A Suíça poderia perder seu acesso privilegiado ao mercado único da
Europa, disseram funcionários europeus nesta segunda-feira, depois que
eleitores suíços aprovaram em uma votação apertada a proposta para restringir a
imigração de cidadãos da União Europeia em um referendo que deixou as relações
comerciais em alerta.
A proposta votada no domingo foi
promovida pelo Partido do Povo Suíço, de direita, que se aproveitou das
preocupações de que a cultura suíça estaria sendo corroída por estrangeiros,
que são 25 por cento dos 8 milhões de habitantes do país.
Os limites à imigração foram
vigorosamente contestados pela indústria suíça e o governo em Berna, que agora
está na desconfortável posição de ter que transformar o resultado do referendo
em lei e conter a reação de Bruxelas e de grandes vizinhos, como Alemanha e
França.
"A Suíça se prejudicou muito
com este resultado", disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha,
Frank-Walter Steinmeier, a jornalistas na chegada a Bruxelas para uma reunião
com seus colegas da UE. "A Suíça tem que perceber que picuinhas com a UE
não são uma estratégia de longo prazo", disse.
"Haverá consequências, isso
está claro", disse o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn. "Você
não pode ter acesso privilegiado ao mercado interno europeu e, por outro lado,
suspender a livre circulação."
O ministro das Relações Exteriores
irlandês, Eamon Gilmore, considerou o resultado "muito preocupante".
"Eu acho que temos visto em
toda a Europa um crescimento do que eu só posso chamar de uma agenda da extrema
direita, que é bastante xenófoba", disse ele a jornalistas.
A livre circulação de pessoas e
postos de trabalho dentro de suas fronteiras fazem parte de uma das políticas
fundamentais da União Europeia, e a Suíça, embora não seja um membro do bloco
de 28 nações, tem participado disso sob um pacto com Bruxelas.
Reuters
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