A
Comissão de Direitos Humanos e Minorias debateu refúgio, tráfico de pessoas e
situação dos haitianos no Brasil.
Debatedores
e parlamentares defenderam, nesta quarta-feira, o aprimoramento da legislação
migratória do País. Esse consenso saiu da audiência pública da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias que discutiu questões como refúgio, tráfico de
pessoas e a situação dos haitianos no Brasil.
O
debate, que coincidiu com o Dia Mundial do Refugiado, instituído pela ONU,
reuniu representantes de órgãos governamentais e da sociedade civil. Todos
elogiaram as leis brasileiras que tratam da concessão de refúgio, mas houve
críticas à legislação migratória em geral, que não atenderia mais aos atuais
interesses e desafios do País.
O
diretor do Departamento de Imigração do Itamaraty, Rodrigo Souza, pediu a
aprovação de projetos de lei que reformulam o Estatuto do Estrangeiro (PL 5655/09) e ampliam
os direitos dos migrantes.
Sugeriu
também a tramitação da convenção da ONU sobre a proteção dos trabalhadores
migrantes e suas famílias. “Está cristalizado o consenso sobre a necessidade de
dispormos, o mais rápido preciso, de uma nova lei de estrangeiros. Então, tudo
o que puder ser feito para apressar a tramitação desse PL, para nós é muito
importante.”
Comissão
especial
Os deputados Luiz Couto (PT-DF) e Erika Kokay (PT-DF) anunciaram que vão pedir a criação de uma comissão especial para analisar todas as propostas que tramitem na Câmara e possam contribuir para um novo plano nacional de migração.
Os deputados Luiz Couto (PT-DF) e Erika Kokay (PT-DF) anunciaram que vão pedir a criação de uma comissão especial para analisar todas as propostas que tramitem na Câmara e possam contribuir para um novo plano nacional de migração.
A
assessora internacional da Secretaria de Direitos Humanos, Maria Beatriz
Nogueira, explicou, por exemplo, que o Brasil teve de recorrer a novos
mecanismos para acolher os haitianos que deixaram seu país após o terremoto
devastador de janeiro de 2010 e tornaram-se vítimas de coiotes (intermediários
que cobram dos migrantes para burlar as fronteiras internacionais).
Segundo
Maria Beatriz Nogueira, é uma situação muito nova para o Brasil “ter que lidar
com um fluxo dessa natureza: extracontinental, homogêneo e que entra por
fronteiras identificáveis e com motivação similar, que, no caso, era a questão
do terremoto e as consequências dele”.
Ela
ressalta que “os pilares” da política internacional são humanitários. “Trata-se
de regularização no acesso ao território brasileiro e encaminhamento ao mercado
de trabalho. E são políticas que vão se aperfeiçoando ao longo do tempo com os
novos desafios.”
Razões
humanitárias
Por não serem considerados refugiados, mais de 5 mil haitianos entraram no Brasil, desde 2010, com um visto permanente por razões humanitárias e validade de cinco anos. O ponto de entrada foi o Acre, na fronteira com o Peru. A maioria deles já tem carteira de trabalho e foi absorvida pelo mercado de trabalho da construção civil no País.
Por não serem considerados refugiados, mais de 5 mil haitianos entraram no Brasil, desde 2010, com um visto permanente por razões humanitárias e validade de cinco anos. O ponto de entrada foi o Acre, na fronteira com o Peru. A maioria deles já tem carteira de trabalho e foi absorvida pelo mercado de trabalho da construção civil no País.
O
integrante do Comitê Nacional para Refugiados e do Comitê do Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU Renato Zerbini
Leão informou que o Brasil abriga 4506 refugiados (ou seja, estrangeiros que
sofrem perseguições ou restrições de direitos civis e políticos em seus
países).
Esses
refugiados são de 77 nacionalidades diferentes: 2869 africanos, 1043
americanos, 492 asiáticos, 97 europeus e 5 apátridas. Angola, Colômbia,
República Democrática do Congo, Libéria e Iraque têm o maior número de
refugiados em território brasileiro.
José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
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