terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Situação de presos estrangeiros é tema de audiência em Pernambuco

A situação dos presos estrangeiros em Pernambuco foi tema de debate na quinta-feira (13), no auditório do Ministério Público de Pernambuco. O defensor público-chefe da Defensoria Pública da União (DPU) no Recife, Guilherme Ataíde Jordão, participou da audiência junto com outros 23 representantes de instituições públicas e movimentos sociais do estado.
Durante o debate, diferentes depoimentos relataram os problemas enfrentados pelos estrangeiros em Pernambuco, como a falta de tradutor e de advogado no ato da prisão, a impossibilidade de avisar a família que reside no exterior e a dificuldade de adaptação com a comida nas penitenciárias. “O idioma também é uma barreira que poucos conseguem superar”, destacou o romeno S.B., preso por tráfico de entorpecentes em 2008.
Os problemas continuam após o regime fechado. “Quando entrei no livramento condicional, não consegui trabalhar formalmente por não ter documentos. Precisava trabalhar, ter um abrigo e comprar comida. Sem conseguir trabalhar, eu tive de ir para a casa de apoio”, complementou S.B., que já cumpriu sua pena.
O defensor Guilherme Ataíde Jordão parabenizou o romeno pela coragem de falar sobre os problemas enfrentados. “A situação dos presídios em Pernambuco é constrangedora. Como regra, o tratamento dado ao estrangeiro é de cegueira voluntária. A Defensoria Pública da União tem o compromisso de trabalhar para mudar essa realidade, especialmente agora, com a nossa entrada no Conselho Penitenciário do Estado”, afirmou.
O promotor de Justiça, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Cidadania e mediador do debate, Marco Aurélio Farias, confirmou que serão marcadas novas audiências sobre o tema.

Diario Pernambucano

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