quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Europa adverte Suíça após referendo sobre imigração

A Suíça poderia perder seu acesso privilegiado ao mercado único da Europa, disseram funcionários europeus nesta segunda-feira, depois que eleitores suíços aprovaram em uma votação apertada a proposta para restringir a imigração de cidadãos da União Europeia em um referendo que deixou as relações comerciais em alerta.
A proposta votada no domingo foi promovida pelo Partido do Povo Suíço, de direita, que se aproveitou das preocupações de que a cultura suíça estaria sendo corroída por estrangeiros, que são 25 por cento dos 8 milhões de habitantes do país.
Os limites à imigração foram vigorosamente contestados pela indústria suíça e o governo em Berna, que agora está na desconfortável posição de ter que transformar o resultado do referendo em lei e conter a reação de Bruxelas e de grandes vizinhos, como Alemanha e França.
"A Suíça se prejudicou muito com este resultado", disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, a jornalistas na chegada a Bruxelas para uma reunião com seus colegas da UE. "A Suíça tem que perceber que picuinhas com a UE não são uma estratégia de longo prazo", disse.
"Haverá consequências, isso está claro", disse o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn. "Você não pode ter acesso privilegiado ao mercado interno europeu e, por outro lado, suspender a livre circulação."
O ministro das Relações Exteriores irlandês, Eamon Gilmore, considerou o resultado "muito preocupante".
"Eu acho que temos visto em toda a Europa um crescimento do que eu só posso chamar de uma agenda da extrema direita, que é bastante xenófoba", disse ele a jornalistas.
A livre circulação de pessoas e postos de trabalho dentro de suas fronteiras fazem parte de uma das políticas fundamentais da União Europeia, e a Suíça, embora não seja um membro do bloco de 28 nações, tem participado disso sob um pacto com Bruxelas.   

 Reuters

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