quarta-feira, 10 de abril de 2013

Audiência Pública sobre Profissionais e empresas estrangeiras no Brasil


A criação de uma sub-comissão para tratar especificamente da questão do Profissional e da empresa estrangeira no Brasil foi o ponto alto da Audiência Pública realizada em Brasília, no dia 2 com o tema: “A crescente invasão de engenheiros estrangeiros e empresas de engenharia estrangeiras no Brasil”. O pedido de criação de uma sub-comissão foi formulado pelo Presidente do CREA SP, Eng. Francisco Kurimori. Os Deputados que fazem parte da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aceitaram bem a sugestão de São Paulo. “Nosso objetivo é proteger os profissionais e as empresas paulistas e brasileiras, Pagamos até hoje a conta dos momentos difíceis que o Brasil passou. Hoje nossa economia está melhor mas ainda existe muito engenheiro desempregado nesse Brasil e as Escolas estão abarrotadas de futuros engenheiros”.
O Presidente do Conselho Paulista ficou satisfeito com o resultado da reunião. “Eu bati às portas dessa Casa de Leis por entender que ela é uma caixa de ressonância dos anseios da sociedade. E estou plenamente satisfeito com o rumo do nosso movimento”, afirmou Francisco Kurimori.
O Deputado Eli Corrêa Filho, que é o “padrinho” do CREA SP no pedido de Audiência Pública ficou bastante animado com as discussões. “Foi muito positiva essa Audiência Pública. É o primeiro passo que o Presidente Francisco Kurimori dá no sentido de corrigir uma situação que está aumentando de proporções”, justificou o parlamentar paulista. Ele recebeu o presidente do CREA SP, Eng. Francisco Kurimori no ano passado. Os dois discutiram a invasão dos profissionais estrangeiros e decidiram pela Audiência Pública. O Deputado Augusto Coutinho encampou a ideia e assinou o requerimento nº 195/12 que resultou na Audiência..


“No trabalho de valorização profissional que estamos promovendo, à frente da Presidência do Crea-SP, essa questão dos profissionais e das empresas estrangeiros tem exigido especial atenção”, afirma o Presidente do CREA SP Eng. Francisco Kurimori.
No final do ano passado o Presidente do CREA SP e o Deputado Eli Correa Filho, de São Paulo iniciaram os entendimentos sobre essa questão. Em novembro, o parlamentar que representa o Estado de São Paulo e amigo pessoal do Presidente do CREA SP conversou com seu colega de partido, Augusto Coutinho que integra a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e chegou-se à conclusão que o primeiro passo para discutir o problema seria uma Audiência Pública.
Dados do Ministério do Trabalho, divulgados pela imprensa, mostram que a concessão de vistos para trabalhadores estrangeiros subiu 3,54% em 2012 e somou 73.022. Das autorizações concedidas no ano passado, 64.682 foram temporárias e 8.340 permanentes; no caso de vistos permanentes, as concessões subiram 117% .
 Rinaldo Gonçalves de Almeida, Representante do Ministério do Trabalho no Conselho de Imigração apresenta os dados do governo. Presidente da Comissão, Deputado Augusto Coutinho brincou: "Os números como foram apresentados não mostram nenhuma invasão. Mas todos nós sabemos que os dados do governo são "gelatinosos" e não têm muita consistência.
De acordo com o Ministério do Trabalho, os profissionais autorizados a trabalhar no Brasil também estão mais qualificados. Entre 2011 e 2012 houve aumento de 9,5% no total de mestres e doutores autorizados a trabalhar temporariamente

 Cresce emissão de vistos de trabalho para estrangeiros


Levantamento realizado pela Brasil Investimentos & Negócios (BRAiN) junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apurou que, em 2012, foram emitidos 73.022 vistos de trabalho para estrangeiros. Este total representa aumento de 30% na comparação com 2010 e de 70,16% em relação a 2009. O maior número de pedidos veio dos Estados Unidos (9.209), seguido das Filipinas (5.179), Haiti (4.860), Reino Unido (4.414), Índia (4.243) e Alemanha (3.617).
O Deputado Eli Corrêa Filho e o Presidente do CREA SP concordam que a vinda de profissionais precisa ser regulamentada com urgência. “Não somos contra o ingresso de empresas e profissionais estrangeiros, afinal, o País também precisa do seu apoio e expertise. Mas precisamos exigir reciprocidade, ou seja, os mesmos direitos, de forma que essa parceria proporcione transferência de tecnologia, e também a definição de critérios, um balizamento para essa atuação. Se for para competir, não aceitaremos; se for para agregar, trazer novos conhecimentos, não haverá problema”, afirma o Deputado Eli Corrêa Filho.
“Estamos fazendo esse movimento para sermos ouvidos, respeitados. Ao mobilizarmos nosso sistema profissional e a opinião pública, pretendemos continuar prestando um bom serviço, sem que a sociedade tenha que pagar mais por isso”, explicou o Presidente do CREA SP, Eng. Francisco Kurimori.
Na abertura da Audiência Pública, presidida pelo Deputado Roberto Santiago e que lotou o plenário 10 do Anexo II da Câmara dos Deputados, o autor do Requerimento, Deputado Augusto Coutinho justificou: “Temos que ter um regramento para a vinda não só dos profissionais mas das empresas estrangeiras.

“Vivemos uma onda crescente de autorizações de trabalho para estrangeiros. A grande maioria desses profissionais possui nível superior completo e técnico. São Paulo é o estado que mais absorve esses profissionais, que estão entrando nas áreas em que a atividade econômica é mais intensa. Esses dados mostram que a nossa preocupação estava certa ao buscarmos condições para a realização dessa audiência pública”, destacou o Presidente do Crea-SP.
 “Na década de 1970, devido à crise pela qual passava o Brasil, deixamos de formar engenheiros; consequentemente, não se renovaram os quadros técnicos, houve um envelhecimento da nossa engenharia”, disse o Eng. Bernasconi, lembrando que, para qualificar esse grupo mais jovem de  engenheiros brasileiros, o trabalho necessário para treinamento, formação e ganho de experiência levaria muito tempo.
“Falta um grupo intermediário, temos esse ‘gap’ entre os engenheiros veteranos e os recém-formados. Poucas empresas hoje no Brasil têm capacidade para treinar esse pessoal e qualificá-lo, como fazem a Petrobras e a Vale”, disse o Geólogo Bósio.
“Não se pode impedir a entrada de estrangeiros, mas é preciso criar mecanismos de facilitação e suporte para que as empresas instaladas no Brasil contratem o profissional, a pessoa física, não a jurídica. Chamá-lo para jogar no nosso time, junto com nossa equipe, que vai absorver esse conhecimento”, destacou o Presidente do Sinaenco.
“É preciso ficar atento: quem é esse especialista que vai entrar no País? É pouco provável que tragam profissionais gabaritados para essas atividades, apenas para cargos de gerenciamento, o que é preocupante”, disse o Geólogo Bósio.

“A política praticada nos últimos tempos é a de facilitação da imigração, mas hoje, no Sistema Confea/Crea, esses profissionais estão entrando pelas portas do fundo, ou seja, sem o devido registro. Visando à solução do problema, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e o Ministério do Trabalho foram convidados a participar da audiência pública”, finalizou Kurimori.
Reportagem da Audiência Pública em Brasília - Jornalista Paulo Roberto Machado de Oliveira Ferraz, Gerente do Departamento de Comunicação do CREA SP
  








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