O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira que o
governo está preparando uma nova lei de
estrangeiros para lidar com o aumento do fluxo imigratório no país.
"Nós
temos uma comissão de especialistas que vão definir o projeto e nós queremos
agora abrir uma ampla discussão sobre ela para que o Brasil possa
estar preparado ao longo do próximo período para dar um tratamento a esses
imigrantes que reconheça os princípios vigentes desde a Constituição de
1988", declarou o ministro.
Cardozo
ressaltou ainda que o Governo Federal "está
aberto a discutir todos os aspectos em relação àpolítica de imigração", e quer ouvir a opinião da sociedade civil
para só então encaminhá-lo ao Congresso.
"Eu
acho muito mais fácil você
aprovar um projeto já com um certo nível de discussão do que mandar para
iniciar uma discussão no Congresso", comentou o ministro, destacando que o
projeto já está pronto e à espera de uma melhor oportunidade para discuti-lo
com a sociedade.
Cardozo
esteve presente na cerimônia de abertura da
primeira Conferência Nacional Sobre Migrações e Refúgio, que reúne mais de 800
delegados compostos por imigrantes e especialistas para discutir a situação
migratória do país e elaborar um documento que será encaminhado para o Governo
Federal.
A ocasião, segundo ele, é "uma
grande oportunidade" para iniciar as discussões sobre o projeto.
O Brasil vive atualmente uma crise
com a entrada ilegal de imigrantes haitianos e africanos aliciados por
"coiotes" durante a travessia da fronteira.
Segundo levantamento feito
recentemente pela Agência Efe junto a dados do Ministério da Justiça, a
imigração de africanos aumentou 30 vezes no Brasil entre 2000 e 2012, muitos
dele
Para
o ministro, que ressaltou as políticas sociais do Governo Federal
nos últimos anos, a imigração é resultado da mudança "vertiginosa" da
imagem do Brasil nos últimos dez anos no cenário internacional.
"Isso provocou o nascimento de
um problema novo. Nós não vivenciávamos isso nos últimos anos, nossa estrutura
administrativa não estava preparada para isso. Então agora, diante dessa
realidade, nós temos que nos aparelhar", concluiu o ministro.
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