sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Alerta sobre iminente crise de refugiados enquanto mulheres fogem da violência na América Central e no México

Mulheres na América Central e no México estão fugindo de seus países, em níveis crescentes, para escapar de um descontrolado e fatal aumento de violência por parte de gangues e outros grupos criminosos, alimentando uma crise iminente de refugiados nas Américas que exige uma ação urgente e coordenada de todos os países da região, alertou hoje a Agência da ONU para Refugiados.
"A violência perpetrada por grupos criminosos organizados transnacionais em El Salvador, Guatemala, Honduras e certas partes do México tornou-se generalizada", disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, em Washington, durante o lançamento do relatório intitulado Mulheres em Fuga (ou Women on the Run, do original em inglês).
"As dramáticas crises de refugiados que estamos testemunhando no mundo de hoje não se limitam ao Oriente Médio ou à África. Estamos vendo uma outra crise de refugiados se desdobrando nas Américas. Este relatório é um alerta prévio para aumentar a consciência dos desafios que as mulheres refugiadas enfrentam e um apelo a uma resposta regional para uma crise de refugiados que se aproxima", disse Guterres.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) está pedindo a todos os países da América Central e da América do Norte que:
O relatório Mulheres em Fuga tem como base entrevistas realizadas com 160 mulheres que fugiram recentemente de seus lares em El Salvador, Guatemala e Honduras – o “Triangulo Norte da América Central” – e de partes o México para escapar o aumento da violência em suas comunidades.
Elas descreveram detalhadamente como os grupos criminosos armados aterrorizam a população para estabelecer o controle sobre grandes áreas destes países e como as mulheres, em particular, estão sendo perseguidas com extrema e específica violência de gênero.
“Tudo nos afeta porque as mulheres não valem nada”, explicou Lana, uma das entrevistadas para o relatório. “É como se a tua vida não tivesse nenhum valor. Eles nos violam. Não existe nenhum limite. Não existe nenhuma autoridade. Não tem ninguém que os detenha”.  
Embora governos da região tenham se esforçado para abordar as causas fundamentais da violência, as pessoas seguem fugindo. A região tem uma das taxas mais altas de homicídio do mundo, afetando particularmente as mulheres.
Enquanto algumas mulheres do chamado Triângulo Norte da América Central fogem em direção aos Estados Unidos, outras vão para a países, onde as solicitações de refúgio de pessoas da região aumentaram drasticamente desde 2008 (um crescimento de 13 vezes).
Segundo estatísticas do governo dos Estados Unidos, 82% de 16.077 mulheres vindas do Triângulo Norte e do México entrevistadas por autoridades norte-americanas no último ano consideraram ter um fundado temor de perseguição ou tortura e, por isso, apresentaram pedidos de refúgio nos EUA.

 Acnur

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