O 14º Ato do Programa Ufal em Defesa da Vida foi aberto na manhã desta
quinta-feira, 22, no auditório da Reitoria. A programação foi iniciada com a
peça teatral "Avançar para uma sociedade mais justa", da comunidade Católica Shalom.
"A peça conta a história de uma sociedade que está morrendo, perde espaço
para o ser humano e não enxerga isso. É então que chega a Verdade e leva as
pessoas a tatear e ir descobrindo, aos poucos, novos horizontes", explicou
Erik Bispo, integrante do grupo que se reúne todas as segundas-feiras, às 12 h,
no Bloco 13, sala 205.
Em seguida, foi formada a mesa de abertura, com a participação do reitor
Eurico Lôbo, Dom Antônio Muniz, Arcebispo de Maceió, Flávio Gomes da Costa,
promotor de Justiça, Sueli Cavalcanti, representando a Secretaria Estadual
de Educação, e Henrique Cahet,
representando a Adufal. Eurico Lôbo cumprimentou os integrantes da mesa e o
auditório lotado e reafirmou o compromisso da universidade em combater todas as
formas de exploração humana. "Nós podemos nos considerar
privilegiados só pelo fato de termos acesso ao ensino superior em
um estado que ainda mantem altos índices de analfabetismo, por isso, temos o
dever de sermos elementos de transformação, disseminando a cultura do
bem", destacou o reitor.
Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió, agradeceu o apoio da Ufal ao abraçar o tema da
Campanha da Fraternidade 2014 - Fraternidade e Tráfico Humano - lembrando a
Carta de São Paulo aos Gálatas “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. O líder
religioso ressaltou a importância de toda a sociedade firmar o compromisso de
combater toda forma de violência. "Estamos aqui para exprimir esse grito
pela vida e a participação da universidade é fundamental", destacou o arcebispo.
Migração e Tráfico Humano
Depois da abertura iniciou-se a primeira mesa redonda, que foi mediada
pela professora Elaine Pimentel Costa, da Faculdade de
Direito. Participaram desse debate: Thaisa Costa, assistente social, que foi
integrante do extinto Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em Alagoas;
Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió, e Alinne Pedra Jorge Birol, doutora em
Criminologia e coordenadora nacional do Setor de Combate ao Tráfico de pessoas
do International Centre for Migration Police Development (ICMPD).
Alinne Pedra apresentou dados da organização que representa e explicou
as formas de tráfico humano detectadas pelo projeto no Brasil e no Mundo. O Centro
Internacional para o Desenvolvimento das Políticas Migratórias (ICMPD), foi
fundado em 1993, pela Áustria e pela Suíça, para levantar dados sobre a
migração na Europa, mas já desenvolve projetos em outros países.
No Brasil, está o projeto "Migrações Transfronteiriças:
fortalecimento da capacidade do Governo Federalbrasileiro para
gerir os fluxos migratórios". O trabalho visa levantar dados sobre os
fluxos migratórios nas fronteiras do país e subsidiar o governo sobre as
políticas de assistência e a necessidade de combater formas de exploração
humana. A organização internacional atua em parceria com o Conselho Nacional de
Imigração, do Ministério do Trabalho e Emprego, e Ministério da
Justiça.
Segundo a coordenadora nacional, que foi aluna do curso de Direito da Ufal, a
Campanha da Fraternidade contribuiu para chamar a atenção da sociedade para o
tema. "Depois que a Igreja escolheu esse tema, temos sido convidados para
participar de palestras nas escolas e em outros setores. Nós atuamos em 11
estados brasileiros, levantando informações sobre fluxo migratório e o tráfico
humano, que muitas vezes estão intimamente relacionados", informou Alinne
Pedra.
A palestrante chamou ainda a atenção para as modalidades de tráfico,
como: exploração laboral, extração de órgãos, exploração sexual, adoção ilegal
e mendicância. "A sociedade precisa ser informada para ajudar no combater
à essas formas cruéis de exploração. Todos podemos fazer alguma coisa, nem que
seja deixar de consumir produtos de grifes famosas, mas que utilizam o
trabalho escravo. Por exemplo, as lojas Zara e Gregory são algumas das marcas
denunciadas por utilizar trabalho escravo", denunciou a palestrante.
Ascom -
Ufal
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