Os Estados Unidos estão
retrocedendo a velhas práticas, ao manterem detidas crianças e famílias de
imigrantes em situação ilegal, condenou nesta quinta-feira o vice-presidente da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Felipe González.
"É uma situação
muito preocupante, porque vemos que os Estados Unidos estão voltando a
políticas que pareciam ter ficado no passado, como manter centros de detenção
para menores e famílias", afirmou González, que também é relator sobre
Direitos dos Migrantes.
Felipe González liderou
uma delegação da Comissão que visitou a fronteira sudoeste dos Estados Unidos
esta semana. Desde outubro de 2013, mais de 66 mil menores desacompanhados de
adultos - e um número similar de famílias - do México e de países da América Central
foram interceptados nessa região.
A permanência de muitos
deles em centros de detenção é um "retrocesso", disse González à AFP.
Com isso, acrescentou
González, os Estados Unidos "estão retornando a políticas que existiam há
mais de cinco anos", apesar de "já ter passado o pico da migração
infantil". Os números estão em queda desde junho, disse o relator.
A delegação da CIDH, um
órgão autônomo da OEA, visitou o centro do Departamento de Imigração e Aduana
dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) para menores e famílias, em Karnes
(no Texas).
González também
denunciou as dificuldades da CIDH e de ONGs para visitar diferentes instalações
para migrantes em situação clandestina.
Segundo testemunhos
obtidos, os migrantes denunciam a falta de privacidade e lazer, o acesso
restrito para falar com seus familiares e a ausência de um defensor legal,
fator que determina a possibilidade de acolhida de um pedido de asilo.
Os centros "são equivalentes
a prisões", criticou González.
Outra denúncia é que as
autoridades americanas não investigam com profundidade os pedidos de asilo
desses migrantes, que fogem da violência do narcotráfico, principalmente em
Honduras, El Salvador e Guatemala.
AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário