quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal dos Migrantes


Quero, enviar uma mensagem de paz e esperança, de alegria e solidariedade a todos os homens e mulheres , de uma forma muito especial, com todos os que, devido a circunstâncias adversas nos seus países de origem, escolheram ou se viram forçados a escolher Brasil  para viver e trabalhar.! As situações de crise econômica, política e social repercutem-se, cada vez mais, na vida concreta das pessoas, e manifestam-se de maneira especial, na falta e precariedade de emprego e, por consequência, num maior empobrecimento de grande parte da população, fazendo aumentar os conflitos sociais, originando vagas de migrações que buscam, longe das suas terras, os meios para viver com o mínimo de dignidade. A situação atual de crise econômica em muitos países  afeta todos,  especialmente os mais pobres que são forçados  a  migrar , e chegam aos países  sendo explorados, sem direitos efetivos e sem esperança.  Conhecemos diretamente a realidade dos imigrantes, queremos partilhar com todos e de uma forma especial com os cristãos, pistas para reflexão e partilha afim de que a  nossa caminhada de Advento possamos criar atitudes que, face ao fenômeno das migrações, nos ajudem a viver um Natal centrado no mistério da explosão de alegria surgida em Belém com Jesus, o imigrante por excelência, que integrou a história da humanidade.   A liturgia do Advento propõe-nos duas atitudes fundamentais para o viver quotidiano  e que promovem a dignidade. Assim, face à lei da imigração, propomos que todos estejamos mais vigilantes aos imigrantes e que a justiça exigida pela sua dignidade se concretize. No contexto de quem trabalha na promoção dos direitos dos imigrantes, é estar atento a todas as situações de injustiça praticadas contra eles. É criar uma sensibilidade e uma consciência ativa para a realidade de tantos a quem os direitos são negados. É contribuir para uma atitude de acolhimento , é denunciar todas as situações de injustiça praticada contra qualquer pessoa especialmente contra o imigrante. É denunciar toda a exploração, sem condições de segurança no trabalho, sem direitos à segurança social, sem direito aos cuidados de saúde básicos. É denunciar aqueles que promovem o tráfico de pessoas  mulheres e crianças para a exploração sexual. É denunciar a promoção do trabalho precário. É combater a cultura do medo. É denunciar as violências contra os imigrantes, porque estão em  situação irregular.  Natal não pode ser meramente folclore, luzes, prendas, consumo. Tem que ser, antes de tudo, contribuir para a construção de um mundo melhor, para a construção da casa comum, onde todos se sentem acolhidos. 

Feliz Natal


 Miguel Ahumada

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