quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Novas denúncias de tortura em centro australiano para imigrantes

Um requerente de asilo denunciou ter sido, a par com um colega, torturado e obrigado a retirar a declaração sobre um motim num centro de detenção australiano na Papua Nova Guiné, que fez um morto, informa a imprensa.

O imigrante, de 20 anos, também deu conta da ocorrência de agressões físicas e ameaças de violação por parte dos guardas e pessoal do centro, situado na ilha Manus, feitas em instalações secretas chamadas Chauka.
"Precisamos de denunciar (...) realmente já não me importa o que possa acontecer. Se me querem matar, ameaçar ou apanhar-me. Tenho de revelar a verdade", afirmou o jovem, identificado como Mike, à cadeia televisiva australiana ABC.
O jovem, que assegura sofrer ataques de pânico e ansiedade devido a essas situações, disse que foi, com o seu companheiro, transferido para Chauka por protestar contra as mudanças relativas à utilização da Internet e telefones no centro de detenção.
Também afirmou que, além dos maus tratos, ambos foram obrigados a assinar documentos para evitar serem deportados.
O Ministério da Imigração australiano negou que tenham sido sujeitos a maus-tratos, apesar de ter anunciado uma investigação às denúncias.
A 30 de setembro, um grupo de senadores pediu uma investigação para esclarecer a veracidade das denúncias de abusos sexuais sistemáticos contra mulheres e crianças no centro de detenção de imigrantes que a Austrália tem na ilha de Nauru.
A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas para centros de detenção fora do seu território continental, incluindo dois na ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, e o de Nauru, no Pacífico, enquanto tramitam os seus pedidos de asilo.
A política de `linha dura` de Camberra tem sido alvo de fortes críticas por parte de organizações internacionais, incluindo várias agências das Nações Unidas e a Amnistia Internacional.

 Lusa

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