Mais de 4 mil pessoas morreram desde
janeiro, em todo o mundo, tentando migrar, por vias terrestres ou marítimas, a
um país desenvolvido. Do total, quase 3 mil delas faleceram no Mar
Mediterrâneo, afirmou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (29). O estudo,
que leva o título de "Fatal Journeys" ("Viagens Fatais", na
tradução do inglês), foi publicado em Genebra pela Organização Mundial para as
Migrações (OIM).
Neste ano, 4.077 migrantes morreram durante viagens, sendo 3.072 no Mar
Mediterrâneo, 251 na África Oriental, 230 na fronteira entre Estados Unidos e
México e 45 no Caribe.
As estatísticas referentes às mortes no Mediterrâneo em 2014 são quatro
vezes maiores que as de 2013, "o que demonstra um dramático aumento no
número de pessoas que tentam chegar à Europa", disse a OIM. "Este é o
momento de agir, de fazer mais do que apenas contar o número de vítimas. É o
momento de envolver o mundo todo para interromper a violência contra os
migrantes", disse o diretor-geral da OIM, William Lacy Swing. Desde o ano
2000, mais de 40 mil pessoas morreram em todo o mundo tentando mudar de país.
A Europa é considerada o destino mais perigoso para viagens migratórias
irregulares, de acordo com a OIM, que calcula 22 mil mortos nos últimos 14
anos, contra 6 mil entre o México e os Estados Unidos. A entidade, porém,
acredita que o número pode ser muito maior, já que não há dados de zonas
isoladas. Especialistas da OIM estimam que, para cada um corpo encontrado,
outros dois estariam sem localização. O estudo divulgado hoje, com mais de 200
páginas, foi iniciado após a tragédia ocorrida em outubro de 2013 na ilha de
Lampedusa, ao sul da Itália, na qual 366 imigrantes morreram em um naufrágio.
Por estar no Mediterrâneo, Lampedusa é um dos principais destinos de
embarcações como imigrantes que querem iniciar uma nova vida na Europa ou fogem
de conflitos em seus países de origem. O governo italiano faz constantes apelos
de ajuda para a União Europeia (UE) para criar políticas e mecanismos que
possam conter os naufrágios e as mortes no Mediterrâneo.
O REPORTER
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