domingo, 3 de abril de 2011
Alto Comissário do ACNUR elogia Egito e pede acesso humanitário à Líbia
O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, agradeceu o Egito por ajudar dezenas de milhares de pessoas que fugiram da Líbia e pediu à comunidade internacional que responda à generosidade deste país com solidariedade e apoio. Guterres também expressou sua preocupação com a situação interna da Líbia e pediu acesso humanitário àqueles que necessitam.
“Em um momento em que o Egito vive seu próprio processo de transformação, suas portas se mantêm abertas para seus vizinhos que buscam proteção”, disse o Alto Comissário, antes de finalizar sua visita ao Cairo na quinta-feira e embarcar rumo ao Quênia, onde visitará um campo para refugiados somalis.
Desde o início da crise política na Líbia, em meados de fevereiro, mais de 160 mil pessoas cruzaram as fronteiras para o Egito, incluindo 83 mil egípcios e 32 mil líbios. Os funcionários do ACNUR no ponto de entrada de Sallum afirmaram que o movimento de pessoas através desta fronteira diminuiu.
Guterres caracterizou a resposta do Egito à crise na Líbia como “um novo marco para a proteção dos refugiados no país”. Em encontros com o Primeiro Ministro Egípcio, Essam Sharaf, e outros oficiais do governo, o Alto Comissário elogiou o país por abrir suas fronteiras àqueles que fogem da Líbia.
Ele também agradeceu o país por permitir que o ACNUR e seus parceiros instalem abrigos temporários na área da fronteira para acolher aqueles que esperam para ser repatriados. “É importante garantir que as pessoas que deixaram a Líbia vivam em condições humanas na fronteira até que possam ser retiradas ou outra solução duradoura seja encontrada”, afirmou.
Preocupado com a situação interna da Líbia, onde um grande número de pessoas foi deslocado pelo conflito, Guterres disse ser “essencial ter acesso humanitário a todas as pessoas que precisam de ajuda ao redor do país”.
Ele afirmou ainda, que estava particularmente abatido pelos relatos que escutou em Cairo de famílias suplicando para serem retiradas do porto líbio de Misrata, que se encontra sitiado em meio às tentativas do governo de expulsar da cidade as forças contrárias ao governo. “Esta é uma situação em que acesso humanitário para salvar vidas deveria ser garantido”, disse Guterres.
Entretanto o Alto Comissário disse que ainda tinha esperanças de que agências da ONU, incluindo o ACNUR, recebam autorização para prover ajuda direta às pessoas no leste da Líbia nos próximos dias.
Durante seus encontros com oficiais de alto escalão do governo, Guterres recebeu garantias de que o ACNUR poderia ampliar seu programa de assistência. Com a contínua chegada de pessoas da Líbia ao Egito, ele declarou seu compromisso em aumentar o número de locais de reassentamento para os refugiados que estejam aptos a aplicar para o programa. Existem atualmente cerca de 40 mil refugiados e solicitantes de refúgio residindo no Egito, majoritariamente em Cairo.
Nos dois dias de visita, Guterres também se reuniu com Amr Moussa, o secretário geral egípcio da Liga Árabe, e acordou em tomar medidas concretas para fortalecer as relações entre as duas organizações. Uma visita à fronteira entre Egito e Líbia estava planejada, mas o plano foi cancelado devido a tempestades de areias.
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