terça-feira, 13 de maio de 2014

Estrangeiros são os principais alvos do trabalho escravo no Brasil

Nesta terça-feira (13), o Brasil comemora 126 anos da abolição daescravatura, e de acordo comespecialistas no cenário atual de combate aotrabalho escravo no país, a situação que se apresenta como a mais preocupante éa dos estrangeiros que chegam ao Brasil em busca de oportunidades.
Situação propiciada em razão da crescente demanda por mão de obra no país,nos últimos anos, resultante da expansão econômica, atraindo imigrantes devárias nacionalidades, que acabam expostos a condições de trabalho análogas àsda escravidão – por dívida aos empregadores cumprem jornadas exaustivas,trabalho forçado e condições de trabalho degradantes.
Em entrevista a BBC Brasil, Renato Bignami, coordenador do programa deErradicação do Trabalho Escravo da Superintendência Regional do Trabalho eEmprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em São Paulo, explica que onúmero de estrangeiros resgatados no Estado aumentou bastante nos últimos anos.
De acordo com ele, desde 2010, quando começaram as operações de combate aotrabalho escravo voltadas exclusivamente para estrangeiros, diversos bolivianose peruanos foram resgatados no Estado de São Paulo, que concentra o maiorcontingente de trabalhadores estrangeiros do país. Todos eles foram encontradosem oficinas de costura ilegais, terceirizadas por confecções contratadas pormarcas conhecidas.
“O número de resgatados está crescendo por causa de dois fatores: por umlado aumentou o interesse dos estrangeiros pelo Brasil, que muitas vezes entramde maneira irregular e se envolvem em condições de trabalho degradantes. Poroutro, intensificamos as fiscalizações. Logo, a tendência é encontrarmos cada vezmais estrangeiros de nacionalidades variadas vítimas desse crime”, afirma.
Ele estima que mais de 300 mil bolivianos, e cerca de 70 mil paraguaios e 45mil peruanos estejam vivendo hoje na região metropolitana de São Paulo, amaioria sujeita a condições de trabalho análogas à de escravo. Recentementequem descobriu o Brasil foram os haitianos, grandes levas de imigrantesingressaram no país no último ano em busca de uma vida mais prospera, a cidadede São Paulo por ser a maior do país é o destino de muitos, e devido ao grau denecessitado econômica apresentado por eles a possibilidade de seremescravizados também é latente.
O professor Everaldo Lins de Santana, especialistaem estudos africanos, em entrevista para a reportagem da A GAZETA, afirma que50,7 por cento da população brasileira é afrodescendente, e mesmo assim, commais da metade da população brasileira ser de origem negra, a população negracontinua sendo discriminada segundo o professor, prova disso é o resultado deum levantamento feito ano passado pelo Dieese (Departamento Intersindical deEstatística e Estudo Socioeconômico), o resultado mostra que um empregado negrorecebe, em média, 36 por cento menos, mesmo que ele tenha curso superior. Adiferença salarial e de oportunidades fica ainda mais evidente nos cargos dechefia. Entre os trabalhadores com nível superior completo, a média derendimentos por hora é de 17 reais para os negros, contra 29 reais dos nãonegros. O professor é categórico ao afirmar que não existe democracia racial nopaís, “os negros estão cada vez mais se preparando para o mercado, a fim demudar essa realidade, por outro lado, a discriminação ainda impera, mesmo quedisfarçada, ela existe, basta ver o resultado deste levantamento”, argumenta.


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