Cerca de 10 imigrantes morreram no
Mediterrâneo ao tentarem nadar para Ceuta, um enclave espanhol no Marrocos. O
acidente ocorreu após um grupo de 400 pessoas entrarem em Ceuta e serem
impedidos pela polícia da cidade. Os imigrantes relatam terem sido recebidos
por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, o que o governo espanhol
nega. Cerca de 200 pessoas, então, pularam o muro que isolava a rua do mar e
tentaram reentrar no território espanhol nadando.
Até agora, os corpos de
seis homens e de uma mulher foram encontrados, segundo autoridades marroquinas.
A nacionalidade deles ainda é desconhecida. Ao menos quatro morreram afogados.
Outras 13 pessoas resgatadas foram hospitalizadas.
Um representante da Associação
Marroquina de direitos humanos disse que oito corpos foram encontrados.
A prefeitura da cidade
marroquina vizinha de Ceuta, M'diq Fnideq, disse que "esse drama mostra
mais uma vez os riscos tomados pelos que tentam a imigração clandestina, que
colocam em perigo as suas vidas".
Ceuta e Mlilla são as duas
únicas fronteiras terrestres entre África e Europa. Na semana passada, cinco
corpos foram encontrados na cidade marroquina de Nador, que faz fronteira com
Mlilla. Há duas semanas, no dia 22 de janeiro, a polícia espanhola impediu a
entrada de 800 imigrantes clandestinos na mesma cidade.
Para impedir a entrada
dessas pessoas a Espanha construiu em Mlilla três grades com 11 quilômetros de
largura e sete metros de altura, além de ter instalado câmaras e sensores de
segurança. Ceuta também é isolada de forma parecida. As cercas foram reforçadas
com arame farpado - o que provocou protestos de organizações de direitos
humanos e do Partido Socialista espanhol, da oposição.
De acordo com uma ONG
marroquina, 40 imigrantes morreram em 2012 e 2013 tentando entrar ilegalmente
nos enclaves espanhóis.
O drama relembra a
tragédia de ilha Italiana de Lampedusa, onde ao menos 400 pessoas - entre elas
crianças e mulheres - perderam a vida em outubro quando os barcos em que
viajavam naufragaram.
A Organização
Internacional de Imigrações estima em 45 mil pessoas as que arriscam suas vidas
no Mar Mediterrâneo em direção a costa italiana ou de Malta.
Agencia Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário