quarta-feira, 3 de abril de 2013

Imigração nos EUA submete diariamente 300 estrangeiros a confinamento solitário


O Departamento de Alfândega e Imigração dos EUA (U.S. Immigration and Customs Enforcement - ICE) submete diariamente a confinamento solitário quase 300 cidadãos que entram ao país de forma ilegal, noticiou a imprensa local.
Muitas dessas pessoas estiveram até 75 dias em estreitas celas de punição e com restrições severas para comunicar-se pelo telefone, revela um artigo do jornal The New York Times.
O jornal lembra que a aplicação dessa prática é ilegal porque os imigrantes são detidos sob acusações civis e não criminosas, pelo qual só devem permanecer em custódia até comparecer perante os tribunais, por falta de documentação.
Igualmente, assinala que a população penitenciária de estrangeiros aumentou em 85%, desde 2005, porque esses indivíduos permanecem presos até que eles mesmos optam por assinar a autodeportação ou o ICE determina sua situação.
Segundo especialistas, o confinamento solitário é o triplo custoso do que o uso de braceletes eletrônicos para manter os detentos localizados. Além disso, causa dano psicológico aos detentos, tais como paranoia e perda de memória, leva a maioria à depressão, a cometer suicídio e à automutilação.
Os Estados Unidos enfrentam fortes críticas pelo crescente uso do confinamento solitário em seus centros penais. O Departamento Federal de Prisões decidiu rever suas políticas, pela primeira vez na história, após ser conhecido que ao menos 80 mil réus passaram 23 horas por dia, durante décadas, em celas pequenas e sem janelas.
O porta-voz de tal entidade, Chris Burke, confirmou num comunicado que um auditor do Instituto Nacional de Penitenciárias examinará, nas próximas semanas, os argumentos mediante os quais se aplica esse método de punição nos cárceres do país e também determinará suas consequências para a segurança pública e fiscal.
A pesquisa será realizada depois que o presidente do subcomitê de Direitos Humanos do Senado, o congressista democrata Dick Durbin, admitisse que nos Estados Unidos é registrado o maior número de reclusos em confinamento solitário, em nível mundial. (PL)

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