O papa Francisco divulgou nesta terça-feira (23) uma mensagem para os
imigrantes de todo o mundo e fez um apelo para que a Igreja Católica abra suas
portas para receber essas pessoas. "Caros imigrantes e refugiados! Vocês
têm um lugar especial no coração da Igreja e ajudaram a aumentar
as dimensões desse coração para manifestar sua maternidade para toda a família
humana",escreveu o Pontífice em mensagem para
a próxima Jornada Mundial do Imigrante e dos Refugiados, que ocorrerá no dia 18
de janeiro de 2015.
Segundo Jorge Bergoglio, os movimentos migratórios "assumiram
tais dimensões que só uma sistemática e ativa colaboração que evolva países e
as Organizações internacionais poderá conseguir regular eficazmente e
gerir" esses movimentos. "Ao mesmo tempo, é preciso intensificar os
esforços para criar as condições ideais para garantir uma progressiva
diminuição das razões que fazem com que as pessoas deixem as suas terras, como
as guerras e a pobreza", destacou o líder dos católicos afirmando que
"a solidariedade com os imigrantes e refugiados ocorre da união da corageme da criatividade para desenvolver
um mundo mais justo". Ele ainda reforçou que a "preocupação" de
Jesus, particularmente, "com os mais pobres e marginalizados" faz um
"convite a todos para curar as pessoas mais frágeis e reconhecer os seus
sofrimentos das vítimas das novas formas de pobreza e escravidão".
O Papa reforçou a "cultura do encontro", algo
que sempre pede em suas pregações e discursos pela paz mundial. Francisco
explica que "o caráter multicultural da sociedade encoraja a Igreja a
assumir novos empenhos de solidariedade, comunhão e evangelização".
Segundo ele, os movimentos de imigração "pedem um aprofundamento e um
reforço dos valores necessários para garantir a convivência harmoniosa entre
pessoas e culturas". O Pontífice destacou que para isso "não basta só
a simples tolerância, que abre o caminho para o respeito à diversidade", mas que "cria
percursos de divisão entre as pessoas de origem e culturas diferentes".
"A Igreja sem fronteiras, mãe de todos, difunde no mundo a cultura do
acolhimento e da solidariedade, segundo a qual, ninguém é considerado inútil,
fora de lugar ou descartável. E isso hoje, assume um significado particular em
uma época de vastas imigrações", ressaltou Bergoglio.
O líder ainda afirmou que "de uma parte, se adverte
no sacrário a consciência para curar a miséria humana e a colocar em prática a
ordem de amor que Jesus deixou quando se identificou com o estrangeiro. Por
outro, porém, por causa da fraqueza de nossa natureza, sentimos a tentação de
ser cristãos mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor",
salientou o Pontífice.
O Papa ainda criticou as "diferenças e hostilidades
também na comunidade eclesial" e que esse comportamento é "suspeito e
prejudicial" e estão "em conflito com a ordem da Bíblia de "acolher
com respeito e solidariedade do estrangeiro que precisa de ajuda". Ele
finalizou a mensagem afirmando que "a globalização do fenômeno imigratório
precisa ser respondido com a globalização da caridade e da cooperação para
humanizar as condições dos imigrantes". O acolhimento dos imigrantes e o
combate das condições de pobreza e violência nos países de origem dessas
pessoas é uma das maiores bandeiras do Papa em seu Pontificado. Ele pede em
seus discursos que questões de escravidão que essas pessoas são, muitas vezes,
submetidas seja combatida pelos governos de todos os países.
Radio Vaticano
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