Cerca de 15 Embaixadores africanos junto da Santa Sé
reuniram-se na manhã desta quarta-feira, no Palácio de São Calisto para falar
do problema da imigração. A iniciativa foi dos Presidentes dos Conselhos
Pontifícios para os Migrantes e Itinerantes e da Justiça e Paz,
respectivamente, os cardeais António Maria Veglió e Peter Turkson. Um encontro
que se revelou muito útil, segundo o Cardeal Veglió:
“Creio que tenha sido útil porque levantou-se um pouco o
problema de fundo. O problema dos migrantes tem uma causa. Antes de mais, são
os governos africanos os responsáveis pelos seus países, não é?, mas é também
verdade que por muito tempo a África foi um pouco explorada, de modo que esses
países são pobres. Como se pode então fazer com que esses problemas sejam
enfrentados, para que se procure soluções? Foi bom, porque cada um exprimiu o
que pensa do próprio país. É claro que quando cada um fala, os problemas
alargam-se muito, porque não se trata de causas simples.
No fim chegamos a uma conclusão, ou melhor a um
desejo: faremos, talvez, um outro
encontro, convidando também os Embaixadores europeus junto da Santa Sé, porque
neste momento é claro que não se trata unicamente de migrantes africanos, mas
para a Europa a África é o problema num certo sentido, não é?, e acho bem que
Embaixadores europeus sejam envolvidos para dizer o que fazemos, qual é a nossa
responsabilidade, porque a verdade nunca é precisa, nunca está toda de um lado.
É responsabilidade deles e da Europa que se mostra um bocado fechada, um pouco egoísta”.
Instado a explicar se o que está na base deste encontro é
a solicitude do Papa Francisco pelos migrantes e que realizou a sua primeira
viagem fora do Vaticano a Lampedusa em Junho de 2013, O Cardeal Veglió
respondeu que tudo o que a Igreja faz é em sintonia com o chefe da
catolicidade…
“É claro, tudo que nós fazemos, é em linha com o que a
Igreja faz e quem está à cabeça da Igreja é o Papa, não é?! E nós seguimos o
seu exemplo, as suas palavras, e colaboramos para o bem – como diz a Igreja –
desses nossos irmãos menos afortunados do que nós.”
Não se conhece a data do desejado encontro também com os
Embaixadores europeus junto da Santa Sé. É preciso tratar – disse por sua vez o
Cardeal Turkson. Mas à pergunta se já têm uma ideia mais ou menos concreta do
que gostariam de fazer para ajudar esses irmãos menos afortunados, o chefe do
Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes, respondeu que não é que a
Igreja esteja parada. Ao lado de várias ações de sensibilização, há também as
paróquias, sempre ativas, se pensarmos na Itália, por ex. Mais ainda: para lá
dos problemas políticos que condicionam um bocado, os italianos não são más
pessoas, têm um fundo católico, não são racistas– frisou o Cardeal Veglió,
rematando:
“É preciso inventar algo”
No encontro desta manhã, participaram, uns 15
embaixadores africanos junto da Santa Sé, entre os quais o de Angola, do Benin,
do Egito, da Líbia, dos Camarões, da RDC, de Marrocos, da Costa do Marfim… e
ainda o bispo de Lichinga, em Moçambique…
Radio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário