segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Cresce a demanda por serviços de adaptação aos estrangeiros

O aumento no número de trabalhadores estrangeiros no Brasil, vindos para ocupar cargos técnicos, de nível médio ou de alto escalão, sobretudo em multinacionais, tem criado oportunidades de negócios.
A ESCOLA DE IDIOMAShttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png Berlitz do Brasil, por exemplo, se surpreendeu ao ver a língua portuguesa ser o segundo idioma mais procurado no ano passado - ultrapassou o espanhol. Assim, as aulas para estrangeiros passaram a representar 18% do negócio. A maioria dos alunos veio dos Estados Unidos, México, Chile, além de países asiáticos, disse o gerente de marketing do Berlitz, Luis Simões.
O crescimento de serviços em setores como offshore, indústria automobilística, infraestrutura, saúde, além do aumento das multinacionais, tem demandado conhecimentos específicos e isso também justificaria a vinda de estrangeiros e suas famílias, destacou o gerente. Para trazer um profissional de outro país, uma empresa chega a gastar até quatro vezes mais que o custo de um colaborador local. A decisão de trazer um executivo estrangeiro costuma ser criteriosa, afirmou Simões. "É um mercado bastante exigente, mas abre espaço para uma série de serviços específicos".
Mobilidade global
A opinião é compartilhada pelo sócio fundador da EMDOC, empresa especializada em mobilidade global, João Marques. Ele acredita que devam surgir no mercado oportunidades em áreas como as de restaurantes com o segundo idioma, além de serviços domésticos, de motoristas e de seguranças de modo a atender os estrangeiros. "É um novo mercado e é impressionante como existem oportunidades", ressaltou.
O sócio e diretor de estratégia da consultoria Great Group, Júlio Amorim, também acompanha a tendência da vinda de estrangeiros. Ele tem visto isso com mais ênfase do ano passado para cá, principalmente de pessoas vindas do mercado europeu (portugueses e espanhóis). "Mas o tempo de adaptação de um executivo estrangeiro é maior, então as empresas têm de prestar atenção nisso".
O diretor da Superação Treinamentos e Consultoria, Marcos Sousa, que PALESTRAhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png em eventos motivacionais de grandes empresas, explicou que o expatriado já chega ao país com a sua língua nativa, obviamente, mas que muitas vezes também fala além dela o inglês e o francês. É uma pessoa geralmente culta e bem exigente. Contudo, precisa do atendimento familiar para se adaptar. "Há muitos engenheiros e técnicos. São pessoas que estudaram em boas escolas e costuma ser um público com grande conhecimento, mas a adaptação requer atenção".
O engenheiro Cleber Gomes, diretor do comitê de Educação de Engenharia do Congresso SAE Brasil, disse que o País tem particularidades macroeconômicas que chamam a atenção dos nativos de outras culturas, sendo que no ramo automotivo os profissionais vêm também para ampliar os seus negócios. "O Brasil é um dos maiores fabricantes de veículos e peças do mundo, logo, muitos estrangeiros vêm para fazer o link com as matrizes e acabam ficando".
Adaptação é o foco
A globalização cria um novo cenário anualmente no mapa-múndi, mas cerca de 70% das expatriações falham, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nos processos que não têm êxito, 50% são porque o funcionário não se adaptou ao novo estilo de vida. Para evitar prejuízos com dificuldades culturais é fundamental que as empresas ofereçam infraestrutura sólida de realocação e adaptação - do funcionário e de sua família.
A Mundivisas, empresa especializada em prover consultoria e imigração no Brasil, oferece uma gestão integrada nessa área e tem visto demanda por mão de obra principalmente no ramo de petróleo, óleo e gás. A empresa analisa um estudo recente da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) que apontou: o País precisará de 6 milhões de trabalhadores estrangeiros para cargos específicos nos próximos anos.
"O processo de expatriação está aquecido. Vimos acréscimo de 10% no volume de processos tramitados no primeiro semestre deste ano", afirmou a presidente e sócia da Mundivisas, Mariangela Moreira.
Segundo ela, a indústria automobilística, as fábricas do setor farmacêutico e o setor bancário também devem ter aumento na contratação. Ela ponderou, porém, que é preciso analisar pontos como os que levam o expatriado a querer voltar para o seu país de origem: o choque cultural de morar e trabalhar em um lugar com costumes sociais diferentes.
"A ambientação social não só do expatriado, mas também de sua família, é um ponto chave para as empresas manterem seu funcionário no Brasil e evitar custos jurídicos no caso de uma volta repentina". Neste sentido, a Mundivisas oferece serviço de RELOCATIONhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, que vai desde uma reunião com o RH das empresas para conhecer o perfil do funcionário e suas necessidades, até ajuda na busca por escolas e moradia ao expatriado.
Treinamento de liderança
Desenvolver a capacidade de comunicação de líderes em aspectos cognitivos de empatia intercultural. É a proposta que envolve o programa Imersão para liderança Global "Go Brazil", do instituto Berlitz. Em São Paulo, de 21 a 26 de outubro, a escola atenderá a quinze altos executivos estrangeiros nesse sentido. O Programa foi realizado na China em junho e o Brasil foi escolhido devido aos investimentos estrangeiros e eventos como a Copa e as Olimpíadas.

 DCI

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