quarta-feira, 30 de junho de 2021

Indígenas venezuelanos recebem vacina contra covid em Boa Vista (RR)

Indígenas venezuelanos abrigados em Boa Vista, Roraima, estão recebendo a vacina contra covid-19. A medida é uma cooperação entre a Operação Acolhida, Ministérios públicos federal e estadual de Roraima e a Secretaria Estadual de Saúde. A intenção é vacinar 100% dos indígenas que pertencem às etnias Warao, Eñepá e Pemon.

A Defensoria Pública da União tem atuado para que os indígenas migrantes também recebam a vacina em outras cidades brasileiras, para onde se deslocaram. O entendimento da DPU é de que essa população deve ser beneficiada pelo PNI, o Programa Nacional de Imunização, em igual condição a indígenas brasileiros. Algumas cidades já estão acatando a orientação da defensoria, caso de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Rio Branco, no Acre.

O defensor João Freitas de Castro Alves destaca a vulnerabilidade desses grupos e explica porque precisam ser priorizados.

O governo do Acre, no entanto, informou que está seguindo o que foi determinado pelo PNI, e vacina indígenas vivendo em terras homologadas ou não. Segundo o governo, os que estão em contexto urbano são assistidos pelos mesmos critérios da população geral. Mas, na fronteira, de acordo com o governo, os indígenas e demais migrantes que estavam em processo migratório foram vacinados.

O secretário especial de Saúde Indígena do ministério da Saúde, Robson Santos, destaca que se um indígena migrante estiver inscrito nos sistemas brasileiros, ele pode sim ser vacinado.

A meta é vacinar 90% do público indígena contra a covid e esse número já deve ser atingido em 30 ou 40 dias, de acordo com Robson Santos. Até o momento, 82% já foram imunizados com a primeira dose e 73% com as duas doses.

Ao todo, entre primeira e segunda doses, já foram feitas 603 mil aplicações de vacina entre indígenas. Ainda segundo Robson Santos, populações do Nordeste, como Pankarararu e Truká, foram as primeiras a atingir a meta de 90% de vacinados.

* Com produção de Michelle Moreira.

agenciabrasil.ebc 

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Cerca de 10% de todos os trabalhadores migrantes são jovens, diz OIT

 Um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, estima que, entre 2017 e 2019, o número de migrantes internacionais passou de 164 para 169 milhões.   

De acordo com a pesquisa “Estimativas Globais sobre os Trabalhadores Migrantes Internacionais da OIT”, o aumento foi de 3%.  

Pandemia 

Segundo o relatório, em 2019 a migração laboral internacional representava quase 5% da mão-de-obra global.   

Segundo o relatório, em 2019 a migração laboral internacional representava quase 5% da mão-de-obra global
OIT/K.B. Mpofu
Segundo o relatório, em 2019 a migração laboral internacional representava quase 5% da mão-de-obra global

Apesar desse peso, trabalhadores migrantes, muitas vezes, não têm emprego fixo, operam na economia informal e são desprovidos de qualquer proteção com maior risco de demissão, insegurança e agravamento das condições de trabalho. 

A crise da Covid-19 piorou esse quadro sobretudo para mulheres, que estão mais representadas em empregos mal remunerados, pouco qualificados e falta de acesso a proteção social.  

Em comunicado, a diretora do Departamento de Condições de Trabalho e Igualdade da OIT, Manuela Tomei, disse que "a pandemia expôs a precariedade da situação.” 

Segundo ela, estes trabalhadores “são, muitas vezes, os primeiros a serem despedidos, têm dificuldades no acesso aos tratamentos de saúde e com frequência são excluídos das respostas políticas nacionais de resposta à Covid-19." 

Gênero e jovens 

A maioria, cerca de 99 milhões, é de homens. Em todo o mundo, 70 milhões de mulheres estão nessa situação.   Elas enfrentam mais obstáculos socioeconômicos e tendem a migrar enquanto acompanhantes familiares. Podem ser vítimas de discriminação de gênero e não possuem redes de apoio, o que dificulta a conciliação da vida profissional e familiar num país estrangeiro.    

A porcentagem de jovens migrantes, com idades entre os 15 e os 24 anos, também aumentou, quase 2%, cerca de 3,2 milhões, chegando a 6,8 milhões em 2019.    

Esse número representa quase 10% do total. Segundo a OIT, o crescimento está provavelmente relacionado com as elevadas taxas de desemprego jovem em muitos países em desenvolvimento. 

A crise da Covid-19 piorou esse quadro sobretudo para mulheres, que estão mais representadas em empregos mal remunerados
Acnur/Christian Campos
A crise da Covid-19 piorou esse quadro sobretudo para mulheres, que estão mais representadas em empregos mal remunerados

Setores 

O relatório mostra que a grande maioria dos trabalhadores migrantes, 86,5%, está em idade ativa, com idades entre os 25 e os 64 anos.   

Cerca de 66,2% trabalham no setor dos serviços, 26,7% na indústria e 7,1%na agricultura.  

Existem, no entanto, diferenças entre mulheres e homens na distribuição por setores, com mais mulheres no setor de serviços, incluindo saúde e trabalho doméstico, e homens mais presentes na indústria.    

Para o diretor do Departamento de Estatística da OIT, Rafael Diez de Medina, "as políticas de migração laboral só serão eficazes se se basearem em dados estatísticos sólidos”, como os deste relatório.  

Segundo ele, "estas políticas podem posteriormente ajudar os países a responder a mudanças na oferta e procura de mão-de-obra, estimular a inovação e o desenvolvimento sustentável, bem como a transferência e a atualização de competências".     

Onunews

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terça-feira, 29 de junho de 2021

Após reabertura da fronteira Brasil-Venezuela, analista aponta como fica relação entre os países

 

Foto Wikipédia 

Na quinta-feira (24), o Brasil reabriu a fronteira com a Venezuela, que estava mais de um ano fechada. Porém, essa reabertura terá algumas limitações, contando com o número de apenas 50 pessoas por dia que poderão passar do país venezuelano para o brasileiro, segundo a Folha de São Paulo.

De acordo com o texto da portaria de número 655, publicado nesta quarta-feira (23), a reabertura da fronteira visa a receber "pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária", e que agora poderão receber assistência emergencial de acolhimento e regularização migratória.

Na visão de Rafael Araujo, professor de História da América da UERJ e organizador do livro "A Era Chávez e a Venezuela no Tempo Presente", a medida do governo foi acertada, pois a Venezuela vive uma grave crise humanitária em consequência da crise econômica instalada no país desde 2015, e que mesmo que o Brasil também esteja enfrentando dificuldades sanitárias e econômicas, Brasília ainda se encontra em melhor condições do que Caracas.

Araujo caracteriza que o migrante venezuelano que chega ao Brasil origina de uma parcela da população mais vulnerável, mais pobre, que em razão da desesperança vivida em seu país, optam por tentar melhor qualidade de vida em outros territórios. De acordo com o professor, quando a fronteira estava aberta em 2020, em torno de 1.000 venezuelanos entravam por dia no Brasil.

Sobre o número de venezuelanos que já atravessaram a fronteira, o especialista cita dados do projeto do governo Acolhida, que foi responsável pela interiorização de aproximadamente 51 mil venezuelanos em 675 municípios brasileiros. Por conta do programa, de 360 famílias interiorizadas, 77% já conseguiram emprego e melhores condições de viver no país.

Porém, o professor salienta que esses são os números de migrantes agraciados pelo projeto, pois, atualmente, cerca de 260 mil refugiados e migrantes venezuelanos vivem no Brasil.

Motivação para migração
Conforme citado pelo professor, a deterioração econômica na Venezuela é o maior impulso para os nacionais deixarem o país. Como exemplo, Araujo cita o fato de o PIB venezuelano ter retrocedido 28% em 2019 e 30% em 2020. Ligada à crise econômica, também existe um contexto político atribulado, que juntos, desgastam a população e geram uma profunda crise social.

Isso se evidenciaria, novamente, nos números, já que cerca de 5,4 milhões de venezuelanos, ou seja, um sexto da população, migraram ou buscaram abrigo em outros países,

"Embora, nesse momento, haja uma tentativa de mínima cooperação entre o governo de Nicolás Maduro e alguns setores de oposição, a invisibilidade de uma solução rápida para crise política serve como mais um elemento que desgasta o venezuelano. [...] Se eu fosse colocar como fator mais relevante para migração seriam esses: a crise política, a impossibilidade de solução a curto prazo e a precária situação socioeconômica", disse o professor em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil.

Entretanto, Araujo enfatiza que, como qualquer migrante que opta por sair de seu próprio país, não por querer, mas por se ver em um contexto incerto e precário, os migrantes venezuelanos também enfrentam problemas nos países a que chegam, incluindo o Brasil.

Apesar do projeto Acolhida, muitos migrantes não são abarcados pelo programa, o que faz com que sua vivência no Brasil aconteça nas bordas, sem uma assistência, o que dificulta o acesso ao trabalho, à moradia, à educação, e consequentemente, até à alimentação.

E essa questão não conta só com o migrante venezuelano, o professor também cita os bolivianos e haitianos que chegam ao país e são explorados em seus trabalhos por estarem vivendo nessa margem. A diferença de língua também é um ponto de dificuldade levantado pelo especialista.

Contribuição para cultura brasileira
Para Araujo, a maior contribuição da vinda de migrantes venezuelanos para território brasileiro é ajudar o Brasil a se ver mais como um país latino-americano, pois a formação do Estado brasileiro aconteceu "de costas para América Latina", apesar da proximidade das nações.

O professor conta que existe um mito na elite brasileira de que os hispano-americanos seriam atrasados, e assim, o brasileiro não se vê englobado nessa cultura.

"Com a redemocratização na década de 1980 e a criação do Mercosul em 1991, o Brasil tem virado mais seu olhar para América Latina, porém, ainda está muito longe para o brasileiro se sentir latino-americano. Eu acho que a migração dos venezuelanos pode contribuir para que a gente veja a América Latina de uma forma mais integrada ao trocar mais intensamente aspectos culturais. Talvez isso desperte esse novo olhar no brasileiro", explica o professor.

Foco na migração proveniente da Venezuela
Outros países da América do Sul, como a Colômbia, também vivem crises internas que geram alto fluxo de refugiados, mas parece que o governo brasileiro tem um interesse maior nos migrantes venezuelanos.

Em relação a essa visão, Araujo diz que não é que exista uma importância particular atribuída às pessoas que vêm da Venezuela, mas que a magnitude da migração venezuelana em razão dos motivos citados anteriormente faz com que ela se torne uma crise humanitária de ordem global.

No caso, os venezuelanos compõem um dos grupos de refugiados e migrantes que mais demandam atenção nesse momento por sua grandeza. Portanto, não é que tenha um enfoque especial do governo brasileiro nesse grupo, mas a proximidade dos territórios e o intenso fluxo oriundo de Caracas faz com que seja obrigatório esse olhar mais próximo aos venezuelanos.

"Embora o governo Bolsonaro, com todo negacionismo e com todo o atraso que representa, não veja o Brasil como um líder da América do Sul e tenha tornado o país um anão diplomático, de certa forma, quando você tem um problema dessa magnitude, que é o caso dos venezuelanos, isso demanda uma atenção maior, queira o governo atual olhar para isso ou não", explicou Araujo.

Para o especialista, o Brasil é uma nação líder na região, então o enfoque do país nesse problema origina também de uma própria liderança que o Brasil representa.

Impactos no relacionamento Venezuela-Brasil
O professor explica que os atuais governos divergem muito no que diz respeito às diretrizes escolhidas por ambos para gerenciarem seu próprio país. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, tem uma abordagem totalmente diferente do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e essa divergência gera um desgaste natural na comunicação entre os dois.

Além de governos antagônicos, segundo o especialista, o Brasil ainda vive o retrocesso diplomático realizado pelo ex-chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, pois sua gestão deixou consequências negativas na diplomacia brasileira.

"Temos o problema hoje do trânsito fronteiriço, da migração, da pandemia, há vários elementos catalizadores de tensões entre Brasil e Venezuela, e enquanto tivermos os dois representantes [tão diferentes] as tensões não vão diminuir, pode até dar uma acalmada, mas algo próximo de uma relação cordial, solidária e em prol do desenvolvimento dos dois países ainda é algo distante a curto prazo."

Como Brasil pode ajudar a Venezuela
Na concepção do professor, o Brasil deveria liderar um movimento regional com atores globais, articulando com Estados Unidos, União Europeia, com a Rússia, China, Turquia e Irã que são aliados da Venezuela, para que o país saísse da crise política e econômica na qual se encontra.

Araujo conta que, de certa forma, as três últimas gestões brasileiras na presidência fizeram o Brasil perder a relação próxima que tinha aos venezuelanos, e não necessariamente por questões políticas e ideológicas, mas por uma desatenção que o governo deu ao país.

Adicionalmente, o professor enfatiza que não seria com o atual governo que essa reaproximação poderia acontecer, pois a gestão "é inepta para pensar um palmo à frente do nariz em relação à América do Sul", o que é lamentável, pois o Brasil teria condições de liderar esse movimento "para Venezuela sair da crise econômica e política e seguir uma retomada de um desenvolvimento socioeconômico que estancasse essa sangria da crise".

"Acho pouco provável que o atual governo tenha a mínima capacidade de fazer isso. Não pelo Itamaraty, o Itamaraty teria, mas por razões que fogem de qualquer racionalidade, que englobam o próprio fato da negação do coronavírus e da negação da ciência", completou o professor.

Na quinta-feira (24), o Brasil reabriu a fronteira com a Venezuela após mais de um ano com a mesma fechada. Porém, essa abertura terá algumas limitações contando com o número de 50 pessoas por dia que poderão passar do país venezuelano para o brasileiro.

O objetivo da abertura também seria o de "desestimular a entrada ilegal no país" e reforçar a repressão a coiotes (intermediários que cobram para levar os migrantes de forma irregular).

Entretanto, João Chaves, coordenador de Migrações e Refúgio da Defensoria Pública da União em São Paulo, disse, citado pela Folha de São Paulo, que "haverá dificuldade para atender toda a demanda reprimida de migrantes em Roraima. O limite de 50 pessoas é insuficiente". (com agência Sputnik Brasil)

jb.com.br

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Porto Alegre ganha casa de acolhida a migrantes

Porto Alegre ganha casa de acolhida a migrantes 



Em 2021, o Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações – CIBAI Migrações já ofereceu 8.655 atendimentos a migrantes, sendo a maioria oriunda da Venezuela, Haiti e Senegal. É o chamado “terceiro fluxo migratório global”, marcado pelo deslocamento por questões econômicas, políticas, ambientais e de conflitos bélicos. Com a chegada de muitos migrantes, especialmente venezuelanos, e o aumento do desemprego e a vulnerabilidade das pessoas como consequência da proliferação do COVID-19, os Missionários de São Carlos – Scalabrinianos tomaram a decisão de fundar uma casa de acolhida para migrantes para oferecer um serviço integral que articula a acolhida, a promoção, a proteção, a integração, a celebração e a inserção laboral de migrantes, prestando assim, um serviço concreto à sociedade Porto-alegrense.

A solenidade de inauguração da Casa do Migrante Guadalupe será às 10h do dia 3 de julho, na Rua Atílio Superti, 696, no bairro Vila Nova, em Porto Alegre, RS, com a presença de autoridades políticas e religiosas.

A Casa de Migrante Guadalupe é uma extensão da Associação Beneficente São Carlos - CIBAI Migrações com objetivo de acolher famílias migrantes recém-chegadas a Porto Alegre e em situação de vulnerabilidade que não tem onde ficar e que estão em busca de alternativas para a sua sobrevivência e melhores condições de vida com potencialidade de integração sociolaboral. As famílias são encaminhadas pelo CIBAI Migrações e poderão permanecer na instituição por sete dias, podendo ser prorrogado de acordo com o caso.

O espaço tem capacidade para acolher aproximadamente sessenta pessoas e oferece área de convivência comunitária, quartos familiares e/ou quartos compartilhados para aqueles migrantes que chegam sozinhos. Além disso, tem serviços básicos de alimentação, higiene pessoal, roupas, pouso, descanso, orientação, comunicação, transporte, apoio e encaminhamentos para os recursos como, por exemplo, regularização de documentos, trabalho, creches, escolas e saúde.

A Casa do Migrante Guadalupe caracteriza a missão própria no mundo da mobilidade humana, por meio do serviço segundo o evangelho e carisma dos missionários Scalabrinianos aos migrantes em Porto Alegre. Há 63 anos, o CIBAI Migrações acolhe e promove a vida dos migrantes e ao mesmo tempo contribui para o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade que o recebe. Na certeza de que juntos podemos seguir acolhendo e promovendo a vida dos migrantes!

Radio Vaticano

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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Filhos de imigrantes frequentam menos a escola no RS, aponta estudo

 


Filhos de imigrantes residentes no Rio Grande do Sul têm menor frequência escolar em comparação com as famílias de origem nacional em todas as faixas etárias, de zero a 24 anos. Na Educação Infantil, a prole de estrangeiros está presente 3,5 pontos percentuais a menos. A diferença aumenta para seis pontos percentuais nos ensinos Básico e Médio e salta para 13,6 na educação Técnica e Superior. 

Os achados constam em estudo que traçou um perfil dos imigrantes que vivem no Rio Grande do Sul, liderado por Daiane Menezes, pesquisadora em sociologia do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão.

O mais interessante foi conseguir incorporar a composição da família do imigrante e os seus filhos. Chegamos à constatação de que eles têm maior dificuldade para manter os filhos na escola. Não se consegue saber se isso ocorre pela dificuldade em realizar a matrícula, em validar anos anteriores da escolaridade ou pela questão da língua. Isso serve de atenção para os órgãos que trabalham com esse público, para que seja inserido desde cedo — avalia Daiane.  

As restrições impostas pela pandemia de coronavírus também são hipótese considerada como entrave para o acesso à escola. Outro ponto destacado é que as famílias de migrantes têm menos filhos do que as brasileiras, com 2,8 pontos percentuais a menos neste indicador. 

Para chegar às conclusões, Daiane se valeu de três bases de dados, com informações coletadas entre os anos de 2018 e 2021: o Cadastro Único (CadÚnico), onde se encontram os mais vulneráveis elegíveis a programas sociais, o Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra), plataforma em que a Polícia Federal procede solicitações de regularização, e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ferramenta que contabiliza os inseridos no mercado de trabalho formal. 

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Tratamento de imigrantes em privação de liberdade tem novas regras

 


Com o objetivo de assegurar os direitos das pessoas imigrantes em conflito com a lei, o Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, durante a 89ª Sessão Virtual, encerrada na sexta-feira (25/6), novos procedimentos para tratamento delas.

De acordo com o relator do ato normativo, conselheiro Mario Guerreiro, a necessidade de uma nova regulamentação surge a partir da revogação do Estatuto do Estrangeiro e sua substituição pela Lei 13.445/2017, chamada Lei de Migração.

O tema era regulamentado pela Resolução CNJ n. 162/2012 e, segundo o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ, havia a necessidade de atualizar a norma, tanto pelo quantitativo de pessoas imigrantes em estabelecimentos penais brasileiros como pela ausência de um tratamento uniforme da matéria no Poder Judiciário.

Além disso, a nova resolução foi baseada na Convenção de Viena e contou com pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública para adequar o envio de documentos à nova lei. “A nova legislação trouxe relevantes e substanciosas modificações sobre a temática, alcançando, inclusive, as práticas judiciais. Consolidou verdadeira mudança de paradigma na política migratória nacional”, destacou Mário Guerreiro.

Segundo o conselheiro do CNJ, a regulamentação aprovada traz procedimentos e diretrizes unificados na jurisdição penal, capazes de refletir o necessário respeito à cláusula do devido processo legal nos processos em que pessoa migrante figure como custodiada, acusada, ré ou condenada. Para elaborar a proposta, o DMF teve a colaboração técnica do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) por meio do programa Fazendo Justiça, que também irá produzir manual para apoiar a implementação da normativa.

O texto ainda recebeu contribuições do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), da Polícia Federal, da Secretaria Nacional de Justiça, da Defensoria Pública da União e do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania. “O normativo busca consolidar orientações aos órgãos do Poder Judiciário, a fim de estabelecer protocolos de atuação que promovam o atendimento aos direitos processuais e internacionais da pessoa migrante, previstos na legislação e reconhecidos pelo Estado brasileiro perante a comunidade internacional”, observou Guerreiro.

Ele explicou que a elaboração da nova resolução parte de conceito de pessoa migrante, baseado na Resolução n. 4/2019 da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Segundo o conselheiro do CNJ, o texto observa os compromissos do Brasil com normas internacionais para prevenção do tráfico de pessoas e tratamento de refugiadas, além das regras previstas na Convenção de Viena sobre Relações Consulares, Regras de Mandela e Regras de Bangkok.

De acordo com o juiz auxiliar da Presidência com atuação no DMF, Gustavo Direito, a normativa é mais uma iniciativa do CNJ para garantir atenção aos mais vulneráveis dentro de um campo já marcado por estigma e marginalização. “Assim como ocorreu com a população indígena em 2019 e com a população LGBTI em 2020, o CNJ segue instrumentalizando o Judiciário por uma atuação que faça cumprir normativas nacionais e internacionais no campo da privação de liberdade.”

Audiências de custódia
Segundo Mário Guerreiro, “a resolução também traz diretrizes para a realização de audiência de custódia, nos moldes preconizados pela Resolução CNJ n. 213/2015, adaptando-as à situação da pessoa migrante”. A norma prevê, inclusive, o encaminhamento a programas de acolhimento e moradia, em caso de relaxamento do flagrante ou concessão de liberdade provisória, com a comunicação à autoridade judicial do local onde a pessoa passará a residir. O texto determina também a promoção, por tribunais e escolas de magistratura, de cursos destinados à qualificação funcional das equipes que atuam em unidades que atendem a imigrantes.

A manutenção da posse dos documentos necessários ao exercício dos direitos, tais como passaporte ou documentos válidos de viagem, também é contemplado pelo texto que, de acordo com o conselheiro, observa o princípio estabelecido pela Resolução n. 4/2019 da CIDH. “A situação da mulher migrante é alvo de atenção, sendo respeitadas as normativas internacionais, com destaque para as Regras de Bangkok e a jurisprudência da Suprema Corte.”

A questão da maternidade transnacional, destacou o relator, também recebe atenção especial. “O que inclui a visibilização de outras vivências de maternidade, quando os filhos não acompanharam a mãe no movimento migratório e permanecem no país de origem ou de residência”, explicou. De acordo com o conselheiro, isso ocorre porque a maternidade não se resume ao contato e aos cuidados diretos com a criança, dada a pluralidade de experiências possíveis. Com informações da assessoria de imprensa do Conselho Nacional de Justiça.

Clique aqui para ler a resolução
Ato normativo 0009272-52.2017.2.00.0000

Conjur

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sábado, 26 de junho de 2021

Cerimônia de posse dos novos integrantes do Conselho Municipal de Imigrantes (CMI) São Paulo

 


A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) promoveu nesta sexta-feira (25), Dia do Imigrante, a cerimônia de posse dos novos integrantes do Conselho Municipal de Imigrantes (CMI) para o biênio 2021/2023. O evento foi realizado no Museu do Futebol, no Pacaembu, Zona Oeste,

São Paulo foi a primeira cidade do país a criar o CMI, composto por representantes eleitos diretamente pelas comunidades e do poder público municipal.

Além do Conselho, a participação democrática dessa população na cidade também ocorre por meio de conferências. Já foram promovidas duas delas na capital. A primeira, em 2013, resultou na implantação da Política Municipal para a População Imigrante. A segunda ocorreu em 2019, quando foi elaborado o 1º Plano Municipal de Políticas para Imigrantes, composto por 80 ações que serão executadas entre este ano e 2024.

Para acolher este público, a SMDHC e sua Coordenação de Políticas promoveu várias ações. Uma delas é o Portas Abertas: Português para Imigrantes. O programa, gratuito, é realizado pela rede municipal de ensino. Tem como objetivo assegurar o acesso das pessoas não nascidas no Brasil aos serviços públicos, estudos, à convivência, inclusão nas relações comunitárias e ampliar a possibilidade de reivindicação de seus direitos.

O projeto retornou este ano em formato expandido, após interromper as aulas em 2020, devido à pandemia do coronavírus. Agora, além de acontecer nos formatos on-line e presencial, o curso também oferece material didático específico para os três níveis de ensino oferecidos: básico, intermediário e avançado. Para fazer a inscrição é necessário dirigir-se à uma das nove escolas da rede municipal que ministram as aulas. (veja a lista de endereços abaixo)

Criado em 2017, o Portas Abertas: Português para Imigrantes é uma iniciativa da SMDHC e da Secretaria Municipal de Educação (SME) e já atendeu mais de 2 mil alunos. O projeto obteve reconhecimento no exterior e teve destaque em publicações como o Catálogo de Políticas Públicas Inclusivas da UNESCO (2019), além de ter sido indicado como boa prática do Relatório “Migration Governance Indicators - MGI”, da Organização Internacional para Imigrações (OIM) e da Unidade de Inteligência da The Economist.

Cartilha de vacinação

Por meio de parceria com o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) e o Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC), a SMDHC publicou o material informativo “Imigrantes têm direito à vacinação” nos idiomas inglês, espanhol, francês e creole.

Baseado na cartilha “Saiba Mais sobre as Vacinas contra a Covid-19”, elaborada pelo Hospital Sírio-Libanês, o material tem o objetivo de informar e esclarecer as principais dúvidas dessa população e reafirmar que tem o direito de se imunizar.

Primeiro atendimento

O Centro de Referência e Atendimento de Imigrantes (CRAI) é a porta de entrada para quem chega a São Paulo. Nesse serviço a pessoa que ingressa ou reside na cidade recebe orientação multilíngue por uma equipe de recepção composta, também, por imigrantes, sobre serviços do município ou oferecidos por parceiros. Entre eles estão a orientação para regularização imigratória e direitos sociais, além de apoio jurídico, assistência social e psicológico.

Inaugurado em novembro de 2014, o CRAI é um equipamento público municipal de referência na atenção especializada, independentemente da situação migratória e documental do indivíduo. Desde a sua fundação, realizou 40.575 atendimentos e, neste ano, já prestou 1.527 acolhimentos, dos quais 50% foram iniciais.

O atendimento presencial está sendo feito por agendamento por telefone, devido à pandemia.

Endereço: Rua Major Diogo, 834, Bela Vista

Telefone: +55 (11) 2361-3780 / +55 (11) 2361-5069

• E-mail: crai@sefras.org.br

Centros de Acolhida

A Prefeitura de São Paulo mantém esses equipamentos com capacidade atual para 572 vagas. O serviço é feito pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS). Clique aqui para ter acesso aos endereços.

Unidades escolares

CENTRO

CIEJA PAULO EMÍLIO VANZOLINI (CIEJA CAMBUCI)

Endereço: R. Cesário Ramalho, 111 – Cambuci

Telefone: (11) 3208-7820

E-mail: ciejacambuci@prefeitura.sp.gov.br

ZONA NORTE

EMEF VEREADOR ANTONIO SAMPAIO

Endereço: R. Voluntários da Pátria, 733 – Santana

Telefone: (11) 2221-4615

E-mail: emefmasampaio@sme.prefeitura.sp.gov.br

 

EMEF HENRIQUE, INFANTE D.

Endereço: R. Comendador Nestor Pereira, 285 – Canindé

Telefone: (11) 3313-1988

E-mail: emefhenrique@sme.prefeitura.sp.gov.br

 

EMEI JOSÉ ROBSON DA COSTA (BOMBEIRO)

Endereço: R. Monsenhor Paulo Fernandes de Barros, S/N - Jardim Cachoeira

Telefone: (11) 3983-5772

E-mail: emeijrcaraujo@sme.prefeitura.sp.gov.br

ZONA LESTE

CEU EMEF JAMBEIRO

Endereço: Av. José Pinheiro Borges, 60 - Jardim Helena

Telefone: (11) 2960-2034

E-mail: emefceujambeiro@prefeitura.sp.gov.br

CEU EMEF ÁGUA AZUL

Endereço: Av. dos Metalúrgicos, 1300 - Cidade Tiradentes

Telefone: (11) 33963545 / (11)33963547

E-mail: ceuemefaguaazul@sme.prefeitura.sp.gov.br

EMEF ARTHUR AZEVEDO

Endereço: Parque Butuí, S/N - Tatuapé

Telefone: (11) 2295-4096

E-mail: emefatazevedo@sme.prefeitura.sp.gov.br

ZONA SUL

EMEF DES. PAULO COLOMBO PEREIRA DE QUEIROZ

Endereço: Rua Doutor Abelardo da Cunha Lobo, 348 - Parque Arariba

Telefone: (11) 5512-0557

E-mail: emefpcpqueiroz@sme.prefeitura.sp.gov.br

ZONA OESTE

EMEF DESEMBARGADOR ARTHUR WHITAKER

Endereço: R. André Saraiva, 860 - Vila Sônia

Telefone: (11) 37425772

E-mail: emefwhitaker@prefeitura.sp.gov.br

Com Informaçoes da Secretaria Especial de Comunicação da Prefeitura de São Paulo 

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Morosidade da PF impede acesso de imigrantes indocumentados a auxílio e vacinação

 

"Que abram a porta para sobrevivermos, não morrer", afirma jornalista congolesa sobre a morosidade do Governo Brasileiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
O receio da documentação vencida impede muitos estrangeiros de procurarem os serviços do SUS e a vacinação contra a covid-19 - Pedro Stropasolas

No Brasil, o 25 junho é lembrado como o Dia do Imigrante. Mas em meio à pandemia no país, não há nada a ser celebrado. Sem ações efetivas por parte do Governo Federal, esta população, que em boa parte atua na informalidade, sobreviveu da solidariedade em 2020. E neste ano, a situação se repete. 

Além do desemprego, a falta de documentação é hoje um dos principais agravantes do aumento da vulnerabilidade dessas famílias. A regularização migratória esbarra, em muitos casos, na morosidade da Polícia Federal e faz com que muitos não consigam ser vacinados contra a covid-19. 

"Os documentos que eles estão pedindo para a vacinação impedem os imigrantes indocumentados em ter acesso a vacina, por exemplo, CPF. O imigrante que é indocumentado ele não tem acesso a CPF", afirma o sanitarista haitiano James Berson Lalane, que acredita ser baixo o número de imigrantes imunizados até o momento. 

O pós-graduando em Medicina, pela Universidade de São Paulo, atuou no Hospital das Clínicas durante a crise e observou na prática a ausência de registros de mortalidade por covid-19 por parte de estrangeiros no país - o que fez com que os imigrantes não fossem efetivamente incluídos nos planos nacionais de resposta a emergências da covid-19 no Brasil.

Ele conta que o receio da situação irregular no país também impede muitos estrangeiros de procurarem leitos e outros serviços do SUS, apesar do atendimento em Saúde para estrangeiros estar previsto na Constituição. 

"Nós estamos atrasados nas políticas de Saúde para todos os migrantes. E eu acho essa data, no Brasil, nós temos que usar para pensar em como fazer as políticas de integração desses migrantes dentro da sociedade", reforça.

Empobrecimento

O Auxílio Emergencial, outro direito fundamental para a sobrevivência durante a crise, também não chegou para muitos imigrantes por conta da falta de documentação. No atual momento, o baixo valor do benefício -  na média de R$ 250 - sufoca até mesmo os poucos que conseguiram realizar o cadastro na Caixa Econômica Federal. 

"Nós temos um universo de 800, 900 mil imigrantes no Brasil, e, destes, o demonstrativo é de que apenas em torno de 20% tenham tido efetivo acesso a esse tipo de auxílio. Essa fração de trabalhadores imigrantes foi diretamente atingida. Os seus rendimentos foram profundamente diminuídos, eles passaram a ter dificuldades concretas para manter uma alimentação básica", aponta Letícia Mamed, professora da Universidade Federal do Acre (UFAC). 

Segundo a docente, que foi colaboradora da pesquisa Impactos da pandemia de covid-19 nas migrações internacionais, não há no Brasil uma politica efetiva e integral de assistência aos imigrantes, ficando a critério de cada estado ou municipalidade administrar a questão.


Confronto da Policia do Peru com migrantes africanos e haitianos que deixam o Brasil na fronteira de Assis Brasil, no Acre com Iñapari / Alexandre Noronha/Amazônia Real

"Diante da ausência de um pacto mais firme na operação de uma política de assistência, esses imigrantes são profundamente vulnerabilizados. Eles ficam ainda mais suscetíveis, por exemplo, aos circuitos de aliciamento, de exploração do trabalho", explica.

"Muitos precisam recorrer ainda mais às entidades de assistência social, precisaram ser mantidos por meio de doações de cestas básicas", completa Mamed.

A situação vulnerável das famílias que vivem nos países de origem também é lembrada por Berson. Em geral, as operações financeiras são orientadas com base no dólar que, em alta, prejudica as remessas para o exterior.

"Se olharmos as remessas dos imigrantes comparando com 2020 e 2019, em 2021 cai praticamente a metade. Isso mostra como a taxa de pobreza está aumentando dentro dessa população, seja no Brasil ou no mundo", aponta o haitiano.

Regularização Migratória

No ano passado, a urgência da regularização migratória foi defendida por coletivos e organizações da campanha Regularização Já. A ação foi inspirada em iniciativas de outros países, como Portugal, que concedeu anistia e regularizou a situação de estrangeiros para o acesso a direitos básicos, como ao sistema de saúde. 

Na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 2699/2020, da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que trata do tema, aguarda despacho desde de maio de 2020.

Sem avanços, os estrangeiros enfrentam filas e dificuldades para serem atendidos na Polícia Federal.  Somente no Centro de Apoio e Pastoral do Migrante, em São Paulo, de janeiro a junho de 2021, dos 3300 estrangeiros atendidos no setor de regularização migratória, apenas 20 conseguiram um agendamento na PF.

"Agendamento é quase impossível. Tem pessoas que a gente atendeu no ano passado, em junho, até hoje em dia. A gente tá em junho, um ano, tentando agendar", aponta Claudine Shindany, especialista do Setor de Regularização Migratória do Cami, que considera que para um imigrante a documentação é a "chave de tudo".


Imigrantes sendo atendidos pelas ações do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami) em meio à pandemia / Pedro Stropasolas

Em março, o Ministério da Justiça prorrogou o prazo para regularização migratória de estrangeiros indocumentados até 16 de setembro. Conforme a Portaria 21/2021, da Polícia Federal, enquanto não são atendidos, os imigrantes devem ter seus documentos vencidos aceitos para qualquer fim, desde que tenham ficado no Brasil após 16 de março de 2020.

Mas a medida, segundo a jornalista congolesa, não vem sendo respeitada: "As portarias que estão sendo publicadas, eu acho que isso tem que sensibilizar, e tem que disponibilizar para órgãos públicos, privados, a pessoa tem que ter ciência. As pessoas não sabem".

"Do lado dos imigrantes, a gente não pode baixar a cabeça. A gente tem que seguir em frente, é uma luta que continua. E do lado das instituições públicas e do Governo Federal, se é para abrir as portas, é para abrir completamente para a gente. Que abram a porta para a gente sobreviver, não é entrar para morrer", completa Shindany. 

O que diz a Polícia Federal


O Brasil de Fato entrou em contato com a Polícia Federal pedindo um posicionamento sobre os assuntos tratados na reportagem, mas até a publicação não obteve retorno.

Edição: Isa Chedid

Brasil de Fato

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