O
governo da França aboliu no dia (31) a norma que estabelecia regras
rígidas para que os estudantes estrangeiros pudessem permanecer no país depois
da conclusão dos estudos. A chamada Circular Guéant, ou Circular de 31 de Maio,
foi derrubada exatamente um ano após sua adoção, na gestão do ex-presidente
Nicolas Sarkozy.
A
norma, que causou polêmica ao ser adotada, foi batizada de Circular Guéant
devido ao ex-ministro Claude Guéant. Entidades de defesa dos direitos humanos
elogiaram a decisão do presidente François Hollande e disseram esperar que os
jovens estrangeiros tenham tratamento melhor pelos serviços de imigração na
França.
O
novo presidente da França prometeu, durante a campanha, suspender o texto e
ontem o ministro do Interior, Manuel Valls, anunciou o fim da circular. Um
projeto com novas diretrizes é elaborado pelos ministérios do Interior, do
Trabalho e do Ensino Superior, e deve ser apresentado nos próximos dias.
Para
Valls, é uma "sorte" para a França poder contar com o interesse de
estudantes estrangeiros. "Vai ser melhor para todo mundo se resolvermos
essa insegurança antes do reinício das aulas, em setembro", disse ele.
Ao
longo desse período, dezenas de estudantes de nível superior tiveram os seus
vistos de trabalho recusados pelo governo francês sob a justificativa de que
deveriam retornar aos países de origem ao final dos estudos.
A
expectativa de alunos e gestores das universidades é que o prazo permitido de
permanência na França seja prolongado dos atuais seis meses para um ano após a
conclusão do curso. As entidades estudantis também esperam que seja cancelada a
exigência de pelo menos 640 euros mensais de recursos por cada estudante. Antes
da norma, a exigência era de 460 euros mensais por aluno.
O
porta-voz da associação de estudantes estrangeiros atingidos pelo ato de 31 de
maio de 2011, Nabil Sebti, disse ter ficado aliviado com o fim das regras.
"Queremos que sejam levadas em consideração as situações de todas as partes
envolvidas: governo, ensino superior, estudantes estrangeiros, os trabalhadores
e as empresas", disse.
Segundo
Sebti, é urgente solucionar a situação de 325 universitários estrangeiros que
receberam, nos últimos meses, ordem de expulsão pelos serviços de imigração
franceses. A cada ano, entre 20 e 25 mil estrangeiros, das mais diversas
nacionalidades, estudam na França e conquistam um diploma.
Agencia Brasil
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