Quase 300 trabalhadores resgatados no país em 2013 de situações
análogas à de escravidão eram estrangeiros, segundo dados da Divisão de
Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, da Secretaria de Inspeção do
Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O total, divulgado
quarta-feira (14), mostra 2.063 pessoas nessa situação, sendo 121 haitianos,
104 bolivianos, 45 paraguaios e oito peruanos – 278 estrangeiros, com
predominância dos setores têxtil e de construção civil.
O
MTE não dispõe de informações de anos anteriores sobre a presença de
estrangeiros entre os resgatados de situações de trabalho escravo. Mas os
número sobre a presença de haitianos, por exemplo, coincide com a maior entrada de pessoas daquele país da América Central. Também
no ano passado, o Conselho Nacional de Imigração concedeu 2.157 autorizações
para concessão de visto em caráter humanitário – 2.070 para haitianos.
Outro
dado que chamou a atenção na divulgação sobre operações em 2013 refere-se à
maior presença, pela primeira vez, de trabalhadores resgatados no setor urbano
(1.068 dos 2.063). O chefe de fiscalização da divisão do MTE, Alexandre Lyra,
credita o número, em parte, ao aumento da fiscalização nessas áreas. "Passamos a estruturar melhor.
Temos um número maior de operações. Mas não vamos esmorecer no meio rural. É
uma área que a gente ainda precisa ter cuidado", afirma.
O número de trabalhadores
resgatados tem se mantido relativamente estável nos últimos anos, com exceção
do período 2007/2008, quando superou os 5 mil. O chefe de fiscalização avalia
que a redução nos anos seguintes se deve a ações no setor de cana-de-açúcar.
""Conseguimos dar uma boa regularizada", comenta. Esse
setor também passou por um processo intenso de mecanização e foi objeto de um
pacto, firmado em 2009 por governo, trabalhadores e empresários, para melhoria
das condições de trabalho.
Rede Brasil Atual
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