O governo da Polônia manifestou nesta sexta-feira (15) sua
oposição a um futuro sistema de cotas fixas para distribuição obrigatória de
refugiados pelos países da União Europeia (UE), admitindo, porém, estar
disponível para acolher migrantes de forma voluntária.
“Não estamos dizendo que deixaremos de acolher migrantes.
Estamos dizendo que queremos fazer uma oferta palpável. Como outros parceiros
europeus, sou a favor de decisões voluntárias”, afirmou a primeira-ministra da
Polônia, Ewa Kopacz.
Em Varsóvia, capital polonesa, Ewa Kopacz recordou que o país
tem se beneficiado da solidariedade europeia. Acrescentou que, atualmente, “tal
solidariedade é indispensável para aqueles que procuram refúgio e que morrem no
Mediterrâneo, transformado no maior cemitério marítimo”.
Segundo ela, a Polônia se une a outros países da Europa
Central e do Leste contrários ao plano proposto pela Comissão Europeia.
República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia e Eslováquia se opõem ao
sistema de cotas fixas, mas todos manifestaram disponibilidade para receber
refugiados voluntariamente.
“Não existe base legal na União Europeia para introduzir tais
cotas”, esclareceu primeiro-ministro tcheco, Bohuslav Sobotka.
“O Conselho Europeu decidiu que qualquer decisão dos
países-membros sobre migrantes deve ser voluntária. Por isso, recuso a política
de cotas como princípio”, acrescentou o chefe do governo eslovaco, Robert Fico.
Na condição de maior país da Europa Central, a Polônia pode
ser obrigada a receber 5,64% do total de refugiados. A Estônia será convidada a
receber 1,76% e Portugal 3,89%. O Reino Unido, que já criticou fortemente o
plano, a Irlanda e a Dinamarca poderão ficar de fora do sistema de cotas.
A Agenda Europeia da Migração, que integra o sistema de cotas,
foi apresentada quarta-feira (13) pela Comissão Europeia em Bruxelas. A
proposta será discutida pelos ministros da Administração Interna da UE em 15 de
junho, sendo depois apresentada nesse mesmo mês aos líderes europeus numa
cúpula em Bruxelas.
De acordo com dados da Organização Internacional para
Migrações (OIM), divulgados dia 7 de maio, mais de 34,5 mil migrantes chegaram
ao território italiano este ano. Em 2015, cerca de 1.770 morreram ou
desapareceram no mar, o que representa mais da metade das cerca de 3,3 mil
vítimas fatais registadas em 2014.
EBC
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