A rota de imigração ilegal para o Brasil com entrada pelo Acre se
ampliou nos últimos dias. Agora, além de haitianos, têm entrado pelo fronteira
do estado com a Bolívia e o Peru imigrantes do Senegal, Bangladesh e República
Dominicana, por exemplo.
Das 1.100 pessoas que aguardam num abrigo em Brasileia (AC), 67 vieram
desses três países. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson
Mourão, disse à Agência Brasil que o governo federal tem que tomar providências
para acabar com a situação. Ele lembrou que o abrigo tem capacidade para 250
pessoas.
Nesta semana, Mourão vai se reunir com o governador do estado, Tião
Viana, para tratar do assunto. Na semana passada, Viana determinou a ele e
outros dois secretários que realizassem um levantamento minucioso da entrada
ilegal de estrangeiros no estado.
Em conversa com um senegalês que está no abrigo de Brasileia, Mourão
disse que ele soube 'por um amigo' que o Brasil estaria com suas fronteiras
abertas. O africano, que deseja entrar no país com visto de refugiado, viajou
para a Espanha e de lá seguiu para o Equador, de onde fez uma trilha junto com
haitianos até Brasileia.
'Estamos enxugando gelo, não vamos [o governo do estado] suportar isso',
relatou o secretário. Ele disse, também, que já é possível constatar a presença
de bebida alcoólica no abrigo, o que pode vir a ser um complicador a mais.
Na semana passada, a Polícia Federal prendeu um haitiano suspeito de
tentar traficar um menor de 14 anos para a Guiana Francesa, onde os imigrantes
ganham em euros. 'O problema é que essa rota migratório se ampliou', relatou o
secretário de Justiça e Direitos Humanos.
O Acre, apesar de ser uma porta de entrada mais fácil para o país, não é
a única. A Agência Brasil conversou com a representante da Pastoral da
Mobilidade Humana de Tabatinga (AM), irmã Patrícia Licandro. Ela informou que
de janeiro até abril pelo menos 600 haitianos ilegais atravessaram a fronteira
pela Colômbia.
No Amazonas, ela destacou que a Polícia Federal tem realizado um
trabalho rápido na concessão da licença provisória no país. Ela confirmou a
existência, mesmo que em minoria, de grupos de imigrantes haitianos que apenas
querem passar pelo Brasil com destino final para a Guiana Francesa.
Os haitianos que entram por Tabatinga 'quase que diariamente', em sua
maioria imigram mediante pagamentos a ‘coiotes’, disse a
irmã. Segundo ela, sete crianças haitianas estão em Manaus (AM) sob a guarda da
Justiça Federal. A suspeita é que 'tenham sido abandonadas' por outros imigrante
Edição: Denise Griesinger
Agencia Brasil
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