segunda-feira, 25 de abril de 2011
Festival de teatro reúne em São Paulo companhias da América Latina, Central e da Espanha
A partir de hoje (26), mais de 100 artistas de 11 companhias teatrais da América do Sul, da América Central e da Europa se apresentam na 6ª Mostra Latinoamericana de Teatro de Grupo, no Centro Cultural de São Paulo. O tema principal dos espetáculos é a história política da América Latina e Europa. Serão cinco companhias teatrais brasileiras, três da América do Sul, uma da Europa, e o Conexão Latina, um grupo formado por peruanos, brasileiros e mexicanos. Todo ano há um convidado especial, que desta vez é a Espanha.
Segundo o curador da mostra, Ney Piancentini, a motivação de fazer um encontro como esse é ir contra a tradição colonialista do país voltada para as produções da Europa e América do Norte. Ela disse que foi observada a necessidade de união entre os vizinhos do Brasil com realidades, traços e idiomas semelhantes. O encontro vai proporcionar a troca de textos publicações e criações entre os atores.
“É para resgatar nossa identidade comum, estabelecer diálogos com os líderes culturais e sociais da América Latina. Podemos até falar um pouco sobre esse novo papel que o continente está vivendo de assumir sua função política, cultural e social sem se envergar perante o resto do mundo”.
Piancentini ressaltou que desde que o grupo começou a fazer o festival, outros pegaram carona na ideia, como o Festival Ibero Americano do Memorial da América Latina, o Mirada do Sesc, e outros estados que fazem festivais semelhantes. “De certa forma, nós só começamos antes um desejo que já estava pulsando, de estabelecer um diálogo mais forte com os nossos vizinhos e nossos parceiros do resto do país”.
Para ele, outro ponto positivo do encontro é observar que o modelo criado pelo grupo vem sendo repetido em outros locais, por conta da presença de pessoas que estão ligadas à organização de festivais. “A mostra passa a ser um encontro de encontros. Além de ter essa proposta do convívio, das pessoas ficarem juntas durante uma semana, e não apenas o espetáculo e o debate como se faz em festivais”.
Além dos espetáculos haverá atividades paralelas como o Encontro Latino-Americano do Instituto Internacional de Teatro (ITI), promovido pelo ITI-Brasil, fundado em 2010. A Organização Internacional de Cenógrafos, Técnicos e Arquitetos de Teatro (Oistat) fará seu terceiro encontro dentro da mostra, e a Rede Colaborativa de Arte Latino-Americana também terá seu espaço no evento. O Espaço da Mostra exibe ainda uma exposição de fotos, material gráfico, de imprensa e vídeos das edições anteriores, além de uma banca com diversas publicações teatrais do Brasil e da América Latina.
Durante a mostra, será publicado o jornal O Latino-Americano, com artigos, entrevistas e reportagens, com a colaboração de quatro críticos: dois latino-americanos e dois brasileiros. A ideia é analisar o festival em duas visões e em duas línguas e assim apoiar a formação de público para o teatro e o aprimoramento dos artistas convidados.
Entre as apresentações programadas estão a do grupo Sotzil, da Guatemala, com o espetáculo Oxlajuj B’aqtun; Formas de Brincar, do Erro Grupo (Santa Catarina); Notas Para Un Viaje Interminable, do Nuevodrama (Argentina); La Mujer Justa, do Teatro Circular de Montevideo (Uruguai); Los Niños Perdidos, do Produciones Micomicón (Espanha); Eretz Amazônia, do Grupo Tesc (Manaus); Café Quente em Noite Fria ou o Ensaio sobre a Lenda do Ouro Verde, do Caos & Acaso de Teatro (Paraná); Fragmentos de Liberdade-200 anos, do Teatro Varasanta (Colômbia); Respira, do Grupo Conexão Latina; e Teodorico Majestade, do Teatro Popular de Ilhéus (Bahia).
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