quinta-feira, 28 de abril de 2011

COMISSÃO EUROPEIA ELOGIA CARTA SOBRE IMIGRAÇÃO

A carta sobre imigração enviada pelo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, à Comissão Europeia está "no caminho certo", segundo afirmou hoje o porta-voz do órgão, Olivier Bailly.

Em uma coletiva de imprensa nesta manhã, Bailly definiu como positiva a iniciativa de Berlusconi e Sarkozy e destacou que a carta evidencia "um espírito de cooperação que é a essência do espírito de Schengen".

Ontem os dois chefes de Governo se reuniram em Roma para abordar temas de interesse comum, entre eles a emergência imigratória causada pelo alto número de pessoas que estão fugindo dos países do norte da África por conta dos conflitos políticos locais.

Ao fim do encontro, Berlusconi e Sarkozy assinaram um documento para ser enviado à Comissão Europeia, no qual é solicitada uma maior cooperação na questão imigratória.

A carta propõe mudanças no Tratado de Schengen, que regulamenta a livre-circulação entre os cidadãos dos países-membros da União Europeia (UE), e também pede um reforço nas atividades da Frontex, a agência que controla e protege as fronteiras do bloco.

A imprensa francesa destacou hoje a reunião entre Sarkozy e Berlusconi, com matérias de primeira página que ressaltavam os pontos positivos do encontro.

"Sarkozy e Berlusconi se reconciliam sobre imigração" é o título do jornal Le Figaro, com uma foto dos dois líderes apertando as mãos.

A publicação destaca que os dois quiseram fazer "da 29ª cúpula franco-italiana a vitrine de uma reconciliação sem condições" e evitaram "pequenas piadas" costumeiras, porque "o tom não era de humor".

Já a edição do jornal Liberation vem com o título "Roma e Paris se aliam contra Schengen".

O encontro estava sendo aguardado por autoridades de ambos os países devido a desentendimentos sobre questões imigratórias surgidos após Roma conceder vistos temporários a cidadãos do norte da África que buscam auxílio na Europa.

A França temia uma onda imigratória devido à concessão dos vistos, que, graças ao Tratado de Schengen, permitem a livre-circulação pelo bloco europeu.

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