sexta-feira, 23 de maio de 2014

Imigração aumenta na Grã-Bretanha, Cameron enfrenta teste

O número de cidadãos da União Europeia que emigraram para a Grã-Bretanha subiu 27 por cento em 2013, uma estatística incômoda para o primeiro-ministro David Cameron, no dia em que britânicos votam nas eleições europeias, que um partido anti-imigração parece prestes a vencer.
A imigração juntou-se à economia como uma das principais preocupações dos eleitores, impulsionando o Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), que defende a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
O partido deve vencer a votação das eleições europeias na Grã-Bretanha, à frente do Partido Trabalhista, da oposição, e dos conservadores de Cameron, quando os resultados do país forem anunciados no domingo, como parte de uma maratona de consultas que ocorre em 28 países da UE.
Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) informou nesta quinta-feira que a entrada de imigrantes de longo prazo na Grã-Bretanha subiu para 212.000 no ano passado contra 177.000 em 2012. Mais de meio milhão chegou para morar no Reino Unido, enquanto 314.000 deixaram o país.
Cameron quer reduzir a imigração, mas não pode controlar os que chegam da Europa porque os cidadãos da UE têm o direito de viver e trabalhar em qualquer país do bloco - um fato que o Ukip usa como argumento fundamental para defender a saída da Grã-Bretanha da UE.
Os partidos da oposição estão usando os resultados da pesquisa e os trabalhistas afirmam que a promessa de imigração do governo está "em frangalhos".
O líder do Ukip, Nigel Farage, disse: "Nós simplesmente não podemos continuar assim, se quisermos começar a tarefa de restaurar os padrões de vida e a coesão da comunidade para milhões de famílias britânicas que trabalham duro. Já basta." As pesquisas sugerem que muitas pessoas estão preocupadas com imigrantes tomando os empregos dos trabalhadores britânicos e usando os recursos dos serviços públicos como habitação, saúde e educação, embora os dados sugiram que imigrantes provavelmente reivindicam menos benefícios sociais do que os cidadãos do país.
O governo criou novas regras no início deste ano para limitar o acesso dos imigrantes da UE aos benefícios sociais.
O ministro da Imigração e Segurança James Brokenshire disse: "Estamos nos concentrando em cortar o abuso da liberdade de circulação entre os Estados membros da UE e em abordar os fatores que impulsionam a imigração europeia para a Grã-Bretanha."
Enquanto o número de chegadas de cidadãos de fora da UE caiu ligeiramente, o ONS disse que 201.000 cidadãos da UE passaram a viver na Grã-Bretanha em 2013, contra 158.000 no ano anterior. Dos 201.000, um total de 125 mil chegaram para trabalhar.
O número de cidadão da Bulgária e Romênia - os mais novos membros da UE, que aderiram em 2007 - subiu de 9.000 em 2012 para 23.000 no ano passado, mostraram os dados. Desde o início deste ano, os cidadãos desses países têm direito a ocupar postos de trabalhona Grã-Bretanha ou de outros Estados-Membros.
aumento da popularidade do Ukip ampliou a pressão sobre os conservadores de Cameron para serem mais rigorosos com a imigração. Ele se comprometeu a reduzir a imigração para abaixo de 100 mil por ano, mas sua promessa até agora tem sido prejudicada por índices consistentemente indo na direção oposta.
Em entrevista à Sky News no domingo, Cameron se recusou a comentar se o governo manteria seu compromisso, dizendo apenas estar trabalhando nessa direção. Se vencer uma eleição geral no próximo ano, ele promete um referendo até o final de 2017 para os eleitores decidirem se querem permanecer na UE.


Reuters

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