O Secretário adjunto do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes destacou na Turquia a necessidade de salvaguardar a dignidade e os direitos dos refugiados, e das estratégias de intervenção contemplarem também os países de origem.
Em uma declaração feita durante o oitavo Fórum Global
sobre Migração e Desenvolvimento, que se realizou nos dias passados em
Istambul, o Padre Gabriele Bentoglio frisou que, independentemente da condição
em que viajam, estas pessoas devem “ver os seus direitos humanos respeitados”
pois não tomaram a estrada por puro “lazer”.
Muitos destes refugiados, prosseguiu o sacerdote,
“partiram na esperança de assegurar para as suas famílias uma vida melhor,
longe da pobreza, da fome e da exploração” a que estavam votadas.
“É um salto de fé”, que muitas vezes tem “um enorme custo
pessoal”, frisou o representante da Santa Sé, recordando os perigos por que têm
passado os migrantes, por terra e por mar, rumo à Europa.
O Padre Gabriele Bentoglio defendeu ainda a necessidade de
intervir nos países de origem destes migrantes e refugiados, através de uma
“globalização da solidariedade”, como já propôs o Papa Francisco.
“A cooperação internacional e a aposta numa distribuição
equitativa dos bens será essencial para erradicar as injustiças que levam as
pessoas a abandonarem as suas pátrias e a sua cultura”, acrescentou.
Reconhecendo que o fluxo elevado de migrantes coloca
sérios desafios aos países, o membro do Pontifício Conselho da Pastoral para os
Migrantes e Itinerantes sublinhou, no entanto, que “a dignidade da pessoa tem
sempre primazia sobre quaisquer tipo de interesses, políticos e econômicos”.
“Os migrantes não são pessoas a temer. São construtores
de pontes entre culturas, trazem consigo a força do trabalho, da energia e das
novas ideias”, referiu o responsável, para quem à luz da estratégia econômica
mundial até 2030 é vital “assegurar” que destes ciclos migratórios saiam
fatores “mutuamente enriquecedores”, tanto para quem chega como para quem
acolhe. (SP)
Radio Vaticano
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