quarta-feira, 27 de maio de 2015

Novos imigrantes, velhas práticas

Desde que o mundo é mundo, o ser humano vaga de um lugar para o outro. Antes era só em busca de alimento. Depois veio a posse da terra, o trabalho e as regras, embriões do modelo de sociedade organizada em que vivemos. Atualmente, a maioria das pessoas migra em busca de casa, educação para os filhos e melhores condições de vida. Há até os que mudam do país só porque não concordam com o resultado das eleições ou com o preço do plano de saúde.
Sempre foi assim. O movimento está no DNA da raça. Uma espiadinha na obra Êxodos, do fotógrafo Sebastião Salgado, ajudaria a entender como funciona a cabecinha do bicho homem. Mas até hoje, em pleno século 21, também há os que fogem da fome, da guerra ou das tragédias naturais. São sobreviventes. E tudo o que eles buscam é dignidade. Querem condições de viver apenas do suor do trabalho. Aliás, atire a primeira pedra aquele que não não for resultado da miscigenação no Brasil.
Todos temos sangue negro, índio e europeu. Então sem essa de achar que estes 18 haitianos e 25 senegaleses vão roubar nossos empregos, invadir nossas casas. Há pelo menos quatro anos, desde o histórico terremoto que destruiu o Haiti, este fluxo migratório vem se intensificando no Sul. Portanto podem ficar tranquilos. Esta polêmica em torno do imigrantes vai passar. E então eles poderão tocar a vida, quem sabe ajudar parentes distantes e seguir o movimento da vida. Porque o tempo não para.

 Rafael Martini

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