até à fronteira dos Estados Unidos preferem corrê-los a deixar que sejam assassinados ou os recrutem”, disse há poucas semanas, ao diário espanhol El País, Anita Zelaya, directora do Comité de Familiares de Migrantes Desaparecidos de El Salvador. Um sinal da gravidade da situação foi a reabertura de uma delegação do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados que tinha sido encerrada em 1992, no final da guerra civil. Os pedidos de asilo por causa da violência não têm parado de aumentar.
Na Guatemala, de onde partiu Marco, o Governo diz que os menores saem essencialmente para se juntarem aos pais já imigrados. Numa terra onde 48% dos 15 milhões de habitantes são crianças e adolescentes, a imigração é o efeito combinado da pobreza com a insegurança crescente e o reagrupamento familiar. É o que se pode concluir de indicadores divulgados pelo diário espanhol sobre um país que, embora com um crescimento médio de 3,4% desde 2001, acompanhado de um aumento demográfico de 2,4%, mais não consegue do que “manter o nível de pobreza”, nas palavras do analista Gustava Berganza.


 Mundo Pt

77% mais meninas são presas atravessando fronteira para EUA

Estudo aponta que violência sexual e altas taxas de homicício são perigos adicionais para meninas
 O número de meninas capturadas cruzando a fronteira dos Estados Unidos com oMéxico cresceu muito mais rápido do que o de meninos na mesma situação, segundo relatório do Pew Research Center divulgado nesta sexta-feira.
De outubro de 2012 a maio deste ano, a patrulha de fronteira apreendeu 13 mil meninas vindas da América Central. O número representa um aumento de 77% em relação aos 12 meses anteriores.
No caso dos meninos, o crescimento foi de 8%. Mesmo com o aumento expressivo, o número de garotos apreendidos continua muito maior. No período avaliado, quase 34 mil meninos foram pegos.
As menores de idade pegas fugindo da América Centraldeclaram ter abandonado o país de origem por medo de estupro e outras violências sexuais, de acordo com um relatório do alto comissariado das Nações Unidas para refugiados.
O estudo acrescenta que a violência sexual é um perigo adicional para as meninas, além das altas taxas de homicídios, uma das principais causas para a onda de imigração de crianças e adolescentes para os Estados Unidos.
Nos primeiro nove meses do ano fiscal de 2013, 57 mil menores foram apreendidos cruzando as fronteiras do país. A maioria vem de El Salvador, Guatemala e Honduras.
O presidente dos EUA, Barack Obama, reuniu-se na última quarta feita com os presidentes desses países para discutir uma solução para a questão.
Fonte: Dow Jones Newswires.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Comunicadores bolivianos en Brasil

Importantes labores lleva adelante la Asociación de Comunicadores Bolivianos en Brasil (ASS.COM.BOL.BRA.) la organización representa a destacados hombres y mujeres que desarrollan labores informativas en medios de comunicación cuyas audiencias son residentes bolivianos, además del mismo público de ese país.
La ASS.COM.BOL.BRA., está organizado por un directorio cuya relación es la siguiente: Presidente, Jorge Gutierrez Lopez; Vicepresidente, Teresa de Mendoza; Director Administrativo, Jaime Wilston Mamani Chuquimia; Director Financiero, Lucio Pacheco Yucra; Director de Educación, Jesús Emerson Pairumani Salcedo; Director de Politicas Sociales y Relaciones Internacionales, Dra. Ruth Myrian Ferrufino Camacho Kadlublaa; Director de Cultura, Martín Calle Villalba; Director de Relaciones Publicas, Dionicio Espinoza Mamani; Director de Deportes, Pedro Cuela Mamani; Director de Prensa y Propaganda, Vladimir Mamani Chuquimia; Presidente del Consejo Fiscal, Hugo Fernando Vargas.
La ASS.COM.BOL.BRA. Cuyas acciones se desarrollan en Brasil y en una alianza estratégica con Huellas Comunicación para el Desarrollo con sede en La Paz-Bolivia, desarrollarán labores informativas y de seguimiento de distintos hechos cuyo interés son de las familias bolivianas que migaron a territorio brasilero y de los bolivianos en general.

Huellas Bolivia

Referendo sobre direito de voto dos estrangeiros poderá prejudicar coesão social

O Partido Cristão Social (CSV) teme que a organização de um referendo sobre o direito de voto dos não-luxemburgueses nas eleições legislativas, possa desencadear um debate xenófobo e coloque em risco a coesão social no país.
A preocupação foi manifestada esta tarde à Rádio Latina, pelo deputado e presidente do grupo parlamentar do CSV, Claude Wiseler.
Com estes argumentos como pano de fundo, Claude Wiseler lança o repto ao Governo para que a discussão sobre a participação dos não-luxemburgueses nas eleições legislativas – único sufrágio nacional exclusivamente reservado aos luxemburgueses – se mantenha na esfera política.
O presidente do grupo parlamentar do Partido Cristão Social (função que ocupará oficialmente a partir da rentrée parlamentar em substituição de Jean-Claude Juncker) espera que esse debate político aconteça já depois das férias de Verão.
Como prova de abertura ao diálogo, o CSV lança um série de propostas para reformar a lei da nacionalidade com o intuito de facilitar o acesso à naturalização para que haja uma maior participação política da população não-luxemburguesa. Ou seja, os cristãos-socais mantêm a posição de sempre: o direito de voto nas eleições legislativas é reservado aos luxemburgueses, quer de origem, quer naturalizados.
Do leque de propostas para aceder mais facilmente ao passaporte luxemburguês, o CSV defende que os filhos dos residentes estrangeiros possam de forma ‘quase’ automática obter a nacionalidade quando atingirem a maioridade.
O CSV declara-se também favorável a baixar o período de residência obrigatório para a aquisição da nacionalidade luxemburguesa, passando dos actuais sete para cinco anos.
Redação Latina


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ministério Público aciona Justiça para banir M. Officer de São Paulo

O Ministério Público do Trabalho ajuizou Ação Civil Pública cobrando a responsabilização da M5, empresa detentora da marca M. Officer, pelo emprego de trabalho análogo ao de escravo em sua cadeia produtiva. Além de pedir que a empresa seja condenada a pagar R$ 10 milhões (sendo R$ 7 milhões como danos morais coletivos e R$ 3 milhões pela prática do que classificam como dumping social, ou seja, a subtração de direitos trabalhistas para obter vantagens sobre os concorrentes), os procuradores pedem a aplicação da Lei Paulista de Combate à Escravidão (a lei nº 14.946/2013, também conhecida como Lei Bezerra), que prevê que as empresas condenadas por esse crime tenham o registro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cassado e seus proprietários fiquem impedidos por dez anos de exercer o mesmo ramo de atividade econômica ou abrir nova firma no setor no Estado de São Paulo. A matéria é de Daniel Santini, daRepórter Brasil:
Os procuradores Christiane Vieira Nogueira, Tatiana Leal Bivar Simonetti e Tiago Cavalcanti Muniz, que assinam a peça, pediram para que o valor total da indenização seja revertido para o “Fundo de Amparo ao Trabalhador ou seja convertido em bens ou serviços para reconstituição dos bens lesados”.
Em nota, a M. Officer emitiu o seguinte posicionamento sobre a ação e as acusações do MPT:
“A M5 ainda não foi notificada da ação judicial ora noticiada, pelo que está impossibilitada de se manifestar a respeito do seu teor. Ainda assim, ratifica seu posicionamento no sentido de que cumpre integralmente todas as obrigações trabalhistas que incidem sobre o exercício de suas atividades empresariais, nos exatos termos e em respeito à legislação em vigor, bem como de que não possui qualquer responsabilidade sobre os fatos ora noticiados, consoante será oportunamente demonstrado perante o Poder Judiciário''.
A ação se baseia não apenas nos dois casos em que houve libertações de oito pessoas (dois e seis trabalhadores, respectivamente), mas também em outras diligências feitas pelos procuradores em meio a inquérito para apurar infrações trabalhistas na cadeia produtiva da grife. “Fomos em outras oficinas e verificamos que a situação se repetia. E nossa conclusão é que, se visitássemos outras dez oficinas que produzem para a M. Officer, a situação seria a mesma. Nosso objetivo é mostrar ao judiciário de forma bastante clara que a escravidão não é algo excepcional na produção, mas sim parte de um sistema estabelecido”, explica a procuradora Tatiana Leal Bivar Simonetti.
Os procuradores afirmam que antes de entrar com essa ação na Justiça tentaram por diversas vezes negociar um Termo de Ajustamento de Conduta com a grife, sem sucesso. “Em momento algum eles reconheceram a situação e se esforçaram para manter um diálogo conosco. Fizemos um apelo para que, até por uma questão de solidariedade humana, mesmo sem reconhecer a responsabilidade, eles regularizassem a situação dos costureiros como outras marcas já fizeram, mas eles se recusaram a dialogar”, afirma a procuradora. “Ignoraram completamente todas as tentativas de solucionar o problema”, completa.
CPI do Trabalho Escravo – Não é a primeira ação do MPT contra a M. Officer. Após o primeiro flagrante, no qual dois trabalhadores foram resgatados, o órgão acionou a Justiça e conseguiu o bloqueio, em caráter liminar, de R$ 1 milhão para assegurar os direitos dos dois costureiros. A decisão, porém, foi cassada pelo desembargador Salvador Franco de Lima Laurino, da Seção Especializada em Dissídios Individuais 6º do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
Após o segundo flagrante, no qual mais seis trabalhadores foram resgatados, representantes da empresa foram convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo a prestar esclarecimentos. No plenário, os parlamentares fizeram um apelo para que a empresa pagasse as verbas rescisórias dos oito costureiros. A diretora de compras da M5, Rosicler Fernandes Gomes, presente na audiência, ficou de encaminhar o pedido ao presidente da empresa,Carlos Henrique Miele, mas, segundo os procuradores, isso não deu resultado.
Frente à resistência da empresa, para tentar garantir os direitos dos trabalhadores resgatados, a Defensoria Pública da União também acionou a Justiça, em procedimento separado do MPT.
Terceirização irregular - A resistência da M. Officer em assistir os costureiros está relacionada ao fato de a empresa não reconhecê-los como empregados. Todo o sistema produtivo da grife M. Officer é baseado em terceirizações e até quarteirizações, em uma cadeia de subcontratações em série considerada irregular pelo MPT e pelo Ministério do Trabalho e Emprego, cujos auditores estiveram presentes nas duas fiscalizações em que trabalhadores foram resgatados.
A ação aponta que a terceirização é irregular devido à tentativa de “desvirtuar, impedir ou fraudar uma autêntica relação de emprego e, por conseguinte, a aplicação dos direitos trabalhistas fundamentais”, e destaca que apesar de não haver a relação formal de contrato direto, a M. Officer tem o total controle da produção e do pagamento dos costureiros. “Embora os trabalhadores flagrados em situação degradante e análoga a de escravo não tenham sido diretamente contratados pela M5, estão inseridos em sua cadeia produtiva, eis que costuram peças seguindo ‘peça-piloto’ idealizada pela equipe de criação da Ré e utilizando-se de materiais (tecido, adornos, etc) fornecidos por esta”, diz o documento (baixe a Ação Civil Pública na íntegra em arquivo PDF).
“Ainda que não haja um controlador direto no ambiente produtivo, é certo que a ré promove um ‘controle de qualidade’ sobre as peças produzidas. Este controle de qualidade pode ser encarado como espécie de poder diretivo, uma vez que peça não aprovada significa peça não paga. Percebe-se, pois, a total transferência do risco do empreendimento ao trabalhador”, afirma os autores da ação.
R$ 4 por peça - Para as oficinas intermediárias, a M. Officer pagava, em média, R$ 4, valor que era então repassado com descontos às oficinas subcontratadas, que, por sua vez, pagavam um valor ainda menor aos costureiros. Como eram remunerados por produção, os empregados acabavam cumprindo jornadas exaustivas. A ação destaca que o costureiro subcontratado “trabalha até o limite de suas forças, em jornadas subumanas, como se máquinas fossem” e que “os trabalhadores, embora jovens, relataram sentir dores nas costas, coluna, olhos e juntas”.
Segundo a ação, em depoimento ao MPT a diretora Rosicler Gomes afirmou que alguns dos fornecedores contratados “chegam a quarteirizar a produção para cerca de quarenta subcontratados” e que a M. Officer acaba “priorizando os fornecedores que subcontratam, por representar custos mais baixos de produção”. Com isso, os procuradores concluem que a empresa “fechou seus olhos de forma proposital e deliberada” e ignorou “os evidentes riscos de seus produtos estarem sendo produzidos com mão de obra escrava, tudo com o fito precípuo de reduzir custos, aumentar os lucros, às custas da sonegação de direitos sociais sagrados”.
Sweating system – A procuradora Christiane Vieira Nogueira, que faz parte da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) do MPT e também assina a ação proposta agora, destaca que a preocupação do órgão desta vez é em demonstrar que a M. Officer é responsável por empregar trabalho escravo de maneira sistemática e não apenas em episódios pontuais.
“A discussão na ação gira em torno da questão da responsabilidade por toda a cadeia produtiva e, diferentemente da maioria dos casos já conduzidos pelo MPT, não trata de pagamento de verbas rescisórias ou da situação específica dos trabalhadores resgatados das oficinas, mas aborda o modelo de produção mesmo, então, especialmente tendo em conta as dimensões do estado de São Paulo, acreditamos que poderá configurar um novo paradigma para o setor”, afirma, destacando que no chamado “sistema de suor” (do termo “sweating system, em inglês), são comuns as jornadas exaustivas, condições degradantes e exploração de trabalhadores imigrantes.
“O caso da M. Officer expõe muito bem as entranhas dessa estrutura: como as grifes têm total controle sobre a produção, determinando o modo de fazer, os modelos, realizando controle de qualidade etc., mas como buscam se afastar da responsabilidade com os trabalhadores, ou seja, o que interessa é que as peças sejam produzidas, não importando como, nem por quem”, explica, ressaltando que os procuradores tentarão utilizar a nova legislação paulista em outras ações futuras. “A Lei Bezerra é recente e esse é um dos primeiros casos posteriores à sua regulamentação.
O MPT procura utilizar todos os meios disponíveis para a erradicação do trabalho escravo e essa lei, no âmbito do estado de São Paulo, é mais um desses instrumentos. Então, é intenção da instituição sim incluir pedidos relativos à Lei nas nossas ações e exigir a sua aplicação pelos órgãos competentes”.
Segundo a procuradora Tatiana Leal Bivar Simonetti, ao pedir o banimento da M. Officer de São Paulo, o MPT pretende modificar o setor têxtil como um todo. “Sabemos que a empresa não é a única que se beneficia de trabalho escravo e isso tem que acabar”, afirma. Ela acredita que a exposição do sistema em que as roupas são produzidas, com uso sistemático de escravidão, provocará também um impacto no mercado consumidor. “Hoje as pessoas têm uma consciência social maior, buscam qualidade de vida e respeito ao meio ambiente e às pessoas. A gente escolhe uma marca por acreditar que as peças são produzidas por profissionais capacitados e bem remunerados. Explorar trabalhadores em completa vulnerabilidade social não condiz com uma grife”, defende.
A ação iniciada pelo MPT não inclui ações criminais, que são conduzidas pelo Ministério Público Federal.

 Leonardo Sakamoto

Portugueses emigram mais e vivem entre sucesso e pobreza no estrangeiro

Os mais de 2,3 milhões de portugueses emigrados, número que tem aumentado, vivem hoje "casos de sucesso", mas também "situações de pobreza", reconhece o Governo, destacando ainda "a migração de um significativo número de quadros".
No Relatório da Emigração relativo a 2013, que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas apresenta hoje ao Parlamento, refere-se que "as migrações implicam grandes sucessos, mas igualmente grandes dramas, a cujo debate" o Governo admite não poder "fugir".
Realçando que se registam hoje "cada vez mais casos de sucesso" de portugueses no exterior, o Governo constata ser "igualmente verdade" que se verificam "situações graves de isolamento e de pobreza", que é "necessário combater".
O Governo confirma que, desde 2010, a emigração tem aumentado "muito rapidamente", adiantando que em 2012 deverão ter saído de Portugal "mais de 95 mil" pessoas.
Reconhecendo que é preciso debater este estado de coisas, o Governo insiste, porém, no "imperativo estratégico da recuperação económica", que vê como "a única forma" de garantir "o regresso de muitos dos que saíram", incluindo dos "muitos quadros, indispensáveis" ao país.
O relatório assume que o fenómeno da emigração tem hoje "caraterísticas substancialmente diferentes das que se verificaram anteriormente", entre as quais "a migração de um significativo número de quadros com qualificações académicas superiores" e "de famílias inteiras, incluindo um número significativo de crianças em idade escolar", bem como "de pessoas com idades mais avançadas e por vezes com empregos duradouros em Portugal, em resultado de dificuldades para cumprirem compromissos estabelecidos".
Os portugueses emigrados estão, por vezes, a trabalhar em funções para as quais têm habilitações académicas desadequadas, observa o documento, que assinala também "a mobilidade constante de muitos trabalhadores e empresários", na construção civil ou nas novas tecnologias.
Segundo o relatório, a tendência de emigração está a ter maior impacto nas zonas urbanas, especialmente na Grande Lisboa e, além dos "destinos tradicionais", os portugueses estão agora a optar por novos lugares, situados "nos mais variados pontos do mundo".
O Governo refere "três conjuntos de países de emigração". Brasil, Canadá, Estados Unidos e Venezuela acolhem emigrantes em "grande volume", mas trata-se de populações "envelhecidas e em declínio", pois atualmente registam uma "redução substancial" na chegada de novos portugueses.
Países como Alemanha, França e Luxemburgo, "com grandes populações portuguesas emigradas envelhecidas, mas em crescimento", têm registado "uma retoma" desta emigração.
Por último, surge "um conjunto de novos países de emigração", que atrai populações jovens, como é o caso do Reino Unido, "hoje o principal destino" dos portugueses (50 por cento) e também "o mais importante polo de atracão" dos mais qualificados.
Ao Reino Unido juntam-se Angola, com "um número crescente de nacionais, muitas vezes ligados a empresas", e Suíça, onde o número de portugueses jovens continua a crescer.
Hoje, haverá mais de 2,3 milhões de emigrantes portugueses, número que mais do que duplica se se acrescentar os seus descendentes. Ou seja, "a população de origem portuguesa nos países de emigração ultrapassará os cinco milhões, atingindo mesmo algumas dezenas de milhões se considerarmos os luso descendentes já nascidos em sucessivas gerações", contabiliza o relatório.
Esta "história emigratória acumulada" faz de Portugal "o país da União Europeia com maior emigração", diz o Governo, apontando que os emigrantes representam "mais de um quinto" da população residente e têm "crescido a ritmo superior a esta nas últimas décadas".
Já a percentagem de imigrantes tem-se mantido "em torno dos cinco por cento da população residente", mas "abaixo da média" da União Europeia e com "tendência para decrescer".
Este é o primeiro relatório desde a aprovação, há um ano, de uma resolução da Assembleia da República que pedia ao Governo relatórios anuais sobre esta matéria. A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas sublinha, no documento, que este é um "fenómeno muito complexo", sobre o qual várias organizações produzem dados, o que apresenta "problemas de harmonização".

 Publico PT

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Itália resgata 1.800 imigrantes no fim de semana

A marinha italiana afirmou ter resgatado quase 1.800 imigrantes em barcos superlotados no mar Mediterrâneo durante o fim de semana e um navio mercante recuperou cinco corpos em um bote inflável perto da costa da Líbia.
As marés mais calmas no verão local tem levado a um aumento no número de pessoas que tentam chegar à Itália a partir do norte da África. 
O número de mortos também aumenta. No início de julho, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) estimou que 500 imigrantes morreram nos últimos seis meses no Mediterrâneo, diante de 700 que morreram em 2013.
Somente neste domingo à noite, um navio mercante resgatou 61 imigrantes e coletou cinco corpos a bordo de um bote inflável, após a Marinha fornecer a localização do barco, disse a força naval. Os sobreviventes disseram que outros 15 podem ter se afogado.
A Itália tem tido dificuldade para absorver o aumento no número de barcos cruzando o Mediterrâneo este ano, e pediu à União Europeia mais ajuda para resgatar e abrigar os migrantes.
A agência de refugiados da ONU, Acnur, afirmou que autoridades de Malta recuperaram neste sábado os corpos de 29 pessoas que podem ter morrido de intoxicação com o monóxido de carbono em um barco.
Na sexta, até 40 pessoas desapareceram após um barco cheio de imigrantes virar perto da costa líbia, de acordo com notícias - que a Marinha italiana não pôde confirmar. Um navio mercante resgatou centenas de sobreviventes.
A maioria dos imigrantes foge da guerra civil na Síria ou do rígido serviço militar na Eritreia, de acordo com o Acnur. Muitos deles embarcam para a perigosa jornada rumo à Europa na costa da Líbia, país abalado por conflitos internos.
Desde o início deste ano, a Itália recolheu mais de 70 mil imigrantes na missão de busca e resgate chamada "Mare Nostrum".

 Terra