A UE (União Europeia) registrou em 2014 um número recorde de 270
mil imigrantes em situação irregular, com Itália e Grécia como principais
destinos, segundo dados da Frontex (Agência Europeia de Fronteiras).
Em entrevista à Agência EFE, o diretor adjunto da entidade,
Gil-Arias Fernández, disse que, com relação a 2013, as chegadas de imigrantes
se multiplicaram por mais de 2,5 este ano, o que representa o dobro do número
até agora considerado um recorde, com 141 mil chegadas em 2011 devido ao efeito
da "primavera árabe" em vários países.
Depois da Itália e da Grécia, os imigrantes chegam em maior
quantidade a Bulgária, Hungria e Espanha. O diretor de Frontex atribui esta
alta da imigração a situação instável nos países de origem e a ausência de
controle nos de passagem, como a Turquia e a Líbia.
"Os números de maior volume de chegadas do Mediterrâneo
procedem do litoral da Líbia", afirmou. Fernández também explicou que
disparou o número de casos de imigrantes que fogem de seus países buscando
proteção internacional.
"Se há alguns anos a tendência era de 50% de imigrantes por
motivos econômicos e a mesma porcentagem de refugiados políticos, este ano
fecharemos com cerca de 80% de imigrantes chegados à UE que preenchem os
requisitos de refugiados", garantiu.
Embora Frontex só conclua o levantamento em janeiro, o diretor
adiantou que os dados totais de chegadas superarão os de 270 mil pessoas, já
que no final de novembro foram contabilizados 260 mil imigrantes resgatados.
A isso se somarão as chegadas das últimas semanas que deve ser de,
aproximadamente, 11 mil.
Fernández prevê um futuro pessimista sobre o fluxo de imigrantes e
afirmou que acredita que os números deste ano serão mantidos se a UE e os
Estados-membros "não atuarem com certa inteligência e encontrarem soluções
para evitar a perda de vidas humanas como vem acontecendo".
"Se não se encontrarem soluções políticas para os países de
origem, onde a UE e a comunidade internacional podem influir, e nos de passagem,
como a Líbia na qual parece que sua situação não melhorará em curto prazo,
penso que a situação se manterá parecida à atual", concluiu.
R7
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