A política migratória da União
Europeia, que se foca cada vez mais no controle das fronteiras", favorece
o negócio dos traficantes de pessoas e coloca vidas em risco, denunciou a
Anistia Internacional nesta quinta-feira.
"As barreiras que a Europa cria
colocam vidas em risco", indicou à AFP Nicholas Beger, funcionário do
gabinete da Anistia Internacional para as instituições europeias em Bruxelas.
Quinhentos imigrantes, entre eles ao
menos 100 crianças, desapareceram na semana passada no naufrágio de sua
embarcação perto de Malta, provocado, segundo alguns sobreviventes, pelos
próprios traficantes.
Apenas dez pessoas sobreviveram à
tragédia. "Devem ocorrer investigações necessárias para deter e processar os responsáveis pelo naufrágio", indicou Beger
.
"No entanto, limitar a resposta
às forças de ordem não responde à complexidade do problema", acrescentou.
Em vez de reforçar as fronteiras, a
UE e os 28 países membros devem "aumentar com urgência suas capacidades de
busca e resgate" no mar.
Beger acrescentou que a UE deve abrir
"rotas legais para os refugiados", assim como trabalhar com terceiros
países para criar um "espaço onde os imigrantes e os refugiados se sintam
seguros e protegidos".
Diante do aumento dos fluxos
migratórios clandestinos neste ano, Itália e Grécia exigem maiores fundos
europeus, tanto para as operações de busca e resgate no Mediterrâneo quanto
para os centros de detenção.
A Itália conseguiu em agosto que a UE
lançasse a "Frontex Plus", uma operação de controle das fronteiras
dirigida por Bruxelas em coordenação com os Estados membros.
A Frontex Plus substituirá a operação
de resgate lançada pela Itália "Mare Nostrum", muito cara para Roma,
mas que permitiu salvar milhares de vidas nos últimos meses.
France Press
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