O número de cidadãos
da União Europeia que emigraram
para a Grã-Bretanha subiu 27 por cento em 2013, uma estatística incômoda para o
primeiro-ministro David Cameron, no dia em que britânicos votam nas eleições europeias, que um partido
anti-imigração parece prestes a vencer.
A imigração juntou-se à economia como uma das principais preocupações
dos eleitores, impulsionando o Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), que
defende a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
O partido deve vencer
a votação das eleições europeias na Grã-Bretanha, à frente do Partido
Trabalhista, da oposição, e dos conservadores de Cameron, quando os resultados
do país forem anunciados no domingo, como parte de uma maratona de consultas
que ocorre em 28 países da UE.
O Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês)
informou nesta quinta-feira que a entrada de imigrantes de longo prazo na Grã-Bretanha
subiu para 212.000 no ano passado contra 177.000 em 2012. Mais de
meio milhão chegou para morar no Reino Unido, enquanto 314.000 deixaram o país.
Cameron quer reduzir a imigração, mas não pode controlar os que chegam
da Europa porque os cidadãos da UE têm o direito de viver e trabalhar em qualquer
país do bloco - um fato que o Ukip usa como argumento fundamental para defender
a saída da Grã-Bretanha da UE.
Os partidos da oposição estão usando os resultados da
pesquisa e os trabalhistas afirmam que a promessa de imigração do governo
está "em frangalhos".
O líder do Ukip, Nigel Farage, disse: "Nós simplesmente não podemos
continuar assim, se quisermos começar a tarefa de restaurar os padrões de vida e a coesão da
comunidade para milhões de famílias britânicas que trabalham duro. Já
basta." As pesquisas sugerem que muitas pessoas estão preocupadas com
imigrantes tomando os empregos dos trabalhadores britânicos e usando os
recursos dos serviços públicos como habitação, saúde e educação, embora os dados
sugiram que imigrantes provavelmente reivindicam menos benefícios sociais do
que os cidadãos do país.
O governo criou novas
regras no início deste ano para limitar o acesso dos imigrantes da UE aos
benefícios sociais.
O ministro da
Imigração e Segurança James Brokenshire disse: "Estamos nos concentrando
em cortar o abuso da liberdade de circulação entre os Estados membros da UE e
em abordar os fatores que impulsionam a imigração europeia para a
Grã-Bretanha."
Enquanto o número de
chegadas de cidadãos de fora da UE caiu ligeiramente, o ONS disse que 201.000
cidadãos da UE passaram a viver na Grã-Bretanha em 2013, contra 158.000 no ano
anterior. Dos 201.000, um total de 125 mil chegaram para trabalhar.
O número de cidadão da Bulgária e Romênia - os mais novos membros da UE,
que aderiram em 2007 - subiu de 9.000 em 2012 para 23.000 no ano passado, mostraram
os dados. Desde o início deste ano, os cidadãos desses países têm direito a
ocupar postos de trabalhona Grã-Bretanha ou de outros Estados-Membros.
O aumento da popularidade do Ukip ampliou a pressão sobre os conservadores de
Cameron para serem mais rigorosos com a imigração. Ele se comprometeu a reduzir
a imigração para abaixo de 100 mil por ano, mas sua promessa até agora tem sido
prejudicada por índices consistentemente indo na direção oposta.
Em entrevista à Sky News no domingo, Cameron se recusou a comentar se o
governo manteria seu compromisso, dizendo apenas estar trabalhando nessa
direção. Se vencer uma eleição geral no próximo ano, ele promete um referendo
até o final de 2017 para os eleitores decidirem se querem permanecer na UE.
Reuters
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