quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Europa demorou a reagir frente à crise dos refugiados, Hollande

O presidente francês, Francois Hollande, admitiu hoje diante do Parlamento Europeu que a Europa demorou em medir a proporção da crise dos refugiados.

A Europa demorou a compreender que as tragédias do Oriente Médio, da África, teriam consequências para ela, reconheceu em uma intervenção junto à chanceler alemã Ángela Merkel, na sede dessa instituição na cidade francesa de Estrasburgo (leste).

Hollande chamou à solidariedade diante da situação dessas pessoas, vítimas das convulsões nas referidas regiões.

Apontou que é necessário estender a solidariedade aos Estados europeus que sofrem a pressão em primeira linha de suas fronteiras e com os países vizinhos que acolhem os refugiados de maneira numerosa.

No chamado velho continente não se ofereceu suficiente ajuda às nações que devem acolher a grande quantidade de refugiados e tiveram que atuar com urgência para serem dignos da tradição de asilo e organizar a volta dos que não possam ser acolhidos de maneira duradoura, disse.

O presidente francês chamou a União Europeia (UE) a atuar para evitar uma guerra total na Síria que possa desestabilizar toda a região do Oriente Médio e acabar chegando inclusive a território europeu.

Insistiu em pressionar para conseguir uma transição política na Síria, ao mesmo tempo em que pronunciou-se pela colaboração entre a UE, Rússia, Irã, países do Golfo e os Estados Unidos para conseguir isso.

Merkel assinalou que são obsoletas as regras vigentes na União que obrigam os solicitantes de asilo a apresentar sua demanda no primeiro país do bloco que chegam.

Por isso, se manifestou em prol de "um novo procedimento" para distribuir "com equidade" os solicitantes de asilo entre países europeus.

Enquanto isso, a missão naval da UE contra o tráfico de imigrantes começou nesta quarta-feira sua segunda fase dirigida a deter embarcações, registrá-las, apreendê-las e prender os traficantes, segundo fontes da UE.

Um informe recente da Organização Internacional para as Migrações mostrou que este ano quase três mil pessoas morreram no Mediterrâneo enquanto tentavam chegar à Europa, uma cifra que ratifica esse mar como a rota mais mortífera nos fluxos migratórios no mundo.

lma/mfb/es

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