quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ajuda ao Suriname amplia papel da China na América do Sul


A elegante nova sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros aqui em Paramaribo, capital do Suriname, foi um presente do governo chinês. Símbolos chineses em centenas de empresas, dos cassinos às mercearias e lojas de móveis, saúdam os moradores da capital. Equipes de trabalho chinesas estão pavimentando estradas através da floresta.

Ancorada por uma onda de imigração ao país latino-americano, intermitente desde os anos 90, e auxiliada com presentes como ajuda e empréstimos a juros baixos, a China tem silenciosamente estabelecido uma base no Suriname, um minúsculo canto da América do Sul que é muitas vezes esquecido até mesmo pelos seus vizinhos.

A imigração chinesa para o Suriname não é nada nova. Os primeiros trabalhadores chineses chegaram ao país em meados do século 19 e muitos em gerações posteriores se casaram com crioulos de raça mista.

Mas o recente fluxo de milhares de pessoas tem sido mais notável, em parte porque muitos dos recém-chegados estão visivelmente envolvidos no comércio, em contraste com os brasileiros, outro grupo imigrante de rápido crescimento do Suriname, que trabalham principalmente em minas de ouro remotas no interior do país.

Imigrantes
Em algumas partes do Suriname, as preocupações sobre a possibilidade de alguns trabalhadores chineses permanecerem ilegalmente após o fim dos vistos tem levado ao debate sobre se as empresas chinesas devem ser autorizadas a trazer os seus próprios trabalhadores para o país, possivelmente privando algumas pessoas do Suriname de empregos.

Em um exemplo, um projeto de óleo de palma chinês na província oriental de Marowijne suscitou apelos de Ronnie Brunswijk, um líder dos Maroons do Suriname, que são descendentes de escravos fugidos, para que os chineses na área fossem limitados a cargos de gerência.


Mais amplamente, a chegada de milhares de novos chineses nas últimas décadas gerou um debate sobre o efeito do fluxo dos imigrantes. Alguns veem resultados positivos. "Eles investem em todos os cantos do país", disse Noel Hassankhan, dono de um restaurante, referindo-se às lojas de comida chinesa. "Eles oferecem variedade de produtos, preços baratos e ficam abertos até tarde da noite".

As estimativas variam sobre o número de chineses que vivem no Suriname neste momento, mas a embaixada da China diz que são cerca de 40 mil, ou 10% da população, incluindo imigrantes legais e ilegais. Outros, citando os escândalos de autorizações de residência obtidos ilegalmente, dizem que o número pode ser maior.

Como outras partes do mundo que recentemente atraíram imigrantes chineses, principalmente a África, muitos dos recém-chegados são comerciantes ou proprietários de pequenas empresas. Em partes de Paramaribo e cidades do interior, lojas de produtos chineses já podem ser encontradas em quase todos os quarteirões.

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