quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Imigrantes desenham sentimentos

"Migrantas", projeto iniciado em Berlim, chega este mês às cidades açoreanas. Pede-se aos migrantes para exprimirem visualmente o que sentem e como tem sido a integração no país de acolhimento, desenhos que posteriormente são passados a pictogramas e expostos ao público.
O projeto começou em Berlim e já viajou até Colónia e Hamburgo (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Salzburgo e Viena (Áustria), Barcelona e Sevilha (Espanha). Está, agora, nos Açores para preparar e receber as inscrições para duas oficinas como imigrantes (há também filhos de emigrantes), maiores de 16 anos e num máximo de 20 por atividade, dia 17 de outubro.
As mães do projeto são as argentinas Florência Young, designer, e Marula Di Como, artista plástica, que emigraram para Berlim em 2002. Resolveram pegar na sua experiência e dar "uma imagem visual" ao tema das migrações.
"Pretendemos, através de pictogramas na via pública, tornar visível a forma como nos sentimos e como queremos participar na sociedade", diz Forência Young, 49 anos, sublinhando que a iniciativa é das duas, mas há todo um coletivo em cada cidade onde desenvolvem as ações. "O que pretendemos é que as pessoas reflitam sobre a sua condição, como se sentem, no lugar geográfico e no tempo do calendário", acrescenta Marula Di Como, 51 anos.
Os participantes são convidados a desenhar as suas experiências, que serão transformados em pictogramas e expostos a partir do dia 23 no aeroporto de Ponta Delgada. A iniciativa envolve, ainda, intervenções nas ruas de São Miguel, Faial e Terceira, com a afixação de mupis e cartazes, postais e distribuição de sacos."Migrantas", começou por ser um projeto destinado às mulheres, por as mentoras serem do sexo feminino e contatarem mais com associações feministas. Entretanto, alargaram o leque aos homens. Chegam aos Açores através da cooperativa cultural Mala e as atividades têm o apoio do governo regional, autarquias e associações.
André Santos, um dos elementos da direção do MALA e que, com Susana Sousa, coordena a iniciativa, revela que conheceu o "Migrantas" há dois anos e não descansou até levar aos Açores. "O objetivo é que reflitam sobre a sua realidade, como foi emigrar para os Açores, um novo país e que é uma região insular, como é que aqui vivem. E esse desenho será o ponto de partida para o debate".


Dnportugal

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