terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Conheça os principais dispositivos da reforma migratória na Dinamarca

O projeto de lei sobre imigração que o Parlamento da Dinamarca deve aprovar nesta terça-feira tem por objetivo dissuadir os solicitantes de asilo no país nórdico.
O texto contêm dispositivos criticados pelas organizações de defesa dos direitos humanos, em particular o que prevê o confisco de objetos de valor dos migrantes.
Confisco
A polícia poderá revistar a bagagem dos imigrantes para confiscar dinheiro em espécie acima de 10.000 coronas (1.340 euros, 1.450 dólares) e os objetos de valor que superem este valor. Estão isentos os objetos de valor sentimental, como as alianças.
O projeto foi comparado na imprensa estrangeira ao confisco de bens que os judeus sofreram na Alemanha nazista. O governo dinamarquês o apresenta como uma contribuição dos migrantes ao país, de acordo com suas possibilidades.
O dinheiro arrecadado não deve financiar a estadia dos demandantes de asilo, em qualquer caso. O Partido Popular Dinamarquês, contrário à imigração e sócios da coalizão no poder, defende outro objetivo: "o que afirmamos é que se alguém quer vir para a Europa, melhor evitar a Dinamarca", afirma seu porta-voz Martin Henriksen.
Desde os anos 1990, a Suíça confisca dos demandantes de asilo dinheiro em espécie acima de 1.000 francos (pouco mais de 900 euros), mas não bens materiais.
Reagrupamento familiar
Os demandantes de asilo que têm uma proteção menor, ou seja, que tentam fugir da violência em geral e não de uma ameaça contra sua pessoa, deverão esperar três anos antes de pedir o reagrupamento familiar, e não um. A análise do pedido pode durar vários anos e os refugiados deverão cobrir os custos da viagem da família.
O período de espera é contrário, segundo os defensores dos direitos humanos, a vários textos ratificados pela Dinamarca, como a Convenção Europeia de Direitos Humanos, a Convenção Internacional dos Direitos da Criança e a Convenção da ONU sobre o Estatuto dos Refugiados.
Outros dispositivos
As permissões de residência serão reduzidas de cinco para dois anos para aqueles que gozam de proteção maior, por perseguição em função de raça, nacionalidade, religião, opiniões políticas ou integrar um grupo social.
Para solicitar a permissão de residência permanente será necessário desembolsar 3.700 coroas (quase 500 euros). O demandante deverá ter um posto de trabalho por dois anos e meio nos últimos três anos, ao invés de três dos cinco últimos anos, como determina a lei anterior. Também será elevado o nível exigido de conhecimento de dinamarquês.
Zero Hora   nsb/fp


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