Com objetivo de
socializar pesquisas do grupo de pesquisa `Estudos Migratórios na Amazônia
(Gema) da rede de migração do Instituto Brasil Plural, visando ampliar as
discussões entre pesquisadores, o Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Social (PPGAS) promoveu nos dias 3 e 4, o Seminário `Migrações na Pan-Amazônia:
fluxos, processos sociais e políticas´. O evento ocorre na Academia Amazonense
de Letras (AAL), localizada na rua Ferreira Pena, 1009, Centro.
Na solenidade de
abertura, o coordenador do evento e também coordenador do PPGAS, professor
Sidney Silva, disse que o grande desafio é entender os fenômenos migratórios
que ocorrem na Amazônia da sua atualidade. Segundo ele, dentre os desafios está
a busca de um aporte teórico metodológico que seja capaz de ampliar a
compreensão não somente dos novos cursos migratórios, mas
principalmente as suas especificidades no contexto pan-amazônico
e brasileiro.
"Como fenômeno
social a migração enseja mudanças tanto na sociedade de partida quanto a de
passagem ou de chegada. O problema está em reduzi-la à dimensão em força de
trabalho e, à disposição de reprodução do capital". Essa redução, segundo
Sayad, "transforma o migrante não sujeito de direito, não cidadão, sujeito
a diferentes formas de exploração e de aviltamento de sua dignidade como
pessoa", disse".
A palestra de
abertura intitulada "A pesquisa com a perspectiva transnacional das
migrações: Potencialidades e desafios metodológicos", foi proferida pelo professor
da Universidade de Brasília (UNB), Leonardo Cavalcanti.
Na ocasião, Leonardo
Cavalcanti comenta que a apresentação está baseada em uma perspectiva teórica
dentro do campo das migrações, cujo objetivo mostra a vivência de pessoas em
mais de um país, de forma simultânea. Exemplo disso, temos pessoas originárias
de diferentes países que moram no Brasil, entretanto, realizam um campo social
transnacional, ou seja, cuidam do filho à distância, enviam dinheiro e investem
no país de origem. "A ideia é pensar os circuitos e as conexões entre dois
ou mais países", explica.
Ele comenta que,
atualmente, a migração no Brasil apresenta um quadro completamente diferente,
pois historicamente as migrações eram realizadas por países do norte global,
principalmente os europeus que constituem a paisagem do sudeste e sul do
pais. Agora, esta realidade é mais complexa, no momento atual, o incremento
está voltado para o sul global, ou seja, países da África e o continente
sul-americano, ressalta.
Estiveram presentes na
composição da mesa, a professora do Departamento de História, Kátia Couto e
Marcia Oliveira, da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
UFAM
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