A situação dos presos estrangeiros em
Pernambuco foi tema de debate na quinta-feira (13), no auditório do Ministério
Público de Pernambuco. O defensor público-chefe da Defensoria Pública da União
(DPU) no Recife, Guilherme Ataíde Jordão, participou da audiência junto com
outros 23 representantes de instituições públicas e movimentos sociais do
estado.
Durante o debate, diferentes
depoimentos relataram os problemas enfrentados pelos estrangeiros em
Pernambuco, como a falta de tradutor e de advogado no ato da prisão, a
impossibilidade de avisar a família que reside no exterior e a dificuldade de
adaptação com a comida nas penitenciárias. “O idioma também é uma barreira que
poucos conseguem superar”, destacou o romeno S.B., preso por tráfico de
entorpecentes em 2008.
Os problemas continuam após o regime
fechado. “Quando entrei no livramento condicional, não consegui trabalhar
formalmente por não ter documentos. Precisava trabalhar, ter um abrigo e
comprar comida. Sem conseguir trabalhar, eu tive de ir para a casa de apoio”,
complementou S.B., que já cumpriu sua pena.
O defensor Guilherme Ataíde Jordão
parabenizou o romeno pela coragem de falar sobre os problemas enfrentados. “A
situação dos presídios em Pernambuco é constrangedora. Como regra, o tratamento
dado ao estrangeiro é de cegueira voluntária. A Defensoria Pública da União tem
o compromisso de trabalhar para mudar essa realidade, especialmente agora, com
a nossa entrada no Conselho Penitenciário do Estado”, afirmou.
O promotor de Justiça,
coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Cidadania e
mediador do debate, Marco Aurélio Farias, confirmou que serão marcadas novas
audiências sobre o tema.Diario Pernambucano
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