Filippo
Grandi, oficial da ONU que já trabalhou pela causa dos refugiados e assuntos
políticos no Oriente Médio, África e Ásia, iniciou seu mandato de cinco anos
como Alto Comissário da ONU para os Refugiados em primeiro de janeiro,
sucedendo a António Guterres, cujo mandato durou mais de 10 anos e se encerrou
na semana passada.
O Alto Comissário Grandi, que tomou posse nesta manhã na sede do
ACNUR, em Genebra, ocupa a posição em um momento de desafios sem precedentes de
deslocamento. Um número recorde de pessoas no mundo está sendo forçada a fugir
das guerras e de perseguições, incluindo mais de um milhão de refugiados e
migrantes que cruzaram o Mediterrâneo para a Europa durante o ano passado.
Outros desafios incluem déficits no orçamento da ajuda
humanitária, o menor número em três décadas de regressos voluntários de
refugiados aos seus países de origem, pessoas que continuam em situação de
refúgio por longos períodos e o aumento da politização das
questões relacionadas aos refugiados em muitos países.
"O ACNUR está navegando águas extraordinariamente
difíceis", disse Grandi. "A combinação de vários conflitos, que tem
como consequência deslocamentos em massa, são novos desafios em matéria de
refúgio, a lacuna de financiamento entre necessidades e recursos humanitários e
o número crescente de casos de xenofobia é muito perigoso. O caminho pela
frente é um desafio, mas espero que - trabalhando com governos, sociedade civil
e outros parceiros - vamos fazer progressos para garantir a proteção
internacional e melhoria das condições de vida de milhões de refugiados,
deslocados internos e apátridas ".
Grandi almeja que as soluções para a crise de deslocamentos
sejam "perseguidas com determinação renovada, abordando as suas causas
profundas e investindo recursos políticos e materiais adequados. O ACNUR, cujo
mandato inclui a busca de soluções, está pronto para trabalhar com todos
aqueles que perseguem este objetivo”.
Grandi é italiano, tem 58 anos e trabalhou com temas
internacionais por mais de 30 anos, 27 deles com as Nações Unidas. Ex-chefe da
Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA),
ele trabalhou anteriormente para a Missão de Assistência das Nações Unidas no
Afeganistão (UNAMA) como Representante Especial Adjunto, após uma longa carreira
com ONGs e com a ACNUR na África, na Ásia, no Oriente Médio e na sede da
organização, em Genebra.
O ACNUR trabalha em todo o mundo para proteger, auxiliar e
encontrar soluções duradouras para os refugiados, deslocados internos e
populações apátridas. Tem cerca 9.700 funcionários em 126 países, muitos deles
trabalhando em situações de emergência humanitária e em estreita proximidade
com regiões de conflito. Em junho de 2015 informou que o deslocamento forçado
em todo o mundo havia atingido um número maior que o da Segunda Guerra Mundial,
mais de 59,5 milhões de pessoas. Níveis de deslocamento têm continuado a
aumentar desde então, com maior visibilidade pelos mais de um milhão de
refugiados e migrantes que cruzarem o Mediterrâneo para a Europa durante 2015.
Por: ACNUR
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