Secretária-geral da Confederação Sindical Internacional pediu à Fifa que
exija mudanças na legislação trabalhista aprovada no Catar para a Copa do Mundo
de 2022
Trabalhadores em
Doha, no Catar: confederação afirmou que a legislação catariana aprovada não
reconhece aos imigrantes a possibilidade de pertencer a um sindicato
Bruxelas - A
secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow,
informou nesta quarta-feira que pediu à Fifa que exija mudanças na legislação
trabalhista aprovada no Catar para a Copa do Mundo de 2022 por não
proteger os trabalhadores imigrantes.
"A Fifa teria
que exigir o pleno respeito à liberdade de associação para que os trabalhadores
possam estar representados por aqueles que escolham", reivindicou Sharan
em comunicado.
A confederação
afirmou que a legislação catariana aprovada recentemente "é fruto da
pressão pública", mas não reconhece aos imigrantes a possibilidade de
pertencer a um sindicato.
"Nenhum
trabalhador estrangeiro estará protegido pela legislação trabalhista do Catar,
já que não terá o direito a pronunciar-se coletivamente", criticou.
Nesse sentido, a
reforma deixa os trabalhadores estrangeiros sujeitos ao sistema de patrocínio
ou "kafala", em que é o empregador que decide sobre sua saída do país
ou sua mudança de trabalho, segundo o comunicado da central sindical.
A secretária-geral
reivindicou "medidas imediatas" para pôr fim a esse sistema, que,
segundo ela, "mantém à ordem do dia o trabalho forçado e a falta de
direitos".
"Esta nova
legislação é uma burla para os trabalhadores. A taxa de mortalidade aumentou, e
o Catar tem que mudar suas leis, porque não há alternativa", considerou.
A Confederação Sindical Internacional é a maior central sindical do
mundo e agrupa 176 milhões de trabalhadores de mais de 300 organizações
nacionais.
Terra
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