O endurecimento da política migratória da Europa
começou a se traduzir em um aumento nas expulsões de estrangeiros. Em 12 meses,
segundo dados oficiais, a União Europeia (UE) rejeitou a entrada e determinou a
volta aos países de origem de mais de 355 mil estrangeiros - um recorde.
A cada dia, seis brasileiros, em média, são
impedidos de entrar na Europa e obrigados, pelas polícias dos países do bloco,
a tomar o primeiro voo de volta ao País. Dados oficiais da UE apontam que, no
período de um ano, 2,4 mil brasileiros foram rejeitados nos diferentes
aeroportos de entrada do continente.
No total, a Europa impediu a entrada de 128 mil estrangeiros entre
setembro de 2012 e setembro de 2013, seja em aeroportos, portos ou fronteiras
terrestres. No mesmo período, 227 mil imigrantes que estariam vivendo de forma
irregular no continente receberam avisos das autoridades de que seriam mandados
de volta para seus países. Os números representam um aumento de 7% nas
expulsões em comparação ao ano anterior.
No auge da crise econômica, diversos países europeus passaram a fazer
novas exigências para que estrangeiros possam trabalhar no bloco. Grã-Bretanha,
Dinamarca e Espanha retiraram também benefícios sociais, como o atendimento
médico gratuito àqueles que vivem de forma irregular. O primeiro-ministro
britânico, David Cameron, tenta ainda convencer seus parceiros na UE a rever o
conceito de livre circulação de trabalhadores.
Islã
Na Suíça, no fim de semana, a população foi às urnas para votar num
referendo para tratar justamente da presença de imigrantes no país. Partidos de
extrema-direita conseguiram assinaturas suficientes para forçar uma votação
sobre um projeto de lei para congelar a quota de vistos no país para
estrangeiros. As quotas seriam determinadas a cada ano, com base no desempenho
da economia local.
As últimas sondagens mostram que a lei teria o apoio de 43% da
população, quase o dobro do estimado no final de 2013. Daniel Zingg, um dos
promotores da iniciativa, não esconde que a meta é a de evitar uma
"islamização da Suíça". "O Islã não é apenas uma religião, é
também um sistema político que está em oposição ao nosso sistema legal",
declarou.
A Agência de Fronteiras da Europa - a Frontex - alega que houve um
registro recorde de pessoas em condições irregulares cruzando as fronteiras. O
número supera até mesmo os meses do auge da Primavera Árabe, em 2011.
Apenas no terceiro trimestre de 2013, 42 mil pessoas entraram no
continente de forma irregular. O volume é o maior desde 2008, quando começou a
contagem, e duas vezes superior à média dos últimos cinco anos.
Estadão
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