Nesta terça-feira (13), o Brasil comemora 126 anos da abolição
daescravatura, e de acordo comespecialistas no cenário atual de
combate aotrabalho escravo no país, a situação que se apresenta como a mais
preocupante éa dos estrangeiros que chegam ao Brasil em busca de
oportunidades.
Situação propiciada em razão da crescente demanda por mão de obra no país,nos
últimos anos, resultante da expansão econômica, atraindo imigrantes devárias
nacionalidades, que acabam expostos a condições de trabalho análogas àsda
escravidão – por dívida aos empregadores cumprem jornadas exaustivas,trabalho
forçado e condições de trabalho degradantes.
Em entrevista a BBC Brasil, Renato Bignami, coordenador do programa
deErradicação do Trabalho Escravo da Superintendência Regional do Trabalho
eEmprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em São Paulo, explica que
onúmero de estrangeiros resgatados no Estado aumentou bastante nos últimos
anos.
De acordo com ele, desde 2010, quando começaram as operações de
combate aotrabalho escravo voltadas exclusivamente para estrangeiros,
diversos bolivianose peruanos foram resgatados no Estado de São Paulo, que
concentra o maiorcontingente de trabalhadores estrangeiros do país. Todos
eles foram encontradosem oficinas de costura ilegais, terceirizadas por
confecções contratadas pormarcas conhecidas.
“O número de resgatados está crescendo por causa de dois fatores: por
umlado aumentou o interesse dos estrangeiros pelo Brasil, que muitas vezes
entramde maneira irregular e se envolvem em condições de trabalho
degradantes. Poroutro, intensificamos as fiscalizações. Logo, a tendência é
encontrarmos cada vezmais estrangeiros de nacionalidades variadas vítimas
desse crime”, afirma.
Ele estima que mais de 300 mil bolivianos, e cerca de 70 mil
paraguaios e 45mil peruanos estejam vivendo hoje na região
metropolitana de São Paulo, amaioria sujeita a condições de trabalho análogas
à de escravo. Recentementequem descobriu o Brasil foram os haitianos, grandes
levas de imigrantesingressaram no país no último ano em busca de uma vida mais prospera, a
cidadede São Paulo por ser a maior do país é o destino de muitos, e devido ao
grau denecessitado econômica apresentado por eles a possibilidade de
seremescravizados também é latente.
O professor Everaldo Lins de Santana,
especialistaem estudos africanos, em entrevista para a reportagem da A
GAZETA, afirma que50,7 por cento da população brasileira é afrodescendente, e
mesmo assim, commais da metade da população brasileira ser de origem negra, a
população negracontinua sendo discriminada segundo o professor, prova disso é
o resultado deum levantamento feito ano passado pelo Dieese
(Departamento Intersindical deEstatística e Estudo Socioeconômico), o
resultado mostra que um empregado negrorecebe, em média, 36 por cento menos,
mesmo que ele tenha curso superior. Adiferença salarial e de oportunidades
fica ainda mais evidente nos cargos dechefia. Entre os trabalhadores com
nível superior completo, a média derendimentos por hora é de 17 reais para os
negros, contra 29 reais dos nãonegros. O professor é categórico ao afirmar
que não existe democracia racial nopaís, “os negros estão cada vez mais se
preparando para o mercado, a fim demudar essa realidade, por outro lado, a
discriminação ainda impera, mesmo quedisfarçada, ela existe, basta ver o
resultado deste levantamento”, argumenta.
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terça-feira, 13 de maio de 2014
Estrangeiros são os principais alvos do trabalho escravo no Brasil
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