Desde que o mundo é mundo, o ser
humano vaga de um lugar para o outro. Antes era só em busca de alimento. Depois
veio a posse da terra, o trabalho e as regras, embriões do modelo de sociedade
organizada em que vivemos. Atualmente, a maioria das pessoas migra em busca de
casa, educação para os filhos e melhores condições de vida. Há até os que mudam
do país só porque não concordam com o resultado das eleições ou com o preço do
plano de saúde.
Sempre foi assim. O movimento está no
DNA da raça. Uma espiadinha na obra Êxodos, do fotógrafo Sebastião Salgado,
ajudaria a entender como funciona a cabecinha do bicho homem. Mas até hoje, em
pleno século 21, também há os que fogem da fome, da guerra ou das tragédias
naturais. São sobreviventes. E tudo o que eles buscam é dignidade. Querem
condições de viver apenas do suor do trabalho. Aliás, atire a primeira pedra
aquele que não não for resultado da miscigenação no Brasil.
Todos temos sangue negro, índio e
europeu. Então sem essa de achar que estes 18 haitianos e 25 senegaleses vão
roubar nossos empregos, invadir nossas casas. Há pelo menos quatro anos, desde
o histórico terremoto que destruiu o Haiti, este fluxo migratório vem se
intensificando no Sul. Portanto podem ficar tranquilos. Esta polêmica em torno
do imigrantes vai passar. E então eles poderão tocar a vida, quem sabe ajudar
parentes distantes e seguir o movimento da vida. Porque o tempo não para.
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