"Migrantas",
projeto iniciado em Berlim, chega este mês às cidades açoreanas. Pede-se aos
migrantes para exprimirem visualmente o que sentem e como tem sido a integração
no país de acolhimento, desenhos que posteriormente são passados a pictogramas
e expostos ao público.
O projeto começou em Berlim e já viajou
até Colónia e Hamburgo (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Salzburgo e Viena
(Áustria), Barcelona e Sevilha (Espanha). Está, agora, nos Açores para preparar
e receber as inscrições para duas oficinas como imigrantes (há também filhos de
emigrantes), maiores de 16 anos e num máximo de 20 por atividade, dia 17 de
outubro.
As mães do projeto são as argentinas
Florência Young, designer, e Marula Di Como, artista plástica, que emigraram
para Berlim em 2002. Resolveram pegar na sua experiência e dar "uma imagem
visual" ao tema das migrações.
"Pretendemos, através de
pictogramas na via pública, tornar visível a forma como nos sentimos e como
queremos participar na sociedade", diz Forência Young, 49 anos,
sublinhando que a iniciativa é das duas, mas há todo um coletivo em cada cidade
onde desenvolvem as ações. "O que pretendemos é que as pessoas reflitam
sobre a sua condição, como se sentem, no lugar geográfico e no tempo do
calendário", acrescenta Marula Di Como, 51 anos.
Os participantes são convidados a
desenhar as suas experiências, que serão transformados em pictogramas
e expostos a partir do dia 23 no aeroporto de Ponta Delgada. A iniciativa
envolve, ainda, intervenções nas ruas de São Miguel, Faial e Terceira, com a
afixação de mupis e cartazes, postais e distribuição de
sacos."Migrantas", começou por ser um projeto destinado às mulheres,
por as mentoras serem do sexo feminino e contatarem mais com associações
feministas. Entretanto, alargaram o leque aos homens. Chegam aos Açores através
da cooperativa cultural Mala e as atividades têm o apoio do governo regional,
autarquias e associações.
André Santos, um dos elementos da
direção do MALA e que, com Susana Sousa, coordena a iniciativa, revela que
conheceu o "Migrantas" há dois anos e não descansou até levar aos
Açores. "O objetivo é que reflitam sobre a sua realidade, como foi emigrar
para os Açores, um novo país e que é uma região insular, como é que aqui vivem.
E esse desenho será o ponto de partida para o debate".
Dnportugal
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