Um requerente de asilo denunciou ter
sido, a par com um colega, torturado e obrigado a retirar a declaração sobre um
motim num centro de detenção australiano na Papua Nova Guiné, que fez um morto,
informa a imprensa.
O imigrante, de 20 anos, também deu conta da ocorrência de agressões
físicas e ameaças de violação por parte dos guardas e pessoal do centro,
situado na ilha Manus, feitas em instalações secretas chamadas Chauka.
"Precisamos de denunciar (...) realmente já não me importa o que
possa acontecer. Se me querem matar, ameaçar ou apanhar-me. Tenho de revelar a
verdade", afirmou o jovem, identificado como Mike, à cadeia televisiva
australiana ABC.
O jovem, que assegura sofrer ataques de pânico e ansiedade devido a
essas situações, disse que foi, com o seu companheiro, transferido para Chauka
por protestar contra as mudanças relativas à utilização da Internet e telefones
no centro de detenção.
Também afirmou que, além dos maus tratos, ambos foram obrigados a
assinar documentos para evitar serem deportados.
O Ministério da Imigração australiano negou que tenham sido sujeitos a
maus-tratos, apesar de ter anunciado uma investigação às denúncias.
A 30 de setembro, um grupo de senadores pediu uma investigação para
esclarecer a veracidade das denúncias de abusos sexuais sistemáticos contra
mulheres e crianças no centro de detenção de imigrantes que a Austrália tem na
ilha de Nauru.
A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as
suas costas para centros de detenção fora do seu território continental,
incluindo dois na ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, e o de Nauru, no
Pacífico, enquanto tramitam os seus pedidos de asilo.
A política de `linha dura` de Camberra tem sido alvo de fortes críticas
por parte de organizações internacionais, incluindo várias agências das Nações
Unidas e a Amnistia Internacional.
Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário