sábado, 29 de junho de 2019

Há mais imigrantes e isso é bom para o país


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Portugal bateu no ano passado o recorde de estrangeiros a viver entre nós e esse dado estatístico é uma excelente notícia. Não apenas porque o poder de atracção do país é um indicador de relativa prosperidade económica, de disponibilidade de empregos, de segurança e de qualidade de vida. É-o principalmente porque a imigração é a única forma que o país tem de encarar com algum optimismo o duro desafio que a demografia lhe coloca.

Se nos próximos anos se mantiver o mesmo nível de atribuição de autorizações de residência do ano passado (93154 novos residentes, de acordo com o SEF), muito provavelmente Portugal escapará ao “inverno demográfico” que apontava para a redução da população de 10.5 milhões em 2012 para 6.3 milhões em 2060, na sua maioria pessoas de idades avançadas.

Vivem em Portugal quase meio milhão de imigrantes e, sendo o valor mais alto deste que o SEF iniciou os registos desta população, estamos ainda longe de nos aproximarmos dos valores dos países mais ricos da União Europeia – os estrangeiros representam menos de 5% da população total contra 9.8% da Espanha, 7% da França ou 11.7% da Alemanha. O país tem por isso ainda muito espaço para acolher mais imigrantes – desde que a economia seja capaz de acolher o ritmo da procura e a sociedade os possa integrar.

O desgraçado estado do mundo, seja a crise e desesperança do Brasil, a desigualdade de Angola ou a sobrepopulação e a pobreza da Índia podem ajudar nessa tendência. A abertura da legislação nacional a descendentes de portugueses, a judeus sefarditas ou ao acolhimento de cidadãos dos PALOP podem fazer o resto.

Ainda que se sintam avulsamente sinais de rejeição a esta abertura, o país tem de as enfrentar e superar não apenas por prováveis razões humanitárias mas também em defesa do seu legítimo interesse. Um país velho não tem futuro. Sem imigrantes a sustentabilidade da segurança social estará em causa a curto prazo, o Estado social ficará ainda mais fragilizado, a dinâmica social de uma população jovem que promove a inovação e a criatividade perder-se-á e, como já se começa a perceber, o crescimento da economia ficará comprometido.

Com ainda mais brasileiros, bengalis, italianos ou romenos, boa parte dos quais em idade de ter filhos e de integrar a população activa (208 mil dos actuais imigrantes têm entre 24 e 44 anos), distribuídos por todo o território (o distrito de Portalegre é excepção), o país terá sem dúvida uma expectativa bem mais positiva para o seu futuro.

PORTUGAL

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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Mais de 1.600 crianças morreram ou desapareceram em 5 anos

Venezuelanos, Migrantes, acampamento
Mais de 1.600 crianças migrantes morreram ou desapareceram entre 2014 e 2018 quando tentavam chegar sozinhas ou com as suas famílias a um lugar seguro, informou a Organização Internacional das Migrações (OIM) em relatório divulgado hoje (28).
As crianças fazem parte dos 32 mil migrantes mortos ou desaparecidos no mesmo período, embora a OIM alerte que os dados estejam incompletos e que o número real de vítimas seja certamente maior, em particular entre menores, cujos casos são menos relatados do que os de adultos.
Todos esses dados são recolhidos pelo Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM, que divulga um relatório anual desde 2014 e que neste ano conta, pela primeira vez, com a colaboração do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
As duas agências das Nações Unidas (ONU) manifestaram a intenção de reforçar essa colaboração para melhorar os dados sobre as crianças migrantes, incluindo aquelas que permanecem na estrada.
Segundo as estatísticas, o maior número de vítimas é registrado no Mediterrâneo, com 17.900 (2014-2018), havendo ainda 12 mil casos em que se desconhece o paradeiro ou não foram recuperados os corpos.
Em 2018, houve uma redução de 26% nas mortes no Mediterrâneo (2.299 face a 3.239 em 2017), embora a organização alerte que foi acompanhada por uma redução acentuada - de dois terços - no número de migrantes que tentam atravessá-lo (de 144.301 há dois anos para 45.648 em 2018).
O relatório destaca que "o perigo de morrer" no Mediterrâneo "aumentou em 2018", uma vez que até as estatísticas mais conservadoras estimam que 3% dos migrantes que tentaram atravessar o Mediterrâneo no ano passado acabaram por morrer, face a 2% em 2017.
No ano passado, houve também forte aumento de vítimas na rota ocidental do Mediterrâneo, que corresponde àquela que os migrantes tomam para tentar chegar à costa de Espanha, com 811 mortes, em comparação com 224 um ano antes.
A rota central, para os migrantes que tentam chegar à Itália ou a Malta desde a Líbia, continua a ser a mais perigosa, com 1.314 mortes e desaparecimentos, embora o número significasse uma redução de mais da metade em relação a 2017.
Outra rota arriscada para os migrantes é a fronteira entre o México e os Estados Unidos, onde 1.907 pessoas morreram nos últimos cinco anos, incluindo 26 crianças, embora apenas no primeiro semestre deste ano já tenham sido notificadas 13.
A imagem dos corpos de um pai e de sua filha, que morreram afogados quando tentavam atravessar clandestinamente a fronteira México-Estados Unidos, suscitou indignação internacional ao mostrar o drama migratório vivido na região.
A fotografia divulgada quarta-feira (26) e reproduzida por vários veículos de comunicação internacionais mostra os corpos de Oscar Martinez Ramirez, um cozinheiro de 25 anos de El Salvador, e de sua filha de 2 anos, deitados de barriga para baixo, flutuando na margem do Rio Bravo (ou Rio Grande, para os norte-americanos).
Agencia Brasil
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Mais de 500 militares realizam treinamento em Santa Maria para atuar em operação de acolhimento a imigrantes venezuelanos

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Mais de 500 militares de quatro municípios gaúchos estão em Santa Maria nesta semana para um treinamento da Operação Acolhida, que ocorre no norte do país. O objetivo é, como diz o nome da ação, receber os imigrantes venezuelanos que vêm para o Brasil.  Os militares  começam a se deslocar para Roraima e Amazonas a partir de 22 de julho até 4 de agosto. Eles devem permanecer na região até novembro.
O treinamento em Santa Maria acontece em quartéis do bairro Boi Morto. Nesta quinta-feira (27) há treinamento no 29° Batalhão de Infantaria Blindado, e no 4° Batalhão Logístico.
Desde a semana passada, os profissionais selecionados já começaram a realizar atividades de orientação sobre a Operação. E, na última segunda-feira (24) eles foram deslocados para o centro do Estado. A escolha se deu pela infraestrutura militar que Santa Maria tem.  
São 123 militares de Santa Maria, 241 de Alegrete, 129 de São Gabriel e 87 de Porto Alegre, que estão hospedados nos quartéis da cidade para participar das atividades. São militares que já fazem parte do efetivo profissional, ou seja, não participam recrutas. Viajam para Roraima e Amazonas militares de todas as patentes – desde soldados até coronéis.  
Os militares serão orientados por equipes da Organização Mundial de Imigração e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ambos vinculados à ONU. Entre as unidades didáticas, está a abordagem aos imigrantes, cultura local e como lidar com assédio sexual. Essa ação, segundo o Exército, se dá antes da viagem porque na chegada no norte do país os militares não terão como receber instruções teóricas.  
Depois de concluído o treinamento, os militares voltam para as suas casas. Eles serão encaminhados para a Operação em quatro contingentes, a partir de 22 de julho até 4 de agosto. A saída, que conta com apoio da Força Aérea Brasileira, se dará em Santa Maria. A estimativa é de que as equipes permaneçam nas cidades até o fim de novembro.  
Em Roraima, as ações acontecem em Boa Vista e Pacaraima. Já no Amazonas, os militares serão enviados para Manaus. O objetivo é prestar atendimento humanitário para os venezuelanos.  
Gaucha
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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Superior dos Jesuítas: a Venezuela precisa de um governo de unidade nacional

A Companhia de Jesus na Venezuela, junto a toda a comunidade eclesial, “é uma das vozes que durante anos tem insistido sobre a necessidade de um governo de unidade nacional que tenha como objetivo principal” – observa Pe. Arturo Sosa Abascabal – “restabelecer as condições de vida da população com políticas econômicas coerentes e inclusivas”
Prepósito Geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa Abascabal
“A Venezuela precisa urgentemente de um governo de unidade nacional para sair da crise econômica, política e social que está atravessando”: foi o que afirmou o prepósito geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa Abascabal, para o qual a deterioração social é tão profunda que “será necessário tempo para reconstruir”, o que certamente “pressupõe uma mudança” da política econômica.
Durante uma coletiva de imprensa realizada dias atrás em Viena, na Áustria – reportada pelo Vatican News –, Pe. Sosa Abascabal denunciou a tragédia humana existente no país sul-americano, caracterizada pela ausência de condições basilares necessárias para garantir saúde, alimentação, instrução e trabalho.

Restabelecer condições de vida da população

A Companhia de Jesus na Venezuela, junto a toda a comunidade eclesial, “é uma das vozes que durante anos tem insistido sobre a necessidade de um governo de unidade nacional que tenha como objetivo principal” – observou o superior dos jesuítas – “restabelecer as condições de vida da população com políticas econômicas coerentes e inclusivas”.
A Igreja e a Companhia de Jesus insistem sobre o fato de que não haverá nenhuma solução político-econômica “se não se coloca como prioridade a restituição das condições de base da vida humana”, explicou.

Mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram o país

A esse propósito, Pe. Sosa Abascabal observou que mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos cinco anos, numa população de trinta milhões. Para melhorar as condições de vida na nação sul-americana, os jesuítas buscam implementar processos de solidariedade humana mediante sua rede de “escolas de fé e alegria”, nos quais as crianças “podem ao menos fazer uma refeição uma vez por dia”, como recordou o próprio prepósito.
Para enfrentar a situação de crise vivida pela população, os bispos venezuelanos encontraram a alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Michelle Bachelet, à qual pediram, numa carta, que “nas reuniões com o governo seja possível colocar à mesa temas importantes como o reconhecimento das organizações não-governamentais e autorizações necessárias para formalizar a entrada de ajudas para a assistência humanitária”.

Promover eleições “livres e transparentes”

Além disso, foi pedido a Bachelet que intervenha para restituir “os direitos eleitorais, políticos e econômicos da população, permitindo aos venezuelanos viver na liberdade, dignidade e progresso”, e promover eleições “livres e transparentes”. Mais uma vez – conclui a carta –, a Igreja católica almeja “a reconciliação e uma saída pacífica” diante deste conflito, “desde já atuando nesse sentido”.

Apelo dos bispos peruanos ao governo de Lima

Enquanto isso, os bispos do Peru através de uma carta assinada pelo arcebispo de Trujillo, Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte, que é também presidente da Conferência episcopal local, bem como do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), lançaram um apelo ao governo peruano a fim de que acolha “os venezuelanos que chegam ao nosso país na esperança de encontrar uma terra de paz e de solidariedade, onde possam projetar seus sonhos e reconstruir suas vidas e de suas famílias”.
O prelado recordou que abrir portas diante deste contínuo fluxo de migrantes representa um enriquecimento recíproco entre dois povos irmãos. Diante de tal cenário preocupante, numerosas organizações eclesiais e humanitárias, como o Serviço jesuíta para migrantes e a Fundação Scalabrinianos, permanecem mobilizadas para dar toda a ajuda possível.
(L’Osservatore Romano)
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Foto de migrantes afogados mostra necessidade de medidas de prevenção

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) disse nesta quarta-feira (26) estar profundamente chocada ao ver a devastadora foto dos corpos de Oscar Alberto Martinez Ramirez e de sua filha Valeria, de 23 meses, ambos de El Salvador, afogados nas margens do Rio Grande, na fronteira entre Estados Unidos e México.
“As mortes de Oscar e Valeria representam um fracasso em lidar com a violência e o desespero que levam as pessoas a trilharem jornadas perigosas pela perspectiva de uma vida em segurança e dignidade”, afirmou o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. “Isso é agravado pela ausência de caminhos seguros para as pessoas buscarem proteção, deixando-as sem outra opção senão arriscar suas vidas”.
Migrantes a bordo de trem que liga o México aos Estados Unidos (arquivo). Foto: OIM/Keith Dannemiller
Migrantes a bordo de trem que liga o México aos Estados Unidos (arquivo). Foto: OIM/Keith Dannemiller
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) disse nesta quarta-feira (26) estar profundamente chocada ao ver a devastadora foto dos corpos de Oscar Alberto Martinez Ramirez e de sua filha Valeria, de 23 meses, ambos de El Salvador, afogados nas margens do Rio Grande, na fronteira entre Estados Unidos e México.
Embora os detalhes permaneçam incertos, a agência da ONU afirmou que são inaceitáveis as circunstâncias que levaram à tragédia. “Menos de quatro anos depois de o mundo ter testemunhado o corpo sem vida de uma criança refugiada síria, Alan Kurdi, levado às praias do Mediterrâneo, somos novamente confrontados com uma poderosa evidência visual de pessoas morrendo durante suas perigosas jornadas através de fronteiras”.
“As mortes de Oscar e Valeria representam um fracasso em lidar com a violência e o desespero que levam as pessoas a trilharem jornadas perigosas pela perspectiva de uma vida em segurança e dignidade”, afirmou o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. “Isso é agravado pela ausência de caminhos seguros para as pessoas buscarem proteção, deixando-as sem outra opção senão arriscar suas vidas”.
O ACNUR continua a pedir a todos os países da região que tomem medidas imediatas e coordenadas para evitar que novos casos como este ocorram. A agência da ONU também propôs maneiras de melhorar e fortalecer o processamento de casos de solicitação de refúgio nos Estados Unidos, incluindo as condições de detenção.
A agência da ONU se disse pronta para apoiar todos os governos da região a garantir que qualquer pessoa que necessite de proteção internacional a receba prontamente e sem obstruções.
Acnur

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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Supermercado do Rio abre as portas para a contratação de imigrantes

Eles compartilham histórias de vida carregadas de desafios e superações. Deixaram seus países em busca de novas oportunidades e encontraram no Brasil um ambiente propício para o recomeço. Para os imigrantes, a inserção no mercado de trabalho é uma das etapas mais difíceis. Na rede de supermercados Prezunic, eles encontraram oportunidade e acolhimento necessários para recomeçar.
Estima-se que existam entre 750 mil e 1,2 milhão de estrangeiros no Brasil. No mundo, cerca de 258 milhões de pessoas moram fora do país de origem, o que representa 34% da população. A maior parte vive nos Estados Unidos, seguido da Arábia Saudita e Alemanha, segundo dados da ONU. O número de imigrantes vem crescendo nos últimos anos em solo brasileiro, principalmente com a chegada de refugiados vindos do Haiti, Síria e Venezuela.
Nascido em Angola, Zekisola Afonso Guimarães Bala é o colaborador mais antigo entre os imigrantes que trabalham na rede de supermercados caioca. Ele chegou como refugiado, em 2003, durante a situação de pós-guerra. O trabalho no supermercado foi o primeiro e único emprego com carteira assinada. Há quase 15 anos na empresa, o começo foi como Auxiliar de Operações, sendo promovido a Agente de Prevenção de Perdas. Atualmente, Bala dá expediente na loja de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Macaque in the trees
Zekisola Afonso Guimarães Bala (Foto: Divulgação)
"Quando cheguei ao Brasil, consegui um visto provisório, que me possibilitou a emissão da carteira de trabalho. Passei por dois empregos antes, mas só aqui tive minha situação trabalhista regularizada, inclusive, com oportunidades de crescimento", afirma o angolano.
Com a situação de pós-guerra mais calma em seu país de origem, Bala retorna anualmente para Angola durante as férias. Ele ressalta a importância de ter sido acolhido pela empresa.
"Quando fui contratado pelo Prezunic, o processo de legalização da minha permanência no Brasil ainda estava em andamento. Mesmo assim, a empresa me acolheu e sempre tive muito incentivo das lideranças para buscar crescimento profissional", comemora Bala.
A gerente de Recursos Humanos do Prezunic, Ana Behrens, ressalta a Política de Diversidade e Inclusão da Cencosud, responsável pelo acolhimento de imigrantes, entre outros colaboradores.
"Todas as pessoas são bem-vindas no Prezunic, independentemente de raça, idade, religião, orientação sexual, gênero, etnia ou qualquer outra característica. Buscamos profissionais éticos com foco em resultados melhores a cada dia. Além disso, sabemos que a inserção no mercado de trabalho é fundamental para que o imigrante se sinta plenamente adaptado à nova realidade e conquiste a sua independência. Sempre mapeamos as habilidades dos imigrantes e exploramos suas potencialidades.", explica a gerente de RH.
O peruano Yohoni Efren Anco Chavez, 51 anos, deixou seu país por causa dos conflitos entre organizações terroristas. Aos 25, se despediu dos pais e de cinco irmãos e embarcou sozinho para o Brasil. Ao longo dos últimos 26 anos, enfrentou diversas barreiras, formou uma nova família, conquistou a casa própria e se sente cada vez mais realizado. Há três anos, trabalha como auxiliar de padaria na unidade do Prezunic em Nilópolis.
"Esta empresa é uma grande família, que me estendeu os braços e me dá todos os dias oportunidades de crescimento", afirma Yohoni.
Paixão pelo futebol
Alex Bontolo, 28 anos, também encontrou no Prezunic o que sonhava. Há três anos, ele deixou a República Democrática do Congo por questões políticas. Muitos amigos tomaram a mesma decisão, seguindo para países na Europa ou para os Estados Unidos. Alex escolheu o Brasil usando como parâmetro sua paixão: o futebol. O critério, mesmo aleatório, abriu para o jovem um país de oportunidades. Trabalhando como repositor de mercadorias na mercearia da unidade de Santa Cruz, ele se dedica aos estudos para alcançar novas etapas em sua vida.
"Curso hotelaria e adoro aprender novos idiomas. O Brasil me recebeu de uma maneira muito especial, e o Prezunic me abre novas portas todos os dias. Minha história ainda terá muitos capítulos felizes para serem escritos", diz Alex.
Jornal do Brasil
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Organização das Migrações já resgatou cerca de 20 mil pessoas no Saara

Cerca de 20 mil migrantes subsarianos abandonados no deserto do Saara foram resgatados pela Organização Internacional das Migrações (OIM) desde que em 2016 iniciou a sua atividade na região, anunciou esta terça-feira o organismo associado à ONU.
O número inclui 406 pessoas - entre elas sete mulheres e quatro crianças - encontradas no passado dia 15 de junho "desorientadas sob o sol e sem água, a vaguearem pelas areias", no deserto Tenere, disse à agência Efe um responsável da organização em Tunes.
Os últimos migrantes resgatados "procediam de 14 países africanos, na maioria, do Mali, Guiné Conacri e Costa do Marfim, e foram levados para a cidade de Assamaka, onde foram acolhidos pela equipa da OIM ali deslocada", acrescentou a mesma fonte.A maior parte dos migrantes encontrados nos últimos três anos nas dunas do Saara são pessoas abandonadas pelas máfias dedicadas ao contrabando de seres humanos ou expulsas da Argélia.
Este país do norte de África detém todos os anos vários milhares de migrantes irregulares, que transporta em camiões para localidades limítrofes com o Mali e o Níger, como In Guezzam, de onde os obriga a atravessar as fronteiras a pé com rações de água e comida escassas.
Apesar do secretismo imposto pelo regime argelino à questão, organizações internacionais de defesa dos direitos humanos calculam que o Governo de Argel expulsou e abandonou no deserto mais de 15 mil pessoas nos últimos dois anos.
As mesmas organizações admitem a impossibilidade de vir a saber-se o número de pessoas que perderam a vida no deserto Tenere a tentar atravessar a Argélia.
Os que conseguem sobreviver e são resgatados costumam sofrer de várias patologias, desde desidratação e feridas severas até graves perturbações mentais.
A seguir aos primeiros cuidados na base avançada, os migrantes resgatados no deserto são depois transportados para a cidade de Arlit, a 235 quilómetros a sul, onde recebem ajuda especializada no âmbito de um projeto da OIM financiado pelo departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido e pela União Europeia no quadro do mecanismo europeu de apoio à migração.
Os migrantes recebem aqui a possibilidade de integrarem um projeto de ajuda ao regresso aos locais de origem, colocado em marcha pela Iniciativa Conjunta da União Europeia e da OIM para a Proteção e Reintegração de Migrantes.
De acordo com os dados da OIM, que também organiza operações de resgate conjuntas a partir da cidade de Dirkou e tem uma base na cidade vizinha de Agadez, cerca de 90% dos resgatados são integrados naquele programa.
JN
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terça-feira, 25 de junho de 2019

Imigrantes descrevem centros de detenção superlotados no México enquanto Trump aumenta pressão

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Centros de imigração no México estão cada vez mais sujos e superlotados à medida que autoridades aumentam o número de detenções de imigrantes tentando chegar aos Estados Unidos, com muitos dos detidos definhando por semanas em meio à negligência médica, segundo detentos, advogados e grupos de direitos de imigrantes.
A Reuters conversou com mais de uma dúzia de presos recentes no centro de detenção Siglo XXI, o maior do país. Eles descreveram que estão detidos na instalação no estado de Chiapas, na fronteira sul do México, por longos períodos, sem informações sobre seus casos.
Os detidos relatam graves condições na unidade, que envolvem superlotação, pouca água e comida, e limitado acesso a tratamentos de saúde.
Os relatos foram apoiados por dois advogados representando outros 26 detentos, assim como pelo ombudsman de imigração na Comissão Nacional de Direitos Humanos do México e dois grupos de direitos de imigrantes: Fray Matías de Córdova e Missão de Observação de Direitos Humanos para Refugiados e Crises Humanitárias no Sudeste do México, um coletivo com 24 grupos de apoio.
Doze dos detidos afirmaram à Reuters que estão sendo mantidos presos há pelo menos três semanas no centro, que deveria segurar as pessoas por no máximo 15 dias, até que seus casos fossem processados.
O Instituto de Imigração Nacional do México (INM), que administra o Siglo XXI, não respondeu a repetidos pedidos de comentários sobre as condições do centro.
Questionado sobre as detenções estendidas, um oficial do INM, que pediu para não ser identificado, disse que casos de imigrantes são complexos e precisam ser analisados individualmente.
Guardas nos portões do centro recusaram-se a responder perguntas ou a permitir que um repórter da Reuters conversasse com seu diretor.
DETENÇÕES TRIPLICAM
O presidente americano Donald Trump tornou a repressão à imigração ilegal a bandeira da sua campanha em 2016.
Sem conseguir junto ao Congresso os fundos necessários para construir um muro na fronteira, e com um significativo crescimento do número de imigrantes da América Central buscando asilo, Trump ameaçou com tarifas comerciais caso o México não restringisse a imigração ao sul da fronteira.
Em resposta, o México aumentou as detenções. Durante os primeiros cinco meses do ano, triplicou o número de imigrantes detidos mensalmente, chegando a 23.670 em maio, de acordo com dados do governo que não são públicos, mas foram vistos pela Reuters.
A situação colocou sob estresse uma rede de centros de detenção que já tinha reputação de estar em condições precárias.
Estrangeiros parados pelas autoridades mexicanas sem documentos válidos podem ser detidos enquanto aguardam vistos de trânsito ou regularização da sua situação. Edgar Corzo, o ombudsman de imigração, disse que o processo deveria demorar no máximo 15 dias.
Milhares passaram pelos portões do Siglo XXI este ano, com Corzo e grupos de direitos de imigração dizendo que o centro está operando há meses com o dobro de sua capacidade, de 970 pessoas.
Todas as pessoas consultadas para esta reportagem disseram que detidos dormem em colchões finos, ou em nenhum colchão, em corredores e banheiros devido à falta de espaço nas celas.
Corzo disse que o INM não conseguiu aliviar a superlotação, apesar de repetidos pedidos da comissão de direitos humanos, o que ele atribui parcialmente à falta de recursos.
Detentos disseram que crianças com mais de 13 anos foram separadas de seus pais e que as luzes ficam acesas à noite, atrapalhando o sono - reclamações apoiadas por um relatório apresentado em 31 de maio pelo coletivo de apoio a imigrantes e pelo ombudsman de direitos de imigração.
Eles também relataram à Reuters que as condições insalubres levaram a surtos de diarreia entre crianças detidas.

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Drama de pequenos imigrantes inspira o novo livro de Valeria Luiselli

divulgação
Ao lado do homem, sua mulher nos últimos quatro anos – a primeira narradora dessa história. No banco de trás, o filho dele, de 10 anos, e a filha dela, de 5. No porta-malas, sete caixas de arquivo: quatro do pai, já cheias; uma da mãe, com alguns materiais para a pesquisa que fará no caminho sobre os menores que tentam atravessar a fronteira do México para os Estados Unidos e desaparecem; e outra para cada criança, que ao longo da viagem decidirão como usá-las. No ar, o silêncio que cresce entre o casal, as histórias que os pais contam sobre apaches e crianças imigrantes, além do som dos meninos brincando.
Esse é, basicamente, o enredo de Arquivo das crianças perdidas, romance de Valeria Luiselli recém-lançado no Brasil. O livro tem sido visto como uma obra sobre imigração, mas, embora esse seja um assunto importante na ficção, e tema caro para a autora que nasceu no México, cresceu pelo mundo (o pai é diplomata) e vive em Nova York, Arquivo das crianças perdidas é uma história sensível e comovente sobre família, vínculo e cumplicidade, sobre estar junto e sozinho ao mesmo tempo, sobre querer estar só e sobre encontrar sentidono outro. E é, além de tudo, sobre encontrar a forma exata de contar uma história e registrá-la.

Valeria Luiselli, de 35 anos, tem pensado muito na narrativa como uma troca intergeracional de diferentes versões do mundo. “Queria escrever um romance tentando pensar como a próxima geração vai começar a articular esse tempo político muito difícil em que estamos entrando. E como ela, em oposição às gerações mais antigas, pode dar novos elementos às histórias para a geração seguinte e como essa geração vai recombinar e devolver essa história ao mundo”, diz.

O livro é aberto pela voz da mãe, mulher às voltas com dúvidas e dores. Uma das passagens mais delicadas, que demonstra essa preocupação da autora com a transmissão de uma história, é quando ela e o menino (ninguém tem nome) testemunham a partida do pequeno avião cheio de crianças capturadas na fronteira e seu desaparecimento no céu. O que ela faz é se certificar de que o menino saiba que não estava sozinho naquele momento desolador.
Uai.com
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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Encerramento da 34ª semana do migrante no brasil



Com a presença dos militantes do Serviço Pastoral do Migrante( SPM), o tema da semana migrante Migração e Politicas Publicas com o lema Acolher, Proteger, Integrar e Celebrar .A luta e todo dia

Em São Paulo foi encerrada a Semana do Migrante, com a missa celebrada na Catedral da Sé em São Paulo

Durante a homilia o Padre Baronto diz que o povo migrante e refugiado e um povo que traz a paz , o encontro da cultura e A força de gritar por justiça e igualdade.

Foi uma semana muito intensa, com muitas atividades, em todas  Brasil com a participação dos migrantes e imigrantes foram muito significativas, todos sendo protagonistas de suas jornadas

Em Manaus o Serviço Pastoral dos Migrantes participou na Missa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida com a presença do Pe. Valdecir Molinari e do Pe. Andrés da diocese de El Tigre na Venezuela, também estavam presentes os agentes da Pastoral, as Irmãs Scalabrinianas, migrantes e o coral. Depois da missa, houve a participação no arraial dos Migrantes organizado pela Paróquia São Raimundo com apresentação cultural do Haiti e da Venezuela, além de degustação de comidas típicas.


Em Rio de Janeiro , na Diocese de Duque de Caxias foi celebrada a missa na comunidade Nossa Senhora das graças

Em Santa Catarina missa celebrada  pelo  Bispo de Chapecó com os  imigrantes venezuelanos em Guatambu SC.

Miguel Ahumada

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8 fatos sobre refugiados que você precisa conhecer

Em junho, a Agência da ONU para Refugiados lançou seu relatório anual Tendências Globais, que aponta um número recorde de pessoas forçadas a se deslocar no mundo. São 70,8 milhões de indivíduos que tiveram de abandonar suas casas por causa de conflitos armados, violência e perseguições.
Trata-se do maior contingente já verificado pelo organismo internacional nas quase sete décadas de sua existência — a instituição foi criada em 1950.
O ACNUR separou oito fatos sobre quem são e onde vivem essas pessoas forçadas a deixar tudo para trás:

1. Em 2018, existiam 25,9 milhões de pessoas refugiadas, isto é, pessoas que tiveram de deixar seu país de origem, em busca de proteção numa outra nação.

Crianças rohingya aguardam distribuição de assistência humanitária em Cox's Bazar, em Bangladesh. Foto: UNICEF/Patrick Brown
Crianças rohingya de Mianmar aguardam distribuição de assistência humanitária em Cox’s Bazar, em Bangladesh. Foto: UNICEF/Patrick Brown

2. Metade dos refugiados são crianças, sendo que milhares delas estão separadas de suas famílias ou desacompanhadas.

Crianças refugiadas na Grécia. Foto: UNICEF/Tomislav Georgiev
Crianças refugiadas na Grécia. Foto: UNICEF/Tomislav Georgiev

3. Em 2018, Uganda notificou que acolhe 2,8 mil crianças refugiadas com cinco anos de idade ou menos que estão sozinhas ou separadas de suas famílias.

De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mais de 1 milhão de crianças fugiram do conflito no Sudão do Sul. Cerca de 160 mil crianças refugiadas estão no campo de refugiados de Bidibidi, no norte da Uganda. Mais de 5 mil atravessaram a fronteira do Sudão do Sul sozinhas, ou se separaram de suas famílias ao longo do caminho. Saiba mais nesse vídeo
De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mais de 1 milhão de crianças fugiram do conflito no Sudão do Sul. Cerca de 160 mil crianças refugiadas estão no campo de refugiados de Bidibidi, no norte de Uganda. Foto: ACNUR

4. A população refugiada está concentrada em áreas urbanas, que abrigam 61% dos refugiados do mundo.

Refugiados sírios, como Kamala, ajudaram a cidade alemã a manter a escola aberta. Foto: ACNUR/Gordon Welters
Refugiados sírios, como Kamala (ao centro), ajudaram a cidade alemã de Golzow a manter a escola aberta. Foto: ACNUR/Gordon Welters

5. Os países em desenvolvimento acolhem um terço de todos os refugiados do mundo. Em média, países ricos acolhem 2,7 refugiados por cada mil habitantes, enquanto países de renda baixa e média acolhem 5,8 pessoas nessa mesma proporção.

Refugiada rohingya de Mianmar senta-se ao lado de dois de seus quatro filhos em abrigo no campo de Nayapara, sudeste de Bangladesh. Foto: ACNUR/Chris Melzer
Refugiada rohingya de Mianmar senta-se ao lado de dois de seus quatro filhos em abrigo no campo de Nayapara, sudeste de Bangladesh. Foto: ACNUR/Chris Melzer

6. Cerca de 80% dos refugiados vivem em países vizinhos às suas nações de origem.

No Líbano, Mahmoud mora em uma tenda com sua esposa e cinco filhos. Todo mês, a família recebe do ACNUR uma assistência em dinheiro. Foto: ACNUR/Martin Dudek
No Líbano, Mahmoud mora em uma tenda com sua esposa e cinco filhos. Todo mês, a família recebe do ACNUR uma assistência em dinheiro. Foto: ACNUR/Martin Dudek

7. A cada cinco pessoas refugiadas, quatro estão numa situação prolongada de refúgio — há pelo menos cinco anos. Um em cada cinco são refugiados há 20 anos ou mais.

Khazneh Said, conhecida como Um Qasem, vista no acampamento de Khan Dunoun, na zona rural de Damasco, na Síria. Foto: UNRWA/Taghrid Mohmmad
Khazneh Said, conhecida como Um Qasem, vista no acampamento de Khan Dunoun, na zona rural de Damasco, na Síria. A refugiada abandonou seu vilarejo na Palestina há mais de 70 anos. Foto: UNRWA/Taghrid Mohmmad

8. O maior número de novas solicitações de refúgio em 2018 foi feito por venezuelanos — foram 341,8 mil solicitações.

Venezuelanos cruzam o rio Táchira em busca de alimentos e outras formas de assistência na Colômbia. Foto: ACNUR/Vincent Tremeau
Venezuelanos cruzam o rio Táchira em busca de alimentos e outras formas de assistência na Colômbia. Foto: ACNUR/Vincen
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