Grupo de 20 estrangeiros
estava protestando por liberdade e melhorias . Desde o fim de março,
estrangeiros ilegais que estão detidos em uma instituição de acolhimento no
Centro de Controle de Imigração em Ushiku (Ibaraki), administrado pelo
Ministério da Justiça, estavam fazendo greve de fome por uma série de
reinvindicações para as autoridades.
O relatório enviado pelos
estrangeiros no dia 30 de março recebeu uma resposta do diretor da instituição,
Masafumi Sato, na segunda-feira passada. Na última terça-feira, os ilegais
encerraram a greve de fome após uma reunião com um representante do local,
informou a revista semanal Kinyoubi News na sexta-feira.
De acordo com a reportagem,
um grupo de manifestantes havia enviado às autoridades um pedido de liberdade
provisória, que foi negado sem justificativas claras.
O órgão apenas disse que ia
demorar para analisar a situação, o que causou dúvidas e insatisfações no
grupo. Com isso, cerca de 20 estrangeiros iniciaram a greve de fome e também
uma paralisação em um local do centro.
No dia 27 de março, o grupo
foi tirado a força do local de protesto por uma equipe de 50 guardas. Durante o
confronto, um brasileiro feriu o braço direito e foi levado ao hospital. No
relatório, os estrangeiros fizeram também uma solicitação de tratamento médico
mais adequado e de pedido de desculpas por parte do órgão.
Na última segunda-feira, o
relatório de resposta aos estrangeiros foi colado em um mural da instituição e,
na mesma noite, houve uma reunião entre os ilegais e um representante do
centro. Na ocasião, a funcionária Kimiko Tanaka falou em nome da instituição e
fez esclarecimentos conforme os dados do relatório de resposta.
Tanaka enfatizou para os
estrangeiros que eles só estão acolhidos no local porque precisam voltar aos
países de origem. Quanto aos pedidos de liberdade provisória, a funcionária
explicou que o órgão precisa analisar os casos individualmente, o que deve
levar algum tempo.
Com relação ao brasileiro
ferido, a representante afirmou que ele está fazendo o tratamento necessário e
que qualquer pessoa do grupo poderá ser levada a um hospital local para
qualquer tratamento de saúde sempre que houver uma solicitação.
De acordo com a publicação
da revista, os estrangeiros não ficaram totalmente satisfeitos com a resposta
do órgão, mas encerraram a greve de fome devido aos esclarecimentos e promessas
de melhorias no atendimento médico.
Acolhimento de estrangeiros
ilegais
No Japão, há três locais de
acolhimento que reúnem estrangeiros com situação ilegal no país. Na instituição
de Ushiku, há capacidade para 700 ilegais enquanto aguardam as resoluções dos
casos para poder voltar aos seus países de origem. Na cidade de Ibaraki (Osaka),
cabem 300 estrangeiros na instituição, enquanto que em Omura (Nagasaki) existe
espaço para 800.
Durante a greve de fome em
Ushiku, um iraniano com hipertensão desmaiou no início de abril e foi levado às
pressas para um hospital. Recentemente, houve quatro casos de mortes nas
instituições que abrigam estrangeiros ilegais, sendo que dois deles ocorreram
em Ushiku.
Entre os casos, há suspeitas
de que alguns óbitos ocorreram por atraso no socorro prestado pelos centros de
imigração. De acordo com a revista, é possível que aconteça outras situações
semelhantes se não houver uma reformulação na administração dos centros que
acolhem refugiados no país.
ANA PAULA RAMOS/ALTERNATIVA
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