sábado, 31 de março de 2018

Imigrantes impedidos de entrar em Portugal aumentam 37%


Resultado de imagem para Imigrantes impedidos de entrar em Portugal aumentam 37%

O número de imigrantes ilegais impedidos de entrar em Portugal aumentou 37% em relação a 2016, valores que, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2017, segue a tendência crescente a nível europeu.

Cerca de 60% dos passageiros sujeitos a recusa de entrada em Portugal eram nacionais do Brasil, viajando em rotas directas por via aérea desde a sua origem, seguindo-se os nacionais de Angola (cerca de 7%).

Foram ainda observados casos de utilização de plataformas de trânsito em países terceiros como Marrocos, correspondendo a uma procura por soluções mais económicas ou a uma tentativa de iludir as autoridades de fronteira quanto às suas reais intenções ou origem.

O relatório alerta ainda para um aumento de fraude documental na fronteira aérea, mantendo-se como as origens mais problemáticas o Senegal, Marrocos e Angola.

"A fraude documental representa um risco acrescido para a segurança dos Estados, designadamente ao nível do expediente para contornar as regras relativas à imigração, da deslocação de eventuais terroristas e de outras práticas criminosas, como o tráfico de seres humanos", lê-se no relatório.

Segundo o RASI, à chegada a Portugal, os principais requerentes de protecção internacional na fronteira foram nacionais da República Democrática do Congo, República do Congo e Angola, viajando maioritariamente em rotas áreas directas de Luanda e Dacar.

"As situações de protecção internacional na fronteira externa continuam a ser usadas como meio de recurso a uma decisão desfavorável de entrada em Portugal, razão pela qual se torna difícil distinguir entre aqueles que efectivamente são perseguidos e aqueles que pretendem abusivamente utilizar este instrumento internacionalmente reconhecido", lê-se no relatório.

Segundo o documento, foram ainda identificados casos em que, a pretexto do trânsito, são utilizados aeroportos de conveniência para permitir a chegada a Portugal, com o objectivo de ser solicitada protecção internacional, inviabilizando a possibilidade de retorno em virtude de uma decisão negativa.

Casamentos por conveniência
O RASI alerta ainda para o aumento em 2017 do número de casamentos ou uniões de conveniência, uma prática que permite, após três anos, a obtenção de nacionalidade portuguesa.

"Os números relacionados com esta realidade têm vindo a aumentar, fazendo crescer a preocupação de possível atribuição da nacionalidade portuguesa a nacionais de países considerados de risco", lê-se no relatório.

P2

www.miguelimigrante.blogspot.com

EUA querem exigir dados das redes sociais de quem pedir visto para entrar no país


Resultado de imagem para EUA querem exigir dados das redes sociais de quem pedir visto para entrar no país

Quem solicitar o visto de entrada para os Estados Unidos deverá fornecer todos os históricos e nomes nas mídias sociais, endereços de correio eletrônico e números de telefone. É o que diz uma proposta do Departamento de Estado americano publicada nesta sexta-feira (30). A medida passará por avaliação da população.
O documento, publicado no Diário Oficial do governo americano, será aberto a comentários pelo prazo de 60 dias. Com isso, o departamento pretende conseguir opiniões sobre as exigências que afetarão 15 milhões de estrangeiros que solicitam vistos para entrar nos Estados Unidos. 

Segundo dados do órgão, a medida afetará 710 mil solicitantes de visto de imigração e 14 milhões de vistos de turismo ou os que querem viajar para os EUA em razões de negócios ou educação. A proposta é uma das medidas prometidas pelo governo de Donald Trump de realizar uma espécie de "checagem" dos estrangeiros que entram no país.
Antes, seguindo orientações de maio de 2017, os agentes só pediam as informações sobre as redes sociais caso fosse necessário.
As novas regras serão aplicadas a todos os solicitantes de visto e só passarão a valer quando forem aprovadas pelo Escritório de Administração e Orçamento. Também serão exigidos histórico de viagens internacionais no período, se o indivíduo já foi deportado ou removido de algum país e se membros de sua família estão envolvidos em atividade terrorista.

Gaucha Zero Hora

www.miguelimigrante.blogspot.com

sexta-feira, 30 de março de 2018

Exército vai levar venezuelanos de Roraima para outros estados


Resultado de imagem para Exército vai levar venezuelanos de Roraima para outros estados
O general do Exército Eduardo Pazuello, coordenador da Força-Tarefa Humanitária do Governo Federal em Roraima, disse nesta quarta-feira (28) que 300 imigrantes venezuelanos devem ser levados a outros estados do Brasil a partir de 5 de abril.
A interiorização dos venezuelanos, como o processo é chamado, será feita em aviões da Força Aérea Brasileira (Fab). Os voos serão custeados com os R$ 190 milhões liberados pelo Governo Federal para o Ministério da Defesa lidar com fluxo de imigrantes no estado.
Desde 2015 Roraima recebe um número crescescente de venezuelanos que fogem da crise econômica e política vivida no regime de Nicolás Maduro. Nos últimos três anos, mais de 20 mil pediram refúgio à Polícia Federal em Roraima e se estima que atualmente pelo menos 450 imigrantes cruzem todos os dias a fronteira do estado. Só na capital Boa Vista há 40 mil, segundo a prefeitura.
De acordo com o general, já existem 860 vagas preparadas por outros estados para receber os imigrantes venezuelanos que estão em Roraima. Pazuello mencionou apenas três dos cinco estados que devem receber os estrangeiros. São eles: São Paulo, Paraná e Espírito Santo.
O coordenador da Força-Tarefa disse que o objetivo da interiorização dos venezuelanos é amenizar os impactos da imigração em massa que ocorre em Roraima. Todos os estrangeiros que forem levados para outros locais estão sendo cadastrados, vacinados e mantidos em quarentena, porque o estado enfrenta um surto de sarampo importado da Venezuela.
"Queremos diminuir a pressão desse efetivo [de venezuelanos] em Boa Vista e a partir daí ir seguindo com esse processo de interiorização conforme o necessário", afirmou Pazuello.
Segundo o general, desde a visita do presidente Michel Temer a Roraima, em fevereiro, a Força-Tarefa criada para lidar com a imigração já fez melhorias na gestão e parte física dos dois abrigos para venezuelanos abertos pelo governo do estado. Um terceiro abrigo público foi inaugurado na capital na semana passada através de uma parceria entre o Exército e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
"Agora, nesse primeiro momento nós estamos fazendo melhorias nos abrigos para que as pessoas fiquem numa situação humanitária melhor", afirmou o general, acrescentando que a partir do final de abril novas estruturas de acolhimento devem ser abertas no estado. "Vamos criar postos de identificação, triagem, acolhida e atendimento médico para os recém-chegados".
Pazuello também afirmou que o objetivo da Força-Tarefa Humanitária é acolher todos os venezuelanos que estão vivendo nas ruas e praças da capital. "Essas pessoas [em situação de rua] precisam ser cadastradas e abrigadas e vamos trabalhar para isso".
Ações na fronteira
Duas operações estão em curso em Pacaraima, cidade que é porta de entrada para os imigrantes. Uma delas é a "Controle", executada por militares de Roraima, para melhorar a segurança na região e a "Acolhida", de responsabilidade da Força-Tarefa.
Durante a ação "Acolhida", o Exército Brasileiro identificou que cerca de 450 imigrantes passam pela fronteira todos os dias. Desses, pelo menos 50 vêm em busca de abrigo, alimentação e atendimento médico no Brasil.
Por isso, o Exército estuda melhorar a estrutura do Hospital de Pacaraima para usá-lo como centro de atendimentos aos imigrantes que precisarem de serviços de saúde. Caso a ideia seja posta em prática, será adiada a criação do Hospital de Campanha na fronteira, que foi anunciado pelo presidente Temer, segundo o general.
"Já falamos com a governadora [Suely Campos (PP)] e estamos articulando melhorias na unidade. Se isso for feito, o Hospital de Campanha só será instalado se o de Pacaraima não for suficiente".
Ainda segundo o general, os R$ 190 milhões liberados pelo Governo Federal irão custear as ações da Força-Tarefa durante os próximos 12 meses. O dinheiro deve ser aplicado no processo de interiorização, manutenção dos abrigos, alimentação e demais ações relacionadas à imigração.
"Queremos resolver os nossos problemas, da nossa cidade, estado, dos brasileiros, e isso passa na questão do abrigamento e acolhida dos venezuelanos. Estamos aqui para melhorar a segurança, a saúde, que são os problemas do nosso estado".
*Com informações da Rede Amazônica Roraima
www.miguelimigrante.blogspot.com


Número de estrangeiros legais e ilegais no Japão atinge novo recorde

O número de estrangeiros vivendo no Japão atingiu a marca de 2,56 milhões de pessoas, o maior valor desde que o levantamento começou a ser feito em 1959.
Assim como, o número de estrangeiros ilegais vivendo no país também subiu pelo quarto ano seguido, alcançando a marca de 66 mil pessoas.
O levantamento realizado pelo Departamento de Imigração do Ministério da Justiça considerou dados computados até o final de 2017.
Segundo os dados, o aumento no número de estrangeiros em relação ao mesmo período de 2016 foi de 179 mil pessoas, representando alta de 7,5%.
Em termos totais, os chineses continuam a liderar a lista de estrangeiros no país com 738 mil pessoas, seguidos pelos sul-coreanos com 456 mil.
Entretanto o maior aumento percentual foi de vietnamitas, que totalizaram 262 mil pessoas, um aumento de 31,2%.
Houve também um aumento de 1,2 mil estrangeiros em situação ilegal no país.
Na análise do Ministério da Justiça esse acréscimo se deve aos turistas que visitam ao Japão com visto de curta permanência, mas que permanecem no país trabalhando ilegalmente.
Fonte: NHK WEB NEWS
www.miguelimigrante.blogspot.com

quinta-feira, 29 de março de 2018

Maioria dos 15 mil estudantes brasileiros no Paraguai estão ilegal

Resultado de imagem para Maioria dos 15 mil estudantes brasileiros no Paraguai estão ilegal
A Direção Regional de Migrações em Cidade do Leste, no Paraguai, estima que 15 mil estrangeiros estudem atualmente em universidades da cidade e região. Porém, apenas 3.5 mil estão regularizados no país, com visto de permanência temporária.

Do total de estudantes estrangeiros, 98% são brasileiros, que escolheram o Paraguai pela facilidade de ingresso e baixos preços das mensalidades dos cursos da área de saúde, principalmente medicina e enfermagem.

De acordo com o setor migratório, os brasileiros entram no país com visto de turismo, válido por 90 dias, que não permite estudar ou trabalhar. Para regularizar a situação, o estudante deve entrar com pedido de radicação temporária e após dois anos, poderá pedir o visto permanente.

José Ginard, diretor regional de Migração, explicou que mesmo obrigadas, as universidades não exigem o documento migratório como requisito para a matrícula. “As universidades estão obrigadas a solicitar o documento, mas não fazem. É também uma exigência do Ministério da Educação para a emissão dos diplomas universitários”, disse.

A resolução Nº 6097, do Ministério da Educação (MEC) do Paraguai, diz que “para o registro de títulos de pré-graduação, graduação e pós-graduação, os estudantes estrangeiros deverão previamente cumprir as leis migratórias nacionais antes de iniciar os trâmites pertinentes”.

Entre os dias 19 e 24 de março deste ano, a a Direção Nacional de Migrações do Paraguai realizou uma campanha de regularização migratória em Cidade do Leste. Ginard informou que houve uma boa procura, mas não o suficiente devido o grande número de estudantes em situação irregular. Uma nova campanha deve ser realizada em maio.

O setor de Migrações adverte, que a não regularização pode resultar em multa para a universidade e a expulsão do estudante do país.

O custo do visto temporário no Paraguai custa G 1.239.000 de guaranies, cerca de R$ 770.

Para solicitar o documento, o estrangeiro precisa apresentar cópia de identidade, certidão de nascimento, exame médico certificado pelo Ministério da Saúde, antecedentes policiais, comprovante de vida e residência, além de demonstração de atividade financeira.

Portal da Cidade

www.miguelimigrante.blogspot.com

Paraíba tem 3 mil imigrantes com moradia fixa


Paraíba tem 3 mil imigrantes com moradia fixa e de 2017 até fevereiro, 20 queriam legalização

A curiosidade por conhecer outra cultura e ainda ter a oportunidade de melhorar de vida fizeram com que o senegalês Mauro Dramen deixasse sua terra natal, em 2014, para viver no Brasil. Morando na Paraíba há três anos, ele trocou a pesca, atividade que fazia no país africano, pelo trabalho como vendedor ambulante.

Assim como ele, pelo menos outros três mil estrangeiros escolheram o Estado como endereço fixo de acordo com o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2016.

“Gosto muito de morar aqui, do clima, das pessoas, da cultura. A vida no meu país era muito difícil. Tentei trabalhar com pesca aqui também, mas não deu certo. O trabalho na rua é melhor”, disse Mauro, que trabalha no Centro de João Pessoa. Ele revelou ainda que pretende trazer a esposa para morar com ele na cidade.

A busca por melhores condições de trabalho está entre os pontos principais dos estrangeiros que procuram oficializar moradia na Paraíba. Somente de 2017 até fevereiro deste ano, a assessora jurídica da Pastoral dos Migrantes do Brasil e membro do Núcleo de Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Maritza Ferreti, atendeu a 20 estrangeiros que viviam na Paraíba e queriam auxílio para oficializar a estadia.

E é justamente a busca por trabalho uma das motivações que atrai pessoas de outros países para o Brasil, como foi o caso dos chineses André e Yating, que vieram com suas famílias para a Paraíba para instalar lojas de produtos importados. A jovem chinesa está na Paraíba há sete anos com a família que montaram duas lojas, sendo uma na Capital e outra em Campina Grande. Já no caso de André, a fixação de moradia no Estado foi oficializada em 2015.

Além do trabalho informal, como é o caso de Mauro Dramen, e das iniciativas empreendedoras, como os chineses, outros estrangeiros que vivem na Paraíba obtiveram registro de emprego formal. Segundo a última Relação Anual de Informações Sociais (Rais), 91 trabalhadores não brasileiros foram contratados formalmente no Estado em 2016.
PBAGORA
www.miguelimigrante.blogspot.com

quarta-feira, 28 de março de 2018

Refugiados reconstroem suas vidas na RDC com ajuda de projeto de dança

O coreógrafo congolês Fabrice Don de Dieu Bwabulamutima acredita no poder de cura da dança. Ele viaja com sua companhia de teatro para campos de refugiados em toda a República Democrática do Congo. Por meio da arte, ensina pessoas que enfrentaram a guerra e a violência a superar traumas, reconstruir sua autoconfiança e aprender a conviver novamente. O relato é da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O coreógrafo congolês Fabrice Don de Dieu Bwabulamutima acredita no poder de cura da dança. Ele viaja com sua companhia de teatro para campos de refugiados em toda a República Democrática do Congo. Por meio da arte, ensina pessoas que enfrentaram a guerra e a violência a superar traumas, reconstruir sua autoconfiança e aprender a conviver novamente.
“A dança emociona a todos, independentemente de posição de poder, idade ou raça”, diz o instrutor de 40 anos que fez uma pausa em sua própria carreira na dança.
Sua companhia, Kongo Drama, vem ministrando um programa de dança, teatro e música de quatro meses intitulado “Refugiados em Movimento” no campo de Inke, na província de Ubangi do Norte, que abriga mais de 16 mil refugiados da República Centro-Africana.
O programa é financiado pela organização não governamental francesa African Artists for Development, em colaboração com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Mais de 600 pessoas de todas as idades, refugiados e residentes locais, participam de uma variedade de cursos, incluindo dança infantil, dança contemporânea africana, hip hop e dança tradicional.
Fabrice começou o projeto em 2015 no campo de Mole, em Ubangi do Sul, onde segundo ele havia tensão e desconfiança entre os diferentes grupos de refugiados. Uma vez que começaram a dançar juntos, a tensão desapareceu e sorrisos voltaram a estampar os rostos.
“Quando vejo os efeitos do que estamos fazendo, como você pode restaurar o desejo das pessoas de estarem vivas, como você pode dar esperança a milhares de pessoas, é incrível”, declarou.
Onu
www.miguelimigrante.blogspot.com

Um grito de alerta por Calais


Resultado de imagem para Um grito de alerta por Calais
Há vitrinas, janelas, caixas de alumínio e de madeira, todas elas com palavras-de-ordem gravadas a ácido e gritando a urgência do tema das migrações e dos refugiados: “La frontière tuée”/ “Jeu de vieLieu de vieNous ne sommes pas des animaux”/ “Stop the blood”/ “We just want to go in England”…

Há inscrições em francês e em inglês. Há roupas e objectos acumulados nestas montras que denunciam o desespero de quantos, nos acampamentos (agora) escondidos de Calais, no norte de França a caminho de Inglaterra via Eurotunel, desesperam por um “passaporte” para uma vida diferente na Europa do Norte de todos as ilusões.

Com Sans toi ni loi – o mesmo título de um filme de Agnès Varda (Sei Eira nem Beira, 1985), em que Sandrine Bonnaire incarna uma adolescente lançada para a berma da estrada da vida –, Jérémy Pajeanc encena o drama dos imigrantes e dos refugiados que, fugindo da África de todos as guerras (mas também de países como o Vietname, o Tibete ou as Filipinas), aspiram a chegar a Inglaterra.

“São frases, grafitti, que eu fui recolhendo nas tendas, nas estradas, nas estações de serviço, a caminho de Calais”, explica o artista luso-descendente nascido em Paris (1988), e que se encontra radicado em Portugal desde 2007, onde se licenciou na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Decidiu gravar estas inscrições a ácido hidrofluorídrico sobre vidro para que elas não tenham o destino dos grafitti em Calais, que as autoridades francesas limpam diariamente para esconderem uma realidade com a qual não se querem confrontar.

“Eu também sou imigrante, sempre fui, como a minha família; mas, como nasci em Paris, tenho a sorte de poder viajar para todo o lado; já os imigrantes não o podem fazer”, nota Pajeanc, descendente de portugueses, primeiro, emigrados para Angola, e depois da guerra civil neste país, para França.

O artista vem trabalhando o tema genérico das migrações e o drama de Calais desde há meia dúzia de anos, quando em 2012 fez uma primeira instalação, Grades antimotim, na Dinamarca, no âmbito do European Glass Contest. “Decidi agora ser mais incisivo e mais específico sobre o caso de Calais”, realça, lamentando que o seu país não consiga "dar resposta a esta questão humanitária”. “No futuro, a Europa vai ter de responder pelos actos inumanos que agora está a praticar junto dos imigrantes que a procuram”, reclama.
Operários-artistas

Jérémy Pajeanc é o primeiro convidado de No Entulho, o programa de residências artísticas que a Otiima abriu no início deste ano, destinado a proporcionar aos jovens artistas “a pesquisa e a produção artística em ambiente rural-industrial”.

P2
www.miguelimigrante.blogspot.com

terça-feira, 27 de março de 2018

Fórum Social Mundial das Migrações 2 e 4 de novembro de 2018, México

Migrar, resistir, construir, transformar
Vamos migrar todos·as, migrar o sistema
Nós, migrantes e organizações de migrantes envolvidas nas migrações de diversas partes do planeta, transitamos atualmente um mundo num processo tumultuoso, onde a questão migratória tem se tornado um tema central da agenda internacional. Hoje, quase um em quatro trabalhadores do mundo é migrante e enfrenta condições de profunda vulnerabilidade: exclusão, discriminação, exploração extrema, morte e/ou desaparecimento. Somos 250 milhões em ter atravessado fronteiras nacionais e 750 milhões em fazer exercício da mobilidade humana no interior de nossos países. Sob a globalização neoliberal, a migração se torna essencialmente um deslocamento forçado, incluindo os refugiados climáticos, o tráfico e a trata de pessoas, a migração por miséria e as deportações em massa.
Somos testemunhas diretas de que os muros, os nacionalismos exacerbados, a erosão do direito à mobilidade, os conceitos de “migração ordenada e segura” e a negação migratória, são sinais de um mundo atrapado nas suas contradições e seu passado. O atual Pacto Global sobre migrações empreendido a partir das Nações Unidas, reflete esta situação. Ele não vai para a raiz das causas estruturais da migração forçada. Tem como pano de fundo uma estratégia corporativa alinhada com o sistema imperialista em vigor.
A resistência a partir de em baixo e à esquerda é vital para atacar esses problemas estruturais inerentes à migração forçada e avançar para a construção de um outro mundo possível, um mundo no qual exista espaço para muitos mundos. Trata-se de programar e articular as mobilizações que promovam a cidadania universal para os 1000 milhões de seres humanos que fazem parte da mobilidade global.
Por conseguinte, nós associamo-nos aos princípios do Fórum Social Mundial e convidamos para construir o 8to Fórum social mundial das migrações que terá lugar em novembro de 2018 no México. Este Fórum tem uma concepção ativa e protagonista da migração. Para nós, migrar é resistir, é construir e transformar. Fazemos um apelo a todos os e as migrantes para se mobilizarem localmente e regionalmente rumo ao Fórum do México. Sabendo que milhões de migrantes estão envolvidos em situações urgentes e não poderão estar no México, este processo é também um convite para se mobilizar localmente, e nacionalmente.
O Fórum se constrói entre todas e todos. Nós convidamos vocês a se juntarem ou assistirem às atividades prévias (entre abril e outubro de 2018) ou durante o Fórum de México em novembro de 2018. Para participar, você pode registrar sua atividade (oficinas, encontros, conferências, assembleias, convergências e outros processos); tonar-se voluntário (animação, ajuda, logística, tradução…etc), enviando um e-mail para: fsmm2018mexico@gmail.com.
Para nos seguir e nos contactar nas redes: www.fsmm2018.org Facebook @FSMM2018
Twitter @FSMM2018
Migrar, resistir, construir, transformar
Vamos migrar todos·as, migrar o sistema

www.miguelimigrante.blogspot.com

A DEMOCRACIA POR UM FIO


Resultado de imagem para Padre Alfredo Gonçalves
Os alertas vão se acumulando de forma preocupante. De um tempo para cá, alguns oficiais militares começaram a levantar a voz, às vezes com o silêncio suspeito e consentido de seus superiores. Depois, vem a ocupação pelo exército do Rio de Janeiro, cidade que, diga-se de passagem, já viveu momentos piores em termos de violência urbana. E, improvisamente, chega-se ao o trágico e insensato assassinato da vereadora Marielle Franco, execução brutal que lembra os tempos sombrios da ditadura. Enfim, é já bem conhecida e notória a sobreposição do crime organizado sobre o Estado de direito em determinadas cidades brasileiras...
Como se não bastassem tais sinais amarelos, em Brasília o governo Temer arrasta-se inerte e ineficaz, para não dizer ilegítimo, no sentido de cumprir um calendário vazio até as eleições de outubro/2018. De outro lado, contam-se nos dedos de uma única mão as figuras idôneas para assumir as rédeas da rex publica no contexto histórico atual. Apesar das riquezas naturais do país e da criatividade dos brasileiros, a economia segue a passo de tartaruga. Cresce a olhos vistos, e de forma progressiva, a disparidade entre o andar de cima e o andar de baixo da pirâmide social. O Poder Judiciário tende a desequilibrar os pratos da balança que o simboliza...
Que outra coisa se deve acrescentar para concluir que a democracia brasileira oscila por um fio? Talvez nunca tenha sido tão expressiva a distância entre os discursos e interesses dos políticos, na capital federal, e as urgências e necessidades básicas da população, pelos campos e cidades, pelos porões, grotões e periferias do país. Quanto ao cenário crônico e histórico da corrupção, tornou-se tão vizinho ao nariz de cada cidadão que corremos o risco de ignorá-lo. Grande é, ainda, a apatia e o descrédito, o desencanto e a indiferença da população em geral para com os destinos reais e concretos deste “gigante ainda adormecido”.
Felizmente – e vale salientar que utilizamos essa palavra com todo o respeito pela dor dos familiares de Marielle Franco – o sangue derramado da vereadora parece ter despertado as forças sonolentas de não poucos “combatentes do bom combate”, parafraseando o apóstolo Paulo (2 Tm 4,7). A força indômita e a morte precoce e violenta dessa legítima representante da população mais pobre, defensora incansável dos direitos humanos esquecidos e sistematicamente violados, acabou por levar às ruas milhares de pessoas.
A repercussão dessa morte inaceitável se estendeu pelo interior do país, bem como pelo exterior. Diferentes manifestações se multiplicaram dentro e fora do Brasil e pelas redes sociais pela Internet. Revival das forças de esquerda em oposição a uma política econômica que “mata e descarta”, no dizer do Papa Francisco!... Substituição da “globalização da indiferença” pela “cultura da silidariedade”, dia ainda o Pontífice!... O fato é que a ação truculenta dos filhos das trevas provocou uma reação que desde muito não se fazia notar.
O que está em jogo? Devemos falar de outro sinal – desta vez na contramão da inércia e da sonolência generalizadas? Tomara seja essa a aurora e o horizonte dos acontecimentos. Só assim as próximas eleições poderão retomar o fio tênue, embora resistente, de uma democracia que apesar de tudo segue viva e ativa. Eis uma esperança de que novos canais, novos instrumentos e novos mecanismos estejam sendo forjados para a construção de um processo firme e sólido de participação popular. Bem que poderia ser esse um belo presente de Páscoa – símbolo maior da vida, “e da vida em plenitude”, como se lê no Evangelho (Jo 10,10).
Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs – Roma, 24 de março de 2018
www.miguelimigrante.blogspot.com